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DESTILAÇÃO A PRESSÃO REDUZIDA INTRODUÇÃO A destilação é um processo antigo, criada por alquimistas segundo relato de alguns autores e ligada a preceitos religiosos. Desde então tem-se melhorado a técnica para ser mais rápida e eficiente. Existem quatro tipos de destilação: destilação simples, destilação fracionada, destilação a pressão reduzida e destilação por arrastamento de vapor. Basicamente, ela é utilizada para separar misturas homogêneas e insolúveis ou pouco solúveis em água a partir do aquecimento. Isso quer dizer que a diferença de temperatura de ebulição das substâncias é o fator principal para o funcionamento do sistema. Neste trabalho daremos ênfase a destilação a pressão reduzida. Ela se difere das outras por ser utilizada em casos em que os pontos de ebulição das substâncias da mistura são muito elevados, podendo haver a decomposição indesejada ou quando o composto ao ser aquecido reage com oxigênio do ar, ou também quando há limitações experimentais. OBJETIVO Pesquisar o funcionamento da destilação a vácuo e exemplificar seu procedimento experimental assim como os resultados. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Ao montar um aparelho de destilação a pressão reduzida, precisamos verificar detalhes importantes, como: se há rachaduras ou trincas em vidros, se as juntas estão lubrificadas, não esquecer de conectar a cabeça de Claisen e o tubo ebulidor, o bulbo de mercúrio do termômetro deve estar inteiro abaixo da saída lateral na cabeça de destilação, as juntas devem estar presas as garras, a fonte a vácuo e as rolhas de borracha conectadas de maneira que não haja vazamentos, e caso se queira obter mais do que uma fração de destilação, ter por perto mais balões coletores já pesados. Outro detalhe que não se deve esquecer são as “armadilhas” feitas por traps na linha conectada à fonte de vácuo que permite observar se a água está entrando no aparelho de destilação, e também o manômetro que permite a medição da pressão do sistema. E é sempre bom manter uma ventilação no sistema, evitando assim a contaminação do produto pela água. Contudo, convém saber se é realmente necessária esse tipo de destilação, determinar a pressão produzida pelo sistema disponível, calcular a temperatura de ebulição da substância produzida, garantir agitação do sistema e ter um controle de temperatura. Figura 1: Destilação a vácuo em macroescala. Figura 2: Trap a vácuo utilizando uma garrafa de gás. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na refinaria de petróleo, o processo de destilação em escala industrial é implementado para transformar o petróleo em produtos utilizáveis. Em primeiro lugar o óleo cru passa por uma seção de pré-aquecimento e dessalinização a fim de evitar o uso excessivo de energia durante o aquecimento da carga e remover as impurezas, como os sais, água e suspensões de partículas sólidas, que pode impedir o funcionamento da destilação. Depois disso, o óleo é aquecido em um forno a cerca de 400 °C, resultando na mistura de vapor e fluidos que vai para uma coluna chamada Torre de Destilação Atmosférica – realiza o processo de destilação fracionada em larga escala. Nesta torre há gradientes naturais de temperatura nos quais os gases quentes sobem, esfriam no caminho e depois liquidificam em seus respectivos pontos de ebulição. O processo é baseado em diferentes pontos de ebulição das substâncias do petróleo. Os níveis da coluna são chamados de bandejas de destilação, que consistem em séries de aberturas contendo placas perfuradas. A mistura de gás sobe pelas aberturas, esfria e uma certa quantidade condensa nas placas perfuradas, e esse fluxo de líquido é transferido de bandeja a bandeja através de canaletas chamadas downcomer, o que também impede que ocorram inundações, e finalmente coletado. O procedimento é ilustrado abaixo na Figura 1. Além disso, é muito importante saber que alguns hidrocarbonetos mais leves são capazes de transportar hidrocarbonetos mais pesados resultando em uma mistura de hidrocarbonetos pesados e leves em uma bandeja. No entanto, esse problema pode ser resolvido com o sistema de downcomer, pois um fluxo constante de líquido é transbordado para a bandeja abaixo e, como essa bandeja é mais quente, os hidrocarbonetos mais leves serão re-evaporados, enquanto os hidrocarbonetos mais pesados permanecerão na sua respectiva bandeja. Figura 1 – O funcionamento das séries aberturas com placas perfuradas nas bandejas. Aqui discutiremos sobre os produtos fabricados na coluna, de cima para baixo. Cabe ressaltar que os produtos que possuem pouca quantidade de hidrocarbonetos condensam a coluna devido o seu ponto de ebulição ser mais baixo e os produtos que possuem grande quantidade de hidrocarbonetos são removidos na parte inferior por causa do seu alto ponto de ebulição. Portanto, na parte superior o gás que tem ponto de ebulição inferior a 40°C, é recolhido na fase gasosa. Este produto é usado para produzir materiais para a indústria química e gás engarrafado. Nas bandejas com faixa de ebulição de 60°C a 100ºC, a nafta (mistura de alcanos de 5 a 9 átomos de carbono) é removida e utilizada como uma matéria- prima na fabricação de resinas plásticas, solventes e borrachas. No nível em que o intervalo é de 40°C a 205°C, a gasolina (compostos de alcanos e ciclo alcanos com 5 a 12 átomos