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AULAS 05 E 07 - IED PRIVADO I

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AULAS 05, 06 E 07 – EMANCIPAÇÃO, MORTE E AUSÊNCIA
Emancipado: aquele que com menos de 18 anos tornou-se absolutamente capaz. Vale ressaltar que a emancipação somente permite ao indivíduo a prática de atos da vida civil – sendo vedada a culpabilidade penal, a direção de veículos automotores, entre outros aspectos. 
1. Emancipação: 
1.1 – Espécies: 
1.1.1 – Voluntária: é aquela concedida pelos pais aos filhos através de escritura pública a partir dos 16 anos. Essa emancipação deve ser aprovada por ambos genitores ou somente por um no caso da ausência do outro. Na hipótese de conflito entre as partes, a decisão da emancipação cabe ao juiz. Em uma situação normal, esse tipo de emancipação ocorre de forma independente de intervenção judicial. 
Essa escritura pública é conduzida ao cartório onde o menor é registrado e, posteriormente, é emitida uma nova via da certidão de nascimento com a averbação que torna o menor emancipado. Uma vez emancipado, não é possível reverter essa condição. 
1.1.2 – Judicial: é aquela concedida pelo juiz mediante sentença quando o menor estiver sob tutela, tendo em vista que o tutor não pode emancipar o menor. Essa sentença é averbada no registro de nascimento do menor.
1.1.3 – Legal: é aquela decorrente de fatos que a lei considera por si sós capazes de antecipar a aquisição da plenitude da capacidade civil: 
· Casamento: a lei considera que a pessoa casada é capaz de praticar atos da vida civil. 
A cessação do casamento por divórcio não implica no retorno à condição de incapacidade. Entretanto, aquele que atuou de má fé terá a emancipação anulada, voltando ao estado de incapacidade.
No caso de casamento putativo (aquele casamento realizado no qual os indivíduos não possuem consciência da nulidade do casamento), tem que se verificar a boa fé dos envolvidos (como no caso de indivíduos que se casaram sem a consciência de que eram irmãos) a fim da concessão da emancipação. 
· Exercício de emprego público efetivo: geralmente exige-se a idade mínima de 18 anos para a prestação de concurso público. O emprego tem de ser efetivo, não se aceitando, por conseguinte, a função de cargo de emprego temporário como critério para emancipação. Ademais, vale ressaltar que a exoneração do cargo não implica no retorno à condição de incapacidade;
· Colação de grau em curso de ensino superior: embora seja extremamente raro, tendo em vista que a colação de grau representa o término do curso, o processo de emancipação é possível para aqueles considerados superdotados; 
· Estabelecimento civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego: é possível a emancipação baseada nesse critério desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria – ou seja – o indivíduo exerce uma atividade comercial que provê sustento de forma independente. 
2. A morte: 
2.1 - Extinção da personalidade jurídica: há uma visão doutrinária preponderante de que a morte extingue a personalidade jurídica. Além disso, há a extinção do casamento (quem passa a ser cônjuge torna-se viúvo/ viúva), abre-se a sucessão (os herdeiros são chamados a suceder) e extingue-se os contratos personalíssimos (aqueles nos quais apenas uma única pessoa pode contrair determinadas obrigações)
Quando é determinada a morte?: Esse é um debate de extrema relevância para o âmbito jurídico. Atualmente, considera-se que, para efeitos civis, a morte ocorre no momento da cessação da atividade cerebral. 
2.2 - Comoriência: é presunção de morte simultânea, ou seja, de pessoas que morreram na mesma ocasião, sem que se consiga determinar a sequência das mortes. A título exemplificativo pode-se citar o acidente aéreo envolvendo um avião da Gol em 2006 – que culminou no óbito de 154 pessoas. Caso for possível definir a ordem por qualquer que seja o meio (perícia, testemunha), não será usado o instituto da comoriência;
2.3 – Morte civil: consiste no ato de considerar morto alguém que continua vivo. Essa perspectiva era mais comum no passado histórico, como, por exemplo, em casos de penas de banimento. Essa morte civil trazia as mesmas consequências da morte física (extinção da personalidade jurídica, extinção do casamento, abertura de sucessões e extinção dos contratos personalíssimos). Alguns doutrinadores defendem a manutenção de vestígios de morte civil na contemporaneidade como a exclusão da sucessão por indignidade (quando o herdeiro atenta contra a vida do autor da herança); 
2.4 – Morte presumida: consiste no ato de considerar morto um indivíduo cuja morte é provável, mas não pode ser comprovada. A título exemplificativo pode-se citar o caso envolvendo o desaparecimento da irmã do lutador Victor Belfort – Priscila Belfort - que desaparecida por 17 anos, é provável que tenha sido morta por traficantes no Morro da Providência mas essa suposição nunca foi comprovada. A morte presumida é matéria dos Arts. 6º e 7º do Código Civil. Vale ressaltar que a morte presumida provoca os mesmos efeitos da morte propriamente dita (comprovada): extinção do casamento, abertura das sucessões, extinção dos contratos personalíssimos... 
A primeira hipótese de morte presumida é matéria do Art. 6º do Código Civil – a ausência: 
Art. 6º do CC: A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
OBS: O ausente seria aquele que não se encontra em uma condição de risco e que simplesmente desaparece, não deixando informações acerca do seu paradeiro. 
