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MARINHA DO BRASIL CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE GRAÇA ARANHA ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE NÁUTICA DANIEL AUGUSTO BASTOS LEONARDO FERREIRA DIAS O QUE CAUSOU O DESASTRE DA PLATAFORMA DEEP WATER HORIZON RIO DE JANEIRO 2017 DANIEL AUGUSTO BASTOS LEONARDO FERREIRA DIAS O QUE CAUSOU O DESASTRE DA PLATAFORMA DEEP WATER HORIZON Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção do título de Bacharel em Ciências Náuticas do Curso de Formação de Oficiais de Náutica da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça Aranha. Orientador: Prof. Marcelo Costa Alves RIO DE JANEIRO 2017 DANIEL AUGUSTO BASTOS LEONARDO FERREIRA DIAS O QUE CAUSOU O DESASTRE DA PLATAFORMA DEEP WATER HORIZON Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção do título de Bacharel em Ciências Náuticas do Curso de Formação de Oficiais de Náutica da Marinha Mercante, ministrado pelo Centro de Instrução Almirante Graça Aranha. Data da Aprovação: / / Orientador: Prof. Marcelo Costa Alves , M.Sc. Assinatura da Orientador NOTA FINAL: AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradecemos a Deus por ter permitido e ter deixado chegarmos até aqui , momentos finais de nos formarmos, em segundo lugar agradecermos nossos pais por toda a ajuda e todo suporte, caso contrario não seria possível tudo ser realizado e por último nossos amigos que nesses três anos de escola, nos ajudaram a fazer todos esses momentos serem especiais e mais divertidos aqui dentro e hoje podemos dizer que são parte da nossa família e que queremos levar pro resto da vida. RESUMO Este Trabalho de Conclusão de Curso visa apresentar numa ordem cronológica todos os fatos que fizeram com que a sonda deep water horizon, uma das maiores exploradoras ou descobridoras de petróleo da época, em 2010 no golfo do méxico, viesse a explodir devido a uma sucessão de erros que colocaram em risco a vida de varias pessoas com a morte de 11 destas, causando um dos maiores desastres de todos os tempos. Esse tipo de acidente vem aumentando dia apos dia mesmo depois de 2010 com uma adoção de varias medidas de segurança, pois muitos proprietários visam ,somente em sua grande maioria, o dinheiro que irão receber e nao se preocupam tanto com o que pode acontecer de grave com suas plataformas ou unidades, deixando de gastar dinheiro com o que há de mais moderno e seguro. O presente estudo tem como objetivo demonstrar como era o trabalho dessa sonda e os efeitos ocasionados por esse tipo de acidente com seu foco exclusivo na deep water horizon mas relacionando com outros acidentes históricos e tentando mostrar o que poderia ter sido feito pra evitar um dos maiores acidentes com unidades relacionadas a exploração de petróleo de todos os tempos . Palavra- chave: Deep water horizon. Acidente. Segurança. ABSTRACT This work of conclusion of course aims to present in a chronological order all the facts that caused the probe deep water, one of the greatest explorers or oil discoverer of the time, in 2010 in the Gulf of Mexico, to explode due to a succession of errors that endangered the lives of several people with the death of 11 of them, causing one of the greatest disasters of all time. This type of accident is increasing day after day even after 2010 with the adoption of several security measures, since many owners aim, for the most part, only for the money they will receive and do not worry so much about what can happen with their platforms or units, failing to spend money on what there is. It is more modern and safe. The present study aims to demonstrate how the work of this probe and the effects caused by this type of accident with its exclusive focus on deep water but relating to other historical accidents and trying to show what could have been done to avoid one of the biggest accidents with units related to oil exploration of all time. Keywords: Deep water horizon. Accident. Safety. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Localização do poço 11 Figura 2: Deep Water Horizon 12 Figura 3: Golfo do México 14 Figura 4: As falhas que geram o fluxo no poço 16 Figura 5: Águas costeiras americanas afetadas pelo derramamento de óleo 20 Figura 6: Combate ao Incêndio na Plataforma 23 Figura 7: Barreira de Contenção 26 Figura 8: Cabelo humano e pelos de animais para contenção de oléo 28 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS EUA - estados unidos da America NOAA - agencia para os oceanos e atmosfera dos EUA PIB - produto interno Bruto ANP - agencia Nacional de petroleo BP - british petroleum DP - dynamic position BOP - blow out preventer SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 9 2 HISTÓRICO DA PLATAFORMA DEEP WATER 11 2.1 Características do Golfo do México 13 2.2 Operação do Poço e o que Causou o Problema 14 2.2.1 Acessórios Utilizados na Perfuração 16 3 DESASTRE 20 3.1 Vazamento 21 3.2 Explosão 23 3.3 Custo 24 4 PROCEDIMENTOS DE EMERGENCIA E RETENCÃO UTILIZADOS NO __ACIDENTE NA COSTA DA LOUISIANIA 26 5 RELATÓRIO SOBRE O ACIDENTE Erro! Indicador não definido. 6 RELACAO COM OUTROS ACIDENTES HISTORICOS E SUAS __CONSEQUENCIAS Erro! Indicador não definido. 6.1 P-36 32 6.2 Piper alpha 33 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 35 REFERÊNCIAS 37 9 1 INTRODUÇÃO A Deep water Horizon era um sonda semissubmersível de posicionamento dinâmico de aguas ultra – profundas construída em 2001, na qual suas brocas perfuravam o leito marinho , cujo objetivo da torre era perfurar poços de petróleo no subsolo marinho, sendo deslocada segundo requerido conforme o contrato de trabalho e essas torres tinham 121 metros de comprimento por 78 metros de largura. Uma vez que se terminava de perfurar, a extração era realizada por outra equipe, ou seja, o único trabalho da sonda era encontrar lugares que poderiam ser propícios para serem excelentes poços de exploração e que visava a detecção de hidrocarbonetos em quantidade economicamente viável para conseguirem ter mais lucro do que despesas , segundo sua construtora Hyundai Heavy Industries . A sonda era de propriedade da transocean e estava alugada a British Petroleum ( BP ) de janeiro de 2009 ate setembro de 2013, em setembro de 2009 perfurou o poço petroleiro mais profundo da historia. Podia operar em águas de até 2400 metros de profundidade e tinha uma profundidade máxima de perfuração de 9100 metros. A torre podia alojar ate 130 membros da tripulação e navegava até a posição de perfuração onde se estabelecia e começava o