de carbono) é produzida para os veículos. Enquanto querosene (mistura de alcanos de 10 a 18 carbonos) é gerado nas bandejas na faixa de 175°C a 325°C, sendo aplicado como combustível de aviões e antigamente em lâmpadas. Em seguida, o diesel (alcanos contendo 12 ou mais átomos de carbono) é fabricado na faixa de ebulição de 250°C a 350°C, cujos usos são para transporte rodoviário e ferroviário como combustível. O esquema destes produtos é mostrado na Figura 2. Figura 2 – Produtos produzido da Destilação Fracionada O restante das substâncias que tem alto peso molecular (hidrocarbonetos com número de carbono acima de 17), ou seja, o resíduo atmosférico (RAT) se acumula na parte inferior da Torre de Destilação Atmosférica e passa por outro processamento em outra coluna sob vácuo, chamado de Torre de Destilação a Vácuo, ilustrado na Figura 3. Figura 3 - Torre de Destilação Atmosférica e Torre de Destilação a Vácuo. A carga aquecida em um forno a cerca de 400°C é levada à Torre de Destilação a Vácuo, em que a pressão é de cerca de 100 mmHg, provocando vaporização de boa parte da carga. Nota que quando se utiliza pressão reduzida, a temperatura necessária para a ebulição do composto diminuirá, facilitando sua remoção. Por exemplo, originalmente, a faixa de ebulição dos óleos lubrificantes é 400°C-510°C, mas com a técnica de destilação a vácuo, ela pode ser separada em leve, média e pesada nas temperaturas menores. Com isso, os produtos gerados na zona de vácuo são os óleos lubrificantes (Leve, Médio e Pesados) e asfalto, utilizado na pavimentação de rodovias. Na pequena escala ou procedimento laboratorial da destilação fracionada e destilação a vácuo, têm limitações em quantos produtos podem ser separados na mesma montagem de destilação, sendo geralmente apenas um. Ademais, somente baixa quantidade de produto é obtida. Por exemplo, na prática 5 de destilação fracionada para separar os dois líquidos miscíveis, a mistura de acetona e água (35 mL:85 mL), obteve um produto final de acetona com o volume de 20,2 mL. Logo, perdeu 14,8 mL de acetona, ou seja, 42,3 % do volume inicial da acetona. A destilação a vácuo difere da destilação fracionada apenas devido ao fato de que a bomba de vácuo é empregada ligada ao adaptador curvo com saída de vácuo, e a temperatura de ebulição dos componentes na amostra deve ser superior a 150ºC à pressão de 1 atmosfera. Assim,não seria eficiente se a destilação a vácuo fosse usada na prática mencionada anteriormente, pois a acetona tem o ponto de ebulição de cerca de 56°C, enquanto a água tem 100°C. Se a destilação a vácuo fosse usada, a leitura da temperatura seria difícil, devido à necessidade de cobrir a coluna de fracionamento com alumínio (que atua como um isolador, permitindo que os vapores se desloquem até o topo da coluna e do condensador), o que significa que a parte visível do termômetro começaria apenas a partir de 50°C e com a diminuição da temperatura causada pela pressão reduzida, nenhuma análise da temperatura pode ser feita. CONCLUSÃO A destilação a pressão reduzida é uma técnica utilizada quando se quer separar substâncias com ponto de ebulição muito elevado. Por conta da presença de uma bomba de vazio há a diminuição da pressão do sistema e, consequentemente, uma diminuição nos pontos de ebulição também, o que faz com que a decomposição do produto seja evitada. Ela é empregada tanto em microescala, em laboratórios, como em larga escala, no refino do petróleo em indústrias para transformá-lo em produtos utilizáveis, por exemplo. Muitos cuidados devem ser tomados ao se realizar o procedimento da destilação, deve- se verificar toda a aparelhagem antes de se inciar o processo, sempre observá-la durante a destilação e não se deve aquecer o balão até a secura, para não haver risco de quebra. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALUNOS ONLINE. Destilação Fracionada. Disponível em: https://alunosonline.uol.com.br/quimica/destilacao-fracionada.html. Acesso em: 21 set. 2019. BETAEQ - A ENGENHARIA QUÍMICA EM SEU FORMATO BETA. A Imensidão e a Complexidade das Refinarias de Petróleo. Disponível em: https://betaeq.com.br/index.php/2019/05/21/a-imensidao-e-a-complexidade-das-refinarias-de- petroleo/. Acesso em: 21 set. 2019. CBIE - CENTRO BRASILEIRO DE INFRAESTRUTURA. Como funciona a Destilação do Petróleo?. Disponível em: https://cbie.com.br/artigos/como-funciona-a-destilacao-do- petroleo/. Acesso em: 21 set. 2019. EDUCAÇÃO PÚBLICA – CECIERJ. Destilação. Disponível em: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/quimica/sensibilidade/saibamais02_b.html. Acesso em: 21 set. 2019. INFO ESCOLA. Destilação. Disponível em: https://www.infoescola.com/quimica/destilacao/. Acesso em: 21 set. 2019. INFOPÉDIA. Destilação. Disponível em: https://www.infopedia.pt/$destilacao. Acesso em: 21 set. 2019. MUNDO EDUCAÇÃO. Destilação. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/destilacao.htm. Acesso em: 21 set. 2019. SOLUÇÕES INDUSTRIAIS. Sinalização de segurança contra incêndio. Disponível em: https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/instrumentacao/fire- story/produtos/seguranca-e-protecao/sinalizacao-de-seguranca-contra-incendio. Acesso em: 30 jul. 2018. UNIVERSIDADE DA MADEIRA. Destilação. Disponível em: http://www3.uma.pt/quimica_organica/conteudos/destilacao.html. 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