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CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA - DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

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Módulo Controle da Incidência Tributária 
ALUNO: LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE 
TURMA: 2022.02-CIT-BSB 
 
SEMINÁRIO II - CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA: 
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
 
Questões 
1. A respeito do controle de constitucionalidade no sistema processual 
brasileiro, pergunta-se: 
(a) Quais as espécies de controle de constitucionalidade existentes no 
ordenamento jurídico brasileiro? 
Inicialmente cabe destacar o que é o controle de constitucionalidade, o 
qual na visão de Mantovanni Colares Cavalcante1 é um instrumento de 
natureza processual, já que se tem em tal ferramenta um exercício de 
competência no âmbito da jurisdição. Todavia, não significa que as outras 
áreas doutrinárias do direito não possam se curvar concorrentemente sobre 
tal instrumento, isso porque essa ferramenta é dotada de aspectos 
relacionados ao direito constitucional e à teoria do Estado. 
O controle de constitucionalidade é uma ferramenta de análise sobre a 
compatibilidade das leis a atos normativos infraconstitucionais em relação à 
Constituição Federal. 
Adiante, quanto as espécies de controle de constitucionalidade, estas 
podem ser classificadas quanto ao (i) momento do controle; (ii) quanto ao 
órgão controlador e; (iii) quanto ao modo de exercício do controle 
jurisdicional. 
Dito isso, pode-se dizer que o controle de constitucionalidade pode ser 
exercido de forma preventiva ou repressiva. O primeiro ocorre pelo Poder 
legislativo, como por exemplo o realizado pela Comissão de Constituição e 
 
1 CAVALCANTE, Mantovanni Colares. A declaração de inconstitucionalidade da inclusão do 
ICMS na base de cálculo da COFINS e do PIS e a necessidade da reavaliação 
procedimental da modulação. In: CARVALHO, Paulo de Barros. (Org.). Racionalização do 
Sistema Tributário. 1ª ed. São Paulo: Noeses, 2017, p. 849-850. 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
Justiça e, pelo Poder Executivo, como por exemplo através do veto, o qual 
pode ter como fundamento a afronta a algum preceito constitucional. Já a 
forma repressiva ocorre no Judiciário, o qual obtém-se resultado mais radical 
a exclusão de determinado enunciado do ordenamento jurídico. 
Entretanto, bem ensina Rafael Pandolfo2, que é preciso explicar que o 
controle preventivo não pode ser considerado controle de norma jurídicas, 
ao ponto que o texto analisado, tanto pelo Legislativo como pelo Executivo, 
ainda não entrou no ordenamento jurídico. 
Aqui, merece destaque o controle repressivo, subdividindo-se em 
controle concentrado/abstrato e controle difuso/concreto. No primeiro, 
somente pode ser efetuado pelo STF, com a finalidade da ação como meio 
para o controle de verificação da constitucionalidade do ato normativo, se 
dando em tese tal verificação, independentemente da existência de um caso 
concreto. Já no segundo, tem o objetivo de avaliar o ato infraconstitucional, 
o qual tem a constitucionalidade questionada, considerando as condições 
específicas de um caso concreto em particular, podendo ser exercido por 
qualquer juiz ou tribunal. 
 
(b) Explique as diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo STF no 
controle de constitucionalidade (parcial com redução de texto, sem redução 
de texto, interpretação conforme à Constituição). 
De acordo com o STF, existem consideram-se três modalidades: (i) 
parcial com redução de texto, onde somente os dispositivos contrários à 
Constituição são declarados nulos e não a norma em sua totalidade; (ii) sem 
redução de texto, a qual não há modificação do texto legal, considerando 
inconstitucional apenas uma hipótese de aplicação de lei e; (iii) interpretação 
conforme à Constituição, modalidade essa que em caso de entendimento 
diverso de um único texto legal, deve-se optar pela interpretação mais 
compatível com a Constituição. 
 
2 PANDOLFO, Rafael. Jurisdição constitucional tributária – Reflexos nos processos 
administrativo e judicial. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Noeses, 2019, p. 165. 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
Todavia, Robson Maia Lins3 explica que existem duas técnicas, a de 
interpretação conforme a Constituição e a da declaração de 
inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade (do texto). Para o autor, 
apesar das semelhanças entre as técnicas, somente na segunda, em rigor, 
há declaração de inconstitucionalidade das acepções incompatíveis com a 
Constituição. Pois, na primeira, não há declaração de inconstitucionalidade 
das outras acepções levantadas a partir do texto normativo, mas declaração 
de constitucionalidade de uma acepção, a qual também é norma jurídica. 
 
