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Avaliação neurológica Semiologia Sistema neurológico__________________________ Compoenetes do exame neurológico: 1. Estado mental: avalia o nível de consciência do paciente, orientação, fala. função cognitiva e a comunicação. 2. Nervos cranianos e raquidianos: 12 pares, 31 pares. 3. Função motora: avalia os músculos por meio (tônus, força, tamanho), macha e o equilíbrio. 4. Função sensorial: avalia a dor, sensibilidade tátil superficial, vibração e posição, discriminação. 5. Reflexos: avalia-se reflexos profundos e superficiais. Nervos raquidianos_____________________________ - Transportam impulsos SNP para medula espinhal, como da medula espinhal para o SNP. - As fibras sensitivas e motoras de cada nervo espinhal enviam informações específicas para os dermátomos. (ficam na epiderme, na parte mais superficial do corpo). - 31 pares. Nervos cranianos _____________________________ Pares cranianos I Olfatório Sensorial: olfato II Óptico Sensorial: visão III Oculomotor Motor: constrição pupilar (miose) e dilatação pupilar (midríase) e abertura dos olhos e maioria dos movimentos extraoculares, exceto o movimento de olhar para cima e para baixo. IV Troclear Motor: movimento dos olhos para baixo e para dentro. V Trigêmeo (misto) Motor: músculo da mastigação (temporal e masseter). Sensorial: sensação de face e do couro cabeludo, córnea, mucosa da boca e nariz. Exceto paladar. VI Abducente Motor: movimento lateral do olho. VII Facial (misto) Motor: músculos faciais (expressões) fechar os olhos. Sensorial: paladar 2/3 anteriores. VII I Vesticulococlea r (acústico) Sensorial: audição e equilíbrio. IX Glossofaríngeo Motor: faringe (fala e deglutição). (misto) Sensorial: paladar 1/3 posterior. X Vago (misto) Motor: faringe e laringe (fala/deglutição) Sensorial: vísceras XI Acessório Motor: trapézio e esternocleidomastóideo. XII Hipoglosso Motor: movimento da língua, faringe (fala e deglutição). - Se destinam da porção anterior, para a porção posterior. - Podem ter somente um função (sensorial ou motora) ou uma função mista (sensorial e motora). - Os nervos com função exclusivamente sensorial é I, II, VIII. - Os nervos com função exclusivamente motora III, IV,VI, XI,XII. - Os nervos mistos são V, VII, IX, X I par craniano (OLFATÓRIO)_____________________ - Antes de avaliar: • Não realizar teste de rotina. • Certifica-se que a narina está pérvia e que os olhos estejam fechados e vendados. • Ao avaliar a narina, oclui a outra, pois não se avalia as duas ao mesmo tempo. • Só se avalia esse exame quando se suspeita que o paciente não sinta cheiro. - Como avaliar: • Apresenta ao cliente odores familiares, de fácil obtenção, não nocivos (café, cravo, sabonete). • Com os olhos da pessoa vendada oclua uma narina e apresente a substância aromática. Para cada narina é indicado colocar um cheiro diferente. • Perguntar a pessoa se ela está sentindo algum cheiro e , em caso afirmativo, qual. - Achados normais: pessoa consegue identificar um odor de cada lado da narina. - Achado anormais: Anosmia (ausência do cheiro) II par nervos cranianos- (NERVO ÓPTICO) _________ 1. Como avaliar: • Testa a acuidade visual e campos visuais. (Teste de Snellen) • Exame de fundo de olho. - Teste de acuidade visual: • Coloque a cartela de Snellen em um ponto bem iluminado na altura dos olhos. • Posicionar o paciente a uma marca de 6 m da cartela. • Fornece um cartão opaco ao paciente examinado, com o qual ele cobrirá alternadamente o olho que não está sendo examinado. • Peça ao cliente para ler na cartela até a menor linha que conseguir. • Estimular a ler a linha seguinte. - Achados normais: acuidade visual preservada. - Achados anormais: diminuição da acuidade visual. 