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Resumo - Super Material - ATLS - Visão Geral

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SUMÁRIO
1. Introdução e epidemiologia do trauma .............. 3
2. Atendimento inicial ao politraumatizado .......... 4
3. Medidas auxiliares à avaliação primária .........16
4. Considerar transferência .......................................17
5. Avaliação secundária .............................................17
6. Reavaliação ...............................................................17
Referências Bibliográficas .........................................19
3ATLS
1. INTRODUÇÃO E 
EPIDEMIOLOGIA 
DO TRAUMA
Ao pensar em Trauma, a principal re-
ferência é o ATLS (Advanced Trauma 
Life Support), um manual que siste-
matiza a sequência de atendimen-
to ao paciente politraumatizado para 
propor medidas durante a chamada 
hora de ouro. 
Breve histórico
Em 1976, Dr. James K. Styner, cirur-
gião ortopédico e piloto amador, en-
volveu-se em um acidente de avião 
durante um vôo na região de Ne-
braska - EUA. O acidente resultou 
na morte da sua esposa, deixando-o 
com seus quatro filhos, dos quais três 
estavam gravemente feridos. Quan-
do a equipe de trauma chegou ao 
local para realizar o atendimento, Dr. 
Styner percebeu que a equipe esta-
va despreparada e as condutas não 
obedeciam um padrão adequado. De 
volta ao trabalho, Dr. Styner fundou o 
ATLS. Em 1980, o curso foi aprova-
do pelo Comitê de Trauma do Colégio 
Americano de Cirurgiões e adotado 
como modelo de atendimento para 
todo paciente politraumatizado.
Distribuição trimodal 
das mortes no trauma
Figura 1: ATLS, 10ª edição.
1º período: Mortes imediatas;
Esse período compreende as mortes 
que acontecem na cena, ou seja, a 
forma de preveni-la é evitar o próprio 
acidente, compreendendo medidas 
de políticas públicas e educação. A 
principal causa de morte é a apneia, 
seja decorrente de lesões cerebrais, 
medulares ou de grandes vasos.
2º período: Mortes precoces (Hora 
de ouro)
São as mortes que ocorrem de mi-
nutos a horas após o trauma e onde 
o médico preparado é capaz de in-
4ATLS
tervir priorizando as lesões que ma-
tam mais rápido. A principal causa de 
morte deste período são as perdas 
sanguíneas (visceral, hemopneumo-
tórax, hematomas epi/subdural).
3º período: Mortes tardias
Por fim, são as que ocorrem dias ou 
meses após o trauma, geralmente 
por um quadro de sepse ou falência 
de múltiplos órgãos- ou seja, o que 
pode interferir no prognóstico aqui é 
a qualidade dos grandes centros de 
referência.
Epidemiologia
O trauma mata, em média, 9 pessoas 
por minuto e até 5,8 milhões por ano, 
geralmente dos 1 a 44 anos- o que 
faz com que cerca de 12% dos gas-
tos em saúde no mundo sejam volta-
dos para o Trauma, excedendo 500 
bilhões por ano.
Figura 2: ATLS, 10ª edição.
2. ATENDIMENTO INICIAL 
AO POLITRAUMATIZADO
O objetivo do atendimento é prestar 
suporte médico às vítimas, no intui-
to de preservar sua vida. Portanto, 
o atendimento precisa ser ágil, e por 
isso, é sistematizado na seguinte se-
quência:
Fluxograma – Atendimento ao politraumatizado
Preparação
Triagem
Avaliação Primária
Reanimação
Medidas auxiliares à 
avaliação 1ª 
Transferência (se 
necessário)
Avaliação Secundária
Medidas auxiliares à 
avaliação 2ª 
Reavaliação e 
Monitorização
Tratamento definitivo
*Lembrando que as avaliações primária e secundária de-
vem ser refeitas frequentemente para garantir a identifi-
cação e manejo adequado de todas as lesões da vítima. 
Preparação
Fase pré-hospitalar: 
Envolve condutas que seguem um 
protocolo específico (o PHTLS). Essa 
fase requer que os socorristas abre-
viem o máximo a permanência da 
vítima na cena do trauma e notifi-
que o hospital de destino antes de 
iniciar o transporte, para que os mé-
dicos se preparem. 
