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A Relação Entre Indivíduo e Sociedade

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A Relação entre indivíduo e sociedade. 
O homem como um ser social 
A Sociologia é uma ciência cujo objeto de estudo é a sociedade. Nossa, que legal! Mas o que isso tem a ver com você? 
 Margareth Thatcher, primeira-ministra britânica durante os anos 1980, disse: Não existe essa coisa de sociedade; o que há e 
sempre haverá são indivíduos”. A frase ficou conhecida devido aos importantes desdobramentos políticos de tal concepção. 
Num primeiro momento, talvez, você se sinta inclinado a concordar com essa afirmação. 
No entanto, a criação da Sociologia pressupôs não somente a existência da sociedade, como a sua primazia, ou, ao menos, certa 
autonomia com relação ao indivíduo. Mas o que é a sociedade, afinal? O que significa dizer que o homem é um ser social? 
 Em primeiro lugar, significa olhar os fenômenos sociais não como o resultado da somatória de ações e vontades individuais, e, 
consequentemente, problematizar a própria noção de indivíduo. Nesse sentido, significa pensar a sua ação e vontade – inclusive 
aquela que você julga a mais original, única e intima – dentro de um quadro de regras e normas pré-estabelecidas. 
 A análise sociológica parte de uma perspectiva abrangente. Desse modo, ela desnaturaliza as nossas crenças e os nossos valores. 
Como escreveu um conhecido sociólogo da atualidade, Anthony Giddens (2004, p. 2): “[...] o que consideramos natural, 
inevitável, bom ou verdadeiro pode não o ser, e que o que tomamos como ‘dado’ nas nossas vidas é fortemente influenciado 
por forças históricas e sociais. Compreender as maneiras ao mesmo tempo sutis, complexas e profundas, pelas quais as nossas 
vidas individuais refletem os contextos da nossa experiência social é essencial à perspectiva sociológica”. 
 Para entendermos em que medida os nossos atos e crenças individuais refletem o contexto social, é preciso olhar para a nossa 
rotina familiar com certo estranhamento, isto é, perceber o nosso cotidiano a partir de uma perspectiva mais ampla. Pense no 
divórcio, por exemplo. Pode ser um processo muito complicado para quem o atravessa. Mas, ao mesmo tempo, ele tem uma 
explicação social, ainda mais quando as estatísticas indicam que o divórcio se tornou mais frequente nas sociedades 
contemporâneas. No entanto, por que ele é mais frequente hoje? 
 Outro bom exemplo é o desemprego. Além de ser, muitas vezes, uma tragédia pessoal, ele é uma questão pública que expressa 
grandes tendências sociais (GIDDENS, 2004). Um sociólogo também poderia pensar a possível relação entre as duas coisas, 
observando em que medida o desemprego numa família pode resultar na separação do casal. 
As possibilidades não param aí. De acordo com Giddens (2004, p. 2), os atos mais triviais, como tomar uma xícara de café, 
estão repletos de sentido social. “Podemos começar a notar que o café não é meramente uma bebida, enquanto parte das nossas 
atividades sociais cotidianas possui um valor simbólico. O ritual associado ao ato de moer café é frequentemente muito mais 
importante do que o consumo de café propriamente dito. Duas pessoas que combinam de se encontrar para tomar café estarão 
provavelmente mais interessadas em estarem juntas e conversarem do que em beber, de fato, café. Em todas as sociedades, na 
realidade, beber e comer proporcionam ocasiões para a interação social e o desempenho de rituais, além de fornecer temáticas 
ricas para o estudo sociológico”. 
 Agora, pensem em sua própria vida. Por que você está, neste exato momento, lendo um texto de Sociologia? Por que você 
precisa estudar? Você almeja uma carreira? Qual, e por quê? O que a sua família pensa dessa profissão? Quais as possibilidades 
de sucesso no mercado de trabalho? 
 Análise sociológica do Individualismo 
A concepção de indivíduo como átomo, ou seja, como uma totalidade em si mesmo, é própria do individualismo. A análise 
individualista ganhou força no século XVIII, com os contratualistas e a economia política. De acordo com o economista escocês 
Adam Smith (1723-1790), a atuação dos indivíduos, mesmo que motivada por interesses particulares, acabaria por engendrar o 
desenvolvimento da nação. Assim, a livre competição no mercado produziria não a guerra, mas o desenvolvimento coletivo, 
uma vez que a lei de oferta e procura permitiria a melhor alocação dos recursos. Para o filósofo inglês John Locke (1632-1704), 
a própria existência da sociedade e do Estado se deve a um ato individual: o contrato. Segundo ele, antes do contrato social, o 
homem vivia num estado de natureza em que cada um agia de acordo com as próprias regras. 
