Buscar

Uni 1 - Metodologia Cientifica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

- -1
METODOLOGIA CIENTÍFICA
UNIDADE 1 - QUAL É A 
CONTRIBUIÇÃO DA 
METODOLOGIA 
CIENTÍFICA PARA A 
CRIAÇÃO DO 
CONHECIMENTO?
Autoria: Dr. Antonio Marcos Feliciano/ Dra. Ana 
Celeste da Cruz David - Revisão técnica: Dra. Karine 
Araujo Silveira
- -2
Introdução
Houve um período da história humana em que o conhecimento religioso era utilizado para explicar tudo o que
acontecia na sociedade. Assim, aqueles que apresentavam conhecimentos novos, contestando os religiosos,
sofriam severas punições, incluindo a pena de morte. Por isso, por um bom tempo, a sociedade acreditou que a
Terra não era redonda e que o horizonte era um grande abismo.
Hoje em dia, as crianças aprendem nos primeiros anos escolares que a Terra é, de fato, redonda, que gira em
torno do sol e que precisa ser preservada, pois é o ambiente de vida da espécie humana e de tantos outros seres
vivos. Isso se deu graças aos esforços de inúmeros estudiosos, em que, aos poucos, os conhecimentos de senso
comum, fortemente fundamentados pelos conhecimentos religiosos, foram desmistificados. Dessa forma, a
ciência tomou as rédeas do processo de criação do conhecimento, tendo como sua principal fonte a Terra em
todos os seus eventos, sejam sociais, naturais, biológicos e econômicos, que foram gradativamente
sistematizados e amparados por modelos metodológicos.
Contudo, há conhecimento fora da ciência?
Essa pergunta possui uma resposta afirmativa, sendo que a própria ciência reconhece outros tipos de
conhecimentos. No entanto, não devemos pensar esse reconhecimento como sinônimo de conhecimento
científico. Afinal, o conhecimento científico, no sentido moderno do termo, surge no século XIX, e como bem
afirma Burke (2016, p. 17), “[...] aplicar o termo a atividade de busca do conhecimento em períodos anteriores
a esse propicia o que há de mais odioso para um historiador, o anacronismo”, ou seja, é inadequado a
aplicação do termo em um período histórico antecedente à sua formulação.
O conhecimento, então, é científico quando sua criação ocorre por meio da aplicação de métodos científicos.
Mas quais são os diferentes tipos de conhecimento? De que forma se organiza o método científico?
Essas e outras perguntas serão respondidas ao longo deste primeiro capítulo, em que veremos que há
diferenças entre o conhecimento popular e o conhecimento científico, assim como também entenderemos que
existem tipos de conhecimentos diferentes. Ainda observaremos que o conhecimento científico é criado a
partir da existência de um problema, cabendo à metodologia científica e seu cabedal de instrumentos
sistematizar dados e informações, tornando-o, de fato, um conhecimento científico, provável e apresentado
sob uma lógica do que o torna compreensível pelas pessoas.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 48 minutos.
- -3
1.1 Conhecimento e método científico
Você deve conhecer alguém metódico, certo? Mas saberia dizer quais são os atributos ou características de
uma pessoa metódica? Ela pode ser identificada por seu modo de agir, cuja cautela e sensatez são comuns em
suas ações.
As pessoas precisam ser norteadas por regras, sejam elas sociais, como a ética, que regula a conduta em
sociedade; econômicas, que parametrizam as relações no mercado; ou de legislação trabalhista, que
regulamenta o ofício profissional e as relações de trabalho em empresas. Isso significa que as regras são
onipresentes, importantes instrumentos para manter o equilíbrio das relações entre as pessoas na sociedade.
O mesmo ocorre na execução de trabalhos de caráter científico, em que as regras estão presentes no método de
pesquisa. Nesse sentido, podemos afirmar que o método ou a metodologia se configura como uma regra
orientadora das práticas investigativas da ciência. Por meio do método, o pesquisador indica os caminhos
trilhados para alcançar seus resultados. Assim, além de possibilitar o reconhecimento científico da sua
pesquisa, é com o método que o pesquisador conta a história do seu trabalho, as decisões tomadas, as
limitações, entre outros aspectos.
Dessa forma, também podemos afirmar que o conhecimento é reconhecido como científico a partir da
aplicação do método científico, caracterizado como sendo objetivo, racional, sistemático, geral e verificável.
Devemos igualmente acentuar que a ciência reconhece a existência de conhecimento fora dela, isto é,
conhecimentos criados sem o emprego de abordagem metodológica tal e qual preconiza a ciência.
O conhecimento é o principal fator determinante no desenvolvimento da sociedade, mas você sabe o que é
conhecimento?
Segundo Magalhães (2005, p. 13, grifos do autor), “A palavra ‘conhecimento’ em nossa língua deriva do latim 
, cuja etimologia significa ‘conhecer junto’ ou ‘procurar saber’ e que, por sua vez, se relaciona comcognocere
o grego , habitualmente traduzido com o próprio sentido de ‘conhecimento’”. O autor ainda lembra quegnosis
outra palavra que facilita o entendimento sobre o conhecimento é o termo grego , que tem por significadologos
“fala”, “razão” ou “entendimento”.