processo para saber se o local tinha ou não probabilidade de ser viável. Ela contava com pontões e quatro colunas que se submergiam parcialmente quando a torre era lastreada e também era equipada com um moderno sistema de posicionamento dinâmico ( DP ) classe 3 que fornecia uma grande estabilidade e a possibilidade de ter uma operaçãocom grande sucesso sem a plataforma ficar balançando muito mesmo em condições adversas, como mau tempo. A plataforma estava na fase final da perfuração de um poço no Canion do Mississipi, no golfo do México, quando o ultimo revestimento havia sido cimentado com pasta nitrogenada , uma solução não convencional oferecida pela empresa terceirizada Halliburton. Este é um processo delicado, pois há possibilidade de os fluidos do poço serem liberados descontroladamente. No dia 20 de abril de 2010, por volta de 21h , aconteceu uma explosão na torre devido a liberação de gases vindo do poço e que chegou a plataforma, e esta incendiou-se, morreram onze pessoas em consequência deste acidente , sete trabalhadores foram evacuados para a estação aérea naval em Nova Orleans e levados para o hospital. Este trabalho será estruturado em cinco capítulos, contendo no primeiro o histórico da plataforma e onde explorava quando estava arrendada. No segundo capitulo 10 trata-se da parte histórica da Deep water e como ela atuava no Golfo do México. No terceiro, são as partes do desastre mostrando a explosão após o vazamento e os custos de todo o acidente. No quarto capitulo , os métodos de limpeza que foram usados para tentar diminuir o problema causado. No quinto , a parte final do acidente com o relatório que foi produzido em cima de tudo que ocorreu na plataforma . 11 2 HISTÓRICO DA PLATAFORMA DEEP WATER Antes de toda a operação começar na área do golfo do México que era e continua sendo muito rica na área de exploração de petróleo, a BP iniciou a operação e consequentemente a perfuração do poço em 7 de outubro de 2009 pois, não era conhecido a não ser por estudo se o local seria uma grande área propicia para a extração e produção de petróleo e gás, porem foi iniciada, nesse período ainda como plataforma Mariana no campo de Mississipi Canyon, bloco 252, chamado de Macondo. Figura 1: Localização do poço Fonte: Gep-se 12 A sonda Mariana, após começar a operação, foi danificada pelo furacão Ida em 9 de novembro e logo depois foi fechada pois a plataforma ficou seriamente avariada e precisou deixar o local em que estava operando para ser levada para um estaleiro para sofrer reparos em sua estrutura que ficou seriamente afetada devido a grande intensidade do furacão na sua passagem pelo golfo do México . Em função disto, a BP e a Transocean, substituíram a sonda pela Deep water Horizon, que como já estava anteriormente definido e deveria continuar a operação iniciada pela sonda Mariana e conseguir chegar ate o final o trabalho que foi planejado desde o inicio, que era achar um local propicio a exploração de petróleo . Figura 2: Deep Water Horizon Fonte: Gep-se A plataforma tinha apenas 9 anos de vida e não tinha em seu histórico nenhum evento de controle de poço serio dentre todos as suas 30 operações que ela tinha realizado anteriormente, o qual não saberia se o processo daria certo ou não devido ao nível de confiabilidade da sonda devido o pequeno numero de operações. Por outro 13 lado ela tinha um moderno sistema de posicionamento dinâmico classe 3 podendo perfurar laminas de água máximas de 3000 metros. A Transocean cobrava da BP aproximadamente 500 mil dólares por dia pelo aluguel da sonda, mais as taxas. A BP tinha como objetivo perfurar o poço em 51 dias e custaria aproximadamente 96 milhões de dólares mas o poço gastou muito mais tempo que o planejado para ser completado o que encareceu bastante todo o serviço prestado. Apos o desastre com o furacão Ida, a operação no local foi reiniciada em fevereiro de 2010, alguns meses depois do inicio com a sonda Mariana, com algumas anormalidades de pressões nas rochas que antes não existiam e não preocupavam para prosseguir a operação. No dia da explosão, a sonda estava 43 dias atrasada para ir para a sua nova locação, o que deve ter custado à BP cerca de 21 milhões de dólares, somente em taxas de leasing, que nada mais é do que um contrato de locação na qual a arrendadora adquire um bem escolhido por seu cliente para em seguida, aluga-lo a este ultimo por um prazo determinado. Então para correr atrás do prejuízo, diminuir despesas e aumentar o lucro, resolveu andar depressa evitando procedimentos de segurança e cortando custos com equipamentos. Segundo a BP , antes do terrível acidente, a plataforma teve ao total três paralizações serias que colocaram em questão a possibilidade de operar ou não. Após a ultima parada em 4 de abril de 2010, a sonda voltou a operar e conseguiu alcançar no dia 9 de abril sua maior profundidade de 18360 pés. No dia 16 de abril de 2010 foi declarado abandono do poço uma vez que todos os objetivos tinham sido alcançados, pois achavam que tinham conseguido a estabilização do poço, uma vez que feito a cimentação, não surgiu nenhum vazamento em todos os testes que foram feitos para tentar avaliar se seria seguro ou não continuar para a próxima fase. 2.1 Características do Golfo do México É o maior golfo do mundo sendo cercado por águas da américa do norte e central. Uma parte da área do golfo mais ao sul localiza-se uma zona tropical e é no golfo do México que se origina a corrente do golfo, uma corrente de aguas quentes que atravessa o oceano atlântico sendo uma das correntes mais fortes conhecidas ate então. No golfo também foram onde se iniciaram muitos furacões que destruíram diversas cidades, o mais famoso e questão do nosso estudo foi o Ida que causou sérios 14 danos a plataforma Mariana, que teve que ser substituída pela Deep water as pressas por causa do efeito da passagem do furacão . Figura 3: Golfo do México Fonte: Google Imagens Um grande numero de rios desaguam no golfo do México dentre eles o Mississipi, um dos mais importantes rios do mundo o que ajuda muito a plataforma continental , que é bastante larga nessa localização contendo inúmeras áreas de petróleo sendo as principais a oeste dessa área, que é retirado através de plataformas marítimas. Outra atividade muito importante, é a pesca de peixes e crustáceos. Uma das principais características dessa região é a quantidade de industrias petroquímicas e a inúmera construção de navios e de armazenamento de óleo o que atrai bastante todos os tios de empresas do segmento de petróleo a se dirigem pra esta área na qual é muito desenvolvida e estruturada em cima desse grande comercio . 