 Se o contrato é um ato social, como ele pode ser firmado por homens em estado de natureza? Essa questão é tão cíclica que 
remete a outra, bem conhecida: afinal, quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? O que no indivíduo é inato e o que é adquirido 
socialmente? Se para o sociólogo a sociedade é central, é fato que ela é composta de indivíduos, mas também é óbvio que tais 
indivíduos não se encontram isolados – por mais que queiram, sonham ou pensem estar isolados. Nesses termos, a análise 
sociológica se debruça sobre o que é comum num determinado grupo, e parte importante da personalidade dos indivíduos 
também é produto social. Ao inverter a perspectiva, pode-se dizer que sociedade alguma poderia existir sem os indivíduos que 
constituem; ela transmite a sua civilização por intermédio dos seus indivíduos. 
A emergência do Individualismo 
Nessa época em que vivemos, os indivíduos têm muito mais oportunidades para configurar as suas vidas do que no passado. 
Antigamente, a tradição e os hábitos exerciam uma influência determinante sobre a vida das pessoas. Fatores como a classe 
social, o gênero, a etnicidade e a religião podiam fechar ou abrir determinadas portas. Nascer filho mais velho de um alfaiate, 
por exemplo, provavelmente queria dizer que iria aprender a profissão do pai e ser alfaiate para o resto da vida. De acordo com 
a tradição, o espaço natural da mulher era o lar: sua vida e identidade eram, em grande medida, definidas pelo esposo ou pelo 
pai. No passado, as identidades pessoais dos indivíduos formavam-se no seio da comunidade em que nasciam. A ética, os 
valores e os estilos de vida dominantes em determinada comunidade forneciam as regras relativamente fixas que guiavam as 
pessoas em suas vidas. 
 Sob a globalização estamos, contudo, perante a emergência de um novo individualismo, no qual as pessoas têm de constituir 
de modo ativo e construir as suas identidades. À medida que as comunidades locais interagem com uma nova ordem mundial, 
o peso da tradição e dos valores estabelecidos enfraquece. Os “códigos sociais” que antigamente guiavam as escolhas e as ações 
das pessoas perderam significativamente importância. Hoje, por exemplo, o filho mais velho de um alfaiate pode escolher 
inúmeros caminhos de vida futuros, as mulheres já não estão confinadas ao espaço doméstico e outros fatores que moldavam a 
vida das pessoas deixaram de existir. Os quadros tradicionais de identidade estão sendo dissolvidos, enquanto emergem novos 
padrões de identidade [...]. 
 GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenklan, 2004, p. 61. 
 Indivíduo e Sociedade para os Clássicos 
A estreita relação entre indivíduo e sociedade é o ponto de partida de todo estudo sociológico. No entanto, a Sociologia oferece 
várias possibilidades teóricas para a análise dessa relação. Vejamos, primeiro, como a questão aparece nos clássicos da 
disciplina para, em seguida, pensarmos um autor contemporâneo, como Norbert Elias. 
 Para Karl Marx (1818-1883), o aspecto determinante na análise da sociedade é a classe social. A classe social informa a posição 
ocupada pelo indivíduo nas relações de produção. Por exemplo, a classe trabalhadora é formada por aqueles que precisam 
vender a sua força de trabalho em troca de um salário. A burguesia é constituída por aqueles que detêm os meios de produção 
(máquinas, fábricas, terras etc.)e que, por isso, não precisam de um salário. O burguês e o trabalhador são indivíduos, mas o 
que é destacado na análise marxista é o papel de cada posição na sociedade capitalista. Diria Marx: um burguês não pensa e não 
age como um operário. 
 Por certo, existem diferenças e singularidades entre os trabalhadores, mas há enormes semelhanças que resultam justamente da 
sua condição. Assim, para Marx, indivíduo e sociedade não são contrapostos. O homem – por mais que seja um 
indivíduo particular – é a expressão de uma totalidade social. 
 Émile Durkheim (1858-1917) enfatiza a importância da sociedade. De acordo com ele, o objeto de estudo do sociólogo é o fato 
social e este, tal como o objeto das ciências naturais, é algo externo ao indivíduo. Isso não quer dizer que a sociedade não seja 
composta por elementos individuais. Nesse sentido, o exemplo de Durkheim é bastante ilustrativo: assim como um corpo é 
formado por suas partes e, ao mesmo tempo, não se reduz a nenhum de seus órgãos, assim também a sociedade é formada por 
indivíduos, apesar de não ser o mesmo que cada um deles. Isso quer dizer que crenças, valores, língua e instituições (família, 
escola, igreja, direito, Estado) independem de mim e de você. Durkheim diria: as pessoas nascem num certo país, com regras 
específicas e numa determinada família, e isso informa muito sobre a sua personalidade. 
