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Pesquisa em Psicologia - A1

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Disciplina: Pesquisa em Psicologia 
Professora: Lígia Claudia 
ATIVIDADE DE A1
OBJETIVO: Debater as peculiaridades da pesquisa em psicologia
QUESTÃO: A psicologia e outras ciências humanas não podem pesquisar através dos parâmetros construídos pelas ciências naturais, uma vez que, a ciência psicológica tem suas idiossincrasias (peculiaridades). Debata as características da pesquisa em psicologia, a partir do texto em anexo.
	A Psicologia foi instituída como ciência em 1879, a partir de William Wundt, quando criou o primeiro laboratório de Psicologia em Leipzig, na Alemanha , afirmando que tratava-se de uma ciência empírica, cujo objeto de estudo seria a experiência imediata, utilizando o método da introspecção, diferindo do método científico usual à época. No século 19, além do surgimento da Psicologia, com Wundt, surgiu o positivismo, inspirado pelo Iluminismo. Mais a frente, a Psicologia voltava-se para a busca de um status científico e através dos testes psicológicos, que permitiram resultados quantitativos, e com os testes comportamentais, advindos do behaviorismo ela ia se aproximando das características principais da construção do conhecimento científico. Esses eventos foram imprescindíveis para posicioná-la enquanto ciência.
Houve, no passado, um engessamento dos métodos de pesquisas que se construíram historicamente, a partir das ideias iluministas, onde a razão era a forma de se alcançar o conhecimento e se fundamentava numa produção apoiada em verdades objetivas, neutras e que podiam ser generalizadas, indo além dos contextos e do tempo. Considerava-se que as verdades científicas eram inquestionáveis. Mas o tempo mostrou que nenhum conhecimento é definitivo, ele evolui e acompanha as dinâmicas sociais. Mais ainda quando se trata da produção nas ciências humanas e sociais, pois percebe-se que não existe uma verdade única. É necessário reconhecer a importância de outras metodologias na produção científica. Desta forma surge a discordância entre as ciências naturais e ciências sociais, e uma mudança de paradigma a partir da década de 60, com o questionamento desse modelo positivista, que pregava que a verdade é resultado da experimentação e acreditava ser possível obter a objetividade apenas através da mensuração de dados. A partir desses questionamentos, visto que nem tudo poderia ser quantificado, surgiu a possibilidade de pesquisas qualitativas.
A finalidade do conhecimento científico é conhecer a causa dos fenômenos e submetê-los à experimentação. A partir do momento que surge um questionamento sem que haja justificativas para embasá-lo, inicia-se essa busca através das pesquisas.
Toda pesquisa científica parte de uma premissa inicial, buscando responder uma pergunta, independente do seu objeto de estudo fazer parte das ciências exatas ou humanas. E, apesar de toda pesquisa também apresentar relações interpessoais, nas ciências humanas o pesquisador (sujeito) não difere do objeto pesquisado (sujeito). São seres humanos investigando peculiaridades humanas, buscando a produção de novos conhecimentos. As ciências humanas, ao contrário das ciências exatas, que buscam a resolução de problemas, procuram compreender algumas questões, não sendo possível uma correlação tão direta como ocorre nas ciências exatas. Talvez por esse motivo haja uma incidência maior de pesquisas qualitativas, nas áreas humanas.
A pesquisa em Psicologia investiga as particularidades psíquicas do homem, considerando todos os aspectos bio-psico-sociais que o rodeiam. Não podemos dissociar o seu objeto de pesquisa do que ocorre ao seu entorno, pois para que esses dados possam ser reproduzidos posteriormente, condição inerente a toda pesquisa científica, essas características não podem ser desprezadas. Por não ter um objeto de pesquisa estático e estar em constante mudança, tudo deve ser relacionado, inclusive o Zeitgeist (“espírito do tempo”, o contexto histórico de cada época).
Devido a essas particularidades muitas vezes subjetivas, ainda nos dias de hoje surgem controvérsias a respeito da efetividade dessas pesquisas, e algumas críticas referem-se à falta de objetividade das mesmas, o que não ocorre nas ciências exatas. É uma discussão que atravessa o tempo e talvez nunca finde. A pesquisa em Psicologia, tal como acontece com as demais ciências, também faz uso da estatística, análises sistemáticas, experimentos e modelos matemáticos, dependendo do modelo de pesquisa utilizado. Entretanto, o que vai diferenciá-la das demais é a busca da compreensão e do entendimento do seu objeto de estudo, não apenas o resultado obtido. É interpretar o resultado dentro da sua amplitude e pluralidade, considerando a sua intensidade e o seu lugar, a partir de um contexto social, histórico e/ou familiar, sem desconsiderar as questões biológicas.
