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Pesquisa em Psicologia I - Avaliação

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
O impacto da solidão para a saúde mental do idoso durante a pandemia pela COVID-19
Fortaleza, maio de 2021.
Disciplina Pesquisa em Psicologia 1
Professora: Juliana Pita
9
O impacto da solidão para a saúde mental do idoso durante a pandemia pela COVID-19
Projeto de pesquisa apresentado ao curso de graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza como requisito parcial para aprovação na disciplina de Pesquisa em Psicologia.
Orientador: Prof. Juliana Pita
	
	
Fortaleza, maio de 2021.
	SUMÁRIO
	
 
	RESUMO ........................................................................................................................
	04
	1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................
	05
	2 OBJETIVOS ................................................................................................................
	08
	2.1 Geral ..........................................................................................................................
	08
	2.2 Específicos .................................................................................................................
	08
	3 MÉTODO .....................................................................................................................
	
	4 CRONOGRAMA ........................................................................................................
	
	5 ORÇAMENTO ............................................................................................................
	
	REFERÊNCIAS .............................................................................................................
	
	APÊNDICE A – Instrumento para coleta de dados.....................................................
	
	APÊNDICE B – Roteiro de entrevistas ........................................................................
	
	
	
	
RESUMO (AINDA NÃO REALIZADO)
Sugestão:
Introdução sobre o tema – (2 a 3 linhas) – introduza seu tema com alguma teoria, conceito ou dado relevante sobre a temática (não precisa colocar referência no resumo)
Objetivo geral - (2 a 3 linhas) – apresente o objetivo do seu trabalho
Metodologia – 3 a 5 linhas – descreva de forma sucinta o método
O que espera-se com a pesquisa – 2 a 3 linhas – escreva um pouco sobre a contribuição, ou benefícios que são esperados
Palavras-chave: Saúde Mental, solidão, idoso, isolamento social. 
	
1. INTRODUÇÃO
No momento atual, por conta do isolamento social que ocorre em todo o mundo devido a pandemia de Covid-19, a solidão tem sido um dos principais fenômenos experienciados pela sociedade em geral, pois trata-se de uma vivência tocante à perda de vínculos sociais e afetivos. Os idosos tem sido especialmente afetados por esse contexto já que são considerados um grupo de risco da doença.
Segundo Fernandes, Luft e Guimarães (2000 apud Lopes 2009, p. 373) “a solidão é o estado de quem se sente só, traduz isolamento”. Diante deste estado, nós podemos refletir sobre os sentimentos nos quais os sujeitos são perpassados, como tristeza, ou até mesmo, um sentimento de vazio frente à sua existência. Segundo LOPES (2009), este tipo de estado não é exclusivo de uma única fase da vida, podendo surgir em qualquer momento da vida, mas é na velhice que a solidão surge de forma mais frequente. “Fatores psicológicos e sociais parecem estar relacionados com o seu surgimento, como a depressão, o luto, o isolamento social e o abandono. (GOLDFARB, 1998; GUIDETTI; PEREIRA, 2008; PEDRO-ZO; PORTELLA, 2003; PORTO; KOLLER, 2006; WORDEN, 1998).
Assim, percebemos tratar-se de uma questão que pode surgir devido a fatores subjetivos, como a tristeza, que segundo LOPES (2009), é o sentimento que mais contribui para a solidão no idoso, surgindo devido à uma possível debilidade física, durante o luto e até mesmo diante da depressão. Mas existem fatores também sociais, que não podem ser ignorados, que influenciam no surgimento do sentimento de solidão na população idosa.
Trazendo a pesquisa feita por Azeredo (2016), esta apresenta que “parece haver um pico entre os 75-84 anos em que os idosos sentem solidão com maior frequência.” Além disso, a autora também coloca que:
 
É neste grupo etário que os idosos sofrem vários tipos de perdas, que vão desde a morte / afastamento (pelas mais variadas razões) de pessoas afetivamente significativas, enquanto também vão sofrendo uma diminuição da sua própria funcionalidade e da sua mobilidade, que no seu conjunto vão aumentando as expectativas e necessidades de suporte de terceiros. Cria-se, assim, uma discrepância entre o que é esperado e o que a realidade oferece, podendo então surgir frustrações e sentimentos de solidão. (AZEREDO, 2016, p.322).
 