Podemos pensar sobre o conhecimento para além da origem e da evolução histórica do termo, ou seja, no
contexto da sua história social, posto que diferentes acontecimentos influenciem o que é considerado
conhecimento em épocas e lugares distintos. Na perspectiva marxista, por exemplo, a resposta para essa
questão é determinada pela classe social. No âmbito da sociologia do conhecimento, evidencia-se o
conhecimento como acontecimento localizado em determinado tempo, lugar e comunidade (BURKE, 2016).
Já no âmbito da biologia do conhecimento, Matura e Varela (2011, p. 267) alertam que o conhecimento nos
- -4
obriga a assumirmos “[...] uma atitude de permanente vigília contra a tentação da certeza”, desde que ele tanto
revele quanto cumpra sua função de ocultação.
Atualmente, muitas são as fontes de disseminação de informações e conhecimentos. Podemos citar como
exemplos os livros, as páginas da internet, os panfletos, os artigos, as revistas, os CDs e os DVDs. No entanto,
sem as conexões cognitivas, as informações contidas nesses meios de divulgação ficam sem sentido, uma vez
que é o cérebro humano que tem a capacidade de processar e fazer as conexões, oferecendo sentido às
informações e criando novos conhecimentos, em um ciclo virtuoso, em que um conhecimento gera outros.
Para Maturana e Varela (2011), os fenômenos cognitivos relacionam dois mundos singulares: a tradição
biológica, comum entre os homens e suas heranças linguísticas; e as culturais, diversas e plurais.
Figura 1 - No mundo contemporâneo, o sentido social do conhecimento é poder. Fonte: woaiss, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, há escrito a frase "Conhecimento é poder", na cor branca em um fundo escuro.
Assim, vimos até aqui o que é considerado conhecimento e o quanto isso pode variar com relação à local,
época e grupo social a ser estudado. Por exemplo, em sociedades ocidentais modernas, o conhecimento das
parteiras, antes valorizado em suas práticas sociais tradicionais, passou por um período obscuro, fato que vem
sendo revisado e retomado em suas origens e valorização. Dessa forma, entendemos que o conhecimento
científico em movimento dinâmico vai continuamente estabelecendo rupturas na forma de conhecer, construir
tecnologias, elaborar métodos e se relacionar com outros tipos de conhecimento.
1.1.1 O que é ciência? O que é conhecimento científico?
A ciência provê seu arcabouço de conceitos e definições a partir do que acontece na sociedade, constituindo-a
em uma importante fonte para sua criação. No entanto, vale ressaltar que nem tudo que acontece na sociedade
é abordado pela ciência. Apesar de relevantes, os conhecimentos sociais, de senso comum ou popular,
mantêm-se, mas, em muitos casos, não são objetos de investigações científicas.
- -5
Dessa forma, definir a ciência consiste em uma tarefa complexa, pois, já que a sociedade é mutável, muitos de
seus conceitos são efêmeros ou imprecisos. Demo(1995) reconhece que na ciência nada é mais controverso
do que sua definição. Diante disso, o autor estabelece critérios possíveis para a condição definidora do que se
pode chamar de ciência: a coerência entre argumentação, o corpo sistemático bem conduzido até suas
conclusões congruentes entre si e entre as premissas iniciais, a consistência argumentativa e sua atualidade, a
originalidade criativa e a objetivação como busca incessante da realidade (ainda que parcial e provisória).
Esses fatores, individualmente, mostram a complexidade de definição do tema, e, quando se reúnem em um
mesmo estudo, possuem o poder de comprometer completamente qualquer pesquisa.
Apesar de apresentar os fatores limitantes à definição de ciência, é possível encontrar entre pesquisadores e
estudiosos um esforço autêntico no sentido de encontrar parâmetros capazes de definirem esse termo. Assim,
para Gil (2011, p. 02), a ciência pode ser considerada “[...] uma forma de conhecimento que tem por objetivo
formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada — se possível, com auxílio da linguagem matemática —,
leis que regem os fenômenos”.
A definição supracitada indica claramente que a realidade não é ampla, profunda e integralmente explicada em
uma pesquisa, mas, sim, na sucessão de pesquisas, pois são os diferentes e descontínuos enfoques que
oferecem uma visão mais ampla de compreensão da sociedade, sendo amparados por métodos que robustecem
a ciência.
Ainda sob o prisma conceitual, a história do conhecimento científico reconhece o pensamento científico em
suas diferentes e descontínuas formas, não como uma evolução linear e um progresso sucessivo, mas “[...]
como resultado de diferentes maneiras de conhecer e construir os objetos científicos, de elaborar métodos e
inventar tecnologias” (CHAUI, 2010, p. 223).
Você sabia?
Desde os avanços da cibernética, a ciência propôs a descrição do funcionamento do 
sistema nervoso e do raciocínio humano mediante um modelo de lógica matemática, 
uma vez que muitos são os campos dedicados ao estudo das ciências cognitivas. A 
Neurociência, a Biologia do Conhecimento e a Inteligência Artificial, por exemplo, 
utilizam-se do rigor da metodologia científica para continuamente contribuir com a 
criação do conhecimento.
- -6
Figura 2 - O desenvolvimento científico e o tecnológico transformam a sociedade e a vida no planeta. Fonte: Wichy, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, há uma pessoa com a mão esticada e aberta para cima, mostrando um globo
terrestre com cadernos em volta do globo.