2. A respeito da modulação de efeitos prescrita no (i) art. 27 da Lei n. 9.868/99 
e no (ii) § 3º do art. 927 do CPC/15, responda: 
(a) há distinção entre a espécie de controle de constitucionalidade em que a 
modulação dos efeitos pode ser consagrada, considerando o teor de cada um 
dos dispositivos em análise? 
No art. 27 da Lei 9.868/99 dispõe da aplicação da modulação dos efeitos 
quanto às decisões proferidas em sede de ADI ou ADC, ações essas que 
detém o controle de constitucionalidade direto. 
Noutro lado, o art. 927, § 3º do CPC/15 não expressa restrição quanto à 
determinadas ações judiciais, o dispositivo dispõe sobre hipótese de alteração 
de jurisprudência dominante do STF e dos tribunais superiores, permitindo 
assim, sua aplicação tanto no controle de constitucionalidade efetuado de 
forma direta/abstrato ou incidental/concreto. 
Sendo assim, revela-se distinção entre a espécie de constitucionalidade 
em que a modulação dos efeitos pode ser consagrada. Ressalta ainda, em 
regra, no controle concentrado/abstrato as decisões são erga omnes e ex 
tunc. Já no controle difuso/concreto tem-se o efeito inter partes e ex nunc. 
 
(b) há identidade entre os fundamentos apontados em cada um dos dispositivos 
para que seja convocada a modulação dos efeitos da decisão proferida em 
 
3 LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: 
Quartier Latin, 2005, p. 146-147. 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
controle de constitucionalidade? Identifique-os. 
A respeito da modulação dos efeitos, além dos dispositivos do enunciado 
da questão, outro também merece destaque, o art. 11 da Lei 9.882/99. As Leis 
9.868/99 em seu art. 27 e 9.882/99 em seu art. 11, ao normatizarem, 
respectivamente, as Ações Diretas de Inconstitucionalidades (ADI), Ação 
Declaratória de Constitucionalidade (ADC) e Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental (ADPF), fizeram nascer com que uma 
excepcionalidade de decisão referente à constitucionalidade de uma norma 
possa ter seus efeitos limitados por questões de segurança jurídica ou 
interesse social relevante. 
Por sua vez, o art. 27, § 3º do CPC/15, dispõe, quanto aos fundamentos, 
no mesmo sentido das leis supracitadas, porém, o referido dispositivo faz 
referência da modulação dos efeitos referente a questão de alteração 
jurisprudencial dominante do STF e dos tribunais superiores ou daquela 
oriunda de julgamento de casos repetitivos, ao passo que as Leis 9.868/99 e 
9.882/99 fazem menção a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo por meios das Ações mencionadas anteriormente. 
Veja-se, em que pese os dispositivos tratarem quanto a matéria que de 
fato pode ser diferente, no que tange a modulação dos efeitos a identidade 
dos fundamentos é a mesma, ou seja, devendo ser observados nos casos, os 
princípios da segurança jurídica e do interesse social. 
 
3. Os conceitos de controle concreto e abstrato de constitucionalidade podem 
ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, 
respectivamente? Que espécie de controle de constitucionalidade o STF 
exerce ao analisar pretensão deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF)? 
Concreto ou abstrato, difuso ou concentrado? 
Os conceitos, em sentido estrito, de controle concreto/abstrato e 
difuso/concentrado, não merecemequiparação, ao menos nem sempre, pois 
podem apresentar aspectos diferentes em suas classificações. 
Quando se fala em controle concreto ou abstrato, leva-se em referência 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
a existência ou não de um caso concreto, discutindo-se a norma em debate 
de modo que quando se discuta a própria (in)constitucionalidade do ato em 
face do sistema normativo, isto é, estar-se falando de controle concreto 
quando debater-se a incidência de alguma norma sobre determinado caso 
concreto, ao passo que estar-se falando de controle abstrato quando a 
discussão ocorre em tese. 
Por outro lado, quando se fala em controle difuso/concentrado, revela-
se ao fato quanto a pluralidade de órgãos jurisdicionais competentes para 
fazer valer a (in)constitucionalidade. Notando-se que o controle será difuso 
quando estiverem autorizados diversos órgãos jurisdicionais a declarar a 
(in)constitucionalidade. Já o controle concentrado restringe-se a um único 
tribunal, o STF. 
Entretanto, o que acontece habitualmente é que relacionam o controle 
concreto com o difuso e o controle abstrato com o controle concentrado. Tais 
controles andam quase sempre juntos, inclusive os relaciono, conforme 
exposto na alínea “a” da questão 1 do presente seminário, porém, para dividi-
los como espécies, no entanto, quanto aos conceitos, em si, são diferentes. 
Nesse sentido, destaca-se que a reclamação para o STF, disposta no 
art. 102, I, “l” da CF/88, permite a ação de reclamação pelo controle concreto, 
pois tal ação advém de um caso concreto, e pela via principal, de forma que 
é proposta diretamente no Supremo. 
Dessa forma, entendo que a reclamação constitucional em comento se 
dá por meio de controle concentrado, tendo em vista que é de competência 
primordial do STF, porém, reflete controle difuso, haja visto que a reclamação 
é debatida em face de um caso concreto. 
Por isso, entende-se que poderá haver exceções, casos que nem 
sempre o controle concentrado será também abstrato. 
 