5ATLS
SE LIGA! Nesse momento, é importante 
que o socorrista esteja a par de algumas 
informações da vítima, como: documen-
tação, história do trauma, horário e me-
canismo, e eventos relacionados.
Fase intra-hospitalar
Ela se inicia a partir do momento da 
notificação dos socorristas, pois con-
siste num planejamento antecipado 
à chegada do paciente por parte da 
equipe e seu líder. Compreende:
1. Desligar o ar-condicionado da sala 
de trauma;
2. Promover a proteção da equipe, 
com máscaras, óculos, luvas e 
avental impermeável;
3. Área de reanimação;
4. Equipamentos de via aérea (testar 
todos);
5. Soluções de cristaloides aquecidas;
6. Equipamento para monitorização;
7. Protocolo Onda vermelha 
Sistema de alarmes localizado na sala 
de Trauma e, ao ser acionado, emite 
sinais nos corredores, centro cirúrgi-
co, laboratório e radiologia para que o 
politrauma se torne prioridade em to-
dos os setores envolvidos.
Triagem
Importante quando há mais de uma 
vítima para classificá-las de acordo 
com o tratamento necessário e recur-
sos disponíveis e, assim, obter uma 
ordem de prioridade estabelecida.
Há 2 tipos de situações de triagem:
Múltiplas vítimas
Quando os recursos presentes são 
suficientes para atender a quantida-
de total de vítimas e manejar a gra-
vidade das lesões. Nesses casos, a 
prioridade de atendimento são pa-
cientes com risco de vida iminente 
ou traumatismos multissistêmicos.
Vítimas em massa
O número de vítimas e a gravidade 
das lesões excedem a capacidade 
de atendimento. Portanto, têm prio-
ridade de atendimento aqueles com 
maior chance de sobrevida.
SAIBA MAIS!
Existem alguns protocolos para auxiliar o profissional de saúde a realizar a triagem 
em situação com diversas vítimas. O protocolo START é um fluxo a se seguir para 
realizar de maneira rápida e fácil no atendimento pré-hospitalar.
6ATLS
PROTOCOLO START
Verde
Óbito
Vermelho
> 30
< 30
> 2 < 2
NãoNão
Não
SimSim
Sim
Amarelo
Vermelho
Vermelho Vermelho
Enchimento 
capilar
Responde 
ordens simples
Posicionar 
Via Aérea
Respira?
Pequenas 
lesões
Deambulam
Respira
7ATLS
Essa abordagem beseia-se no lema 
“tratar primeiro o que representa 
maior ameaça à vida”. Dessa forma, 
a avaliação inicial prioriza a aborda-
gem e tratamento de sistemas numa 
ordem: ABCDE.
Airway + Cervical Spine
(Vias aéreas e restrição da coluna cervical)
Breathing 
(Respiração)
Circulation 
(Circulação)
Disability/neurological status 
(Déficit neurológico)
Exposure
(Exposição)
A
B
C
D
E
ABCDE do Politrauma
SE LIGA! E é importante saber que a 
ordem de prioridade não se baseia no 
que mais mata, e sim no que mata mais 
rápido!
Outra observação importante é que, 
apesar dessa segmentação, esse 
atendimento costuma ser realizado 
por uma equipe, o que permite que 
várias etapas sejam avaliadas simul-
taneamente.
Abordagem inicial
A apresentação inicial do médico 
ao paciente já traz informações im-
portantes sobre o estado clínico.
Pergunta-se:
“Olá, sou médico (a) e estou aqui 
para te ajudar. O que aconteceu?”. 
Uma resposta apropriada para esta 
pergunta já nos traz as informa-
ções:
a) Não há comprometimento de vias 
aéreas (A), pois, como ele respondeu, 
estão pérvias;
b) Não há comprometimento da ven-
tilação (B), pois, o ar teve que passar 
para formar a voz;
c) Há perfusão suficiente para racio-
cinar (C);
d) E, por fim, não há diminuição do 
sensório (D);
Agora sim, com essa visão do estado 
geral do paciente, iniciamos a avalia-
ção primária propriamente dita.