O fato é que podemos reiterar que a ciência evolui tal e qual a sociedade por não haver sentido no afastamento
da segunda em relação à primeira, uma vez que a ciência influencia e é simultaneamente influenciada pela
economia, pela política, pela moral e por tudo que acontece na sociedade. Assim, a ciência busca elementos
para a construção do conhecimento, o que ocorre em todas as áreas, fazendo com que ele seja algo amplo e
complexo, mas fundamental para o desenvolvimento da espécie humana.
O quadro a seguir apresenta alguns exemplos de tipos de conhecimentos e suas aplicações.
- -7
Quadro 1 - Tipos de conhecimentos e suas aplicações. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Feliciano, 2013, p. 44.
#PraCegoVer: na imagem, há um quadro com três colunas e 11 linhas sobre os tipos de conhecimentos e suas
aplicações. Na primeira coluna, há o tipo de conhecimento, na segunda coluna, há a definição e na terceira
coluna, há a aplicação/exemplo.
O quadro indica a íntima relação da ciência com a sociedade para a criação do conhecimento científico,
oferecendo claros sinais da amplitude do conhecimento. Além disso, podemos concluir que o conhecimento
científico não é o único existente, além de não ser o único que depende de instrumentos metodológicos para
ser aferido.
Magalhães (2005) considera que o Homem faz uso do conhecimento para transformar o meio em que vive,
mantendo-se dominante na natureza. Isso decorre da sua capacidade intelectual de fazer uso do conhecimento
para o desenvolvimento da espécie.
Para reforçar a ideia de que há amplas relações entre a sociedade e a ciência — e que o conhecimento popular
ou de senso comum é relevante na constituição do conhecimento científico —, Francelin (2004, p. 30) afirma
que “[...] os conceitos nascem do cotidiano, são apropriados pelo meio científico e tornam-se científicos ao
romperem com esse cotidiano, com esse senso comum”. Dessa forma, vale destacar que, na relação entre
sociedade e ciência, considerando situações coloniais, os conhecimentos dos colonizadores se tornaram
dominantes, ao passo que os conhecimentos dos colonizados se tornaram subjugados, esquecidos ou
desprestigiados.
- -8
Com isso, podemos afirmar que o conhecimento científico não é definitivo, portanto, é provisório, podendo
ligar um conhecimento ao outro, evidentemente, a partir de novos estudos. Para os atores do senso comum,
seus conceitos e conhecimentos são definitivos, sendo que as modificações são difíceis de serem percebidas,
justamente pela ausência de aplicação de método que afere essas mudanças.
Em ciências, os movimentos e as transformações se dão mediante a consistência das questões formuladas, da
curiosidade em conhecer, da incerteza diante dos fenômenos, da lucidez em propor aos problemas naturais,
físicos ou sociais outras possibilidades de investigação. Dessa forma, ciência e conhecimento científico se
utilizam de processos metodológicos para a expansão das fronteiras da ciência, acolhendo todas as
oportunidades para o avanço científico.
1.2 Metodologia como processo de pesquisa
Você já imaginou como é complexo estudar a cultura de diferentes povos, o melhoramento genético de plantas
e animais ou o próprio comportamento humano? Será que é possível desenvolver atividades sem registrá-las
em detalhes?
Na verdade, não é possível para nós, seres humanos, executarmos tarefas complexas sem entendermos sua
lógica, e isso é proporcionado ou facilitado pela aplicação de métodos. O registro das atividades de pesquisa
são requisitos importantes em qualquer abordagem metodológica, mas, antecipadamente, é comum não
registrarmos tudo, e isso não é feito de má fé, mas porque o ser humano possui uma grande dificuldade de
colocar no papel o que está pensando ou o que testemunha, sendo este um fator limitador mitigado pelo
método científico. Entre seus objetivos, ele facilita a estruturação, o planejamento, o desenvolvimento, a
execução e a análise em uma pesquisa.
Antes de evoluirmos na discussão conceitual sobre o método, é importante saber o que é pesquisa. Segundo
Magalhães (2005), pesquisar significa “buscar”, “inquirir”, consistindo em uma atividade que necessita de
trabalho manual e mental. Assim, se por meio do método é criado o conhecimento científico, este, por sua vez,
é fundamentado por teorias, que, na visão de Magalhães (2005, p. 34) significa “ver”, ou seja, “A teoria é uma
Você quer ver?
A aventura cibernética , de Lana Wachowski e Lilly Wachowski, é um clássico Matrix
do cinema na abordagem de temas como conhecimento e ciência. Matrix, nesse caso, 
representa um sistema inteligente e artificial (criatura) que destrói a inteligência criadora 
(criador) e, assim, instaura a dúvida entre a realidade e a ilusão de um mundo real.
- -9
visão generalizada de fenômeno de qualquer natureza, que possa ser comprovado de alguma forma [...]”. Essa
forma de comprovação das visões generalizadas ocorre por meio do emprego do método.
Todo método requer registros que identifiquem o passo a passo de uma pesquisa em suas diferentes etapas,
por isso, muitos autores definem método como o caminho trilhado em uma pesquisa. Segundo o Houaiss
(2004, p. 494), método significa “[...] procedimentos, técnica ou meio para atingir um objetivo; processo
organizado de ensino, pesquisa, apresentação, etc.”.
A aplicação do método nas pesquisas também objetiva sistematizar dados e informações por meio de
processoscientificamente reconhecimentos, visando a criação de um conhecimento novo, a partir do
conhecimento existente. Não estamos tratando de substituições de conhecimentos, mas de agregação e
contribuição da ciência à sociedade.