Art. 7º do CC: Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida 
A morte presumida, nesse cenário, é decretada logo após o encerramento das investigações. A título exemplificativo, pode-se citar um indivíduo desaparecido nos escombros do rompimento de uma barragem em Brumadinho-MG;
Art. 7º do CC: Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Essa corresponde a uma matéria específica de campanha militar 
Art. 7º do CC: 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
OBS: Em relação aos efeitos matrimoniais, a morte presumida extingue o casamento. Entretanto, não há matéria no Código Civil destinada ao retorno do indivíduo dito como morto, mas o pensamento doutrinário majoritário defende a manutenção da extinção do casamento (pois o viúvo/ a viúva presumida pode casar novamente, por exemplo). 
3. A curatela do ausente: 
· No caso da ausência, é necessária a declaração da ausência, porém não há nenhuma norma que fixe prazo para a declaração da ausência;
· A declaração da ausência ocorre através de uma análise casuística acerca da necessidade de administração do patrimônio do ausente. Dessa forma, é feita a arrecadação (levantamento dos bens), decretada a ausência e nomeado um curador – responsável apenas por administrar o patrimônio do ausente e não pode apropriar-se do patrimônio que administra. O curador deve, constantemente, prestar contas ao judiciário e se encontra fiscalizado pelo Ministério Público;
· A ordem de preferência da ocupação do cargo de curador segue: cônjuge, pais, descendentes (dos mais próximos até os mais remotos – filhos com prioridade em relação aos netos); 
· Não é declarada ausência quando o suposto ausente deixa um procurador para administrar os seus bens. Entretanto será declarada a ausência, caso esse procurador não demonstre interesse, esteja impossibilitado de exercer essa função ou a procuração outorgada pelo suposto ausente não conceda poderes suficientes ao procurador;
4. Sucessão provisória: 
4.1 – Quando é declarada: É declarada através de uma sentença que se pressupõe a um requerimento. A sucessão provisória pode ser requerida 1 ano após a arrecadação dos bensse o ausente não deixou procurador ou representante ou 3 anos após a caracterização da ausência se o ausente deixou procurar ou representante. 
Os herdeiros são chamados a suceder e os credores habilitam seus créditos para receber o que têm direito. 
4.2 – Nomenclatura: Essa sucessão é dita provisória pelo fato de que os herdeiros provisórios detém a posse provisória dos bens do ausente e não a propriedade. Somente se não for possível a conservação dos bens, ou seja, para evitar a ruína, poder-se-á judicialmente autorizar a apropriação dos bens por parte dos herdeiros provisórios (Art. 31 do CC) 
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
4.3 – O retorno do ausente: Os bens devem ser conservados da mesma forma que foram deixados pelo ausente. Caso ocorra alguma deterioração e retornado o ausente, deve ocorrer o pagamento de uma indenização por parte do herdeiro.
Caso o herdeiro que não seja cônjuge, ascendente ou descendente (como, por exemplo, um sobrinho) - este deve conceder um bem como garantia – pois, no caso do retorno do ausente e o herdeiro se recusar a indenizá-lo, essa garantia será utilizada para o ressarcimento do dano. 
4.4 - No caso dos bens deixados pelo ausente produzirem frutos e rendimentos: 
· Se o herdeiro for cônjuge, ascendente ou descendente, esse se apropria da integralidade dos frutos e rendimentos; 
· Se o herdeiro não for cônjuge, ascendente ou descendente (como um sobrinho, por exemplo), esse se apropria da metade dos frutos e rendimentos. A outra metade é investida a favor do ausente, ou seja, depositada em uma conta aguardando o retorno do ausente; 
· Aquele herdeiro que não for cônjuge, ascendente ou descendente e não prestou garantia, todo o rendimento é capitalizado em favor do ausente. Caso consiga comprovar que estava impossibilitado de prestar garantia, esse receberá a sua parte na herança; 
· No caso de ausência voluntária e esta for comprovada, o ausente perde a integralidade dos rendimentos da herança;
5. Sucessão definitiva: 
5.1 – Quando ocorre: Dez anos passados a sentença que determinou a abertura da sucessão provisória irrecorrível. 
Art. 37 do CC: Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
OBS: Caso o ausente tenha pelo menos 80 anos e, após cinco anos de ausência de notícias a seu respeito, é possível a declaração da morte presumida do ausente e a declaração da sucessão definitiva. 
5.2 – O que caracteriza a sucessão definitiva: 
· Os herdeiros passam a ter a propriedade dos bens do ausente, podendo fazer o que quiserem com esses bens sem autorização judicial; 
· Essa propriedade é dita resolúvel, ou seja, uma propriedade que pode ser extinta;
5.3 – O retorno do ausente no caso de sucessão definitiva: 
· Caso o ausente retorne antes de dez anos completos da abertura da sucessão definitiva, ele receberá os bens no estado em que esses estiverem (e não no estado que ele havia deixado);
· Caso o herdeiro tiver vendido os bens e comprado outros, o ausente, ao retornar, receberá os sub-rogados, ou seja, o valor do bem vendido ou o bem que foi adquirido através desse dinheiro;
· Caso o herdeiro retornar dez anos após aberta a sucessão definitiva, ele não receberá absolutamente nada;

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