Buscar

casa_cit_ii_2021

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Módulo Controle da Incidência Tributária
SEMINÁRIO II - CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA: DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Questões
1.	 A respeito do controle de constitucionalidade no sistema processual brasileiro, pergunta-se:
(a)	Quais as espécies de controle de constitucionalidade existentes no ordenamento jurídico brasileiro? 
As espécies de controle de constitucionalidade existentes no ordenamento jurídico são o controle concentrado e o controle difuso.
O controle concentrado objetiva proteger o ordenamento jurídico pátrio, a competência para atuar é exclusiva do Superior Tribunal Federal de acordo com o art. 102 da Constituição Federal e possui como legitimados para propositura os elencados no art. 103 da CF e art. 2 da Lei nº 9.868/99. Seus efeitos são erga omnes, ou seja, vale para todos.
Já o controle difuso pode ser feito por qualquer juízo, se tratando de um meio de defesa ou via de exceção, ela ocorre em um caso concreto no qual se faz a declaração de inconstitucionalidade na causa de pedir, sendo seu efeito somente inter partes, ou seja, valerá somente para esse caso concreto.
(b)	Explique as diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo STF no controle de constitucionalidade (parcial com redução de texto, sem redução de texto, interpretação conforme à Constituição). 
A declaração de inconstitucionalidade parcial com redução de texto prevê que todo texto normativo é inconstitucional tendo que ser considerado inválido e retirado do ordenamento jurídico; quando for sem redução de texto a lei em questão só possui um significado que contraria o ordenamento jurídico, resultando na declaração de inconstitucionalidade somente deste significado, não podendo esta ser usada como forma de interpretação de lei ou ato normativo; e a interpretação conforme à Constituição procura dar a lei ou ato normativo interpretação dentro das diretrizes da Constituição Federal.
2.	A respeito da modulação de efeitos prescrita no (i) art. 27 da Lei n. 9.868/99 e no (ii) § 3º do art. 927 do CPC/15, responda:
(a) há distinção entre a espécie de controle de constitucionalidade em que a modulação dos efeitos pode ser consagrada, considerando o teor de cada um dos dispositivos em análise? 
Sim, em regra, no controle concentrado seu efeito é erga omnes e ex tunc, já no controle difuso os efeitos são inter partes e ex nunc.
(b) há identidade entre os fundamentos apontados em cada um dos dispositivos para que seja convocada a modulação dos efeitos da decisão proferida em controle de constitucionalidade? Identifique-os.
Sim, devem ser observados os princípios da segurança jurídica e do interesse social.
3. Os conceitos de controle concreto e abstrato de constitucionalidade podem ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, respectivamente? Que espécie de controle de constitucionalidade o STF exerce ao analisar pretensão deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF)? Concreto ou abstrato, difuso ou concentrado?
Não há equiparação, pois se trata de classificações de análise da constitucionalidade. A classificação de controle concreto e abstrato refere-se a finalidade do objeto da ação, e as classificações difuso e concentrado se referem ao órgão jurisdicional previsto para fazer o controle.
Procura-se na reclamação, cassar uma decisão judicial do STF, sendo elas em âmbito de controle constitucional ou não.
Portando, o STF não exerce controle de constitucionalidade ao analisar uma pretensão deduzida em uma reclamação.
4.	Que significa afirmar que as sentenças produzidas em ADI e ADC possuem “efeito dúplice”? As decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os demais órgãos do Poder Executivo e Judiciário? E os órgãos do Poder Legislativo? O efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, introduzido pela EC n. 45/04, é o mesmo da ADI? Justifique sua resposta.
As sentenças produzidas em ADI E ADC com “efeito dúplice” significa que a procedência da ADI equivale à improcedência da ADC e vice-versa.
As decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam ao Poder Executivo e ao Judiciário, mas não se vincula ao Poder Legislativo pois pode o Congresso Nacional elaborar um novo projeto de lei sobre o tema que foi declarado inconstitucional, ou então, suspender a decisão, conforme o art. 52, inciso X da CF.
Quanto ao efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF, se trata do mesmo entendimento da ADI. Ela produz efeitos nos âmbitos executivo e judiciário podendo ser modificada ou alterada.