Portanto, refletindo sobre as questões sociais e biológicas acima citadas podemos perceber que a morte de alguém próximo, o afastamento de um emprego no qual havia um vínculo significativo afetivamente, um valor simbólico, a aposentadoria, as perdas motoras e cognitivas, o aumento na necessidade de um suporte externo ou de uma terceira pessoa, são questões biopsicossociais nos quais podemos considerar como próprias desta fase da vida. Dependendo da saúde física, mental, espiritual e do nível de resiliência do idoso, estes fatores tem o potencial de levar ao adoecimento, além do risco de, diante destas novas situações e da dificuldade de se adaptar a ela, serem desencadeadores de um isolamento social do idoso e junto com isso, o aparecimento de uma carência emocional e afetiva, ou até mesmo de uma desmotivação, que segundo Lopes (2009) pode precipitar num quadro depressivo.
Junto ao envelhecimento vem uma maior necessidade de cuidados externos realizados por outras pessoas e/ou familiares. Sabendo então da grande necessidade de auxílio e apoio que demanda um idoso e os riscos que eles correm ao não receberem a devida ajuda, percebemos que cuidados físicos são necessários para a sobrevivência do idoso, contudo, a solidão se torna consequência desse envelhecimento, onde a mudança de fase, de independente para dependente, é muitas vezes conflituosa e incompreendida.
Novos problemas surgiram com a pandemia causada pelo vírus da Covid-19 e muitos outros foram agravados. Com o tema do nosso estudo e pesquisa, passamos a buscar enxergar as novidades da realidade dos idosos durante a pandemia, focando assim no seu isolamento e nas consequências disso para a sua saúde mental.
A solidão, segundo o sociólogo Norbert Elias, em seu livro Solidão dos Moribundos: seguido de envelhecer e morrer, afirma que envelhecer está relacionado com distanciamento social, invisibilidade, luto e abandono. Sendo no período atual “distanciamento social e luto” duas palavras que acompanham toda a população em meio a essa pandemia. Dessa forma, tendo em mente que os idosos possuem uma maior dificuldade na utilização de aparelhos eletrônicos e redes sociais, agrava-se ainda mais essa solidão que é estar distante de familiares, vendo-os somente por voz ou vídeo.
Com todo esse distanciamento, muitas consequências podem ser encontradas, principalmente, a depressão e a tristeza acarretadas por um estado psicológico abalado e ainda nesse período de pandemia com as redes sociais repletas de notícias desastrosas a cada dia, com os falecimentos de conhecidos na mesma faixa etária e o ser solitário em suas casas, onde na maioria das vezes está impedido de seguir sua rotina anterior pela preocupação com sua vida.
Além disso, em uma sociedade pós-moderna como a que vivemos, na qual tudo é rápido, instantâneo e há uma valorização do ser produtivo, cada vez mais os idosos são deixados de lado e maltratados, por muitas vezes não terem conhecimento acerca de novas tecnologias e por apresentarem maior dificuldade no aprendizado, já que muitos não podem mais contribuir com seu trabalho. No ambiente familiar, muitas vezes são vistos como um fardo para seus filhose outros parentes por necessitarem de cuidados constantes, principalmente quando existe alguma condição crônica de saúde. Esse tipo de discriminação é chamada de ageismo, que é o preconceito contra pessoas que tem uma idade mais avançada. Isso acaba por gerar um afastamento de muitos idosos do resto da sociedade, ficando mais isolados. Segundo Elizabeth Mercadante (2003):
No modelo social de velho, as qualidades a ele atribuídas são estigmatizadoras e contrapostas às atribuídas aos jovens. Assim sendo, qualidades como atividades, produtividade, memória, beleza e força são características e presentes no corpo dos indivíduos jovens e as qualidades opostas a estas presentes no corpo dos idosos (MERCADANTE, 2003, p 56). 
Com a pandemia mundial do Covid-19, o mundo passa por momentos difíceis e trágicos, desde as primeiras análises, em vários países mostrou-se que pessoas maiores de 60 anos são mais vulneráveis à doença. De acordo com Barbosa et. al (2000, p. 2 e 3):