Outro clássico sociólogo, Max Weber (1864-1920) propõe estudar a sociedade por meio da ação social (todo o ato orientado 
para ação do outro). Isso inclui, segundo Weber, “vingança por ataques anteriores, réplicas a ataques presentes; medidas de 
defesa diante de ataques futuros”. Nesse sentido, a origem da ação é individual, mas o seu sentido é social, uma vez que ela foi 
originada tendo em vista o comportamento do outro. 
 Por fim, o sociólogo Norbert Elias buscou solucionar a tradicional separação entre indivíduo e sociedade. Ele ressalta que a 
Sociologia, em geral, se dividiu entre os que afirmam que o indivíduo não desempenha nenhum papel na sociedade e os que, 
ao contrário, destacam a sua atuação. Para Elias, por mais que tentemos separar o indivíduo da sociedade, o desenvolvimento 
de um está intimamente ligado ao do outro. A questão não é saber quem é mais importante, mas entender que o indivíduo não 
vive sem a sociedade e vice-versa. 
 Embora exista a liberdade individual de movimento, há também uma ordem aparentemente imperceptível. Cada pessoa tem 
uma função, um trabalho específico e uma renda da qual sobrevive ou sobreviveu. Não é possível sair disso de uma hora para 
outra. Cada um de nós está preso a certos formalismos – seja do trabalho, de uma festa ou de um velório. Existem, no entanto, 
particularidades dentro desse formalismo mais geral. É assim que cresce o indivíduo: partindo de uma rede de pessoas que 
existam antes dele para uma rede que ele ajuda a formar (ELIAS, 1994). 
Depois de conhecer a história de Elena, você diria que a personalidade do indivíduo independe do grupo social? 
 Discutimos aqui a relação entre indivíduo e sociedade. A essa altura, você já deve saber um pouco sobre a importância da 
Sociologia na sua vida e, consequentemente, na sociedade. 
 
Você Sabia da História da Elena Vaero? 
“O encontro entre Elena e os índios aconteceu em 1939, quando ela tinha 11 anos de idade. Uma flecha envenenada no ventre 
efetuou o primeiro contato, quando um bando de índios em guerra atacou a sua família, de brancos pobres do Brasil em busca 
de madeiras preciosas nessa região ainda inexplorada até então. Os pais e os dois irmãos fugiram, Elena foi capturada pelos 
assaltantes, espectadora inconsciente da ruptura mais brutal e mais imprevista que se possa imaginar na vida de uma garota que 
sabia ler e escrever, e com a primeira comunhão feita. Os índios a levaram e a adotaram; ela tornou-se mulher no meio deles, 
depois esposa de dois maridos sucessivos, mãe de quatro meninos; ao cabo de 22 anos, em 1961, abandonou a tribo e a floresta 
para voltar ao mundo dos brancos”. 
 CLASTRES, Pierre. Uma etnografia selvagem. In: ______ Arqueologia da Violência. São Paulo: Cosac & Naify, 2004, p. 55-
68. 
 Leitura 
O Estudo de Durkheim sobre o Suicídio 
Um dos estudos clássicos da Sociologia que explora a relação entre o indivíduo e a sociedade é a análise de Durkheim sobre o 
suicídio (Durkheim, 1952 – originalmente publicado em 1897). Embora os seres humanos se vejam como indivíduos livres em 
relação a vontades e opções, seus comportamentos são muitas vezes padronizados e determinados pelo mundo social. O estudo 
de Durkheim demonstrou que mesmo um ato tão pessoal como o suicídio é influenciado por esse mundo. 
 Outras pesquisas foram realizadas sobre o suicídio, mas Durkheim foi o primeiro autor a insistir numa explicação sociológica 
para o fenômeno. As obras anteriores tinham reconhecido a influência de fatores sociais no suicídio, apesar de destacarem 
fatores como raça, clima ou perturbações mentais para explicar a probabilidade de alguém cometer suicídio. Contudo, segundo 
Durkheim, o suicídio era um fato social que apenas podia ser explicado por outros fatos sociais; era algo mais do que um simples 
conjunto de atos individuais: era um fenômeno com características padronizadas. 
 Ao examinar registros oficiais sobre o suicídio na França, Durkheim descobriu que determinadas categorias de pessoas eram 
mais propensas a cometer suicídio do que outras. Observou, por exemplo, que mais suicídios aconteciam entre os homens do 
que entre as mulheres, mais entre os protestantes do que entre os católicos, mais entre os ricos do que entre os pobres e mais 
entre os solteiros do que entre os casados. Durkheim percebeu também que as taxas de suicídio tendiam a ser menores durante 
épocas de guerra, e mais elevadas quando havia mudanças econômicas ou instabilidades sociais. 