2. Como avaliar: testar campos visuais. - Teste de confrontação: • Coloque-se em uma posição na altura do olho da pessoa, a frente do paciente (cerca de 60 cm). • Oriente o cliente a tapar um dos olhos com um cartão opaco, e com o outro, olhar diretamente para você. • Cubra seu próprio olho (oposto ao olho coberto da pessoa- cobrir o olho que o paciente está cobrindo). • Manter um lápis ou um dedo em movimento como alvo a meio caminho entre você e o paciente. • Lentamente movimente-o a partir da periferia em várias direções. • Peça ao cliente para dizer “agora” quando perceber o alvo. (o paciente deve ver até onde o profissional da saúde também vê). - Achados normais: o objeto deve ser visto pela pessoa mais ou menos ao mesmo tempo em que você vê o objetivo. - Achados anormais: se a pessoa não conseguir enxergar o objeto de forma como o examinador consegue, o teste sugere perda de campo visual periférico. III, IV, VI nervos cranianos- (NERVO OCULOMOTOR, TROCLEAR, ABDUCENTE)__________ - Como avaliar: • Verifique as fissuras palpebrais (iguais ou praticamente iguais). • Verificar as pupilas quanto a tamanho, regularidade, igualdade, reação direta e consensual á luz e acomodação. • Avaliar os movimentos extra-oculares pelas posições cardeais do olhar. • Observar se o paciente tem queda palpebral, pupilas isocóricas ( são aquelas que possuem o mesmo diâmetro e reagem igualmente à luz) anisocóricas ( pupilas com variação de tamanho). - Achados normais: fissuras palpebrais, iguais e reação pupilar adequada. - Achados anormais: ptose palpebral. estrabismo, nistagmo (distúrbios relacionados a pupila- olhos simétricos). V par craniano (NERVO TRIGÊMEO)_____________ - Deve ser avaliada a função motora, sensorial e o reflexo corneal. 1. Como avaliar (função motora): • Peça ao cliente para cerrar os dentes e palpe alternadamente os músculos temporal e masseter. • Verificar a força de contração muscular, • Tentar separar ao maxilares empurrando o queixo para baixo, normalmente você não consegue fazê-lo. Se o paciente estiver com essa força, ele não irá conseguir separá-los. ] - Achados normais: os músculos devem parecer igualmente fortes de ambos os lados. Quando o cliente não tem dentes, não consegue realizar essa força pode ser difícil interpretar esse resultado. - Achados anormais: diminuição da força de um dos lados ou de ambos, assimetria no movimento dos maxilares, dor ao cerrar os dentes. 2. Como avaliar (função sensorial): • Pesquise sensibilidade álgica (sensibilidade a dor) com os olhos do cliente fechados áreas designadas na face, testa, bochecha e mandíbula- dos dois lados (as três divisões do nervo oftálmica, maxilar e mandíbula). • Com os olhos fechados teste a sensação de tato leve tocando com um chumaço de algodão essas áreas. • Peça a pessoa para dizer “agora” sempre que o contato for sentido, variando as regiões. Se o paciente sentir o toque, peça para dizer em que local esse toque foi sentido. - Achados normais: resposta adequada nas três áreas de teste. - Achados anormais: sensação diminuída ou desigual. (sentir o toque somente em um lado da face). 3. Como avaliar (reflexo corneal): só realizar esse teste se a pessoa apresentar anormalidade motora ou sensitiva do nervo. • Peça ao cliente que olhe para cima e para longe de você. • Aproxime-se pelo lado oposto, por fora da linha de visão do paciente. • Toque a córnea (e não apenais a conjuntiva) suavemente com um chumaço de algodão. - Achados normais: piscar bilateralmente. - Achados anormais: não piscar (lesão do V nervo craniano ou paralisia do VII nervo craniano). VII par craniano (NERVO FACIAL)_______________ - Deve ser avaliada a função motora e sensorial. 1. Como avaliar (função motora): • Note a mobilidade e simetria facial enquanto a pessoa realiza as seguintes solicitações:sorrir, franzir a testa, fechar firmemente os olhos, erguer as sobrancelhas, mostrar os dentes e inflar a bochecha. • Apertar as bochechas infladas da pessoa e observar se o ar sai igualmente de ambas as bochechas. • Obs: olhar sempre bilateralmente (tanto o lado direito como o esquerdo). - Achados normais: realiza adequadamente todas as solicitações. - Achados anormais: fraqueza muscular, perda ou assimetria dos movimentos. 