5.	O STF tem a prerrogativa de rever seus posicionamentos ou também está inexoravelmente vinculado às decisões por ele produzidas em controle abstrato de constitucionalidade? Se determinada lei tributária, num dado momento histórico, é declarada constitucional em ADC, poderá, futuramente, após mudança substancial dos membros desse tribunal, ser declarada inconstitucional em ADI? É cabível a modulação de efeitos neste caso? Analisar a questão levando-se em conta os princípios da segurança jurídica, coisa julgada e as disposições do art. 927, § 3o, do CPC/15.
O STF pode rever seus posicionamentos, se observados as alterações fáticas e sociais, assim como, o cumprimento das garantias e direitos fundamentais.
Nada impede de que, em um momento histórico, seja declarada inconstitucional a ADI, posteriormente. É cabível a modulação dos efeitos para que haja a garantia da segurança jurídica e interesse social.
6.	O art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio de impugnação ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal em controle concentrado ou difuso. Pergunta-se: 
(a) É necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior à formação do título executivo? 
Sim, pois conforme §7º do art. 535 do CPC “a decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5º deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda”.
(b) E se for posterior, poderá ser alegada? Se sim, por qual meio? Há prazo para esta alegação? 
Sim, conforme §8º do mesmo texto legal “Se a decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal”. Há um prazo de 2 anos contados do trânsito em julgado.
7.	Contribuinte ajuíza ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária que o obrigue em relação a tributo cuja lei instituidora seria, em seu sentir, inconstitucional (porque violadora do princípio da anterioridade). Paralelamente a isso, o STF, em ADI, declara constitucional a mesma lei, fazendo-o, contudo, em relação a argumento diverso. Pergunta-se (vide anexo I):
	a) Como deve o juiz da ação declaratória agir: examinar (1) o mérito da ação e julgá-la procedente, ou (2) extingui-la, sem julgamento de mérito (sem análise do direito material), por força dos efeitos erga omnes da decisão em controle de constitucionalidade abstrato?
Deve examinar o mérito da ação, pois o argumento do processo é diferente daquele discutido nos autos da ADIN, não sendo preda de objeto.
	b) Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na ação declaratória (violação do princípio da anterioridade), qual solução se colocaria adequada? Responda a essa pergunta, considerando o que foi respondido na questão “a)”.
Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento, o juiz teria que permanecer com o entendimento considerado inconstitucional, pois essa decisão possui caráter erga omnes de efeito vinculante.
c) Se na referida ação declaratória já tivesse ocorrido o trânsito em julgado de decisão de procedência (acolhendo o pedido do contribuinte), poder-se-ia falar em ação rescisória com base no julgamento do STF (art. 966 CPC/15)? Qual o termo inicial do prazo para ajuizamento da ação rescisória? E se o prazo para propositura dessa ação (2 anos) houver exaurido?Haveria alguma outra medida a ser adotada pelo Fisco objetivando desconstituir a coisa julgada, diante desse último cenário (exaurimento do prazo de 2 anos da ação rescisória)? Vide art. 505, I do CPC/15.
Sim, é cabível ação rescisória neste caso, até o prazo de 2 anos do trânsito em julgado da ação, nos termos do art. 975 do CPC.
Caso o prazo seja exaurido o fisco poderá manejar uma ação revisional para a análise do pleito.
8. Considerando os mecanismos de controle de constitucionalidade existentes é possível admitir que atualmente consagram-se duas formas (meios) de provocação do Supremo Tribunal Federal para que aquele órgão exerça o controle de constitucionalidade (concentrado e difuso), mas que a decisão por ele proferida é dotada dos mesmos efeitos independentemente do meio de sua provocação (erga omnes)? 
O STF pode ser requerido para desempenhar o controle de constitucionalidade, tanto por vias prescritas do controle abstrato quanto pelo controle concentrado, porém, não obstante de o órgão abranger as duas modalidades, tem que ser observado suas características, para que os efeitos de cada decisão levem em consideração a espécie de controle adotada.
Portanto, os efeitos da decisão do STF em controle difuso, são em regra, inter partes.

Continue navegando