4. Que significa afirmar que as sentenças produzidas em ADI e ADC possuem 
“efeito dúplice”? As decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os 
demais órgãos do Poder Executivo e Judiciário? E os órgãos do Poder 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
Legislativo? O efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, 
introduzido pela EC n. 45/04, é o mesmo da ADI? Justifique sua resposta. 
Em relação ao “efeito dúplice” quanto as sentenças produzidas em ADI 
e ADC, cabe destacar o art. 24 da Lei 9.868/99: 
Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a 
ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a 
inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou 
improcedente eventual ação declaratória. 
 
Nesse sentido, vale dizer que as sentenças terão equivalência, em 
relação as consequências do pronunciamento, quando produzidas em sede 
de ADI e ADC. Resumindo, eventual improcedência da ADI restará em 
declaração de constitucionalidade da norma, no mesmo modo que a 
procedência da ADC irá gerar improcedência da ação direta de 
inconstitucionalidade. 
Rafael Pandolfo4 explica que tal efeito significa que ambas as ações têm 
aptidão para firmar, quando julgadas no seu mérito, juízo de 
constitucionalidade ou de inconstitucionalidade do preceito normativo que 
configura seu objeto. 
Nos termos do art. 102, § 2º da CF/88, com a redação conferida pela EC 
45/04, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF, em sede de ADI 
e ADC, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, em relação aos 
demais órgãos do Judiciário e da administração pública direta e indireta, nas 
esferas federal, estadual e municipal. 
Isso quer dizer que tais decisões, referidas a fiscalização normativa 
abstrata, detém poder erga omnes, ou seja, contra todos. Ainda, vinculam as 
decisões e atos praticados pelos juízes, Tribunal e a administração pública 
federal, estadual, distrital e municipal, devendo esses órgãos à necessária 
observância e adequação de seus posicionamentos em relação ao que foi 
definido pelo STF. 
Entretanto, entende-se que não vinculam o Poder Legislativo 
 
4 PANDOLFO, Rafael. Jurisdição constitucional tributária – Reflexos nos processos 
administrativo e judicial. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Noeses, 2019, p. 194. 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
exclusivamente quanto a sua função de legislar, tendo em vista o expresso no 
parágrafo único, art. 28 da Lei 9.868/99, o qual dispõe que o efeito vinculante 
abarcará todos os órgãos do Judiciário, da administração pública federal, 
estadual e municipal. 
Ainda assim, quanto ao Poder Legislativo, merece exposição o art. 52, 
X da CF/88, o qual expressa que compete privativamente ao Senado Federal 
“suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional 
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal”. 
Nesse sentido, leciona Daniel Sarmento e Cláudio Souza Neto5, que as 
decisões não serão vinculantes Poder Legislativo, podendo tal Poder editar 
nova lei de matéria similar, em que sua validade se presumirá porquanto 
sobrevenha eventual decisão de inconstitucionalidade com efeitos 
vinculantes. 
Quanto a parte final da questão, os efeitos das súmulas, nos termos do 
art. 103-A da CF/88, guardam grandes semelhanças aos que são adotados 
em controle por ADI, dentre elas destacando-se a abrangência dos órgãos 
que são alcançados, porém, vale ressaltar que tratam-se de instrumentos 
diferentes, pois a ADI, em sede de controle abstrato, é necessário que a 
Suprema Corte seja provocada e assim profira decisão com efeito vinculante 
e erga omnes, ao passo que as súmulas poderá sofrer alteração ou 
cancelamento por pessoas legitimas, previsão essa que não há em ADI, 
lembrando-se também que as súmulas também poderão ser provocadas de 
ofício pelo STF. 
 