2. Como avaliar (função sensorial): não é um teste de rotina, apenas quando há suspeita de lesão do nervo. • Quando indicado, teste o sentido do paladar tocando a língua com um cotonete coberto com uma solução de açúcar, sal ou suco de limão. Peça a pessoa para identificar o gosto, (2/3 anteriores da língua). - Achados normais: pessoa identificar o sabor. - Achados anormais: não consegue identificar o gosto (ageusia). VIII par craniano (NERVO ACÚSTICO- VESTIBULOCOCLEAR)__________________________ - Como avaliar: teste a acuidade auditiva pela capacidade de ouvir a conversa normal, pelo teste da voz sussurrada e pelo teste de Heber e de Rinner. - Teste da voz sussurrada: • Teste um ouvido de cada vez, camuflando a audição no outro ouvido. • Proteja os seus lábios para que o cliente não possa fazer leitura labial. • Mantenha sua cabeça 30 a 60 cm de distante do ouvido da pessoa e sussurre lentamente algumas palavras de duas sílabas (ex: casa, bola). peça para o cliente repetir o que foi dito. Achados normais: a pessoa repete cada palavra corretamente após ouvi-la. Achados anormais: a pessoa é incapaz de repetir palavras sussurradas. - Teste de Weber: usado quando o cliente relata ouvir melhor com um ouvido do que com outro. Como avaliar: • Coloque um diapasão vibratório na linha média do crânio da pessoa e pergunte se o tom soa igual em ambos os ouvidos ou melhor em um deles. - Achados normais: o paciente deve ouvir o som por condução óssea e pode soar igualmente alto em ambos os ouvidos. - Achados anormais: som lateralizado para um ouvido, escuta melhor em um ouvido do que no outro. - Teste de Rinne: compara som por condução aérea e por condução óssea. Como avaliar: • Colocar a haste do diapasão vibratório no processo mastoide do paciente e peça-lhe que sinalize quando o som terminar. • Vire rapidamente o diapasão de modo que a vibração final fique próxima do canal auditivo: a pessoa pode ouvir um som. • Achados normais: o som é em geral ouvido duas vezes mais por condução aérea que condução óssea. (Teste de Rinne positivo ou CA> CO). • Achados anormais: a relação CA>CO é alterada na perda auditiva. IX e X par craniano (GLOSSOFARÍNGEO E VAGO)- ------ - Avalia a função motora e sensorial. 1. Como avaliar (função motora): • Abaixar a língua com um abaixador e observar o movimento da faringe enquanto a pessoa diz “ahh” ou boceja. • Toque a parede posterior da faringe com um abaixador de língua e observe o reflexo do vômito. - Achados normais: a úvula e o palato mole devem levantar- se na linha média e os pilares tonsilares mover-se medialmente (voz soa normal). - Achados anormais: ausência ou assimetria de movimento do palato mole, úvula, desvia-se para o lado, assimetria de movimentos dos pilares tonsilares, voz soa rouca matálica ou anasalada. XI par craniano (NERVO ESPINHAL ACESSÓRIO)- ------ Como avaliar: • Examine os músculos esternocleidomastóideo e trapézio quanto ao tamanho. • Verifique a força (solicitando a pessoa fazer uma rotação forçada da cabeça contra a resistência aplicada lateralmente no queixo), em seguida peça a pessoa para dar de ombro contra a resistência (abaixando para baixo enquanto o paciente levanta o ombro). • Obs: observar de forma unilateral. • Achados normais: movimentos percebidos como igualmente fortes em ambos os lados. • Achados anormais: atrofia, fraqueza (não tem força ou resistência contra a força exercida oposta). XII par craniano (NERVO HIPOGLOSSO)_________ Como avaliar: • Inspecione a língua. • Observe o impulso para frente na linha média quando a pessoa efetua a protusão da língua. (pedir o paciente para externar a língua). • Peça ao cliente para dizer “leve, teso, dinamite’ e observe os sons, com a língua para fora. Tem que observar se a saída da língua é simétrica, se existe uma protusão lateral ou não. - Achados normais: não devem estar presentes adelgaçamentos, tremores ou resistência para colocar a língua para fora. Os sons devem ser claros e nítidos. - Achados anormais: atrofia, fasciculações, a língua desvia para o lado nas lesões do nervo (o desvio se dá para o lado paralisado). Função motora_________________________________ - Inspeção