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Legislaçã� � Polític� Agrícol� ● O termo política agrícola se refere a um conjunto de práticas que visam amparar e direcionar o setor referente à economia rural e as atividades agropecuárias. POLÍTICA AGRÍCOLA; ● Política agrícola pode ser entendida como ações governamentais que por meio do estabelecimento, modificação ou eliminação de leis promovam o estímulo ou desestímulo à produção rural; ● Importância da política comercial agrícola do Brasil para o desenvolvimento econômico, discute questões como segurança alimentar, redução da pobreza e da desigualdade, geração de empregos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, bem como sustentabilidade ambiental; Instrumentos da política agrícola: ● Crédito rural; ● Zoneamento agrícola; ● Seguro rural; ● Comercialização; ● Programas especiais de fomento setorial; 4 fases da política agrícola brasileira: ● Meados de 60 a 70: montagem do sistema nacional de planificação agropecuária; ● Início dos 80: desequilíbrio externo e crise da dívida; ● Fim dos 80 a início dos 90: transição para a política liberal; ● Período atual; Modelo de intervenção setorial 1. A Política Macroeconômica dos Anos 80 no Brasil: ● II PND – Políticas desenvolvimentistas; ● Anos 80: políticas de estabilização, reformas estruturais; ● Fim dos financiamentos externos em 82; ● Crise externa e ajuste no balanço de pagamentos; ● Geração de saldos comerciais; ● Maxi - desvalorizações; ● Câmbio indexado à inflação; ● Incentivos às exportações; ● Diminuição das restrições às exportações agropecuárias; ● Resultados: superávit, recessão; ● Diminuição do PIB, aumento de saldos; 2. Plano cruzado (fev 86): ● Diagnóstico da inflação inercial (passada + futura); ● Aumento do consumo e diminuição do preço; ● Nova moeda: cruzado; ● Congelamento de preços; ● Incentivos creditícios, fiscais e tarifários para estimular a oferta; ● Causas de insustentabilidade: expansão econômica com congelamento de preços, restrição externa (exportações e importações de alimento); ● Eleição em 86: deterioração do plano; 3. Cruzado II (nov 86): ● Choque tarifário (tarifas públicas); ● Choque tributário; ● Não acalmaram o mercado; ● Elevação dos preços; ● Abandono da moeda cruzado; 4. Plano Bresser (1987): ● Objetivo: conter inflação, não eliminar; ● Diagnóstico: inflação causada por déficit público; ● Políticas: congelamento de preços pré-anunciado com data para terminar; ○ Ajuste na demanda agregada; ○ Diminuição do funcionalismo; ○ Diminuição dos subsídios agrícolas (trigo, álcool, PGPM, crédito); ○ Diminuição de gastos das estatais e autarquias; ● Média desvalorização do câmbio; ● Incentivos às exportações; ● Aumento das taxas de juros; ● Resultados: desaceleração da economia, retorno da inflação e aumento das exportações e superávit (exportações de um país foram em maior valor que as importações); 5. Plano verão (1989): ● Cenário: alta inflação – 1 a eleição direta para presidente; ● Políticas: congelamento de preços e salários – desvalorização cambial – política monetária restritiva: taxa juros; ● Resultados – devido eleições, não houve disciplina fiscal – inflação retornou em poucos meses; 6. Plano Collor (fev 90): ● Cenário: inflação de 3.000% ao ano; ● Concepção: hiperinflação devido à massa de liquidez e atacar problemas estruturais; ○ Abertura comercial da economia; ○ Desregulamentação e privatização; ○ Reformas administrativas; ○ Política cambial; ○ Reordenamento fiscal; Crédito rural nos 80: ● Plano cruzado: recursos da extinta conta movimento transferidos para o fundo de desenvolvimento rural; ○ Criada caderneta verde; ● Constituição de 1988: reúne fundos públicos, inclusive da política agrícola, no Orçamento de Operações de Crédito OOC, incorporado no Orçamento Geral da União OGU: impacto sobre as políticas agrícolas dos 90; ● ↓ crédito não provoca efeitos desastrosos: autofinanciamento, crédito extra-bancário (soja verde, insumos casados com vendas, articulação com agroindústria); ● Efeito desigual: maior grau de endividamento e menor liquidez, produtores familiares, concentração, áreas de fronteira agrícola; ● Condições de financiamento: ○ ↓ grau de realismo do Valor Básico de Custeio (VBC); ○ ↑ da taxa de juros real: indexação parcial, plena, pós fixação, ↑ risco e custos financeiros.; Política de garantias de preço mínimos (PGPM) nos anos 80: ● 1979: preços passaram a ser fixados de acordo com custos de produção; ● 1981: criação dos preços base, corrigidos mensalmente pela Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional até a colheita; ● 1984: correção estendida para meses pós-colheita; ● 1985 e 1986: Plano Cruzado; ● Congelamento de preços: estreitamento das margens