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Curso Administração de Empresas/Ciências Contábeis Disciplina: Comportamento Humano nas Organizações Prof. Gilberto Ranalli CONCEITOS BÁSICOS DE MOTIVAÇÃO “meu filho possui grande potencial, mas não o coloca em prática”. “genialidade é 1 por cento de inspiração e 99 por cento de transpiração”. (Thomas Edison) O fato é que alguns trabalham com mais afinco do que outros. A consequência é que indivíduos com menos capacidade podem superar seus colegas mais talentosos. Por esse motivo, o desempenho no trabalho ou fora dele depende não somente das habilidades individuais, mas também da motivação de cada um. Podemos definir como um comportamento externado. Pessoas motivadas dedicam um esforço maior no seu desempenho do que as desmotivadas. Mas essa definição é relativa e nos diz muito pouco. Uma definição mais descritiva , nos fala da disposição para fazer alguma coisa, que por sua vez é condicionada pela capacidade dessa ação de satisfazer uma necessidade do indivíduo. Necessidade, em nossa terminologia, significa uma deficiência física ou psicológica que faz com que determinado resultado pareça atraente. O que é motivação? O que é motivação? De acordo com Maximiano (2000), há dois grupos de motivos que influenciam o desempenho, que são: •Motivos internos: são aqueles que surgem das próprias pessoas, como aptidões, interesses, valores e habilidades da pessoa. •Motivos externos: são aqueles criados pela situação ou ambiente em que a pessoa se encontra. São estímulos ou incentivos que o ambiente oferece. O que é motivação? Conjunto de forças que leva a pessoa a se engajar numa atividade em vez de outra. Embora a motivação seja algo intrínseco, as lideranças podem fornecer estímulos ou incentivos, com o objetivo de despertar o interesse ou a necessidade das pessoas em prol dos objetivos organizacionais. O que é motivação? Para Griffin e Moorhead (2006) o desempenho no cargo depende da motivação, capacidade e ambiente. ou seja, O funcionário precisa querer fazer o trabalho (motivação), ser capaz de fazê-lo e dispor dos recursos necessários para fazê-lo. (ambiente) O que é motivação? •Administração científica – parte do pressuposto de que os funcionários são motivados por dinheiro. •Escola das relações humanas – defende a ideia de que atitudes favoráveis dos funcionários acarretam motivação para trabalhar mais. •Abordagem de recursos humanos – parte do pressuposto de que as pessoas querem contribuir para a organização e são capazes de fazê-lo de forma genuína. Uma necessidade não satisfeita gera tensão, que estimula a vontade do indivíduo. Essa vontade desencadeia uma busca de metas determinadas que, uma vez cumpridas, satisfarão a necessidade e levarão à redução da tensão. Necessidade insatisfeita Tensão Busca do comportamento Vontade Necessidade satisfeita Redução da tensão A década de 1950 foi um período fértil no desenvolvimento de conceitos sobre motivação. Três teorias foram formuladas nessa época e, embora muito questionadas hoje em dia, vamos conhecê-las pois ainda são muito utilizadas pelos executivos para explicar a motivação de seus funcionários. Também porque são a base para as teorias modernas. Teorias antigas sobre motivação Hierarquia de necessidades Teoria X e Y Teoria de dois fatores Teoria da hierarquia das necessidades Essa é a teoria de motivação mais conhecida. Segundo Abraham Maslow, dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco necessidades. São elas: Teoria da hierarquia das necessidades Fisiológica Teoria da hierarquia das necessidades Segurança Teoria da hierarquia das necessidades Sociais Teoria da hierarquia das necessidades Estima Teoria da hierarquia das necessidades Auto-realização hierarquia das necessidades de Maslow http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hierarquia_das_necessidades_de_Maslow.svg Teoria X e Teoria Y Douglas McGregor (Nasceu em Detroit, 1906 - Massachusetts, 1 de Outubro de 1964, foi economista e professor universitário estadunidense, lecionou psicologia social em Harvard e professor de psicologia no MIT; foi um dos pensadores mais influentes na área das relações humanas. Teoria X e Teoria Y Douglas MacGregor propôs duas visões distintas do ser humano: uma basicamente negativa, chamada Teoria X e outra basicamente positiva, chamada Teoria Y. Depois de observar a forma como os executivos tratavam