e palpação do sistema motor dos músculos. - Avaliar: tamanho, força, tônus e equilíbrio. • Os membros superiores são os primeiros a serem avaliados. • Pela impossibilidade de testar todos os músculos a opção é testar grupos de músculos-chaves. Como avaliar: • Tamanho: inspecione os grupos musculares quanto ao tamanho, compare o lado direito e o esquerdo, é necessário que se tenha uma simetria Achados normais: os grupos musculares precisam ser bilateralmente simétricos (uma diferença de 1 cm ou menos não é significativo). Achados anormais: atrofia e hipertrofia dos músculos. • Força: Avaliação de força muscular de pescoço e região cervical. Deve-se fazer força para um lado, e pedir que o paciente realize uma força contrária a essa força exercida. Avaliação da força muscular do ombro, no qual o paciente exerce uma força contrária a que está sendo praticada sobre seu membro. Avaliação da força das articulações, exerce uma força no ângulo da articulação, de dentro para fora, e de cima para baixo. Avaliação de força da região cervical, avaliando a força dos ombros. Avaliação rotação interna e externa do braço. Quando o paciente rodar o paciente para um lado, deve-se rotacionar o braço em lado oposto, segurando nas articulações. Avaliação da força muscular dos membros superiores. Extensão do braço: paciente tenta abrir o braço, e o profissional de saúde tentar fecha-lo. Flexão do antebraço: paciente puxa o braço para cima, e o profissional de saúde para baixo. Flexão da mão: O paciente coloca a mão para cima e o profissional de saúde puxa para baixo. Extensão da mão: O paciente desce a mão e o profissional de saúde tenta subir essa mão. Avaliação da força muscular dos membros inferiores Dorsiflexão do pé: o paciente tenta subir o pé e o profissional de saúde desce o pé. Flexão plantar do pé: o paciente desce o pé e o profissional de saúde tenta subir o pé. - Força muscular- escala para estadiamento da força muscular. Força muscular 0- Ausente Nenhuma contração detectada 1- traço Discreta contração detectada 2- fraca Movimentação com eliminação da gravidade 3- regular Movimentação contra gravidade 4- boa Movimento contra a gravidade com alguma resistência 5- normal Movimento contra a gravidade com completa resistência Obs: Paciente com idade mais avançada tende a ter uma força menor. • Tônus muscular: grau normal de tensão (contração) nos músculos. Mesmo levantando o braço do paciente existe certa resistência desse braço. Mova a extremidade por sua amplitude de movimento de forma passiva. Primeiro faça a pessoa relaxar inteiramente. Mova a cada extremidade suavemente pela amplitude de movimento integral. Achados normais: resistência leve e uniforme ao movimento. Achados anormais: amplitude de movimento diminuída. Dor ao movimento (Flacidez, espasticidade e rigidez). • Movimentos involuntários: normalmente não ocorre movimentos involuntários. Se presentes observar localização (que parte do corpo exerce esse movimento), frequência, velocidade e amplitude.Achados anormais: tremores, fasciculações (contorções finas em pequenos grupos, musculares), miocloniais (movimentos súbitos-epilepsia), coreia (hipercinesia de movimento desordenador), atetose (movimentos involuntários lentos). Função motora (equilíbrio)_____________________ - Função cerebelar (Teste de equilíbrio) - Como avaliar (marcha): observa o quanto a pessoa anda de 3 a 6 metros, vira-se e retorna até o ponto de partida, peça para caminhar em linha reta, com um pé atrás do outro. - Achados normais: a pessoa de move com uma sensação de liberdade. A marcha é regular, rítmica e sem esforço. A oscilação do braço oposto é coordenada (um braço é contra o outro) . As viradas são suaves, as passadas são de cerca de 30 cm de calcanhar a calcanhar. - Achados anormais: postura rígida, imóvel, cambaleia ou tropeça. Ampla base de apoio, ausência de oscilações dos braços ou braços rígidos. Ritmo desigual das passadas, pés arrastados; Ataxia (movimento desordenado das pernas). - Hemiparesia espática: paciente faz uma rotação com o pé