de comercialização, saída do setor privado e entrada do governo; ● 1986: dos preços mínimos, evitar repetir o desabastecimento de 85; ● 1987: PGPM comprometida pela política econômica – Problemas operacionais: demanda por proteção supera recursos disponíveis e capacidade de armazenagem oficial; atraso ou não realização de aquisições; liberação de empréstimos com atraso; congelamento de preços e uso de estoques para combater inflação; ● Regras de intervenção em 1988 e Lei agrícola de 1991: deixar comercialização para setor privado, inclusive importações, intervenções dentro de limites anunciados, liberação, cria o Conselho Nacional da Política Agrícola (CNPA); ○ § 5°: a formação e a liberação destes estoques obedecerão regras pautadas no princípio da menor interferência na livre comercialização privada; ● Papel contraditório do setor privado na comercialização: pressão de demanda para formação de estoques especulativos em anos de baixa oferta e retração nos anos de elevada oferta; ○ Aumento da flutuação de preços; Crédito rural nos anos 90: ● Esgotamento das três principais fontes: Tesouro, exigibilidades e emissão monetária; ● Incompatibilidade entre taxa de captação e taxa do crédito rural: aportes do Tesouro para equalização com taxa básica de mercado para incentivar empréstimos voluntários dos bancos privados; ● Aumento das exigibilidades; ● Principais fontes no fim dos anos 90: ○ Compulsório sobre depósitos a vista e a prazo; ○ Poupança verde; ○ Fundos constitucionais; ○ FAT (fundo de amparo ao trabalhador); ○ Fundo de commodities; ○ Recursos externos; ● Indexação à taxa referencial até 1995: + custo financeiro; ● Crédito continuou concentrado: produtos (algodão, café, cana, soja, arroz) e produtores (menor participação do BB); A POLÍTICA DE GARANTIA DE PREÇOS MÍNIMOS (PGPM) nos anos 90: Perda de credibilidade: ● Falta de recursos: incompatibilidade entre disponibilidades e custos do programa; ● Diminuição dos preços mínimos; ● Não pagamento dos produtores; ● Sem ajuste coletivo: cultivos e produtores; Falência da PROAGRO: ● Instrumento para garantir cobertura de obrigações financeiras; ● Adesão voluntária e paga: baixa difusão; ● Acúmulo de déficits - causas: prêmios incompatíveis com risco e problemas administrativos; ● Atrasos e não pagamentos de indenizações, contribuindo para agravar a situação financeira dos produtores; Novo PROAGRO (1991): ● Amplia cobertura; ● Prêmios mais realistas; ● Maior controle operacional; ● Restrição à participação do tesouro; ● Resultados: aumento da exposição a sinistros, dificuldades de controle, perdas climáticas, financeiras e de cumprimento de lei por faltas de recursos orçamentários = agravamento da crise de inadimplência de 1995; O contexto geral dos anos 90: ● Políticas não foram adaptadas ao novo contexto institucional – restrições monetárias e orçamentárias (Constituição 1988); ○ economia aberta; ○ Exemplo: pacote Agrícola de 1991; ○ Crédito, preços mínimos e tx juros; ○ Produção 1992, preços (contexto recessivo); ○ Incapacidade de intervenção do governo, limitado pelo orçamento; ○ Produtores ficam inadimplentes; Novos instrumentos de política agrícola: ● Cédula do produtor rural (CPR); ● Compromisso de entrega futura junto a um comprador; ● Aval de um banco (BB); ● Título avalizado podeser vendido em leilões; ● Produtor recebe preço futuro, descontado da comissão do avalista e deságio; ● Consideração: custo financeiro elevado, perda em caso de preço de mercado, acessível apenas para grupo reduzido de produtores e commodities, com aumento estruturado, presença de agroindústrias e traders; ● Contrato de opção de vendas: comprador de um contrato de opção (pessoa ou entidade disposta a pagar um preço/prêmio para ter o direito de vender a um determinado preço - seguro de preço); ○ Vendedor ou lançador de um contrato de opção: governo através da CONAB, assume o risco da operação, recebendo um prêmio; ● Características de contrato: ○ Pré-estabelece valor de compra de um dado produto (preço de exercício) na data do vencimento; ○ AEC (aviso específico de contrato): informa sobre produto, preço de exercício, data, local, horário, forma de acesso ao leilão, datas de vencimento, lista de armazéns credenciados; ○ Valor do prêmio: lance vencedor que pode ser financiado pelo crédito rural, juntamente com despesas pós-colheita; ○ Produtor pode realizar EGF sov (empréstimos do governo federal sem opção de venda); Contrato de opção de vendas: ● Considerações: Permite melhor administração da formação e manutenção de estoques públicos: datas de contratação e vencimentos, praças e armazéns e sustentar preço sem manutenção de grandes estoques pelo governo; PEP: prêmio de escoamento de produto: ● Objetivos: garantir preço de referência a produtores e cooperativas; ● Regular abastecimento interno sem aquisição de estoques pelo governo; Operacionalização: ● Identificado um problema regional, CONAB oferece um bônus ou prêmio, em leilões públicos (próximo ao preço mínimo); ● Antes da realização do pregão o interessado deverá procurar, no mercado, produtores e/ou cooperativas que se disponham a comercializar seus produtos com base no valor de referência; ● O comprador deve depositar o valor de referência no banco, que repassa ao produtor; ● Valor do bônus: em torno de preço mercado – preço referência; Considerações: ● Estimula o setor privado onde os preços estão deprimidos e evita comprometimento de grandes somas com EGF (Empréstimo do Governo Federal) e AGF (Aquisição do Governo Federal); Políticas públicas para Crédito Rural: ● Plano Safra: Empresarial e Agricultura Familiar; ● Mitigadores de Risco: Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO), Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), Programa de Seguro Rural (PSR), Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM); ● Outras Ações: Programa Especial de Saneamento de Ativos (PESA), Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira, Rebates Lei 13.340/2016 (empréstimos ao Norte e Nordeste e inscritos na Dívida Ativa); ● Finalidade: custeio, investimento, comercialização e industrialização; ● Beneficiários: pequeno (pronaf) - receita bruta anual < R$ 360 mil; ○ Médio (pronamp) - R$ 360 mil < receita bruta < R$ 1,76 milhões; ○ Grande: receita bruta anual > R$ 1,76 milhões; Seguro Rural: ● PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO DO SEGURO RURAL (PSR); ○ Protege o produtor rural contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos; ○ Pagamento de subvenção aos produtores rurais em percentuais que variam de 30% a 70% do valor do prêmio de seguro rural contratado junto às seguradoras, de acordo com a cultura/atividade; ● PROGRAMA DE GARANTIA DA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA (PROAGRO); ○ Indenizar produtores rurais que contratam operações de crédito rural de custeio em caso de perdas das receitas por eventos climáticos adversos; ○ Obrigatório para contratos de financiamento ao amparo do Pronaf de até R$300 mil; ○ Aos agricultores familiares é permitido também o enquadramento de parcelas de crédito de investimento e de recursos próprios no valor de até R$20mil (ProagroMais); ● PROGRAMA DE GARANTIA DE PREÇOS DA AGRICULTURA FAMILIAR –PGPAF; ○ Garante ao agricultor familiar um bônus percentual sobre a prestação do crédito de custeio/investimento, calculado conforme a diferença entre o preço de mercado e o preço garantidor definido pelo custo de produção da atividade financiada; ○ Objetivo: Estimular a diversificação da produção, permitindo, no âmbito do Pronaf, assegurar o pagamento do crédito rural, por meio do seguro de preço; Seguro rural: comparação internacional: ● 2016 (estimado): só R$ 8,2 bi (34% do total) dos gastos com o Plano Safra estão no orçamento. Outros R$ 16 bi (66%) são gastos relacionados a isenções fiscais (LCA) e custo de oportunidade de aplicações a taxas reguladas (bancos oficiais); ● Do total de subsídios agrícolas, o Brasil gasta proporcionalmente menos (10% do total) com seguro do que EUA (62%), China (13%) e Índia (13%); ● Seguro multirrisco (renda) só se desenvolve com o apoio do governo e o Brasil gasta muito e cobre área pequena com seguro; ● Por não fazer seguro, perde-se renda e produtividade entre uma quebra e sua recuperação; Propostas para o seguro rural: ● Grupo de Trabalho em andamento para proposição de aprimoramento de políticas governamentais de Seguro Rural, com proposição de melhorias e identificação de eventuais sobreposições do Proagro, PSR e o FESR; ● Quanto melhor o Seguro Rural, menor a necessidade de renegociação de dívida na forma de alongamento ou perdão da dívida; ● Objetivo: assegurar mecanismos adequados para para compensação de risco sistêmico da safra agrícola e garantir subsídio ao prêmio de seguro privado; ● Abrangência: pequeno e médio produtores precisam ter não só o seguro para pagamento da dívida, mas também para manter renda familiar; ● Evita queda de produtividade associada a quebra de safra; ● Melhorias de desenho do Programa: valor do adicional do Proagro deve passar a considerar não só o valor do empréstimo, mas também o tipo de lavoura financiada; ● Obrigatoriedade de contratação de mitigadores de risco para todos os financiamentos com recursos controlados, com subsídios modulados; ● Elaboração de rotina de avaliação de riscos com informações climáticas e de sinistros, para melhorar a precificação do seguro;
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