seus funcionários, ele concluiu que a visão que os primeiros tem da natureza dos seres humanos baseia-se em certos agrupamentos de premissas e que eles tendem a moldar seu próprio comportamento em relação à equipe de acordo com essas premissas. Sob a teoria X, as quatro premissas dos executivos são: Os indivíduos, por natureza, não gostam de trabalhar e, sempre que possível tentam evitar o trabalho. Como não gostam de trabalhar precisam ser coagidos, controlados ou ameaçados com punições para que atinjam as metas. Sob a teoria X, as quatro premissas dos executivos são: Os funcionários evitam responsabilidades e buscam orientação formal sempre que possível. A maioria dos trabalhadores coloca a segurança acima de todos os fatores associados ao trabalho e demonstra pouca ambição. Em contraste com essas visões negativas MacGregor lista quatro premissas positivas, sob a chamada teoria Y. Os indivíduos podem achar o trabalho algo tão natural quanto descansar ou divertir-se As pessoas demonstrarão auto orientação e autocontrole, se estiverem comprometidas com os objetivos. Em contraste com essas visões negativas MacGregor lista quatro premissas positivas, sob a chamada teoria Y. Na média as pessoas podem aprender a aceitar ou até mesmo buscar responsabilidades. Qualquer pessoa pode ter a capacidade de tomar decisões inovadoras. Não se trata de privilégio exclusivo daqueles em posições hierárquicas mais altas. Teoria de dois fatores Desenvolvida pelo psicólogo americano Frederick Irving Herzberg, a Teoria dos Dois Fatores foi formulada a partir de entrevistas feitas com 200 engenheiros e contadores, utilizando perguntas que tinham o objetivo de identificar quais aspectos despertam felicidade ou decepção nesses profissionais. Atualmente referência no ramo da Gestão Empresarial, esta teoria gira em torno de dois conceitos: fatores motivacionais e fatores higiênicos. Também chamada de teoria da higiene-motivação, foi proposta pelo psicólogo Frederick Herzberg, partindo da ideia de que a relação de uma pessoa com seu trabalho é básica e essa atitude determina seu sucesso ou seu fracasso. Teoria de dois fatores X Afinal o que as pessoas desejam do seu trabalho? Pesquisadores tabularam as respostas, nas quais as pessoas se sentiam excepcionalmente bem ou mal a respeito do seu trabalho. Portanto as condições que envolvem o trabalho, foram caracterizadas por Herzberg como “fatores higiênicos”, quando esses são adequados, os indivíduos não se mostram insatisfeitos, embora também podem não estar completamente satisfeitos. Herzberg sugere que o oposto de satisfação não é a insatisfação, como tradicionalmente se acredita. A eliminação dos fatores de insatisfação de um trabalho não o torna via de regra satisfatório. Portanto, executivos que procuram eliminar os fatores geradores de insatisfação podem alcançar a paz, mas não necessariamente a motivação dos funcionários. Fatores Higiênicos que afetam a insatisfação no trabalho Fatores motivacionais que afetam a satisfação no trabalho Qualidade da supervisão Oportunidade de promoção Remuneração Oportunidade de crescimento pessoal Políticas corporativas Reconhecimento Condições físicas do trabalho Responsabilidade Relacionamento interpessoal Realização Segurança do emprego Alta – insatisfaçãosatisfação - Alta No entanto a crítica a essa teoria atacam os seguintes pontos: -Quando as coisas vão bem, as pessoas tendem a tomar os créditos para si, caso contrário culpam o meio ambiente. -Os pesquisadores precisam fazer interpretações e dessa forma contaminam os resultados. -Não há medida geral para a satisfação. Uma pessoa pode não gostar do seu trabalho, mas continua achando-o aceitável. -A teoria dos dois fatores ignoram as variáveis situacionais. -Herzberg pressupõe uma relação entre satisfação e produtividade, mas a metodologia usada por ele enfoca apenas a satisfação não a produtividade. X As teorias apresentadas anteriormente, apesar de muito conhecidas não resistiram a uma análise mais rigorosa. As teoria apresentadas a seguir representam o atual estado da arte na explicação da motivação dos trabalhadores. Teorias contemporâneas sobre motivação Teoria das necessidades de MacClelland Teoria de fixação de objetivos Teoria do reforço Teoria do planejamento do trabalho Teoria da equidade Teoria da expectativa Teoria das necessidades de MacClelland David McClelland (20 de Maio de 1917 - 27 de