5. O STF tem a prerrogativa de rever seus posicionamentos ou também está 
inexoravelmente vinculado às decisões por ele produzidas em controle 
abstrato de constitucionalidade? Se determinada lei tributária, num dado 
momento histórico, é declarada constitucional em ADC, poderá, futuramente, 
após mudança substancial dos membros desse tribunal, ser declarada 
 
5 SARMENTO, Daniel; SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Direito Constitucional. Teoria, 
história e métodos de trabalho. Belo Horizonte: Fórum, 2012, pp. 402-405. 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
inconstitucional em ADI? É cabível a modulação de efeitos neste caso? 
Analisar a questão levando-se em conta os princípios da segurança jurídica, 
coisa julgada e as disposições do art. 927, § 3o, do CPC/15. 
Entende-se pela possibilidade de que o STF pode rever as decisões 
proferidas pela própria Corte, mesmo que seja aquelas proferidas em sede de 
controle abstrato de constitucionalidade. Porém, tal revisão dever ser feita 
com cautela, resguardando os princípios da segurança jurídica e do interesse 
social. 
Essa possibilidade é viável em decorrência das alterações fáticas e 
sociais. É valida a reanálise de posicionamentos anteriores que detenham 
fundamentos como as alterações normativas advindas dos processos sociais, 
como por exemplo, o fenômeno da mutação constitucional, o que é possível 
mesmo que o texto legal continue sem mudança, de modo que texto e norma 
não se confundem. 
Importante salientar, que o art. 102, § 2º da CF/88 vincula as decisões 
definitivas do Supremo somente em relação aos demais órgãos do Judiciário 
e à administração pública federal, estadual e municipal, porém, percebe-se, 
que não vincula tais decisões ao próprio STF. Todavia, entende-se que não 
seria possível a revisão em hipótese de exposição dos mesmos argumentos 
em relação à mesma norma. 
O art. 103-A da CF/88 vincula as decisões definitivas do STF aos demais 
órgãos do Judiciário e à administração pública, mas não à própria Corte,não 
necessitando assim, de alteração significativa dos membros para possibilitar 
alteração de posicionamento. Vale lembrar que a ADC não origina nova norma 
que invada a validade, vigência ou eficácia da norma discutida, porém, 
somente ratifica a validade de tal norma. Todavia, em momento futuro, podem 
insurgir novos fatos, circunstâncias, entendimentos, até mesmo novas normas 
que poderão forçar a uma mudança do antigo posicionamento do Supremo. 
Fato é, que é inviável um órgão julgador expressar-se a respeito de todas 
as possíveis interpretações que se pode tirar a partir de uma norma, dessa 
forma, sempre poderá haver a possibilidade daquela norma ser reanalisada. 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
O mérito dos posicionamentos constitucionais instaurados em sede de 
controle abstrato não é a compreensão dos membros em si do órgão julgador, 
mas sim as normas jurídicas, as quais a subsistência independe daquele a 
verifica. Dito isso, não compactua com a segurança jurídica a fundamentação 
de alteração de entendimento, o fato de mudanças dos membros do tribunal. 
Nesse diapasão, claro é que, caso reexaminado posicionamento 
anterior, importante é a modulação dos efeitos, tendo em vista que, 
indiscutivelmente, pela sua força vinculante, a sentença prolatada em controle 
direto se põe à noção de jurisprudência dominante disposta no art. 927, § 3º 
do CPC, acima da natural referência aos princípios da segurança jurídica e 
coisa julgada. 
Para finalizar, Ednaldo Ferreira Júnior6, a respeito da modulação dos 
efeitos no caso em estudo, ainda destaca importante dispositivo, o art. 24 da 
LINDB, visto que a alteração de entendimento poderá acarretar à revisão de 
atos administrativos vinculados à constituição e execução do crédito tributário. 
 