Letra A - Vias aéreas + restrição da 
mobilidade cervical
Lembra que já falamos que o que 
mata mais rápido é a apneia? Então 
vamos entender como checar a per-
meabilidade das VA;
8ATLS
No paciente consciente: solicita que 
o paciente abra a boca;
No paciente desacordado: realiza 
manobra de abertura de VA, como o 
Jaw Thrust (preferencial) ou Chin Lift, 
sempre mantendo a coluna cervical 
estabilizada;
Figura 3: Jaw Thrust
Figura 4: Chin Lift
Caso haja de fato obstruindo, qual a 
conduta?
Corpo estranho (CE): retirar com 
dedo em garra;
Sangue/secreções: aspirador de 
ponta rígida;
Não esquecer: todo paciente poli-
traumatizado merece receber oxigê-
nio suplementar ofertado com más-
cara não reinalante, com 12-15L de 
O2/min.
Caso o paciente não tenha capacida-
de de mantera via aérea pérvia, uma 
via aérea definitiva deve ser consi-
derada. 
E como sei quando indicar uma VA 
definitiva?
 
GCS<9 Risco de obstrução de VA
Queimaduras faciais Potenciais inalações
Trauma maxilofacial Trauma laríngeo
A forma mais fácil de promovê-la é re-
alizando uma intubação orotraqueal 
(IOT). Caso não seja possível, pode-
mos optar por uma cricotireoidosto-
mia (por punção ou cirúrgica) ou ain-
da uma traqueostomia - o importante 
é não sair da letra A sem resolvê-la!
Lesão de árvore traqueobrônquica
Apesar de obstrução ser o principal 
problema que nos deparamos no A, 
9ATLS
a lesão de árvore traqueobrônquica 
merece um espaço aqui, pois, ape-
sar de mais rara, é potencialmente 
fatal. Os pacientes que sobrevivem 
apresentam sinais clássicos ao exa-
me físico: hemoptise, enfisema sub-
cutâneo, fratura palpável em região 
cervical e expansibilidade diminu-
ída- e o paciente ainda pode acabar 
entrando num quadro de pneumotó-
rax hipertensivo! Diante desse qua-
dro, nossa conduta se pauta na ob-
tenção de uma VA definitiva, e o 
paciente deve ser encaminhado ime-
diatamente para a cirurgia.
Após a avaliação da via aérea, segui-
mos com a avaliação do pescoço e 
restringir o movimento da coluna cer-
vical. No pescoço, buscamos os se-
guintes sinais:
 
Estase de jugular Enfisema subcutâneo
Desvio de traqueia Fratura palpável cervical
A melhor forma de restringir o movi-
mento cervical é instalando um colar 
cervical. Porém, você precisa saber 
quais pacientes realmente precisam 
SE LIGA! Ao final do A, devemos reali-
zar a monitorização do paciente e ofere-
cer oxigênio a 100% por meio de uma 
máscara não reinalante. Envolve: mo-
nitorização cardioscópica, oxímetro de 
pulso e PA não invasiva
LETRA B - Ventilação
Se passamos pelo A, garantimos que 
o ar está chegando nos pulmões da 
vítima. Mas isso não garante a efici-
ência das trocas gasosas, e é justa-
mente essa oxigenação que avalia-
mos no B.
• Inspeção: a expansão está simé-
trica? 
• Palpação: há fratura palpável? 
Crepitação ou dor à palpação?
• Ausculta: MV bem distribuído e 
simétrico? (abolido/reduzido pode 
indicar pneumotórax/ hemotórax)- 
• Percussão: se, ao invés do som 
claro pulmonar (timpânico), estiver 
maciço pode indicar hemotórax/ 
hipertimpânico pode indicar pneu-
motórax;
Podemos, então, juntar essas infor-
mações semiológicas com os acha-
dos do P e tentar identificar possíveis 
lesões que prejudicam a ventilação:
Pneumotórax hipertensivo
Pra começar, pneumotórax significa 
ar na cavidade pleural. E ele é dito 
hipertensivo pois cursa com reper-
cussão hemodinâmica e seu meca-
nismo cria uma válvula unidirecio-
nal, que permite apenas a entrada de 
ar, e não a sua saída. 