2.2 Operação do Poço e o que Causou o Problema Poços em águas profundas são perfurados em sessões. O processo básico consiste em perfurar através da rocha, instalar e cimentar o revestimento para garantir o furo do poço, para então perfurar mais fundo e repetir o processo. O relatório da Comissão de Energia do Congresso afirmou que, quando terminou a 15 última sessão do poço, estava a cerca de 6.500 metros abaixo do nível do mar e 420 metros abaixo do último revestimento. Nesse ponto foi feita um processo conhecido como Perfilagem para identificar as zonas produtoras de petróleo. Uma opção era ancorar um tubo de aço chamado camisa (liner) a partir de um suporte existente no final da coluna de revestimento, já existente no poço, e então inserir um outro tubo-camisa conhecido como suspensor (tie-back) no topo da camisa para uma futura instalação de equipamentos de fundo. A outra envolvia a instalação de uma única coluna de tubos de revestimento, desde o leito marinho, até o fundo do poço. A camisa oferece vantagens sobre a opção de uma única coluna de tubos de revestimento por permitir barreiras extras de proteção mas exige mais tempo para ser instalada , o que no caso da BP não seria ideal pois já estavam atrasados e demorar mais tempo para colocar um equipamento que não era rápido de instalar e que geraria uma perda financeira muito grande para os proprietários .A BP estava ciente dos riscos de uma opção pela coluna única de tubos de revestimento mas para economizar tempo e dinheiro, decidiu instalar a coluna única de tubos de revestimento ao invés de um modo mais seguro porem, mais caro o que nao seria bom para ela em termos de economia. Em 15 de abril de 2010, estimou que usar uma camisa/suspensor em lugar de uma única coluna de revestimento iria adicionar entre 7 e 10 milhões de dólares ao custo de completação. 16 Figura 4: As falhas que geram o fluxo no poço Fonte: Gep-se 2.2.1 Acessórios Utilizados na Perfuração a) Centralizadores São acessórios que são posicionados em torno do revestimento à medida que este vai sendo baixado no poço, para manter o revestimento no centro do orifício de perfuração. Se o poço não estiver corretamente centralizado antes do processo de cimentação, passa a haver um risco ampliado de que se formem canais no cimento que vão permitir a passagem para cima, através do espaço anular em volta do revestimento. O relatório da Comissão afirmou que o engenheiro da Halliburton, Jesse Gagliano, recomendou o uso de 21 centralizadores mas o engenheiro da BP Morel , Brian (2010) respondeu que: “ Nós temos 6 centralizadores (…) é tarde demais para que tenhamos mais desses acessórios a bordo, nossa única opção é rearranjar o posicionamento desses centralizadores”. Esta operação foi considerada pela empresa uma questão risco/recompensa na qual o que pesava mais era o fato de ter que gastar menos e obter o mesmo resultado do que se tivesse utilizando o que foi sugerido pelo engenheiro da Halliburton. O poço passou a ter risco de severos problemas para o escoamento de gás. 17 b) Registro de aderência da cimentação É um teste acústico realizado pela inserção de uma ferramenta no interior do revestimento após a cimentação ter sido concluída. O registro de aderência da cimentação determina se o cimento está aderido ao revestimento e à formação adjacente. Se for encontrado algum canal que permita o fluxo de gás, o revestimento pode ser perfurado e uma quantidade adicional de cimento é injetada no espaço anular para reparar o serviço de cimentação , porem caso não seja feito os riscos de acontecer uma explosão devido a passagem de gás para a plataforma é muito grande e serio ao mesmo tempo. A BP contratou a Schlumberger para que esta estivesse disponível para executar um registro de aderência do cimento. c) O procedimento conhecido como fundo para cima Envolve a circulação de lama de perfuração desde o fundo do poço, percorrendo todo o caminho até a superfície. O “fundo para cima” permite aos trabalhadores na sonda testar a lama quanto à presença de gás e verificar uma liberação controlada de bolsões de gás que possam ter penetrado na lama , garantindo a remoção de resíduos e outros detritos do fundo do poço, evitando a contaminação do cimento. Novamente de acordo com o relatório, a BP não fez a circulação plena da lama. O procedimento final da BP apelava para a circulação de apenas 262 barris de lama, apenas uma pequena fração da lama existente no poço. Não fez o correto para acelerar o programa, circular plenamente poderia acrescentar mais 12 horas à operação oque nao seria bom para a empresa , cujo principal objetivo era obter um maior lucro sem precisar gastar demais . A BP também decidiu não instalar um acessório para bloquear a cabeça do poço e o revestimento no conjunto de selagem ao nível do mar. Para evitar que o revestimento flutuasse , elevando a cabeça do poço e criando a fuga de hidrocarbonetos pelo selo da cabeça do poço foi instalada uma luva de bloqueio do suspensor do revestimento. A BP não instalou esta luva segundo relatório final emitido pelos investigadores do acidente . Em virtude disso a Comissão de investigação pós sub judice as decisões tomadas pela BP mas apontou que a BP tomou decisões que ampliaram o risco de um blow-out para poupar o tempo da empresa ou reduzir custos. 18 2.3 Horas antes do Acidente Após a conclusão de toda a operação de cimentação, instalação dos equipamentos e de tubos submarinos foi realizado o teste da pressão negativa para verificar a integridade do poço e se a operação de explorar o petróleo poderia ser inicializada, pois ela confirma que o cimento bloqueará o fluxo do reservatório. Este processo consiste em retirar a lama por outro fluido mais leve, agua do mar por exemplo, fechando o BOP e deixando somente uma rede especifica, a linha kill ( uma rede especifica do BOP para acesso direto ao interior do poço no caso de necessidade de ação de controle mais eficaz ) aberta em caso de querer verificar o fluxo do sistema. Caso haja a entrada de hidrocarbonetos no poço, o fluxo na kill liner será detectado constatando que não está integro nem seguro para operar, com isso se não houver ingresso significa que esta pronto para a próxima etapa, pois a cimentação foi correta e não correr risco de acontecer algum problema na operação . Segundo o relatório que foi emitido pela BP, responsável pelo teste de pressão negativa, consideraram satisfatório o teste de pressão