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A escala de avaliação comportamental desenvolvida por Brazelton, é baseada na associação entre avaliação neurocomportamental do RN a termo e a capacidade que este tem de controlar o nível de estimulação, utilizando- se dos estados comportamentais ou de consciência. Os estados de consciências ou comportamentais são: Estado 1: sono profundo → Caracterizada por respiração regular, olhos fechados sem movimentação sob as pálpebras e ausência da atividade motora espontânea. → Pode haver sobressaltos ou movimentos bruscos com intervalos regulares. Estado 2: sono leve → Caracterizado por olhos fechados, podendo apresentar movimentação dos olhos sob as pálpebras. → Nível de atividade motora baixo, com possibilidade de movimentos casuais que são mais suaves e mais controlados no que do estado 1. → Responde a estímulos internos e externos com movimentos semelhantes a sobressalto, podendo mudar de estado. → Pode haver movimentos de sucção. → As vezes os olhos podem abrir rapidamente. Estado 3: sonolento ou cochilo → Os olhos podem ser abetos ou fechados. → Nível de atividade motora variável e movimentos são suaves. → Reage a estímulos sensoriais, mas a resposta tem certa demora. → Notam-se mudanças nos estados após estimulação. Estado 4: alerta → Olhar brilhante que parece focar na fonte de estímulos, como um objeto a ser sugado, estímulos visuais e auditivos. → Pode haver intromissão de outro estímulo, cuja resposta será dada com alguma demora. Estado 5: olhos abertos → Atividade motora razoável com movimentos bruscos de extremidades, incluindo sobressaltos espontâneos. → Reage a estímulos externos, aumentando a atividade motora ou com sobressaltos, mas as reações são difíceis de serem percebidas por conta da grande atividade motora geral. → Pode ou não choramingar. Estado 6: choro → Caracterizado por choro intenso, com dificuldade para ser cessado por apresentação de estímulos, além disso possui uma atividade motora intensa. As respostas que o RN apresenta dependem de variáveis fisiológicas como fome, nutrição e período do ciclo sono/vigília. Os padrões de estados e a passagem de um para o outro indicam características importantes sobre o período neonatal, que podem prognosticar a receptividade e a habilidade que o neonato apresenta de responder estímulos no sentido cognitivo. Avaliação comportamental Os RNPT podem apresentar comportamentos mais retraídos ou precisarem de ajudar para passar do estado de sono leve para o de alerta, já o RN passa espontaneamente de um estado para o outro, ficando o tempo necessário no estado que melhor convir no momento. Classificação do sono Pode ser dividido em dois estágios básicos: Não-REM: com ausência de movimentos oculares. Também conhecido como sono sincronizado ou sono quieto. Ainda se divide em 4 estados. REM: com presença de movimentos oculares. É também conhecido como sono paradoxal ou sono ativo. Em neonatos, o ciclo do sono (uma fase NREM e uma REM) é curto, durante 30 a 70 minutos. O sono está relacionado com o controle automático da respiração, sendo fundamental na fisiopatologia de distúrbios respiratórios, como apneia da prematuridade, síndrome da hipoventilação central, síndrome da morte súbita do lactente e apneia obstrutiva do sono. Sono em RN Ele dorme ao redor de 16 a 18 horas por dia, sendo 50% desse tempo em estágio REM. Com um padrão polifásico, o recém-nascido alterna ciclos de sono e vigília a cada 3 a 4 horas, sendo esses uniformemente distribuídos entre o dia e a noite. Durante o primeiro mês de vida, ele começa a adaptação do ritmo dia e noite. Até os três meses, o sono REM está presente ao adormecer, após isso, o sono NREM será o primeiro a aparecer. Por volta de seis meses de vida, ele pode dormir 6h ininterruptas. Nessa fase, dois longos períodos de sono ocorrem à noite, intercalados por um breve despertar para a alimentação. O período de vigília progressivamente consolida-se, tornando-se