no momento da marcha. Normalmente esse paciente tem uma perda de movimento de um dos lados do corpo. - Marcha em tesoura: deixa nítido as dobradiças das articulações quando vai andar, então quando o paciente se locomove deixa nítido o ângulo da tesoura, com uma perna atravessando a outra. - Pé equino: paciente anda com a ponta do pé. - Ataxia cerebelar: macha desordenada, com passos abertos e fechados. - Marcha parkisoniana: o paciente tende a tremer e ter dificuldade de caminhar, e tem a macha mais lenta, necessitando de base de apoio. - Marcha do idoso: o paciente anda de forma lenta, mas sem tremores, necessitando de base de apoio. Tem articulações rígidas e postura encurvada. - Teste de Romberg: - Como avaliar: • Peça a pessoa para ficar de pé, com os pés juntos e os braços recostados ao corpo. Uma vez obtida uma posição estável, peça para fechar os olhos e manter a posição. (espere cerca de 20 segundos). • Profissional deve ficar atrás do paciente e fazer uma base de apoio com os braços e o corpo, pois se o paciente perder o equilíbrio e cair, já está posicionado para segura- lo. - Achados normais: a pessoa consegue manter postura e o equilíbrio. Pode haver uma pequena oscilação. - Achado anormais: oscila, cai, alarga a base de apoio (Sinal de Romberg positivo). - Equilíbrio: • Como avaliar: peça a pessoa para dobrar superficialmente o joelho ou para saltar num pé só no mesmo lugar, primeiro com uma perna e depois com a outra. Isto demonstra sentido de posição, força muscular e função cerebelar normais. • Atenção: algumas pessoas não conseguem pular em somente um pé devido a idade ou a obesidade. • Pode-se ainda pedir para a pessoa com o polegar tocar cada dedo da mesma mão, começando com o indicador e depois invertendo a direção. - Achados normais: normalmente pode ser feito com rapidez e precisão. - Achados anormais: falta de coordenação. - Movimentos alternados rápidos • Como avaliar: peça a pessoa para dar palmadas nos joelhos com ambas as mãos, levanta-las, virar as mãos e bater nos joelhos com o dorso das mãos, peça para que faça com rigidez. -Achados normais: viradas iguais e de modo ritmado. - Achados anormais: falta de coordenação da mãos com resposta lenta, desajeitada e mal executada. - Teste dedo-dedo • Como avaliar: com os olhos abertos peça a pessoa para que ela use o dedo indicador para tocar o seu dedo (examinador) e depois o próprio nariz. Depois de algumas vezes mova o seu dedo para um ponto diferente. - Achados normais: movimento regular e preciso. - Achados anormais: passar do ponto. - Teste dedo-nariz • Como avaliar: peça a pessoa para fechar os olhos e os braços. Peça para tocar a ponta do próprio nariz com cada dedo indicador, alternando as mãos e aumentando a velocidade para analisar se o paciente consegue acompanhar o ritmo. - Achados normais: movimento regulares e precisos. - Achados anormais: não acertar o nariz. - Teste do calcanhar-joelho • Como avaliar: teste a coordenação das extremidades inferiores pedindo a pessoa para colocar o calcanhar sobre o joelho oposto e descê-lo canela abaixo do joelho até o tornozelo. - Achados normais: a pessoa move o calcanhar em uma linha reta. - Achados anormais: falta de coordenação- calcanhar passa por fora da canela. Função sensorial ou sensitiva___________________ - Na avaliação sensorial deve-se averiguar se a pessoa está lúcida, cooperativa, a vontade e tem um limite de atenção adequado. - Compare as sensações em partes simétricas do corpo, em caso de alterações, mapeie a área (desenhe seus resultados num diagrama). - Evite fazer perguntas sugestivas “você pode sentir essa picada de alfinete?”