Março de 1998), psicólogo americano, Apresentou 3 necessidades (ou motivos) como os responsáveis pelo comportamento humano. A essa teoria chamou de Teoria da Motivação pelo Êxito e / ou Medo. Para ele os principais vetores da necessidade para que um ser humano pudesse obter a sua satisfação eram: Teoria das necessidades de MacClelland - Necessidade de realização: Impulso para superar-se, atingir determinados padrões, lutar pelo sucesso. - Necessidade de poder: Induzir outras pessoas a se comportar como não fariam normalmente, de uma maneira que não é próprio do comportamento delas. - Necessidade de associação: O desejo por relacionamentos interpessoais próximos e amigáveis. Você foi designado a realizar um trabalho na sua empresa e você sabe que ele tem 50% de chance de dar certo e 50% de chance de dar errado. Você o realiza ? NÃO Você não é do tipo realizador. SIM Você é do tipo realizador. Estabelece metas realistas, porém difíceis e que forcem um pouco seus limites. Você vê um colega de trabalho agindo de maneira que você considera não recomendável. Você o aborda e tenta mudar seu comportamento ? NÃO Você não é do tipo que tem necessidade de poder. SIM Você é do tipo que tem necessidade de poder. Gosta de estar no comando, prefere situações competitivas e que dão status, preocupa-se mais com o prestígio e a influência do que propriamente a um desempenho eficaz. Essa teoria propõe que as intenções – expressas como metas – pode ser uma das principais fontes de motivação. Pode-se afirmar, com considerável dose de confiança, que objetivos específicos melhoram o desempenho, que objetivos difíceis, quando aceitos, melhoram ainda mais do que aqueles mais fáceis; e que quanto mais “feedback”, melhor o desempenho. Teoria de fixação de objetivos ou estabelecimento de Metas proposta por – Edwin Locke e Gary Lathan (1981). Um executivo determina aos líderes dos caminhoneiros da sua empresa que façam uma agenda de tarefas e rotas a serem cumpridas semanalmente para cada um deles. Um outro executivo de outra empresa determina aos seus líderes que ordenem aos caminhoneiros para que “façam o melhor que puder”. Teoria de fixação de objetivos Qual executivo tem maior chance de sucesso? Grau de dificuldade da meta Especificidade da meta Esforço orientado para a meta Aceitação da meta Desempenho Recompensas Intrínsecas Recompensas extrínsecas Satisfação Apoio da organização Comprometimento com a meta Habilidades e competências individuais Teoria de fixação de objetivos A conclusão é que as intenções – quando articuladas em relação aos objetivos específicos e difíceis - representam uma poderosa fonte motivacional. Teoria do reforço Desenvolvida inicialmente pelo psicólogo norte- americano Burrhus Frederic Skinner (considerado como um dos pais da psicologia comportamental), a Teoria do Reforço, conclui que as acções com consequências positivas sobre o individuo que as pratica tendem a ser repetidas no futuro, enquanto o comportamento que é punido tende a ser eliminado. As consequência são positivas sempre que as pessoas sentem prazer com a sua própria performance. Daqui resulta a importância da informação sobre a organização como fator de motivação, em especial a relativa às áreas em que a pessoa se encontra envolvido. Teoria do reforço Essa é uma abordagem comportamentalista, segundo a qual o reforço condiciona o comportamento. Os teóricos do reforço consideram o comportamento como produto do ambiente. Para ele os eventos cognitivos internos não importam – o que controla o comportamento são os reforços – qualquer consequência que, quando segue imediatamente uma resposta, aumenta a probabilidade de que aquele comportamento se repita. Os estudos de Maslow, MacGregor e Herzber abordaram a importância de entender o trabalho em si como possível fonte de motivação. Pesquisas recentes em planejamento do trabalho oferecem evidências mais fortes de que a maneira como os elementos do trabalho são organizados pode reduzir ou aumentar a motivação. Teoria do planejamento do trabalho Variedade de habilidades Teoria do planejamento do trabalho X Oficina mecânica Linha de produção Identidade da tarefa Teoria do planejamento do trabalho X Marceneiro Tarefa rotineira numa fábrica de móveis Significância da tarefa Teoria do planejamento do trabalho X UTI hospitalar Varrer o chão do mesmo hospital Autonomia Teoria do planejamento do trabalho X Vendedor