O ponto inicial em uma pesquisa é em relação aos dados a serem obtidos, que podem ser intrapessoais, intersubjetivos ou societais. Após essa definição, será feita a coleta desses dados, através de um delineamento longitudinal, transversal ou sequencial. O objetivo do estudo definirá a escolha do delineamento mais adequado e também o tipo de pesquisa que será realizado. Dependendo da abordagem que será utilizada, a pesquisa poderá ser qualitativa, quantitativa ou quali-quantitativa. E a forma como a coleta de dados será realizada definirá a natureza da pesquisa, que poderá ser estudo de caso, pesquisa bibliográfica, estudo de campo, pesquisa ex post facto, experimental, entre outras. Na Psicologia, assim como nas ciências humanas em geral, a pesquisa qualitativa acaba sendo mais utilizada devido às características das respostas obtidas, mais subjetivas do que as demais áreas. O foco desse tipo de pesquisa, voltado para a Psicologia, está no comportamento e subjetividades do outro, não em dados precisos e objetivos.
Embora tenhamos visto algumas particularidades acerca da pesquisa na Psicologia, esta também deve seguir as mesmas regras e procedimentos das outras ciências, pois são essas normas que trazem credibilidade aos experimentos, e todos os resultados obtidos nesse tipo de pesquisa também devem ser passíveis de verificação, respeitando-se as suas características e peculiaridades citadas anteriormente. E não poderíamos deixar de citar a questão ética nesse tipo de pesquisa. Embora seja uma condição sine qua non em qualquer área de estudo, a ética possui um valor ainda maior dentro da Psicologia, pois estamos lidando com emoções, cognições e subjetividades que talvez jamais fossem reveladas, caso não houvesse uma entrega total por parte dos participantes. Da mesma forma que a sociedade evolui e novas dinâmicas sociais são apresentadas diariamente, é necessário que as normas pertinentes às pesquisas também sejam adaptadas e revistas, para que não haja prejuízo durante o processo e, principalmente, para que a integridade dos seus participantes seja sempre respeitada. A questão ética perpassa por todo o projeto de pesquisa, a partir do tema escolhido, e vai direcionar a forma como os estudos serão realizados, a postura do pesquisador, e definindo também a melhor metodologia a ser aplicada, de acordo com o tema da pesquisa. Esse cuidado é importante para que não haja perda de credibilidade nos meios científicos e comprometimento dos resultados obtidos. Dessa forma, todos ganham. E esse deve ser o objetivo final do nosso trabalho.
Para concluir, é importante destacar que as críticas em relação à neutralidade nas pesquisas em Psicologia ainda estão presentes, em vários momentos, e talvez nunca deixem de existir. Essa crise de cientificidade iniciou-se com Wundt e se mantém na atualidade, pois a capacidade de predição da Psicologia nunca será plena, simplesmente porque a “nossa substância” de estudo não é neutra, pois influenciamos e somos influenciados a todo momento. Mas uma vez que a metodologia seja utilizada corretamente e a ética esteja presente em todos os estágios da pesquisa, os resultados serão fidedignos, dentro da proposta apresentada. O mundo é dinâmico, teorias da física são revistasa todo momento, descobertas em todas as áreas propõem novas formas de pensar sobre vários temas, mesmo nas ciências exatas. Portanto, apesar das subjetividades dentro da Psicologia, o seu status de ciência hoje tem um lugar de destaque: em um mundo que muda a todo instante e cujas mudanças trouxeram impactos à saúde mental e qualidade de vida da população mundial, uma ciência que estuda mudanças comportamentais e subjetivas está no seu momento mais pleno, desde o seu surgimento.
Referências:
http://www.proficiencia.org.br/2021/05/05/o-metodo-cientifico-nas-ciencias-humanas-e-sociais/ acesso em 03 de abril de 2022.
https://fadepe.org.br/2021/06/18/entenda-os-principais-fatores-que-envolvem-a-pesquisa-cientifica-na-area-das-ciencias-humanas/ acesso em 31 de março de 2022
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/567/o/Manual_de_metodologia_cientifica_-_Prof_Maxwell.pdf acesso em 31 de março de 2022
https://www.scielo.br/j/pcp/a/gMzNz8n8Ch4hjNYC68DgPHc/?lang=pt - acesso em 05 de abril de 2022
ZANELLA, Andréa Vieira; SAIS, Almir Pedro. Reflexões sobre o pesquisar em psicologia como processo de criação ético, estético e político. Análise Psicológica, [S.L.], v. 26, n. 4, p. 679-687, 10 dez. 2012. ISPA - Instituto Universitario. http://dx.doi.org/10.14417/ap.528.

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