Os dados da COVID-19 apontam que entre as pessoas com 80 anos ou mais 14,8% dos infectados morreram, comparado a 8,0% entre os idosos de 70 a 79 anos e 8,8% entre aqueles de 60 a 69 anos (taxa 3,82 vezes maior que a média geral), o que deveria alertar as autoridades sanitárias para o desenvolvimento de estratégias para proteção da saúde dos idosos, entretanto, não tem ocorrido. O risco de morrer por COVID-19 aumenta com a idade, já que a maioria das mortes ocorre em idosos, especialmente aqueles com doenças crônicas. A imunossenescência aumenta a vulnerabilidade às doenças infectocontagiosas e os prognósticos para aqueles com doenças crônicas são desfavoráveis. (BARBOSA et. al, 2000, p. 2 e 3)
O Brasil identificou a primeira contaminação pelo novo coronavírus no final de fevereiro de 2020 e desde então medidas têm sido tomadas, como uso obrigatório de máscaras e o isolamento social, esse período afetou demasiadamente os idosos, eles já passaram por outros tipos de problemas devido suas idades mais avançadas, agora isso piorou além de novos problemas, ficando cada vez mais isolados e até mesmo muitas vezes isolados de seus familiares por medo de serem contagiados. Quais são os impactos da solidão na saúde mental do idoso durante o isolamento social devido a pandemia pela COVID-19? Como isso os afeta? Como estão lidando com isso? Como está sendo essa fase de isolamento social? Procuraremos respostas para essas e outras perguntas neste trabalho.
Assim, pretendemos analisar com o presente trabalho a seguinte hipótese: o sentimento de solidão diante do contexto de isolamento social devido a pandemia pelo COVID-19 afeta de forma negativa a saúde mental dos idosos. Para confirmá-la ou refutá-la, iremos realizar uma pesquisa exploratória por meio de pesquisa qualitativa, com entrevistas semi-estruturadas, e quantitativa.
O presente trabalho pode ser considerado relevante, pois segundo Silva, Viana e De Lima (2020, p. 2):
O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos, número que representa 13% da população do país. E esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE (IBGE, 2018). (SILVA, VIANA e DE LIMA, 2020, p. 2).
Torna-se necessário, portanto, um maior cuidado para com os idosos, já que devido a idade e comorbidades relacionadas a ela, eles são mais vulneráveis a doenças infecciosas. Esse quadro é agravado se levarmos em consideração que “nós teremos surtos [de doenças infecciosas] no futuro e, muito provavelmente, veremos novas epidemias. Nós devemos pará-las antes que se transformem em pandemias”[footnoteRef:1] (BURTON, 2020, sem página). [1: No original: We will have outbreaks in the future, and are very likely to see further epidemics. We must stop these becoming pandemics.] 
2. HIPÓTESES E OBJETIVOS
2.1 Hipóteses ou Pressupostos Teóricos
O sentimento de solidão diante do contexto de isolamento social devido a pandemia pelo COVID-19 afeta de forma negativa a saúde mental dos idosos.
2.2 Objetivo Geral
· Compreender como a solidão afeta a saúde mental do idoso durante o isolamento social devido a pandemia pela COVID-19.
2.2 Objetivos Específicos
· Verificar se a solidão é um sentimento significativo dentre os idosos durante a pandemia;
· Identificar mudanças comportamentais de idosos durante a pandemia;
· Discorrer sobre as maneiras de enfrentamento do sentimento de solidão em idosos durante a pandemia.
3. METODOLOGIA
A presente pesquisa será desenvolvida através do método da pesquisa exploratória, que segundo Gil (2002): 
 A pesquisa exploratória tem por objetivo aprimorar hipóteses, validar instrumentos e proporcionar familiaridade com o campo de estudo. Constitui a primeira etapa de um estudo mais amplo, e é muito utilizada em pesquisas cujo tema foi pouco explorado, podendo ser aplicada em estudos iniciais para se obter uma visão geral acerca de determinados fatos. (GIL, 2002).
Assim, por se tratar-se de uma questão ainda recente, a pesquisa exploratória mostrou-se como relevante, visto a necessidade de investigações de dimensões mais amplas acerca dos impactos do isolamento social, devido à pandemia, na saúde mental do idoso e na hipótese do agravamento do sentimento de solidão frente a esta realidade. 