A meta de toda equipe esportiva é vencer, mas você sabe que para reunir um time de vencedores é preciso
criar condições para que sejam reunidas competências que se complementam, não é? Além disso, se faz
necessário o planejamento, a estratégia, os planos e a tática. Ou seja, não é suficiente jogar e ter sorte, uma vez
que é preciso ser metódico. Nesse sentido, Magalhães (2005, p. 19) afirma que o conhecimento não surge do
nada, “[...] mas sim, do legado cultural que cada um de nós recebe na vida”. Por isso, é possível afirmar que
cada pessoa é dotada de conhecimentos, mas, para torná-los cientificamente reconhecidos, é necessário o
domínio de instrumentos metodológicos e do entendimento das técnicas de pesquisa, bem como da pesquisa
por si como um processo de criação do conhecimento.
Sem dúvida alguma, mesmo considerando e reconhecendo a existência de conhecimento fora do âmbito
científico, deve-se destacar dois aspectos: o primeiro diz respeito a necessidade precípua da aplicação de um
método para que o conhecimento resultante de uma pesquisa tenha reconhecimento científico; em segundo
lugar, na academia, produz-se conhecimento científico, portanto, há a necessidade de conhecimento e
aplicação de métodos para as pesquisas nas diversas áreas.
Você sabia?
O método é uma ordem que você deve dispor para que tenha seu curso natural. Destaca-
se que quando o pesquisador tem segurança de que os objetivos específicos atendem o 
objetivo geral, respondendo à pergunta ou ao problema de pesquisa, há condições de se 
iniciar a pesquisa. Dessa forma, uma pesquisa bem elaborada pode contribuir e 
revolucionar a ciência (são raras). Contudo, uma pesquisa em que os elementos 
metodológicos não mantêm interação, tende a marcar a vida do pesquisador como seu 
grande fracasso.
- -10
Dessa forma, a metodologia científica aplicada exige dos pesquisadores, mais do que conhecimentos sobre o
método e a área, temas ou assuntos pesquisados, muita disciplina para não extrapolar os limites, não ser
prolixo ou sintético nos registros. Isto é, na pesquisa, o método facilita a compreensão do pesquisador sobre o
fenômeno ou o evento investigado.
Sem o método, há dificuldades de compreensão ampla e profunda dos fenômenos ou eventos que ocorrem na
sociedade, e isso acontece por vários motivos, desde a falta de conhecimento de causas e efeitos, passando
pela falta de argumentos e chegando, por exemplo, à não percepção de relações entre eventos ou fenômenos.
Nesse sentido, podemos afirmar que a aplicação de métodos científicos amplia a capacidade de visão do
pesquisador sobre o objeto de pesquisa, facilita a compreensão e a análise dos resultados da pesquisa, amplia a
compreensão sobre o tema, permite a descoberta de novos assuntos e campos de pesquisa e amplia a visão de
mundo dos pesquisadores e leitores. O método científico, portanto, torna-se essencial para o desenvolvimento
de qualquer pesquisa, sendo fundamental na criação do conhecimento.
Figura 3 - A disponibilidade de dados contribui para o avanço do conhecimento científico. Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, há uma pessoa e um ambiente mais escuro, com as duas mãos viradas para cima 
mostrando alguns desenhos de gráficos, nesses desenhos, há uma luminosidade como se fosse para dar
destaque aos desenhos dos gráficos,
Você o conhece?
Gareth Morgan possui uma biografia interessante, cujas contribuições para as reflexões 
sobre métodos de pesquisa são amplamente reconhecidas na academia. Em sua obra 
“Imagens da Organização”, de 2002, o professor faz uma abordagem pragmática da 
aplicação de diferentes escolas do método científico, como o materialismo histórico, o 
positivismo e a fenomenologia. Vale a pena conferir!
- -11
Podemos entender, então, que não importa se a pesquisa é de caráter qualitativo ou quantitativo, se terá uso de
bancos de dados para o processamento, se os dados serão coletados por meio de modernos instrumentos
tecnológicos ou se em um caderno ou prancheta. O importante mesmo é a escolha correta do método, a
aplicação adequada de seus instrumentos e a postura ética do pesquisador, bem como a congregação de
aspectos que levam ao desenvolvimento suave, natural e sem percalços de uma pesquisa.
Atualmente, os conhecimentos retratam com maior fidelidade a realidade da sociedade, que, por sua vez,
consegue perceber com mais clareza sua aplicabilidade para o seu próprio desenvolvimento. A pesquisa
baseada em métodos fez evoluir consideravelmente a ciência, afastando o empirismo exacerbado de outros
tempos.
Inspirado em Magalhães (2005), consideramos que a ciência e a pesquisa devem muito ao empírico, à
observação do fato ou evento em sua essência. No entanto, o perigo do empirismo consiste em tornar uma
verdade absoluta naquilo que se experimenta pelos sentidos, que faz parte da percepção individual: “Os
sentidos são nossa interface com a realidade, mas são também a origem dos enganos para nosso
conhecimento, e que não há tantas realidades quanto existem diferentes olhares” (MAGALHÃES, 2005, p.
30).