autônomo Vendedor de uma concessionária Feedback Teoria do planejamento do trabalho X Produzir e testar Produzir e aguardar a supervisão de outra pessoa Teoria do planejamento do trabalho Dimensões essenciais no trabalho Estados psicológicos críticos Resultados pessoais e profissionais Variedade das habilidades Identidade da tarefa Experiência de ver o trabalho como significativo Alta motivação interna no trabalho Significância da tarefa Desempenho de alta qualidade no trabalho Autonomia Vivência da responsabilidade pelos resultados profissionais Alta satisfação no trabalho Feedback Conhecimento dos reais resultados das atividades profissionais Baixo absenteísmo e baixa rotatividade Teoria da equidade – Stacy Adams A teoria fundamenta-se na premissa de que as pessoas querem ser tratadas de maneira justa nas organizações. Desejo das pessoas de serem tratadas com base no que percebem como equidade e de evitar o que percebem como inequidade. O termo “Teoria da equidade” elaborado por Stacey Adams (1965) propõe que funcionários observam o que possuem na organização (salários, benefícios, promoções, méritos) com suas competências (experiência, escolaridade, empenho) fazendo uma equiparação com funcionários que exercem a mesma função ou similar.[ https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_equidade Teoria da equidade Você acabou de se formar na faculdade e arrumou um emprego que vai lhe pagar um salário de R$ 2.000,00 reais. Você considera um bom salário, considerando que está ainda sem experiência. Como você reagiria se um outro colega, em iguais condições entrasse na mesma empresa, para a mesma função, ganhando R$ 2.600,00 reais? Segundo a teoria da equidade, os trabalhadores, não só comparam o que recebem pelo trabalho (resultados), com o que dedicam a ele (entradas), mas também a relação entradas-resultados; com relação às entradas-resultados dos seus colegas. Teoria da equidade Quando as relações se equiparam considera-se haver JUSTIÇA Quando a comparação resulta desigual considera-se haver INJUSTIÇA Teoria da equidade De acordo com essa teoria, quando um trabalhador percebeuma injustiça, espera-se dele, uma ou mais dessas cinco escolhas: Distorcer sua percepção das próprias entradas e resultados, bem como das dos demais Comportar-se de maneira a induzir os outros a modificarem suas entradas e resultados Comportar-se de maneira a modificar as próprias entradas e resultados Buscar outro ponto de referência Pedir demissão Teoria da expectativa – Victor Vroom O termo expectativa refere-se à probabilidade de que um esforço chegue a um resultado”. A teoria das Expectativas é conhecida como uma das muitas teorias que procuram explicar as motivações humanas foi desenvolvida, inicialmente, pelo psicólogo Victor H. Vroom em 1964. Segundo Vroom, o processo de motivação deve ser explicado em função dos objetivos e das escolhas de cada pessoa e das suas expectativas em atingir esses mesmos objetivos. Esta teoria consiste numa abordagem cognitiva, que considera que o comportamento e o desempenho são resultado de uma escolha consciente, sendo que geralmente o comportamento é escolhido. Essa teoria da expectativa sustenta essencialmente que a intensidade da tendência para agir de determinada maneira depende da intensidade da expectativa de que essa ação trará um dado resultado e da atração de que esse resultado exerce sobre o indivíduo. A teoria, portanto, enfoca três varáveis: 1. Atração: importância que o indivíduo dá ao resultado ou recompensa potencial a ser alcançado. Essa variável se baseia nas necessidades não satisfeitas do indivíduo. 2. Relação desempenho-recompensa: o grau em que o indivíduo acredita que um determinado nível de desempenho vai levar à obtenção de um resultado desejado. 3. Relação esforço-desempenho: a probabilidade percebida pelo indivíduo de que uma certa quantidade de esforço vai levar ao desempenho. Atenção: As teorias motivacionais possuem limitações culturais. A maioria das teorias sobre motivação foi desenvolvida nos Estados Unidos, por norte-americanos, sobre norte-americanos. Faça uma breve pesquisa de como essas teorias podem ser diferentes em outros países. Muitas teorias apresentadas nesse capítulo, demonstram um valor razoavelmente forte para a previsão. Como um administrador, preocupado em motivar a sua equipe, deve aplicá-las?
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