negativa, sendo mal interpretado, e que poderiam prosseguir para a próxima fase, na qual seria a instalação de um plugue de cimento próximo ao reservatório e instalar um equipamento no fundo conhecido como Locking Sleeve ,uma barreira no topo do reservatório, visando o isolamento do reservatório de maneira segura e para poder retirar o BOP e consequentemente fazer o encerramento do poço . Como tentativa de conseguir obter êxito, mesmo com tantas adversidades foi preciso ser feito diversas mudanças no plano original pela BP, o que pode ter comprometido em grande parte para o acidente, como : redução na profundidade do poco, mudanças consideráveis na coluna do poço, uso de uma razão mais baixa de circulação do que os parâmetros especificados para trocar o colar de flutuação, reduzir a cimentação com espuma de nitrogênio e usar um quantidade menor de cimento do que aquelas especificadas em procedimentos da própria BP . Segundo Henrique , Luis (2012 ) consultor sênior sobre petróleo e gás , a principal má interpretação dos resultados do teste foi a decisão, da BP, em monitorar a kill line ao invés da tubulação de perfuração quando conduziram o teste de pressão negativa pois a equipe de perfuração não continuou monitorando a tubulação, uma vez 19 que tivessem, seria facilmente detectado e corrigido a tempo de poderem verificarem e corrigirem o problema antes de ocorrer o desastre. 20 3 DESASTRE Todas as tentativas da BP para conter o vazamento falharam e diversas fainas foram feitas para tentar solucionar o problema que estava acontecendo como por exemplo: a empresa tentou injetar uma mistura de lama e cimento na tubulação, colocar uma capa de proteção, sugar o petróleo com mangueiras e cavar poços ao lado da plataforma submersa, porem não obteve êxito nessa etapa de tentar conter de imediato o vazamento da plataforma . Figura 5: Águas costeiras americanas afetadas pelo derramamento de óleo Fonte: Google Imagens Como resultado do desastre em Louisiana, os Estados Unidos apertaram o cerco às agencias reguladoras do setor e obrigaram a indústria a investir em mais segurança visto as consequências causadas pela sonda Deep water. Assim, o custo de extração e produção do petróleo passaram a sofrer aumentos que afetaram também os investimentos na camada de pré sal, no brasil e com isso reorientar as metas de segurança da petrobras para que um acidente como nos EUA não viesse a acontecer aqui no Brasil. Decisões tomadas por várias empresas e equipes de trabalho contribuíram para o acidente que surgiu de um conjunto complexo e interligado de falhas mecânicas com os equipamentos não tão modernos poisos valores não eram tão baratos em relação ao que a BP estava disposta a investir para poder obter um lucro ainda maior já que só visava alcançar os recursos financeiros de forma rápida, julgamentos humanos pois 21 cada pessoa envolvida chegou a uma conclusão do que estava pra ocorrer e interpretaram os testes e dados de maneira equivocada , engenharia de projeto, execução operacional e interfaces de equipes . 3.1 Vazamento A mancha negra que se estendeu sobre o oceano atlântico, numa área equivalente a onze vezes a cidade do Rio de Janeiro, era imagem da maior catástrofe ambiental da historia dos EUA. O vazamento de petróleo cru e de gás no golfo do México causou , além de danos ao meio ambiente, perdas econômicas e politicas para o governo de Barack Obama na época , já que a plataforma era de bandeira de registro americana e como todas as tentativas de conter o vazamento falharam, a mancha se alastrou por mais de 1 mês com consequências gravíssimas ate hoje em diversos pontos como fauna e flora. Desde o desastre , o óleo foi prejudicando a fauna marinha, turismo e a pesca na região pois com o acidente a região deixou de receber muitos turistas uma vez que toda a costa da Louisiana foi afetada pelo vazamento descontrolado impedindo principalmente a pratica de qualquer atividade naquelas águas . O acidente também obrigou o governo norte americano a revisar as politicas de energia e a regulamentação do setor petrolífero que explora o óleo mineral em águas profundas. É uma discussão que também interessa ao brasil, na qual apos o acidente com a sonda, foi feita a revisão e começou a ter um maior aperto do cerco às regras de exploração do petróleo na camada do pré sal. Pela sua extensão, este foi considerado o pior vazamento de petróleo da historia dos EUA. A quantidade acumulada foi quase três vezes maior que o vazamento do navio petroleiro Exxon Valdez, ocorrido no Alasca em 24 de março de 1989, ate então o mais grave em águas norte americanas O departamento de pesca dos EUA emitiu um boletim alertando para os danos causados a animais marinhos do golfo, tanto pelo petróleo quanto por produtos tóxicos usados na limpeza .Segundo esse documento, os componentes químicos causavam irritações, queimaduras e infecções na pele e a sua ingestão poderia trazer problemas ao aparelho gastrointestinal, danificar órgãos e, a longo prazo, levar a morte. 22 A mancha de petróleo colocou em alerta toda área costeira de Louisiana e das regiões vizinhas da Florida, do Mississipi e de Alabama. O acidente também afetou a indústria pesqueira, os serviços, o comercio e até o turismo, uma vez que as praias ficaram sujas de óleo. A pesca comercial e recreativa foi totalmente proibida por tempo indeterminado . Todas as tentativas de conter o vazamento fracassaram, não totalmente por que não tinham técnicas para estes fatos mas muito também por que não estavam preparados naquele momento para tal desastre tanto em relação a treinamento como saberem oque fazer. Experimentou-se primeiramente tapar as rachaduras nos canos com a ajuda de robôs submarinos. Instalou-se uma cúpula de contenção para sugar o petróleo que escapava dos canos. Tentaram a técnica chamada top kill, de introduzir um tipo de lama especial nas tubulações, porém nenhuma dessas técnicas obteve êxito no proposito principal de conseguir parar o vazamento. Além das denúncias apresentadas no relatório, havia um aparelho que poderia ter impedido ou amenizado o vazamento: o Acoustic Switches ou “gatilho acústico”. É um dispositivo controlado por controle remoto implantado fora das plataformas que envia impulsos acústicos através da água, provocando uma válvula subaquática ou explosivos para encerrar o poço sem precisar ter um contato propriamente dito . As plataformas off-shore tem um interruptor para desligar o fluxo de petróleo, fechando uma válvula localizada no fundo do oceano. Também tem um backup chamado “homem morto”, como um switch que é para fechar a válvula, no caso de uma catástrofe .Como uma terceira linha de defesa, há o “gatilho acústico” mencionado acima. Por controle remoto ele usa ondas sonoras para se comunicar com a válvula no fundo do mar chão e fecha-la. Esse seria uma opção de último recurso que poderia ter sido ativado a partir de um local remoto ou ainda por submarinos que chegaram horas depois da explosão. A BP optou por não equipar plataformas petrolíferas ao largo da costa dos Estados Unidos com este equipamento por que os regulamentos assinados por Bush em 2003 não a obrigava devido ao grande valor de investimento neste equipamento ultra moderno . O equipamento custava 500 mil dólares mas a BP não quis gastar mais este dinheiro com um sistema que poderia ter evitado o desastre. 