Inicialmente, será utilizado uma abordagem quantitativa, por meio da aplicação de formulário no google meet, em idosos habitantes de Fortaleza, com objetivo de se ter uma visão mais ampla acerca dos impactos dentro da realidade da cidade acima citada, além de delimitar a população que será entrevistada posteriormente, através de uma abordagem qualitativa. 
A partir desta abordagem, é trabalhada uma visão interpretativa do mundo, na qual seus pesquisadores estudam os fenômenos em seus cenários naturais, tentando entendê-los a partir dos significados, atribuídos pelas pessoas, a esses objetos (DENZIN & LINCOLN, 2006). Assim, a partir desta ótica, é possível ser realizado uma investigação para entender as várias dimensões do fenômeno do isolamento social na contemporaneidade, devido à pandemia e as formas de manifestação do adoecimento no âmbito da saúde mental do idoso e no sentimento de solidão. 
Será utilizada como método de coleta de dados a entrevista semiestruturada, que, segundo Triviños (1987, p. 146), tem como característica a realização de questionamentos básicos, fundamentados em teorias ou hipóteses relacionadas ao tema da pesquisa, de forma a possibilitar posteriores investigações. As entrevistas serão planejadas a partir de tópicos-guia para a elaboração das perguntas.
REFERÊNCIAS
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AZEREDO, Zaida de Aguiar Sá; AFONSO, Maria Alcina Neto. Solidão na perspectiva do idoso. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 313-324, Apr. 2016.
BARBOSA, Isabelle Ribeiro et al. Incidência e mortalidade por COVID-19 na população idosa brasileira e sua relação com indicadores contextuais: um estudo ecológico. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 23, n. 1, 2020.
Burton DR, Topol EJ. Variant-proof vaccines - invest now for the next pandemic. Nature, 2021. Diaponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33558746/>. Acesso em: 05 de maio de 2021.
DENZIN, N. K. e LINCOLN, Y. S. Introdução: a disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In: DENZIN, N. K. e LINCOLN, Y. S. (Orgs.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 15-41.   
DE OLIVEIRA, V.V. et al. Impactos do isolamento social na saúde mental de idosos durante a pandemia pela Covid-19. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.4, n.1, p.3718-3727 Jan/Feb. 2021.
Elias N. A solidão dos moribundos: seguido de envelhecer e morrer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 2001.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.______, Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002
Huang C, Wang Y, Li X, Ren L, Zhao J, Hu Y, et al. Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan, China. Lancet 2020; 395:497-506. Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-02/primeiro-caso-de-covid-19-no-brasil-completa-um-ano >
LOPES, R. F.; LOPES, M. T. F.; CAMARA, V.D. Entendendo a solidão do idoso. RBCEH, Passo Fundo, v. 6, n. 3, p. 373-381, set./dez. 2009
MANZINI, E.J. Entrevista semi-estruturada: análise de objetivos e de roteiros. In: 
MERCADANTE, Elizabeth F. Velhice: a identidade estigmatizada. In: Serviço Social e Sociedade, (org). Velhice e Envelhecimento. São Paulo: Cortez editora, 2003, p. 55-73. 
RIBEIRO, S.C.; RAMOS, J.B.S. A solidão da pessoa idosa em tempos de pandemia. Research, Society and Development, v. 9, n. 10, 2020.
SILVA, M.L.; VIANA, S.A.A; DE LIMA, P.T. Impacto na saúde mental do idoso durante o período de isolamento social em virtude da disseminação da doença covid19: uma revisão literária. Revista Diálogos em Saúde, v. 3, n. 1, Jan/Jun. 2020.
SOUZA, L.H.R.; ARANHA, A.R.; ROSÁRIO, B.L.; RODRIGUES, J.V.S.; COSTA, M.S. Percepção da solidão e estilo de vida durante o isolamento social na pandemia da COVID-19 em idosos. Revista Kairós-Gerontologia, São Paulo, SP: FACHS/NEPE/PUC-SP, n. 23, p. 517-529, 2020.

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