10ATLS
Figura 5: Fonte: ATLS 10
Assim, o grande volume de ar acu-
mulado aumenta a pressão torácica, 
o que reduz o retorno venoso e cau-
sa a estase de jugular. E, como tam-
bém acaba comprimindo o mediasti-
no para o lado contralateral, leva ao 
desvio de traqueia. 
Com isso, encontramos timpanismo 
à percussão e abolição de murmúrios 
vesiculares na ausculta.
Esse conjunto de fatores apresenta-
-se em um paciente com dispneia 
intensa e dor torácica. E nossa con-
duta é simples: drenar o conteúdo ga-
soso.
Fazemos isso através de 2 procedi-
mentos: punção de alívio e drenagem 
torácica. A punção de alívio pode 
ser realizada com a inserção de uma 
agulha no quinto espaço intercostal, 
visando diminuir o acúmulo de ar no 
espaço pleural para melhorar a venti-
lação do paciente. Não é a terapia de-
finitiva, posteriormente deve-se reali-
zar drenagem torácica.
Referencial (para ambos os procedi-
mentos): 5º EIC, entre linhas axilares 
anterior e média;
Pneumotórax aberto
É aquele provocado por ferimento 
aberto na parede torácica, que cor-
responde a mais de 2/3 do diâmetro 
da traqueia. O paciente também se 
apresenta com dispneia e dor torá-
cica, mas como o volume de ar costu-
ma ser menor, ao exame físico só en-
contramos timpanismo à percussão 
e MV abolidos a ausculta.
Figura 6: Fonte: ATLS 10
Quanto a conduta, nesses casos não 
é indicada a punção de alívio, até por-
que já existe uma comunicação entre 
a cavidade pleural e o meio externo- 
então realizamos o curativo de três 
pontas. Ele consiste em um material 
11ATLS
estéril e retangular que envolva a le-
são e seja fixado em 3 dos 4 lados- 
possibilitando que o ar sob pressão 
saia pelo lado aberto e, na fase em 
que o ar deveria entrar na cavidade 
pleural, o curativo oclui o orifício.
Basicamente, nós criamos uma vál-
vula unidirecional!
Depois, então, o paciente precisa de 
uma drenagem torácica.
Hemotórax maciço
Só pela etimologia sabemos que se 
trata de sangue na cavidade pleu-
ral. Considera-se maciço quando o 
volume é maior que 1,5L. Asseme-
lha-se ao pneumotórax hipertensivo, 
logo, o paciente também se mostra 
com dor torácica, dispneia, possí-
vel desvio de traqueia, macicez (e 
não timpanismo!) a percussão e abo-
lição dos MV, pelos motivos que já 
falamos acima. 
É importante ressaltar que a estase 
de jugular pode estar presente (por 
conta do aumento da pressão toráci-
ca), no entanto pode não estar, afinal, 
o paciente perdeu muito sangue. E, 
justamente por essa perda, o pacien-
te apresenta sinais de choque.
O tratamento também consiste em 
drenagem torácica, porém, conside-
rando o choque associado, realiza-se 
reposição volêmica.
Tamponamento cardíaco
É o acúmulo de líquido na cavida-
de pericárdica e, como o pericárdio 
fibroso é pouco elástico, o líquido 
comprime o coração e limita seu 
movimento- causando um choque 
restritivo.
Figura 7: Fonte: ATLS 10
Nós identificamos essa condição 
através do exame físico, pela Tríade 
de Beck, que é composta por:
TRÍADE DE BECK
Hipotensão
Estase de jugular
Abafamento de bulhas cardíacas
Mas por quê? Vamos lá: o coração 
está comprimido, logo seu volume in-
terno está reduzido. Isso explica os 2 
primeiros sinais: com o volume redu-
zido, menos sangue é ejetado, e gera 
hipotensão. Por outro lado, se menos 
sangue consegue entrar no coração, 
12ATLS
há um congestionamento venoso, 
que fica evidente nas veias jugulares, 
por serem mais superficiais.
Já o abafamento das bulhas ocorre 
porque a presença do líquido impede 
a transmissão do som pela parede to-
rácica.