23 3.2 Explosão A sonda estava na fase final da perfuração de um poço no Canion do Mississipi no golfo do México, quando o ultimo revestimento havia sido cimentado com pasta nitrogenada, uma solução não convencional oferecida pela empresa terceirizada Halliburton , responsável apenas pela parte da cimentação .Este é um processo delicado, pois há possibilidade de os fluidos do poço serem liberados descontroladamente. No dia 20 de abril de 2010 aconteceu uma explosão na torre, e esta incendiou-se, morreram onze pessoas em consequência deste acidente, sete trabalhadores foram evacuados para a estação aérea naval em Nova Orleans elevados para o hospital. Essa explosão foi causada por uma bolha de metano que se desprendeu do poço na qual não estava totalmente seguro e cimentado como achavam e disparou para cima, pela coluna de perfuração, expandindo–se rapidamente ao eclodir de diversos lacres e barreiras antes de explodir, segundo alguns funcionários que foram interrogados. Figura 6: Combate ao Incêndio na Plataforma Fonte: Ecodesenvolvimento 24 3.3 Custo O derramamento de petróleo no golfo do México em Abril de 2010, em águas dos Estados Unidos, foi o maior já ocorrido até hoje . Escaparam cerca de 3,2 milhões de barris de petróleo do poço no golfo, que ficou aberto quando explodiu a plataforma Deep water Horizon, da petrolífera britânica BP. Mas qual foi o impacto provocado nos recursos naturais? uma equipe de cientistas norte-americanos calculou quanto era que as pessoas estariam dispostas a pagar pelos danos na natureza devido ao acidente. A conta ficaria em cerca de 16.000 milhões de euros. Estávamos em 20 de Abril de 2010 quando a plataforma Deep water Horizon, 1500 metros abaixo da superfície do oceano, explodiu e se afundou. Morreram 11 pessoas e câmaras subaquáticas revelaram que petróleo e gás se espalharam pelo fundo do oceano, a 42 milhas náuticas de distância da costa do estado do Louisiana, nos EUA. A seguir a esta catástrofe, os trabalhadores da BP, da empresa de perfuração marítima Transocean (proprietária do equipamento da plataforma Deep water Horizon) e agências governamentais norte-americanas juntaram-se para controlar a dispersão do petróleo. Muitos cientistas foram também para a região do golfo do México para avaliar as consequências deste derrame. Remover o petróleo derramado no mar não é e não era propriamente um trabalho fácil, porque o petróleo é hidrofóbico (não se mistura com a água) e flutua à superfície do oceano em forma de mancha. Além disso, as correntes do oceano e a velocidade dos ventos também não ajudaram à limpeza. Os trabalhos prolongaram-se durante 87 dias e milhares de pessoas participaram nas operações de remoção do petróleo. Em Julho de 2010, quando o petróleo deixou de se alastrar, estimou-se que tinham sido derramados cerca de 3,2 milhões de barris de petróleo. Durante o derrame, formou-se uma mancha de petróleo que atingiu cerca de 22 milhas de comprimento. Os efeitos do derrame no ecossistema do golfo do Méxicoforam visíveis : desde pelicanos e peixes cobertos de petróleo até tartarugas sufocadas nas praias. A morte de aves marinhas também foi numerosa e os corais de profundidade ficaram com danos nos seus tecidos e cobertos por bocados de petróleo. O número de mortes de golfinhos aumentou de 63 por ano, entre 2002 e 2009, para 200 por ano desde Abril de 2010, de acordo com a agência Reuters em 2015. Um estudo da agência para os oceanos e a atmosfera dos EUA (NOAA), de 2016, também referia que 80% das gravidezes dos golfinhos não chegavam ao fim, devido à exposição ao petróleo. 25 Em Julho do ano passado, a BP anunciava que a conta final que tinha de pagar por esta catástrofe ascendia a cerca de 57.000 milhões de euros. Os custos incluíam danos materiais, perdas económicas, a limpeza ou custos médicos. Publicado na revista Science, o estudo refere que os danos ficaram em cerca de 17.200 milhões de dólares (cerca de 16.000 milhões de euros). Se fizermos uma comparação com o produto interno bruto (PIB) português – que anda à volta de 170.000 milhões de euros por ano –, então o custo só para a natureza do derrame da Deepwater Horizon corresponde a cerca de um décimo da riqueza produzida por ano por Portugal. 26 4 PROCEDIMENTOS DE EMERGENCIA E RETENCAO UTILIZADOS NO ACIDENTE NA COSTA DA LOUISIANIA Para começar a reverter o quadro causado por esse desastre ambiental e toda a sujeira das aguas poluídas, a BP desenvolveu um robô especial para essa missão e o enviou ate o equipamento de controle de uma válvula do sistema de segurança do poço, para que fosse bloqueado qualquer possível derramamento. Na época da explosão, essa mesma ação poderia ter sido feita com um pequeno controle remoto, porem a ação não pode ser concluída porque o óleo concentrado na agua e a profundidade final ao qual chegou o poço ficava impossibilitado de isso acontecer. Com a barreira já instalada pelo robô da BP, a limpeza começou a acontecer e para agilizar ainda mais essa ação, a empresa ainda colocou aviões para dispersar o óleo que estava na superfície desses mares . Figura 7: Barreira de Contenção Fonte: Ecodesenvolvimento 27 Outras medidas foram feitas também para tentar diminuir o prejuízo causado pelo desastre com a sonda Deep water por causa da grande dificuldade como a profundidade do poço, por exemplo : colocar uma câmara de três andares de altura, feita de cimento e aço e pesando mais de 100 toneladas que foi abaixada em direção ao buraco principal para interromper o fluxo e bombear o óleo para a superfície , mas essa técnica não deu certo, pois cristais de gelo interromperam e fizeram com que essa medida fosse cancelada e buscassem outro método . Foi utilizado também a técnica de queima do óleo pra minimizar