No atual momento, o rigor metodológico nas pesquisas afasta esse perigo típico do empirismo, qual seja a
verdade universal a partir do olhar individual. Respeitados os elementos, a pesquisa tende a gerar
conhecimentos relevantes por meio de resultados atraentes, permitindo o surgimento de novas relações de
conhecimentos e campos de atuação para a pesquisa com o emprego do método.
A metodologia como processo científico é múltipla e diversificada, a ponto de abranger todos os
procedimentos considerados úteis pelos cientistas. Exige, então, disciplina, clareza, atenção e domínio do
campo de investigação para a escolha da metodologia mais adequada às condições da pesquisa a ser realizada.
Assim, desde o pesquisador iniciante ao mais experiente, percorrer as etapas da pesquisa científica se torna
fundamental.
1.3 Etapas da pesquisa científica: escolha do tema e problema
Ver um filho entrar para uma universidade é o sonho da maioria dos pais, certo? Os jovens fecundam essa
ideia durante o Ensino Médio, sendo que, após isso, surgem os vestibulares, as tensões, as festas e as alegrias.
Ou seja, diversos sentimentos afloram quando esses indivíduos são aprovados para entrarem no Ensino
Superior, quando fazem a matrícula na primeira fase de um curso de graduação. Contudo, muitos estudantes
não sabem sobre qual tema e problema de pesquisa devem escrever em seus trabalhos de conclusão de curso
- -12
(TCC). Para falar a verdade, a maioria não conhece a metodologia científica, mas os perseverantes que
chegarem ao final do curso terão que escrever um trabalho baseado em uma pesquisa acadêmica, com
aplicação de método, orientação e defesa.
No mundo acadêmico, especialmente na graduação, o professor orientador precisa ser paciente para
compreender que os estudantes não possuem o preparo suficiente para entender teoricamente o método. Além
disso, muitos professores conhecem os procedimentos metodológicos, mas poucos conhecem os métodos
científicos, sendo que esse aspecto é muito importante quando ocorre o processo de orientação de TCC, em
que o professor precisa compreender o tema e o problema propostos pelo estudante para identificar a melhor
abordagem metodológica para a pesquisa a ser feita.
O tema e o problema de pesquisa podem até parecer fáceis de serem idealizados, mas a dificuldade está em
escrevê-los e, principalmente, descrevê-los. Por isso, quanto mais bem preparado for o professor orientador,
menos conturbada será a passagem do estudante pela fase de pesquisa para o TCC. Contudo, é lógico que o
estudante orientando, apesar de inúmeros autores afirmarem que precisam agir com independência, por
atividade e maturidade na relaçãocom os orientadores, isso, na verdade pouco acontece. Por certo, há uma
saudável relação de dependência, e isso não ocorre apenas em termos de conhecimentos. Isso significa que o
professor é possuidor de um espectro de conhecimento mais robusto que o aluno.
Você quer ler?
A relação entre orientador e orientando durante o processo de pesquisa precisa ser 
transparente, honesta e ética, ou seja, uma cumplicidade que possui data de início e 
término no relacionamento. Sem dúvida, essa relação e o próprio processo de orientação 
possui dificuldades. O texto “Dificuldades do processo de orientação em trabalhos de 
conclusão de curso (TCC): um estudo com os docentes do curso de Administração de 
uma instituição privada de Ensino Superior” traz algumas das dificuldades que podem 
ser resolvidas nesse processo. Você pode ler clicando no botão a seguir.
Acesse
Você quer ver?
O filme , de Peter Weir, lançado em 1989, exibe uma Sociedade dos Poetas Mortos
crítica poética e bem ilustrada sobre a educação tradicional nos Estados Unidos, na 
década de 1950; a educação centrada na autoridade do professor, sendo repetitiva e 
mecânica; e uma visão de educação para a liberdade de pensamento, para o estímulo à 
curiosidade investigativa. Vale a pena conhecer melhor o enredo.
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147
- -13
Com pouca experiência e sem grandes estímulos institucionais, isso acaba por limitar a visão de mundo do
estudante, sendo aspectos determinantes para equívocos na definição do tema e problema de pesquisa. A
compreensão mais ampla e profunda do método científico requer tempo de maturação, esforço e dedicação aos
estudos, condições facilitadoras à árdua tarefa da pesquisa. Esses aspectos agem, por outro lado, como
facilitadores para o robustecimento da visão de mundo, que consiste em um importante fator nas decisões a
serem tomadas.
Jovens estudantes podem até implicitamente saber o querem pesquisar, mas, para terem certeza, sobretudo da
viabilidade da pesquisa, no amplo sentido do termo, Magalhães (2005, p. 33) sugere que pensem em quatro
perguntas: “O que vai ser observado? Que técnicas serão usadas na observação? Como será registrada a
observação? Como evitar erros gerados pela observação e interpretação da observação?”. Dessa forma, no
dizer de Tunes, Melo e Menezes (2000, p. 98), é “[...] necessário que o pesquisador saiba escolher o problema
de pesquisa, aja com iniciativa e independência do orientador, tenha imaginação criativa e outras qualidades
semelhantes”.
Essas perguntas nos permitem afirmar que a boa escolha do método tende a respondê-las com certa facilidade,
mas, antes do método, é fundamental o conhecimento amplo e aprofundado sobre o tema da pesquisa, pois é
dessa forma que se define com clareza o problema.
A seguir, vejamos o relato de experiência do professor Macêdo (2004) sobre os estudos apresentados em sua
tese de doutorado no Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Paris VIII.