Estase de 
jugular Hipotensão
Abafamento 
de bulhas
Compressão 
do coração
Reduz retorno 
venoso
Redução fração 
de ejeçaoLíquido saco 
pericárdico 
impede 
transmissão 
sonora
Tamponamento Volume interno reduzido
Para tratarmos essa condição, o ideal 
seria uma toracotomia de emergên-
cia, mas, caso não haja tempo hábil ou 
profissional capacitado, realiza-se uma 
pericardiocentese (que é uma medi-
da de alívio, ou seja, depois o paciente 
precisará de uma toracotomia).
SE LIGA! Referencial da pericardiocen-
tese: 2 cm abaixo e à esquerda do apên-
dice xifoide, 45º com a pele e apontando 
para o mamilo esquerdo.
Circulação 
Na letra B, deixamos a ausculta car-
díaca para o final e investigamos a 
presença de sinais de Choque.
Hemorragia
O principal objetivo do C é identi-
ficar e tratar hemorragias (principal 
causa de morte pós-traumática evitá-
vel)!
O ATLS inclusive prega que, uma vez 
afastado o pneumotórax hiperten-
sivo, todo choque no trauma é hi-
povolêmico até que se prove o con-
trário.
Quais sinais indicam que o paciente 
está em choque?
3Ps: pele, pulso, perfusão. 
• Pele: pálida e fria.
• Pulso: acelerado (taquicárdico)
13ATLS
• Perfusão: pelo tempo de enchi-
mento capilar, que está alterado se 
>3s.
Outros fatores que também nos aju-
dam a identificar um possível choque 
são:
• Hipotensão
• Rebaixamento do nível de consci-
ência 
• Débito urinário reduzido 
OBS: devemos ter uma atenção es-
pecial com:
• Idosos: possuem capacidade li-
mitada de aumentar sua FC em 
resposta à perda sanguínea, logo 
podem apresentar choque sem ta-
quicardia.
• Crianças: possuem uma reser-
va fisiológica muito grande e cos-
tumam não apresentar sinais de 
choque; mas,quando descompen-
sam, acontece de forma rápida e 
catastrófica.
• Atletas: também possuem meca-
nismos de compensação seme-
lhantes aos das crianças, e podem 
inclusive apresentar bradicardia 
relativa. 
Resumindo: vamos sempre descon-
fiar do estado hemodinâmico normal 
do paciente!
Ao identificar o choque, o que fazer?
Obtém-se um acesso venoso peri-
férico uni/bilateral calibroso, para, 
a partir daí, iniciar reposição volêmi-
ca com 1L de Ringer Lactato ou SF 
0,9% aquecidos e, então, reavaliar a 
necessidade de continuar a reposição 
de acordo com a resposta do paciente.
OBS. Lembra daquilo que falamos, 
que todo choque é hipovolêmico/he-
morrágico até que se prove o contrá-
rio? Logo, sempre repomos volume. 
Ainda que seja realizada a reposição 
volêmica, em um paciente chocado, 
é mandatório investigar a fonte de 
sangramento. Através de inspeção e/
ou exames de imagem, conseguimos 
identificar se a hemorragia é externa 
ou interna. Nos casos de hemorragia 
externa, fazemos compressão dire-
ta e, caso a compressão direta seja 
ineficaz, pode-se avaliar a necessida-
de de realizar um torniquete.
Em contrapartida, nos casos de he-
morragia interna (que normalmente 
acomete tórax, abdome, pelve, retro-
peritônio e ossos longos), os trata-
mentos variam. 
14ATLS
Essa tabela do ATLS nos mostra a 
perda estimada de sangue baseada 
na condição inicial do doente, e o que 
devemos tirar dela é que a diurese 
constitui o parâmetro principal para a 
reposição volêmica adequada- daí a 
necessidade de fazer uma sondagem 
vesical.
• Classes I e II, não complicadas 
(perda sanguínea de no máximo 
1500ml), costumam estabilizar 
apenas com infusão de cristaloide., 
sendo que o de escolha é o Rin-
ger Lactato aquecido a 39º- pode 
usar SF, mas atentar-se à acidose 
hiperclorêmica, principalmente se 
disfunção renal associada.
• Classe III e IV, com perda sanguí-
nea maior que 1500ml, são mar-
cadas pela hipotensão, e, portan-
to, são candidatos à transfusão e 
uso precoce de ácido tranexâmico. 