o estrago causado, transferindo os hidrocarbonetos das aguas para o mar, e a construção de uma grande barreira flutuante na tentativa de proteger um dos maiores portos do USA, pois o vazamento poderia chegar facilmente ate a sua localização. A principal técnica e que teria com certeza maiores resultados, seria perfurar um poço no mesmo reservatório do que estava vazando para tentar aliviar a pressão que era muito grande, porem seria muito demorado o que não seria bom, pois seria preciso resultados imediatos . Milhares de litros de dispersantes , produtos químicos dispersantes que fazem o óleo afundar, foram lançados sobre a mancha. A expectativa era que com o tempo a mancha se diluísse em partículas menores, biodegradáveis porem, para muitos cientistas isso poderia causar sérios problemas para o fundo do mar afetando diretamente a vida dos microorganismos e os resultados não era conhecido se seria como queriam que fosse feito pois não tinham usado essa técnica antes . Ate cabelo e pele de animais foram utilizados para tentar conter o vazamento do óleo. A ideia era que o cabelo colocado dentro de meias feita de nylon, absorvesse o óleo que estava se aproximando das praias e que poderia causar sérios problemas maiores do que os que já estavam sendo causados. A co-fundadora da entidade que lidera esse projeto, Lisa gautier disse que o cabelo é um material muito eficiente em relação a absorção do óleo incluindo o petróleo. Ela explicou que cada folículo tem grande área de superfície na qual o óleo adere . 28 Figura 8: Cabelo humano e pelos de animais para contenção de oléo Fonte: Ecodesenvolvimento Porem ate os dias de hoje não existe e não foram criadas tecnologias para serem usadas nesse tipo de acidente no mar e que tenham 100% de eficiência em conter o óleo no mar. 29 5 RELATÓRIO SOBRE O ACIDENTE No documento, a empresa disse que o acidente foi causado não por um erro, mas por uma sucessão de erros cometidos tanto pela BP quanto por outras empresas . Em suas conclusões principais, o documento assinalou a responsabilidade da própria BP, que operava a plataforma, mas também da proprietária da estrutura , a transocean, e da firma construtora do poço, a Halliburton . Quanto ao próprio projeto do poço, o relatório da BP disse que não é provável que tenha contribuído para o desastre, ainda que no momento do acidente a estrutura estivesse funcionando de maneira diferente da planejada . As causas disso foram o tipo de cimento utilizado em sua construção, que não era o adequado por causa da rapidez do processo e com a provável liberação de nitrogênio fez com que ocorresse falhas na integridade do cimento que não resistiu a pressão natural permitindo o fluxo do óleo, e o mau funcionamento do dispositivo que devia conter a saída de petróleo e gás . Após a explosão, cerca de cinco milhões de litros de petróleo cru foram derramados nas aguas do golfo durante 87 dias. Simultaneamente à divulgação do relatório pela empresa, que é a maior extratora de petróleo e gás na área americana do golfo, a empresa de classificação de credito Fitch Ratings subiu em três graus o nível da BP, de BBB para A . O documento isentou de culpa o projeto do poço, mas disse que a contenção de cimento injetado pela Halliburton provavelmente falhou, o que permitiu que o gás da jazida penetrasse no poço. O poço “ macondo “ estava projetado para que o gás fluísse pelos lados do tubo, ou seja, de maneira separada do petróleo, mas não foi o que ocorreu. Os pesquisadores da BP determinaram que nos minutos anteriores ao acidente o gás fluísse dentro do revestimento metálico, e pelos lados, o que favoreceu o desastre. A auditoria revelou que os trabalhadores na plataforma , tanto os da BP como os da transocean, interpretavam de forma errada os dados que estavam recebendo nos 40 minutos anteriores à explosão quando foi feito um teste de pressão negativa substituindo lama por agua do mar criando um ambiente hidrostático desigual de maneira controlada, quando ainda havia tempo de cortar o fluxo do poço ou seja não entraram em acordo para definir e interpretar de forma correta oque estava acontecendo 30 naquele momento na plataforma oque pode ter contribuído em grande parte para a causa do acidente . Após a explosão, deveria ter sido ativado o sistema de prevenção de derramamentos (BOP) mas a ferramenta também falhou, oque permitiu meses de vazamento de petróleo no mar, pois segundo o relatório tinha algumas peças do equipamento BOP danificadas, impedindo o seu correto e eficiente uso . Após 17 meses de investigação, o documento final elaborado pela guarda litorânea e do escritório de administração, regulamentação e supervisão de energia oceânica dos EUA concluiu que a causa principal do acidente que provocou a morte de 11 pessoas, estava relacionada com um defeito no cofre de cimento do poço, que deveria ter impedido que o petróleo e o gás subissem à superfície. Passados 5 anos do acidente, em2015 a BP divulgou um estudo com a qual pretendia provar que nenhum dano permanente restou para a natureza e o ecossistema, mas nem as pessoas em Grand Isle , próximos ao local , nem os cientistas da ONG national wildlife federation acreditavam nisso. Em um estudo próprio, os cientistas da maior organização ambiental americana demonstraram que, ate hoje ,a fauna marinha ainda se encontra seriamente afetada : além da alta mortalidade de golfinhos, tartarugas e pelicanos, outras 20 espécies também foram atingidas. Foi constatado também que a população começou a sofrer distúrbios mas o motivo não estaria no derramamento de petróleo propriamente dito mas no medo do futuro e na insegurança. Fica claro então , de acordo com os estudos e relatórios emitidos , que o desastre não foi uma fatalidade. Houve no mínimo “dolo eventual” em toda a ação da BP pois ela tinha absoluto conhecimento de todos os riscos que poderia correr quando tomou suas decisões para diminuir custo e apressar os procedimentos. A BP foi culpada civil e criminalmente pelo desastre ecológico e pelas mortes que ocorreram na explosão e nas que estão ocorrendo na operação de resgate. A exploração de petróleo não convencional em águas profundas é altamente perigoso. A melhor maneira de se evitar acidentes desse tipo , é evitar sua exploração. Mas se é necessário que isso seja feito , então deve-se tomar o máximo de cuidado com todas as medidas de segurança, custe o que custar. Nenhuma multinacional petroleira fará isso, somente uma empresa 100% estatal que não tenha o lucro de seus acionistas como seu objetivo principal, e sim que tenha como prioridade a comunidade, o povo brasileiro e a soberania nacional pensará nisso e poderá explorar o pré-sal com condições adequadas. 