 Esses achados levaram Durkheim a concluir que existem forças sociais externas ao indivíduo que influenciam as taxas de 
suicídio. O autor relacionou a sua explicação com a ideia de solidariedade social e dois tipos de laços na sociedade – a integração 
social e a regulação social. Ele acreditava que as pessoas solidariamente integradas em grupos sociais, cujos desejos e aspirações 
se regiam pelas normas sociais, tinham menor probabilidade de se suicidar. Identificou quatro tipos de suicídio, em função da 
presença ou ausência da integração e da regulação. 
 Os suicídios egoístas caracterizam-se por uma fraca integração na sociedade e ocorrem quando o indivíduo está sozinho ou 
quando os laços que o prendem a um grupo estão enfraquecidos ou quebrados. As baixas taxas de suicídio entre os católicos, 
por exemplo, podem ser explicadas pela sua forte noção de comunidade social, enquanto a liberdade moral e pessoal dos 
protestantes significa que “estão sozinhos” perante Deus. O casamento funciona como uma proteção no que diz concerne ao 
suicídio, ao integrar o indivíduo num relacionamento social estável, ao contrário das pessoas solteiras, que permanecem mais 
isoladas no seio da sociedade. A menor taxa de suicídios em tempo de guerra, segundo Durkheim, pode ser vista como um sinal 
de maior integração social. 
O suicídio anômico é causado por uma ausência de regulação social. Para Durkheim, esse tipo de suicídio se reporta às condições 
sociais de anomia, quando as pessoas se veem “sem normas” em contextos de mudança súbita ou de instabilidade na sociedade. 
A perda de um ponto de referência no que diz respeito às normas e aos desejos – como sucede em tempos de convulsões 
econômicas ou de conflitos pessoais como o divórcio – pode perturbar o equilíbrio entre a realidade da vida das pessoas e os 
seus desejos. O suicídio altruísta tem lugar quando um indivíduo se encontra “excessivamente integrado” – os vínculos sociais 
são demasiadamente fortes – e valoriza mais a sociedade do que a si próprio. Nesse caso, o suicídio transforma-se numa espécie 
de sacrifício por um “bemmaior”. Os bombistas suicidas islâmicos são exemplos de suicidas altruístas. 
 Para Durkheim, esse tipo de suicídio é característico das sociedades tradicionais onde prevalece a solidariedade mecânica. 
 O último tipo de suicídio é o fatalista. Apesar de, para Durkheim, esse suicídio fosse pouco relevante na sociedade, o autor 
acreditava que o suicídio fatalista se verificava quando um indivíduo era excessivamente regulado pelo meio social. A opressão 
do indivíduo traduz-se num sentimento de impotência perante o destino ou a sociedade. 
 Embora variem de sociedade para sociedade, as taxas de suicídio apresentam padrões reguladores em cada uma delas ao longo 
dos anos. Para Durkheim, isso prova que existem forças sociais consistentes que influenciam o comportamento suicida. Uma 
análise das taxas de suicídio revela até que ponto podem ser identificados padrões sociais gerais em ações individuais. 
 Desde a publicação de O Suicídio, foram levantadas diversas objeções a esse estudo, especialmente acerca da utilização, nas 
estatísticas oficiais, da sua rejeição de influências de caráter não social sobre o suicídio e da insistência em classificar em 
conjunto todos os tipos de suicídio. De qualquer maneira, essa obra continua a ser um estudo clássico e sua asserção fundamental 
permanece válida: mesmo um ato tão pessoal como o suicídio exige uma explicação sociológica. 
 Referência da leitura: GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenklan, 2004. 
 Em Resumo 
 A Sociologia é uma ciência cujo objeto de estudo é a sociedade. 
 A estreita relação entre indivíduo e sociedade é o ponto de partida de todo estudo sociológico. 
 A Sociologia oferece várias possibilidades teóricas para a análise da relação entre indivíduo e sociedade. 
 Para Karl Marx (1818-1883), o aspecto determinante na análise da sociedade é a classe social. 
 Émile Durkheim (1858-1917) enfatiza a importância da sociedade. 
 Max Weber (1864-1920) propõe estudar a sociedade a partir da ação social. 
 Norbert Elias busca resolver a divisão entre indivíduo e sociedade que, por sua vez, não está acima do indivíduo, mas 
se manifesta por intermédio dele. Há, pois, um conjunto de normas pré-estabelecidas em indivíduos que estabelecem 
novas conexões. 
 
Referências 
ELIAS, Norbert. A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. 
FORACCHI, Marialice; MARTINS, José de Souza. Sociologia e Sociedade: leituras de introdução à Sociologia. Rio de 
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978. 
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenklan, 2004

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