. Pois, já está entregando a resposta. - Os olhos da pessoa devem ficar fechados durante os testes, para não identificar o objeto antes de sentir. - Antes de iniciar o teste explique o que vai ocorrer exatamente e como a pessoa deve responder. - Para avaliar o sistema sensorial é preciso testar diversos tipos de sensibilidade: 1.Dor • Como avaliar: capacidade da pessoa perceber uma picada, como de um alfinete. • Quebre um abaixador de língua no sentido do comprimento, formando uma ponta afilada na extremidade quebrada e um ponta romba na extremidade arredondada. • Aplique de leve a ponta afilada ou a extremidade romba ao corpo da pessoa numa ordem ao acaso. • Peça para a pessoa dizer “agulhada” ou “toque” dependendo da sensação experimentada. • Deixe passar pelo menos 2 segundos de um estímulo a outro para evitar somatório, para que relacione o estímulo anterior com o atual. - Achados normais: resposta adequada ao tipo de ponta aplicada na pele. - Achados anormais: hipoalgesia (sentir toque leve) anagelsia (não senti o toque) hiperalgesia (senti o toque de forma desacerbada) 2. Temperatura Como avaliar: • Teste a sensação de temperatura somente quando a sensação de dor se mostrar anormal. • Encha dois tubos de ensaio, um com água quente e outro com água fria, aplique as extremidades inferiores a pele da pessoa numa ordem de pontos ao acaso. • Peça a pessoa para dizer a temperatura que é sentida (pode-se aplicar o lado do diapasão a pele, seu metal é sempre percebido como frio). - Achados normais: resposta adequada a temperatura (fria ou quente). - Achados anormais: diminuição ou ausência de sensação térmica. 3.Sensibilidade tátil superficial. Como avaliar: toque a pele com um chumaço de algodão fino (estique uma bolinha de algodão para formar uma ponta alongada e esfregue-a na pele numa ordem de pontos ao acaso. • Peça a pessoa que acuse sempre que sentir um toque e compare uma região com a outra. • Inclua no exame (braços, antebraços, mãos, tórax, coxas e pernas). • Peça a pessoa para dizer “agora” ou “sim” quando sentir o contato. Obs: regiões calejadas devem ser evitadas, pois estas regiões não estão com sensibilidade afetada. Achados normais: resposta adequada. (sentir a sensação do algodão). Achados anormais: hipoestesia, anestesia, hiperestesia. 4.Posição (cinestesia) Como avaliar: teste a capacidade da pessoa perceber movimentos passivos das extremidades. • O teste é feito com olhos fechados, mas certifique-se de que ele seja entendido (faça a pessoa observar algumas tentativas primeiro). • Segure o dedo lateralmente (pois uma pressão ascendente ou descendente pode indicar a direção do movimento). • Mova um dedo da mão ou o 1° dedo do pé para cima e para baixo. - Achados normais: a pessoa consegue detectar movimentos de alguns milímetros. - Achados anormais: perda do sentido posicional. 5. Vibração. Como avaliar: teste a capacidade da pessoasentir as vibrações de um diapasão sobre proeminências ósseas. • Bata o diapasão na palma da mão e segure a base sobre a superfície óssea dos dedos e do 1° artelho. (proeminência óssea). • Peça a pessoa para indicar quando a sensação se inicia e cessa. - Achados anormais: incapaz de sentir vibrações (ocorre na neuropatia periférica-complicação da diabetes, devido a perda de sensibilidade periférica). 6. Sensações discriminativas. • Estereognosia: testa a capacidade da pessoa de reconhecer objeto ao sentir uma forma, tamanho e peso. • Como avaliar: coloque um objeto na mão do cliente peça que ele o identifique. Teste um objeto diferente em cada mão. • É importante que esses objetos sejam familiares ao paciente. - Achados normais: identificação correta - Achados anormais: asterognosta (não identificação do objeto). • Grafestesia: capacidade da pessoa ler um número desenhado na sua pele. • Pode ser usado quando o paciente apresenta uma disfunção motora, artrite ou patologia que impeça o paciente de manipular um objeto com destreza suficiente para identificá-lo. • Como avaliar: com um instrumento de ponta romba desenhe uma letra ou um número na palma da mão do cliente. E peça para dizer o que foi desenhado. - Achados normais: resposta correta do que foi desenhado. - Achados anormais: incapacidade de distinguir o que foi desenhado. • Localização de dois pontos: testa a capacidade da pessoa de distinguir a separação de duas picadas simultâneas na pele. Como avaliar: • Aplique duas agulhas esterilizadas ou duas pontas de um grampo de papel