31 6 RELAÇÃO COM OUTROS ACIDENTES HISTÓRICOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS O derramamento de petróleo da Deep water Horizon ( também relacionada com o derramamento de óleo BP, o desastre do petróleo da BP, no golfo do mexico derramamento de óleo, e o blow out Macondo ) começou em 20 de abril de 2010, no Golfo do México, de propriedade da transocean- operado Macondo Prospect. Na sequencia da explosão e afundamento da plataforma petrolífera Deep water, um jorro de petróleo mar-chao fluiu por 87 dias, ate que foi tampado em 15 de julho de 2010.Estima-se que 8% a 31% maiores em volume do que a maior anteriormente, o derramamento de óleo Ixtoc 1. O governo dos EUA estimou a descarga total em 4,9 milhões de barris. Depois de varias tentativas fracassadas para conter o fluxo , o poço foi declarado selado em 19 de setembro de 2010. Relatos no inicio de 2012 indicaram que o local ainda estava vazando . A resposta maciça seguiu e começou para proteger praias, pântanos e estuários dos navios skimmer óleo espalhando utilizando booms, queimadas controladas e 1,84 milhões de galões ( 7.000 m3 ) de dispersante corexit óleo flutuante. Devido ao derramamento de meses de duração, juntamente com os efeitos adversos das atividades de resposta e limpeza, grandes danos ao habitats marinho e dos animais selvagens e as industrias de pesca e turismo foi relatado. O petróleo continuou sendo encontrado tão longe do acidente de Macondo como nas aguas ao largo da Florida e Tampa Bay, onde cientistas disseram que a mistura de óleo e dispersante foi incorporada na areia. Em 2013 foi relatado que os golfinhos e outros animais marinhos continuaram a morrer em inúmeros recordes com golfinhos infantis. Um estudo divulgado em 2014 relatou que os atuns e amberjack foram expostos ao petróleo do derramamento, e com isso desenvolveram deformidades do coração e outros órgãos que seriam esperadas para ser fatal ou, pelo menos, encurtamento da vida e outro estudo descobriu que a cardiotoxicidade poderia ter sido difundida em vida animal exposto ao vazamento . Todas as atividades relacionadas à exploração petrolífera são de suma importância para a obtenção dos combustíveis que literalmente movimentam o mundo de hoje em dia. Dentre elas, as plataformas petrolíferas se destacam também pela sua periculosidade . 32 Acidentes na exploração de petróleo offshore acontecem no mundo todo. Muitas vezes, falhas são revertidas a tempo e a situação é controlada ; em outras, erros sucessivos levam a desastres que custam centenas de vidas e danos irreparáveis ao meio ambiente. Os riscos dessa atividade são proporcionais à profundidade da exploração, e atualmente as plataformas vêm se modernizando a fim de adentrar cada vez mais o oceano em busca do tão valioso “ouro negro. “ Dentre os maiores acidentes destacam-se o da plataforma P-36 ( 2001 ) , da Piper Alpha e do navio Exxon Valdez, na qual foi considerado um dos maiores desastres na indústria do petróleo. O perigo não advém apenas da extração e separação de óleo, agua e gás, bem como seu armazenamento, mas também da própria flutuação da estrutura. O professor de engenharia oceânica da UFRJ, Segen Estefen , afirmou que : “a possibilidade de você ter explosões é inerente à atividade de exploração do petróleo. você pode ter vazamento de gás. Você pode ter falta de controle no armazenamento do óleo. Então, toda aquela atividade do petróleo, intrinsecamente, é algo perigoso. O acidente na maior plataforma de produção de petróleo, P-36, em alto mar de sua época, foi também o maior da petrobras. Duas explosões num tanque de óleo e gás foram responsáveis pela tragédia que, das 175 pessoas a bordo, matou 11, todas integrantes da equipe de emergência . 6.1 Plataforma P-36 A maior plataforma de produção de petróleo da sua época em alto mar , tinha basicamente a dupla função de servir como instrumento importante para exploração petrolífera na costa brasileira mas também como ícone da importância e tamanho da petrobras , na época considerada uma das maiores empresas do ramo petrolífero . A P- 36 tinha uma megaestrutura operacional que custou à estatal cerca de 350 milhões de dólares . Sua construção na época exigiu técnicas que nunca tinham sido realizadas anteriormente e feitas em diversas partes do mundo como o seu casco , na Itália em 1995, e terminado em 2000 no Canadá . Começou a ser operada pela petrobras no campo de roncador , na bacia de campos , localizada a 130 quilômetros do Rio de Janeiro e produzia cerca de 84 mil barris de petróleo por dia . 33 Em marco de 2001 , ocorreram duas explosões que afetaram diretamente as colunas da plataforma , provocando uma inclinação de 16 graus , devido o alagamento de parte de seu compartimento após a explosão . Na hora do desastre havia 175 pessoas a bordo , das quais 11 morreram na hora , segundo apurado pelo jornalista do jornal O Globo Marco Antônio Teixeira . Os engenheiros tentaram varias técnicas para arrumar e fazer com que a plataforma voltasse a sua estabilidade normal porem todas as tentativas fracassaram com isso a plataforma no dia 20 de marco de 2001 naufragou com um reservatório de 1500 toneladas de óleo a bordo . Após um certo tempo de investigação para saber o que de fato ocorreu com a plataforma , a agência nacional de petróleo (ANP) concluiu que o acidente se deveu à “não conformidade quanto a procedimentos operacionais , de manutenção e de projeto “. Na época houve acusações , segundo o sindicato dos petroleiros do Rio de Janeiro havia irregularidades nos contratos , mas , após depoimento no congresso , não se chegou a uma conclusão que pudesse ser levado para investigações com mais afinco . 