Contudo, a prioridade é sempre in-
terromper o sangramento, por ci-
rurgia ou embolização,
Disfunção neurológica
Aqui avaliamos o sistema nervoso do 
paciente, o que inclui:
• Reatividade das pupilas → bilate-
ral; estão isofotorreagentes?
• Pesquisar sinais de lateralização 
→ bi hemi/para/tetraplegia?
CLASSE I CLASSE II CLASSE III CLASSE IV
Perda sanguínea 
(% da volemia)
< 15% até 750 ml
15-30% 1.000-
1500ml ↓ ↑
30-40% 1.500-
2.000ml
> 40%
2.000-3.000ml
Pressão sanguínea ↔ ↔ ↔/↓ ↓
Pulso (bpm) ↔ ↔/↑ ↑ ↑/↑↑
Pressão de pulso ↔ ↓ ↓ ↓
Freq. Respiratória 
(ipm)
↔ ↔ ↔/↑ ↑
Fluxo urinário (ml/h) ↔ ↔ ↓ ↓↓
Glasgow ↔ ↔ ↓ ↓
Necessidade de 
hemoderivados
Monitorar Possível Sim Transfusão maciça
Tabela 1: Classificação do Choque hemorrágico
15ATLS
• Nível de consciência → bi pode ser 
causado por trauma no SNC ou 
por hipoperfusão; logo, ao detectar 
rebaixamento, é mandatório rea-
valiação imediata das VA.
E como avaliamos esse nível de cons-
ciência? Através da Escala de coma 
de Glasgow (GCS, em inglês).
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
Abertura ocular
Olhos abertos previamente à estimulação Espontânea 4
Abertura ocular após ordem em tom de 
voz normal ou em voz alta
Ao som 3
Abertura ocular após estimulação da 
extremidade dos dedos
À pressão 2
Ausência persistente de abertura ocular, 
sem fatores de interferência
Ausente 1
Olhos fechados devido a fator local Não testável NT
Resposta Verbal
Resposta adequada relativamente ao 
nome, local e data
Orientada 5
Resposta não orientada mas comunica-
ção coerente
Confusa 4
Palavras isoladas inteligíveis Palavras 3
Apenas gemidos Sons 2
Ausência de resposta audível, sem fatores 
de interferência
Ausente 1
Fator que interfere com a comunicação Não testável NT
Melhor resposta motora
Cumprimento de ordens com duas ações Às ordens 6
Elevação da mão acima do nível da claví-
cula ao estímulo na cabeça ou pescoço
Localizadora 5
Flexão rápida do membro superior ao 
nível do cotovelo, padrão predominante 
não anormal
Flexão normal 4
Flexão do membro superior ao nível do 
cotovelo, padrão claramente anormal
Flexão anormal 3
Extensão do membro superior ao nível do 
cotovelo
Extensão 2
Ausência de movimentos dos membros 
superiores/inferires sem fatores de inter-
ferência
Ausente 1
Fator que limita resposta motora Não testável NT
Tabela 2: Escala de Coma de Glasgow
16ATLS
SE LIGA! Pesquisa-se resposta mo-
tora “beliscando” o trapézio ou pres-
sionando o leito ungueal ou a região 
supraorbital. O uso de drogas também 
pode rebaixar a consciência, porém, no 
trauma, toda alteração de consciência 
deve ser considerada de lesão no SNC 
até que se prove o contrário, tá?
Quanto à conduta, o que precisamos 
aqui é evitar lesões secundárias e 
garantir perfusão adequada ao cé-
rebro. No entanto, caso seja nota-
do comprometimento nervoso, page 
neuro!
Exposição 
Para finalizar a avaliação primaria, 
temos que despir completamente o 
paciente (cortando as roupas) para 
procurar lesões externas- e não es-
quecer de rotacioná-lo (em monoblo-
co) para avaliar o dorso! Nessa etapa 
é fundamental a atenção a hipoter-
mia (o AC já deve estar desligado, 
como falamos na preparação, mas, se 
necessário, deve-se cobrir o paciente 
com mantas térmicas).
Figura 8: Fonte: https://www.glasgowcomascale.org/
E agora, nesse momento de mais 
“calmaria” no atendimento é que se 
deve realizar os exames de imagem 
indicados para o quadro do paciente. 