Estudo de Caso
O objetivo principal da tese de Macêdo foi a análise de dois programas de educação 
infantil públicos, em instituições localizadas em bairros periféricos de Salvador, na 
Bahia, sendo um de concepção compensatória e outro de concepção comunitária.
Mas como ele fez para chegar a esse objetivo?
O professor relata que após discutir em sua dissertação de mestrado a temática da 
educação infantil pública, cuja concepção supõe a educação como forma de compensar 
possíveis deficiências intelectuais, afetivas e culturais; foi instigado a aprofundar o 
estudo acerca das pedagogias compensatórias, refletindo sobre a natureza dessa 
concepção em sua própria formação e prática.
Esse aprofundamento de estudos o levou a conhecer diferentes programas de educação 
pré-escolar, oferecidos por organizações comunitárias em bairros da periferia de 
Salvador. Assim, o professor chegou à questão norteadora do estudo do doutorado “[...] 
através da análise de programas pré-escolares públicos concretos, como emergem e se 
dinamizam as perspectivas compensatória e comunitária em educação pré-escolar 
pública” (MACÊDO, 2004, p. 236).
- -14
Com isso, podemos entender que o problema precisa ser bem definido e delimitado, necessitando de
objetividade para ser estruturado metodologicamente. O conhecimento profundo do tema permite ao
pesquisador navegar em águas calmas. Contudo, um problema definido sem critérios tende a gerar confusões
conceituais e equívocos teóricos, limitações de ordem para a pesquisa, levando, comumente, o pesquisador a
desistir do trabalho.
Bonin (2010, p. 06) considera que, no processo de construção da problemática,
Figura 4 - Etapas do processo de desenvolvimento do método científico. Fonte: Andrea Danti, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, há um quadro de cor verde, com as palavras hipótese, experimento, resultado e
conclusão na cor branca, formando um círculo. A palavra hipótese tem uma seta que está na direção da
palavra experimento, com uma seta na direção da palavra resultado, com uma seta na direção da palavra
conclusão, com uma seta na direção da palavra hipótese. Na imagem, também há um braço de uma pessoa
com uma vareta na mão apontando para o quadro.
A escolha do problema de pesquisa não é neutra, nem desinteressada, uma vez que se relaciona com condições
práticas de produção, fontes de financiamento e condições institucionais. Isso porque muitas dessas pesquisas
respondem a demandas de empresas, órgãos governamentais, institutos de pesquisa, centros de tecnologia ou
instituições educacionais.
A formulação do problema de pesquisa é sempre um desafio que se impõe ao pesquisador. É
recomendado fazer a formulação do problema na forma interrogativa, sendo que essa estrutura poderá
[...] é preciso trabalhar o olhar para operar com sensibilidade e abertura para o concreto investigado. O
olhar atento, aberto e reflexivo capacita a perceber que os objetos concretos podem oferecer resistências,
“restos” que não se deixam enquadrar nas proposições explicativas com as quais vamos operando.
- -15
favorecer a finalização do trabalho no momento de apresentação das conclusões, mediante a resposta
ao questionamento inicial. Contudo, outras formas de enunciado do problema são encontradas na
literatura científica também.
O problema de pesquisa em si deve ser viável e adequado a investigação, dentro das condições
práticas de sua execução, como tempo, recursos materiais, humanos e financeiros. Características
relevantes são a clareza e a precisão com que são empregados os termos na formulação do problema,
devendo guardar coerência e coesão dentro do campo de conhecimento delimitado, além de informar
os limites de sua aplicabilidade. Os cuidados com os princípios éticos devem ser observados na
formulação da pesquisa científica em todas as suas etapas.
Ter a real percepção de um problema é bem mais complexo do que “achar” que sabe da existência
dele. Para o pesquisador, o problema precisa ser relevante cientificamente, socialmente,
economicamente ou ambientalmente, isto é, ter relevância para a sociedade. Mas, também,
dependendo do tipo de conhecimento criado sobre o problema, o pesquisador poderá optar em
descrever aspectos relacionados e possíveis soluções.
Assim, a pesquisa poderá ampliar as discussões sobre o problema, sem efetivamente resolvê-lo. Por
isso, lembre-se de que o conhecimento é construído e que, muitas vezes, propor a resolução de um
problema pode trazer frustrações. Dessa forma, tema e problema assumem importância no escopo de
uma pesquisa, pois oferecem notoriedade à própria pesquisa e ao pesquisador, encontram
reconhecimento e relevância por parte da sociedade, possuem escopo metodológico que os
fundamentam e reúnem elementos para a viabilidade de uma pesquisa.
Na construção metodológica da pesquisa, a articulação entre escolha do tema e a formulação do problema são
o substrato necessário às etapas seguintes de definição dos objetivosgeral e específicos.
1.4 Etapas da pesquisa científica: objetivos
Você já pensou sobre o motivo de definirmos objetivos em uma pesquisa científica ou em um trabalho
acadêmico?
- -16
Ao definir os objetivos de um trabalho, você pode apresentar uma abordagem histórica, ser descritivo ou
trazer um propósito para o objeto geral, que possui intimidade com o problema e com o tema. Pense, também,
que os objetivos específicos são definidos para estabelecerem etapas e nortearem procedimentos de pesquisa, a
fim de alcançar o objetivo geral.