6. O art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio 
de impugnação ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em 
lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação 
ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal em 
controle concentrado ou difuso. Pergunta-se: 
(a) É necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior à 
formação do título executivo? 
Inicialmente, importante ressaltar que o art. 525, § 12º do CPC dispõe 
no mesmo sentido do § 5º do mesmo artigo. 
Robson Maia Lins explica7 que nem todos os atos podem ser retirados 
pelo Supremo na decisão de inconstitucionalidade, tampouco por outras 
 
6 FERREIRA JÚNIOR, Ednaldo S. A Lei nº 13.655/2018 e a Fazenda Pública em Juízo: 
relações entre as normas processuais e as novas disposições da LINDB. Revista Brasileira 
de Direito Processual – RBDPRO, ano 28, nº 211. p. 99-102. 
7 LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: 
Quartier Latin, 2005, p. 180. 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
autoridades competentes e pelo procedimento adequado em função da 
declaração de inconstitucionalidade. 
Dessa forma, entende-se, nos termos do mesmo artigo do enunciado da 
questão, porém em seu § 7º, que deverá a declaração de 
inconstitucionalidade ser anterior à formação do título executivo. O referido 
dispositivo menciona que a decisão proferida pelo STF seja anterior ao 
trânsito em julgado da decisão exequenda. 
Nesse sentido, importante a colocação da autora Regina Nery Ferrari8, 
quando ela ensina que reconhecer, portanto, que a norma incondicional é 
nula, e que os efeitos desse reconhecimento devem operar ex tunc, 
estendendo-os ao passado de forma absoluta, anulando tudo o que se 
analisou sob o império da norma assim considerada, é impedir a segurança 
jurídica, a estabilidade do direito e sua própria finalidade. 
Dessa forma, conclui-se pelo mesmo entendimento de Bianor Arruda9, 
ou seja, as regras constantes do CPC (art. 525, § 12º e art. 535, § 5º), pelas 
razões expostas no presente seminário, apenas faz sentido em relação as 
decisões do STF proferidas antes da formação do título executivo exequendo, 
pois, somente assim se atende o comando do CPC de respeito aos 
precedentes, em busca da formação de uma jurisprudência coerente, íntegra 
e estável e, dessa forma, em busca da segurança jurídica, mesmo valor-chave 
que o direito fundamental de respeito à coisa julgada, ao ato jurídico perfeito 
e ao direito adquirido vista preservar. 
 
(b) E se for posterior, poderá ser alegada? Se sim, por qual meio? Há prazo para 
esta alegação? 
Caso siga o direito expresso, na letra da lei, se a decisão for proferida 
após o trânsito em julgado da decisão exequenda, a desconstituição do título 
executivo poderá ser alegada por meio de Ação Rescisória, no prazo legal de 
 
8 LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: 
Quartier Latin, 2005, p. 180 (apud, REGINA NERY FERRARI, 1999, p. 126). 
9 CARVALHO, Paulo de Barros; SOUZA, Priscila de. Racionalização do sistema tributário. 
São Paulo: Noeses, 2017, p. 151 (apud, ARRUDA, Bianor). 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
dois anos, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida 
pelo STF, conforme disposto no art. 535, § 8º do CPC/15. 
 
7. Contribuinte ajuíza ação declaratória de inexistência de relação jurídico-
tributária que o obrigue em relação a tributo cuja lei instituidora seria, em seu 
sentir, inconstitucional (porque violadora do princípio da anterioridade). 
Paralelamente a isso, o STF, em ADI, declara constitucional a mesma lei, 
fazendo-o, contudo, em relação a argumento diverso. Pergunta-se (vide 
anexo I): 
 a) Como deve o juiz da ação declaratória agir: examinar (1) o mérito da ação 
e julgá-la procedente, ou (2) extingui-la, sem julgamento de mérito (sem 
análise do direito material), por força dos efeitos erga omnes da decisão em 
controle de constitucionalidade abstrato? 
Em que pese o efeito erga omnes, entende-se que o juiz deverá apreciar 
o mérito da ação declaratória do contribuinte. Eis que com o grande aumento 
de precedentes com efeito vinculante em nosso ordenamento jurídico, criou-
se o instituto do distinguinshing. Trata-se de procedimento em que afasta o 
precedente pacificado e examina o caso concreto considerando as 
particularidades da lide, ou seja, não se aplica determinado precedente 
vinculante tendo em vista que aquela ação que está sendo julgada não se 
encaixa nos parâmetros de incidência daquele precedente. 
Dessa forma, conclui-se que na presente questão, implica na faculdade 
do juiz examinar o mérito da ação, ainda assim com o fim de analisar se no 
caso há de fato uma distinção entre a ação declaratória do contribuinte e os 
fundamentos centrais do precedente fixado pela ADI. 
 