3. MEDIDAS AUXILIARES 
À AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
Aqui estamos falando de exames e 
procedimentos que auxiliam na moni-
torização do paciente, sendo que na 
maioria das vezes são realizadas si-
multaneamente a avaliação primária;
ECG Oxímetro de Pulso
Sondagem gástrica Capnógrafo
Sondagem vesical Frequência cardíaca
Pressão arterial Gasometria arterial
Radiografia (série trauma): AP de Tórax e Pelve
Tabela 3: Medidas auxiliares à avaliação primária
• Sondagem gástrica para esvaziar o 
estomago e evitar vômitos e bron-
coaspiração;
• Sondagem vesical para controle 
do débito urinário;
17ATLS
SE LIGA! Também podemos incluir aqui 
o USG Fast e o LPD, caso haja indicação 
de pesquisa de sangramento oculto in-
tra-abdominal e estejam disponíveis.
4. CONSIDERAR 
TRANSFERÊNCIA
Uma vez acabado o atendimento ini-
cial, já colhemos a história e cabe a nós 
decidir se ele merece transferência 
para um serviço mais especializado- 
lembrando que NUNCA devemos 
transferir um paciente instável. No 
entanto, havendo necessidade, essa 
transferência não deve ser atrasada 
(exceto quando estão realizando me-
didas de ressuscitação para estabili-
zar o paciente ou para garantir uma 
transferência segura).
5. AVALIAÇÃO 
SECUNDÁRIA
Terminado o ABCDE, agora vamos 
para a avaliação secundária, que con-
siste em examinar o paciente de for-
ma integral, o que significa realizar o 
exame físico de todos os sistemas e 
fazer a anamnese do trauma, que in-
clui a história AMPLA:
Alergias
Medicamentos em uso
Passado médico/ prenhez
Líquidos e alimentos ingeridos recen-
temente
Ambiente e eventos do trauma (nes-
sa parte é importante colher informa-
ção do mecanismo envolvido).
OBS. Lembrar que, no trauma, coloca-
-se “dedos e sondas em todos os orifí-
cios”, logo, não podemos esquecer de 
realizar o toque vaginal e/ou retal.
Medidas auxiliares ao 
exame secundário
Aqui estamos falando de exames 
diagnósticos mais especializados, 
com o objetivo de identificar lesões 
especificas, como TC, ecocardiogra-
ma ou broncoscopia, por exemplo.
6. REAVALIAÇÃO 
Quando chegamos aqui é porque já 
terminamos o atendimento, mas de-
vemos lembrar que esse paciente 
deve ser reavaliado constantemen-
te, para garantir que nenhuma lesão 
passe despercebida (essencial a ma-
nutenção continuada dos dados vitais 
e diurese horária!).
18ATLS
ATLS
Desvio de traqueia?
Estase de jugular?
Enfisema subcutâneo?
Colar cervical, se indicado
Procurar sinais de obstrução
Fratura de laringe
Fratura de traqueia
Corpo estranho
SecreçãoVia aérea impérvia
Manobras
Cânula de Guedel
Aspiração de VVAA
VVAA Avançada
Perviedade das vias aéreas
Restrição de movimento da cervical
Avaliação do pescoço
A
Buscar lesões 
com risco 
imediato à vida
Pneumotórax hipertensivo
Pneumotórax aberto
Hemotórax Maciço
Tamponamento cardíaco
Lesão de árvore traqueobrônquica
Inspeção do tórax
Palpação do tórax
Ausculta pulmonar e cardíaca
Percussão do tórax
B
Fria? Pálida? Sudoreica?
> 3s?
Rítmico? Cheio? Filiforme?
Tórax, Abdome, Pelve, Ossos longos, Sangramento externo
Aspecto da pele
Tempo de enchimento capilar
Qualidade do pulso
Hemorragias
C
Escala de coma de Glasgow
Sinais de lateralização
Avaliação das pupilasD
Expor completamente
Prevenir hipotermia
Avaliação do dorsoE
MAPA MENTAL: ATLS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Pasha, S. M. How one plane crash changed the way we work. The Netherlands Journal of 
Medicine. 2017.
American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support (ATLS). 9ª ed. Chicago -IL: 
2012.
American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support (ATLS). 10ª ed. Chicago -IL: 
2018.
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