Além disso, vale ressaltar que não se concebe projetos de pesquisa científica ou acadêmica apenas para
vermos seus objetivos comprovados, mas, sim, para que demonstre a relevância do tema, a potencialidade do
problema para novas investigações e a possibilidade de novos conhecimentos que podem ser criados.
Com isso, na pesquisa científica, é de fundamental importância relacionar o objetivo ao problema e às
hipóteses, posto que, no final, o pesquisador constata que cada um desses elementos responde o outro.
Sobretudo, quando se trata de pesquisadores com pouca experiência, convém ao orientador o papel de
efetivamente debater e atuar, visando a evitar um dos erros mais comuns nos trabalhos acadêmicos:
transcrever o problema no objetivo, fazendo o famoso jogo de palavras por meio de sinônimos. Esse é um
risco que, se não for percebido, tende a colocar em cheque qualquer pesquisa.
Você deve ter claro, também, que a relação entre o problema e o objetivo será mantida durante todo o
processo de pesquisa, por isso, são complementares. Essa complementariedade fica evidente na dificuldade
em formular os objetivos. Conforme apresenta Minayo, Deslandes e Gomes (1994, p. 42), em uma pesquisa
científica, é possível a formulação de um objetivo geral “[...] de dimensões amplas”, complementados por
outros objetivos específicos.
Você sabia?
Os métodos de verificação do conhecimento possuem uma história ao longo do tempo. 
Além disso, os instrumentos de validação do conhecimento sofreram e sofrem mudanças 
em cada época. A posição ocupada pela tradição oral na validação e na confiabilidade do 
conhecimento foi substituída pela escrita, contudo, essa transição foi lenta e gradual. 
Burke (2016, p. 101) apresenta como exemplo uma disputa entre o rei Henrique I e o 
arcebispo Canterbury, no século XII, em que os defensores do rei se referem a uma carta 
enviada pelo papa em apoio ao arcebispo como “[...] nada mais do que um pergaminho 
de pele de ovelha marcado com tinta preta”, indigno de comparação com as falas de três 
bispos. Atualmente, escrita e tradição oral ocupam espaço como instrumentos de 
validação e confiabilidade do conhecimento.
- -17
Figura 5 - Características dos tipos de objetivos geral e específicos aplicados em pesquisa científica. Fonte: MINAYO, DESLANDES e 
GOMES, 1994, p. 42.
#PraCegoVer: na imagem, há um esquema com as características dos tipos de objetivos geral e específicos
aplicados em pesquisa científica. No esquema, há dois retângulos na cor laranja e duas "lacunas" na cor cinza.
O retângulo do lado esquerdo mostra o objetivo geral e o retângulo do lado direito mostra os objetivos
específicos.
Ademais, vale dizer que o exercício de elaboração dos objetivos é complexo, por isso, o pesquisador deve ter
sempre em mente o problema de pesquisa, caso contrário, tende a cometer outro erro comum: dividir o
objetivo geral entre os objetivos específicos, enquanto que, conforme caracterizado, os objetivos específicos
são etapas para se alcançar o objetivo geral. Aliás, não pense que esse tipo de erro é cometido apenas por
pesquisadores inexperientes, uma vez que ocorre com estudantes de graduação, especialização, mestrado e
doutorado.
Objetivos realistas não são definidos de forma displicente ou apenas escritos para satisfazer uma etapa do
projeto de pesquisa, por isso, também é importante dimensionar a contribuição do trabalho de pesquisa para a
ciência. Isso significa que, de forma geral, todas as pesquisas oferecem contribuições, mas pouquíssimas
revolucionam a ciência, pois esse não é o objetivo máximo da pesquisa, mas, sim, o primeiro, que é robustecer
a ciência e criar conhecimento novo.
Você quer ler?
Você pode aprender um pouco mais sobre a complexidade, os requisitos e a importância 
do processo de elaboração de objetivos para uma pesquisa com a leitura do texto “Como 
Elaborar Objetivos de Pesquisa”, de Sandra Mattos. Ele está disponível no botão a 
seguir.
Acesse
http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Como%20elaborar%20Objetivos%20de%20Pesquisa.pdf
- -18
Como você sabe, os objetivos de uma pesquisa podem oferecer possibilidades interessantes para a pesquisa,
mas, também, podem significar uma cilada, ou seja, tornar o trabalho sem efeito e genérico, cujo
desdobramento é perceptível na vulnerabilidade das conclusões. Nesse contexto, Larocca, Rosso e Souza
(2005, p. 126-127) apresentam categorias de objetivos de pesquisa, conforme identificados no quadro a seguir.
Quadro 2 - Classificação geral das categorias de objetivos de pesquisa. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em LAROCCA, ROSSO e 
SOUZA, 2005.
#PraCegoVer: na imagem, há um quadro sobre a classificação geral das categorias de objetivos de pesquisa. 
No quadro, há quatro retângulos na cor laranja e quatro colunas na cor cinza. O primeiro retângulo mostra os
objetivos compreensivos, o segundo retângulo mostra os objetivos avaliativos, o terceiro retângulo mostra os
objetivos propositivos e o quarto retângulo mostra os objetivos descritivos.
O objetivo de um projeto de pesquisa enfatiza a verdadeira expressão do significado da pesquisa, contudo, ele
não é determinante para o êxito, mas, de forma isolada, pode fragilizar significativamente uma pesquisa.