6.2 Piper Alpha A Piper Alpha , era uma plataforma de grande porte , situada no campo de óleo Piper , no Mar do Norte , a 193 km aproximadamente da Escócia em aguas de ate 144 metros de profundidade . Ela era operada pela Occidental Petroleum Ltd. e Texaco , proprietária de quase 22% nas ações . Em 6 de julho de 1988 , um vazamento de condensadode gás natural que se formou sobre a plataforma , incendiou-se , causando uma explosão enorme . A bola de fogo rompeu uma linha principal que conduzia gás de outras plataformas para a Piper Alpha . Em menos de uma hora , outras linhas de gás se romperam , tornando o incêndio completamente fora de controle . A plataforma foi totalmente destruída causando a morte de 81 pessoas entre os 167 , devido o sufocamento por monóxido de carbono na área de alojamentos que não eram a prova de fogo . De acordo com Sérgio Roberto de Paula , do sindicato de petroleiros do Rio de Janeiro : “o desastre foi tão repentino e extremo que uma evacuação tradicional foi impossível .O maior problema foi que o pessoal que tinha autoridade para ordenar a 34 evacuação , a maioria acabou morrendo quando a primeira explosão destruiu a sala de controle “. A principal causa para o acidente para muitos estudiosos da área , começou no setor de compressão de gás da plataforma quando uma válvula de alivio de uma das bombas de condensado foi retirada para manutenção e a linha foi paralisada , mas essa informação se perdeu na hora da troca do serviço . Segundo a National Geographic , um fator importante foi que a plataforma próxima , Tartan , continuou a bombear gás ao núcleo do fogo até que a tubulação interligando ambas plataformas rompeu-se devido ao calor . Os operadores de Tartan não tinham autoridade para parar a produção , mesmo vendo ao horizonte que a Piper Alpha estava queimando . Cita-se também um projeto deficiente da plataforma , com a ausência de paredes corta-fogo que piorou ainda mais o cenário . 35 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A BP, considerada por muitos a grande culpada pelo desastre, no momento crucial não fez nada para conter o vazamento de óleo. A companhia despachou seis submarinos remotamente controlados ao leito oceânico para tentar fechar uma válvula chamada preventor de explosão, ou BOP, pois esta válvula deveria ter fechado quando a plataforma explodiu, mas isso não ocorreu naquele momento . Segundo o Wall Street jornal, Noruega e brasil exigem que plataformas maritimas tenham um dispositivo de desligamento chamado válvula acústica que as equipes podem acionar de um navio , fora do local , para bloquear o fluxo de óleo, mas o dispositivo não era obrigatório nos EUA. 0 vazamento piorou após o inicio na qual torções no cano estavam pressionando o fluxo. De acordo com jornalistas que cobriram estre desastre , talvez poderia ter sido evitado o desastre não só por esse motivo mas também pela falta de manutenção nos equipamentos e o principal seria a falha na comunicação que é de suma importância para qualquer coisa dar certo, neste caso as etapas do poço . Uma operação rotineira da sonda provavelmente deveria ter sido mais elaborada e planejada , e o treinamento da equipe de perfuração ser melhorado, com o objetivo de identificar com rapidez possíveis falhas e acontecimentos no poço. No caso de algo não sair como planejado , saberiam o que fazer e agir com calma sem nervosismo e não teriam muitos problemas na resolução dos problemas que poderiam vir a colocar em risco a segurança da plataforma . O acidente da Depp water Horizon acendeu um alerta no setor offshore de acordo com o sindicato dos petroleiros do Rio de Janeiro , em especial no golfo do mexico e aqui no Brasil, onde os poços caminham cada vez mais para aguas profundas e com o aumento da profundidade os riscos e a segurança em prevenir esses riscos cada vez mais aumentam. O grande investimento que ocorre no avanço e desenvolvimento tecnológico de novos e melhores equipamentos, plataformas que possam ser mais efetivas no processo de perfuração e engenharia de poço avançada, também deve ocorrer na manutenção custosa que essa tecnologia carrega . Segundo Diego Tavares Bonfim, oficial de náutica e coordenador geral do centro de simulação aquaviaria : “necessitamos de profissionais mais bem treinados e capacitados, com maior qualificação para ocupar determinadas posições. Entende-se que a experiência é fundamental, mas ela deve vir acompanhada de uma solida base 36 técnica do trabalho realizado. O comprometimento e a comunicação entre as diversas operações conjuntas que ocorrem a bordo deve ser exigência pessoal, de maneira a não permitir que uma cadeia perigosa de eventos comece a se desenvolver. Falta o investimento humano no setor, comprometimento com as pessoas que estão trabalhando para atingir resultados, não somente com os resultados. “ Atualmente para uma boa prestação de serviços e segurança de toda uma tripulação não basta saber somente como operar o equipamento, deve-se saber seus princípios de funcionamento principalmente, conhecer e saber interpretar o manual das pecas para tentar saber o que fazer. Não basta olhar indicadores e medidores e agir conforme uma regra programada antes, deve-se entender o que aqueles valores estão querendo dizer e a implicação de um fator no total da engenharia do poço . 37 REFERÊNCIAS ECODESENVOLVIMENTO. Golfo do México é palco de um dos piores desastres ambientais da história. Disponível em: <http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/golfo-do-mexico-e-palco-de-um-dos- piores-desastres>. Acesso em: 12 jul. 2017. G1.GLOBO. Entenda os riscos da exploração do petróleo. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/07/entenda-os-riscos-da- exploracao-de-petroleo.html>. Acesso em: 12 jul. 2017. GEP-SE. O ACIDENTE E AS LIÇÕES APRENDIDAS NO CASO DA DEEPWATER HORIZON. Disponível em: <https://www.gep-se.com/single- post/2016/08/21/O-ACIDENTE-E-AS-LI%C3%87%C3%95ES-APRENDIDAS-NO- CASO-DA-DEEPWATER-HORIZON>. Acesso em: 12 jul. 2017. GREENPEACE. Pior vazamento de petróleo completa cinco anos. Disponível em: <http://m.greenpeace.org/brasil/pt/high/Noticias/Pior-vazamento-de-petroleo-completa- cinco-anos/>. Acesso em: 15 jul. 2017. LUIZHENRIQUEOILEGAS.BLOGSPOT. Relatório final do acidente do poço. Disponível em: <http://luizhenriqueoilegas.blogspot.com.br/2011/06/relatorio-final-do- acidente-do-poco.html?m=1>. Acesso em: 15 jul. 2017. MEIOAMBIENTE.CULTURAMIX. Vazamento de óleo no golfo do México. Disponível em: <http://meioambiente.culturamix.com/poluicao/vazamento-de-oleo-no- golfo-do-mexico>. Acesso em: 15 jul. 2017. MUNDOMERGULHO.BLOGSPOT. Explosão na plataforma de perfuração. Disponível em: <http://mundomergulho.blogspot.com.br/2014/01/explosao-na- plataforma-de-perfuracao.html?m=1>. Acesso em: 15 jul. 2017. PENSAMENTOVERDE. O vazamento golfo México e suas consequências. Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/o-vazamento- golfo-mexico-e-suas-consequencias/>. Acesso em: 25 jul. 2017. ULTIMOSEGUNDO.IG. Acidente no golfo do México teria sido erro humano. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/acidente-no- golfo-do-mexico-teria-sido-erro-humano/n1237600542783.html>. Acesso em: 25 jul. 2017.
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