mais longo e com o seu predomínio durante o dia. Ainda esperamos encontrar o sono REM igualmente distribuído durante o dia e a noite. Do recém-nascido até 6 semanas de vida, o estadiamento mais comumente utilizado é o dos autores Anders, Emde e Parmelee. Essa classificação divide os estados de consciência em quatro estágios: → Acordado; → Sono quieto (corresponde ao sono NREM); → Sono ativo (corresponde ao sono REM); → Sono indeterminado ou transicional. Entre 6 semanas até 1 ano, o estadiamento dos estados de consciência utiliza a classificação proposta pelos autores Guilleminault e Souquet: → Acordado; → Sono quieto 1-2; → Sono quieto 3-4; → Sono REM; → Movimento. Ao redor de 6 meses, o sono quieto será definido como sono NREM e se subdividirá em 4 estágios, podendo então ser utilizada a mesma classificação adotada para adultos: → Estágio 1: transição entre o estágio acordado e os demais estágios, ou ainda movimentação do corpo. A presença do “revirar de olhos” ou movimentos oculares lentos é característica deste estágio e diferencia-se do sono REM pela diferença na intensidade e velocidade dos movimentos oculares. → Estágio 2: considerado estágio superficial e é mais predominante me adultos. → Estágio 3: também conhecido como sono profundo ou sono delta, é um estágio considerado transicional, de curta duração. → Estágio 4: sono profundo ou sono delta. Ao final do primeiro ano de vida, o lactente ainda dormirá durante 14 a 15 horas/dia, compostos por dois breves períodos de sesta durante o dia e um longo período de sono à noite. Aos dois anos de vida, o lactente dorme ao redor de 12 horas. O sono restringe-se a dois momentos: uma sesta à tarde e um longo episódio de sono à noite. Sono e respiração A ventilação é controlada por dois sistemas independentes: o sistema metabólico ou automático e o sistema voluntário. Durante a vigília ambos se encontram presentes, entretanto, durante o sono, a ventilação é totalmente dependente do sistema metabólico ou automático, situado no tronco cerebral. A função da ventilação é manter a homeostase arterial (PO2 e PCO2). Para tanto, o sistema metabólico de controle da ventilação utiliza quimiorreceptores centrais e periféricos e, em menor proporção, os receptores pulmonares. A atividade metabólica, que consome oxigênio (O2) e produz gás carbônico (CO2), tem também importante papel no controle da ventilação. Durante o sono, significativas alterações são observadas quanto ao ritmo e à frequência respiratórias, quanto à ventilação alveolar, ao volume de ar corrente e à concentração de gases sanguíneos. Recém-nascidos Nessa idade, o tórax tem alta complacência, com formato circular e é facilmente deformável durante a contração diafragmática, especialmente quando a estabilidade oferecida pelos músculos intercostais desaparece, o que acontece durante o sono REM. Consequentemente, tem- se a respiração paradoxal que tem movimentos assincrônicos do tórax e abdômen, com incursão do tórax e excursão abdominal. Isso pode ser observado na vigília. A respiração paradoxal e as características anatômicas do RN vão determinar uma diminuição da eficácia da contração do diafragma, redução do volume de reserva expiratória, encurtamento da inspiração e consequente diminuição da PO2, o que é mais evidente durante o sono REM. Além disso, apneia e fadiga diafragmática são mais prováveis de ocorrer devido à dinâmica ventilatória que se estabelece. A respiração é irregular, e o padrão ventilatório não é dependente do estágio de sono. Longos períodos de respiração periódica (definida como pelo menos 3 pausas respiratórias cada uma com a duração mínima de 3 segundos e menos de 20 segundos de respiração regular entre os episódios) são observados.Como regra, a frequência respiratória é menor durante o sono do que em vigília, sendo que a frequência respiratória é relativamente maior durante o sono REM do que no NREM.
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