Sendo assim, a metodologia científica, desde sua criação histórica e social, tem contribuído de forma
significativa para a criação do conhecimento de maneira sistemática, rigorosa e racional, desenvolvendo e
aplicando métodos e tecnologias capazes de proporem soluções a problemas e questões emergentes e
contemporâneos.
- -19
Conclusão
Você concluiu os estudos sobre a contribuição da metodologia científica para a criação do conhecimento. Com
essa discussão, esperamos que você se sinta competente para definir um projeto de pesquisa, distinguir os
diferentes tipos de conhecimento, refletir sobre as etapas da pesquisa e compreender a relação estabelecida
entre tema, problema e objetivos na pesquisa científica.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender os princípios da ciência e do conhecimento científico;
• analisar as relações do conhecimento científico com a sociedade;
• entender a metodologia científica como um processo de pesquisa;
• compreender o que são tema e problema de pesquisa;
• compreender o que são os objetivos de uma pesquisa;
• identificar temas, problema e objetivos de pesquisa.
•
•
•
•
•
•
- -20
Referências
BONIN, J. A. . 2010.Delineamentos para pensar a metodologia como na pesquisa em comunicaçãopráxis
Disponível em: <http://www.processocom.org/wp-content/uploads/2015/08/BONIN-Rastros-2010.pdf>.
Acesso em: 24/02/2018.
BURKE, P. . São Paulo: UNESP, 2016.O que é história do conhecimento?
CHAUI, M. . São Paulo: Ática, 2010.Convite à Filosofia
DEMO, P. . São Paulo: Atlas, 1995.Metodologia Científica em Ciências Sociais
FRANCELIN, M. M. : ressonâncias e paradoxos. Ci. Inf.Ciência, senso comum e revoluções científicas
Brasília, v. 33, n. 3, p. 26-34, set./dez. 2004. Disponível em: < >.http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n3/a04v33n3
Acesso em: 24/02/2018.
GIL, A. C. . São Paulo: Atlas, 2011.Métodos e Técnicas de Pesquisa Social
HOUAISS, A. . 2. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.Minidicionário da Língua Portuguesa
LAROCCA, P.; ROSSO, A.; SOUZA, A. A formulação dos objetivos de pesquisa na pós-graduação em
Educação: uma discussão necessária. , v. 2, n. 3, p. 118-133, mar. 2005. Disponível em: <RBPG http://ojs.rbpg.capes.gov.br/index.php/rbpg/article/download/62/59>. Acesso em: 24/02/2018.
MACÊDO, R. S. .A Etnopesquisa Crítica e Multirreferencia nas Ciências Humanas e na Educação
Salvador: EDUFBA, 2004.
MAGALHÃES, G. : caminhos da ciência e tecnologia. São Paulo:Introdução à Metodologia da Pesquisa
Ática, 2005.
MATRIX. Direção: Lana Wachowski e Lilly Wachowski. Estados Unidos: Warner Bros., 1999. 135 min.
Color.
MATTOS, S. . Disponível em: <Como elaborar objetivos de pesquisa http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles
>. Acesso em: 13/03/2018./files/Como%20elaborar%20Objetivos%20de%20Pesquisa.pdf
http://www.processocom.org/wp-content/uploads/2015/08/BONIN-Rastros-2010.pdf.%20Acesso%20em%20fev./2018
http://www.processocom.org/wp-content/uploads/2015/08/BONIN-Rastros-2010.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n3/a04v33n3
http://ojs.rbpg.capes.gov.br/index.php/rbpg/article/download/62/59
http://ojs.rbpg.capes.gov.br/index.php/rbpg/article/download/62/59
http://ojs.rbpg.capes.gov.br/index.php/rbpg/article/download/62/59
http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Como%20elaborar%20Objetivos%20de%20Pesquisa.pdf
http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Como%20elaborar%20Objetivos%20de%20Pesquisa.pdf
- -21
MATURANA, H.; VARELA, F. . São Paulo: Athena, 2011.A árvore do conhecimento
MEDEIROS, B. C. et al. Dificuldades do processo de orientação em trabalhos de conclusão de curso (TCC):
um estudo com os docentes do curso de Administração de uma instituição privada de Ensino Superior. 
, Rio Grande do Norte, ano 31, v. 5, set. 2015. Disponível em: <HOLOS http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php
>. Acesso em: 13/03/2018./HOLOS/article/viewFile/1011/1147
MINAYO, M. C. de S.; DESLANDES, S. F.; GOMES, R. : Teoria, método e criatividade.Pesquisa Social
Petrópolis: Vozes, 1994.
SOCIEDADE dos Poetas Mortos. Direção: Peter Weir. Estados Unidos: Disney/Buena Vista, 1990. 128 min.
Color.
TUNES, E.; MELO, J. S. de; MENEZES, D. M. A atividade de formular problema de pesquisa. Linhas
, Brasília, v. 6, ano 11, jul./dez. 2000. Disponível em: <Críticas http://periodicos.unb.br/index.php
>. Acesso em: 15/03/2018./linhascriticas/article/download/6668/5383
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147
http://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/download/6668/5383
http://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/download/6668/5383
	Introdução
	1.1 Conhecimento e método científico
	1.1.1 O que é ciência? O que é conhecimento científico?
	1.2 Metodologia como processo de pesquisa
	1.3 Etapas da pesquisa científica: escolha do tema e problema
	1.4 Etapas da pesquisa científica: objetivos
	Conclusão
	Referências

Continue navegando