Buscar

Subjetividade, Tempo e Psicanálise

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO - UNIBRA
Supervisora: Catarina
Aluno: Jhonatas Hugo de Oliveira Lopes 
Psicologia 9AN
Texto: “Subjetividade, Tempo e Psicanálise”, Joel Birman
1. O Tempo em Questão
A Psicanálise e seus processos são, diferentes das das abordagens psicoterapêuticas, mais prolongadas tendo um número de sessões maior durante a semana. Diferentemente, a psicoterapia breve busca resultados mais objetivos em um curto tempo, possibilitando sempre o fechamento a cada sessão.
Sem esses dois pontos, ainda que a escuta seja realizada por um analista, não se considera psicanálise. O resultado seria algo inferior, denominado psicoterapia analítica. Contudo, as mudanças sócio históricas e a relação da subjetividade e tempo apresentam aberturas para uma releitura sobre a psicanálise.
2. Hierarquias e Desigualdades
	
	A nível privado e público, a psicanálise obtinha um certo domínio teórico no campo terapêutico da época. A psicoterapia breve surge como uma novidade no campo psiquiátrico e psicológico clínico, como uma solução à alta demanda e aos altos custos, decorrentes de longos períodos de análise. Sua aplicabilidade foi maior no âmbito público, pois o estado não dispunha de recursos para investir em tratamentos demorados.
Amplia-se uma hierarquia de classes relacionadas ao atendimento psicanalítico e aos próprios analistas. Os que se reservavam as classes altas, com trabalhos de tempo indefinido dispunham de maior valor social, enquanto aos que centravam-se nos de classe média e baixa eram atribuídos menor valor, sendo tratados como pseudo-analistas. 
Quantos às pessoas desprovidas de uma escuta e acolhimento psicoterapêutico, ficam à mercê de tratamento psicofarmacológico. Esse, deixa de lado a subjetividade e os os anseios individuais, generalizando a angústia. Cabe apenas a classe alta, que usufrui da psicanálise, o reconhecimento subjetivo. 
Em comparação ao tratamento psiquiátrico com fármacos, a psicoterapia breve é a melhor escolha, pois resgata a noção de sujeito individual, subjetivo das classes médias e populares, contrariando a redução animalesca proposta por remédios, sem a escuta e acolhimento.
3. Norma e Instituição
	
	Além da psicoterapia breve, outras abordagens já teciam críticas à forma prolongada e aos inúmeros encontros semanais proporcionados pela psicanálise. Contudo, um fator que causava um alongamento cada vez mais era o apego dos analistas aos analistas. O autor chama atenção para além do tempo, discutir sobre a eficácia terapêutica, que está relacionada à subjetividade, ao conceito de cura para o enfermo,s endo uma área fluida e de difícil determinação.
	Para a psicanálise, a cura se torna ainda mais incerta, visto que se difere da cura atribuída às enfermidades somáticas. A cura psicanalítica e a possibilidade, o conhecimento de si, do desejo, de reinscrição. Citando Castel, comenta sobre a crítica feita por ele sobre a psicoterapia de curta duração, onde não obtinha os mesmos resultados de uma psicanálise, comparando-a a uma ilusão. Os pacientes trocavam frequentemente de terapias, tendo uma duração tão longa quanto a da análise. 
	Contudo, a clínica começa a refutar as técnicas psicanalíticas referentes ao longo tempo e as frequências semanais, pois mesmo reduzindo o número de sessões semanais,era possível desenvolver a transferência e análise de cinco ou quatro sessões, alguns adotaram três e, depois dois e até um encontro semanal. Isso demonstra que o número de sessões semanais foi algo instituído em consenso, que nada influi no fundamento do inconsciente. Surge então uma necessidade de se repensar a forma de atuar psicanalítica. 
Em análise aos textos, percebe-se que o número de sessões e a duração eram na verdade uma resposta à resistência à análise, proposta por Freud e que veio a se tornar uma regra instituída por seus seguidores. Posteriormente passa a se espalhar a análise com uma sessão semanal, tendo como o fator econômico seu propulsor. 
4. Sanidade e Resistência 
	
	Essa prática prolongada e com um alto número de sessões semanais,formada por pós-freudianos, é apontado com a institucionalização da psicanálise. Culminou na formação psicanalítica já discutida e uma normalização do trabalho psicanalítico. 
	Freud trabalhava com um determinado número de sessões semanais devido a resistência. Quando a demanda aumenta, ou conforme a evolução, as sessões podem ser diminuídas sem prejuízos. Outro fato era que as sessões tinham uma duração menor do que as de hoje, porém intensas em função da frequência.
Aqueles que vieram após freud, utilizando da resistência e buscando a cura, tornaram a experiência analítica mais longa, mantendo no entanto a mesma frequência semanal. A busca pela sanidade mental, fundamentava-se na psiquiatria, relida pela psicanálise como psiquiatria dinâmica. 
5. Do Sintoma ao Caráter 
	Nos primórdios da psicanálise, os analisandos participavam de experiências analíticas ao demonstrarem sintomas no sentido analítico. A análise, buscava decifrar e separar esse sentido trazendo-os ao consciente os ressignificando.
Para Freud, os próximos passos da psicanálise seriam relacionados a entender o que impede o processo de cura, o que seria a causa de prolongamento da análise.
6. Refutações 
	Um dos motivos alegados para as mudanças seriam as mudanças ocorridas nos pacientes, em suas demandas e numa necessidade de readaptação para isso. Levaria mais tempo agora do que antes, no processo analítico. A resistência também estaria bem mais forte do que nos tempos de Freud. O autor discorda dessas justificativas, colocando-as como infundamentadas, visto que isso já era observado na época de Freud. O que se transformou ao longo do tempo foi a subjetividade do sujeito.
7. Tempo, Ação e Desejo
	Hoje, cabe a psicanálise uma autocrítica em face do crescimento de sua experiência. Tornando a resistência menos efetiva e podendo achar espaços para uma menor duração de análise.

Continue navegando