 b) Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na 
ação declaratória (violação do princípio da anterioridade), qual solução se 
colocaria adequada? Responda a essa pergunta, considerando o que foi 
respondido na questão “a)”. 
Nesse caso, se a ADI tiver os mesmos argumentos e fundamentos 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
veiculados pela declaratória do contribuinte, a decisão do Supremo deve ser 
acatada e, consequentemente, o magistrado deverá julgar improcedente o 
mérito da ação declaratória do contribuinte. Ressalta que nesse caso ainda 
sim o magistrado deve analisar o mérito da ação. 
Perceba, que na alínea “a” da presente questão, o STF utilizou-se de 
argumento diverso, por isso o entendimento de possível aplicação do instituto 
do distinghuinsh. Todavia, nesta alínea “b”, os argumentos são idênticos da 
ADI e declaratória do contribuinte, por isso o entendimento de afastar tal 
instituto. 
 
c) Se na referida ação declaratória já tivesse ocorrido o trânsito em julgado de 
decisão de procedência (acolhendo o pedido do contribuinte), poder-se-ia 
falar em ação rescisória com base no julgamento do STF (art. 966 CPC/15)? 
Qual o termo inicial do prazo para ajuizamentoda ação rescisória? E se o 
prazo para propositura dessa ação (2 anos) houver exaurido? Haveria alguma 
outra medida a ser adotada pelo Fisco objetivando desconstituir a coisa 
julgada, diante desse último cenário (exaurimento do prazo de 2 anos da ação 
rescisória)? Vide art. 505, I do CPC/15. 
Primeiramente, importante destacar, inclusive esse é o entendimento do 
próprio STF, que a decisão do Supremo declarando a constitucionalidade ou 
a inconstitucionalidade de preceito normativo não gera a automática reforma 
ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado posicionamento 
diferente. Dessa forma, para que tal reforma ou rescisão ocorra, será 
necessário a interposição de recurso próprio ou propositura de ação 
rescisória. 
Portanto, no caso em tela, poder-se-ia falar em ação rescisória, 
entretanto, desde que manejada pela parte, pois como visto a reforma ou 
rescisão não se dará de forma automática. Outrossim, ainda deverá ser 
observado o prazo decadencial, nos termos do art. 535, § 8º do CPC/15. 
Todavia, resguardam-se desse entendimento, no que tange a ação 
rescisória, o certame relacionado à execução de efeitos futuros da sentença 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
prolatada em caso concreto a respeito das relações jurídicas de trato 
continuado. 
Dessa forma, entende-se que exaurido o prazo de 2 anos para a ação 
rescisória, a sentença se torna insuscetível de rescisão, salvo no caso do art. 
505, I do CPC/15. 
O anexo I do presente trabalho expõe o entendimento de que eficácia 
normativa não se confunde com eficácia executiva da decisão, ou seja, a 
primeira significa que a sentença do STF que afirma a (in)constitucionalidade 
de preceito normativo gera, no plano do ordenamento jurídico, a consequência 
de manter ou retirar a referida norma do sistema. Já a segunda, significa dizer 
que da sentença surge também o efeito vinculante, consistente em atribuir ao 
julgado força impositiva em relação a supervenientes atos administrativos ou 
judiciais, porém, que para viabilizar-se, detém de instrumento próprio. 
Resumindo, vale dizer que a decisão do STF declarando a 
(in)constitucionalidade da norma não insurge a automática reforma ou 
rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado posicionamento 
diferente. 
 
8. Considerando os mecanismos de controle de constitucionalidade existentes é 
possível admitir que atualmente consagram-se duas formas (meios) de 
provocação do Supremo Tribunal Federal para que aquele órgão exerça o 
controle de constitucionalidade (concentrado e difuso), mas que a decisão por 
ele proferida é dotada dos mesmos efeitos independentemente do meio de 
sua provocação (erga omnes)? 
Fato é que o STF poderá exercer o controle de constitucionalidade tanto 
pelo meio concentrado como pelo abstrato. Todavia, entende-se que ambos 
os controles citados nem sempre irá gerar os mesmos efeitos. 
Isso porque, no controle de constitucionalidade concentrado o efeito será 
erga omnes, ao passo que no controle difuso o efeito será inter partes. Ou 
seja, no controle concentrado a decisão vinculará a todos, enquanto no 
controle difuso a decisão será vinculada às partes da lide. 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
Todavia, poderá haver casos em que o controle exercido de forma difusa 
pelo STF tenha efeito erga omnes, qual seja nos casos em que o processo é 
julgado em sede de repercussão geral. 
Nesse sentido não é possível concluir que necessariamente a decisão 
proferida pelo STF nos controles concentrado e difuso terá os mesmos efeitos.

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