de leve na pele a distâncias cada vez menores. • Anote a distância que a pessoa não mais percebe dois pontos distintos. (quanto mais distante o toque um do outro, mas fácil é a identificação). • O nível de percepção varia com a região testada (dedos das mãos mais sensíveis). - Achados anormais: aumento da distância normalmente necessária para identificação de dois pontos separados ocorre nas lesões do córtex sensorial. • Extinção: ponto Toque ambos os lados do corpo simultaneamente no mesmo. Peça a pessoa para dizer quantas sensações são percebidas e onde elas estão. Normalmente são percebidas ambas as sensações. • Localização de um ponto: Toque a pele e retire prontamente o estímulo. Diga a pessoa “coloque seu dedo onde eu toquei”. Obs: na lesão do córtex sensorial a pessoa não consegue localizar a sensação de modo preciso. Reflexos________________________________________ Teste dos reflexos: usado para avaliar as funções do nível segmentares medulares específicos. Reflexo Nível medular avaliado SUPERFICIAL (receptores na pele) Abdominal Superior T7, T8 e T9 Abdominal Inferior T10 e T11 Cremastérico (Sinal de Prehn). T12, L1 e L2 Plantar (Sinal de Babinski) L4, L5, S1 e S2 TENDINOSO PROFUNDO (receptores nos músculos) Bíceps C5 e C6 Braquiorradial C5 e C6 Tríceps C6, C7 e C8 Patelar L2, L3 e L4 Aquileu SI e S2 - Reflexos abdominal (T7,T8,T9,T10 e T11). Como avaliar: • Use a extremidade do cabo do martelo para reflexos, um aplicador com ponta de madeira ou um abaixador de língua quebrado maciço, para esfregar a pele. • Mova da lateral do abdômen para a linha média tanto ao nível superior como inferior. (primeiro em cima de forma bilateral, e depois em baixo de forma bilateral). • Resposta: contração da musculatura abdominal e desvio do umbigo no sentido do estímulo. (devido a contração da barriga). • Obs: a obesidade pode mascarar um reflexo abdominal. Nesse caso use seu dedo para afastar o umbigo do paciente para longe do lado a ser estimulado. Tente sentir a contração muscular com o dedo que está retraindo o umbigo. - Reflexo cremastérico (Sinal de Prehn). Como avaliar: • Coloca-se o paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores em extensão e abdução. • Estima-se face interna da coxa no seu 1/3 superior. • Esfrega-se levemente a face interna da coxa com bastão aplicador ou abaixador de língua rápida elevação do testículo do mesmo lado, evidenciando inervação testicular do lado testado. Resposta: contração do músculo cremaster e a elevação do testículo no mesmo lado do estímulo. - Reflexo plantar (Sinal de Babinski) Como avaliar: • Use a extremidade do cabo do martelo de reflexos, um aplicador com ponta de madeira, ou um abaixador de língua quebrado no meio, para esfregar de leve de baixo para cima a lateral da sola dos pés (com um J invertido), - Resposta normal: o movimento de flexão plantar. - Resposta anormal: sinal de babinski positivo (dorsoflexão ou extensão do hálux- sinal patológico). AtenCAo ❗ Para estimular um reflexo tendinoso profundo: • Deixar o cliente relaxado. • Posicionar os membros correto e simétricos. • Percuta o tendão bruscamente, pois é um reflexo mais profundo. • Use o movimento rápido do punho • A pancada deve ser rápida e direta, levante prontamente o martelo (não deixe repousar sobre o tendão, para observar o reflexo de maneira correta). • Use apenas força suficiente para obter resposta. • Compare os lados direito e esquerdo, devendo as respostas serem iguais. • Por vezes a resposta não aparece. • Tente encorajar ainda mais o relaxamento, variando a posição da pessoa ou aumentando a força do golpe. - A reposta reflexa é graduada numa escala de 4 pontos. 4 + Muito rápido, hiperativo e com clônus indicativo de doença. 3 + Mais rápido que a média, possível, porém não necessariamente, indicativo de patologia. 2 + Médio, normal. 1 + Diminuído, abaixo do normal. 0 Nenhuma resposta. - Reflexo bicipital Como avaliar: • Apoie o antebraço da pessoa no seu (relaxa o braço da pessoa, assim como o flexiona parcialmente). • Coloque seu polegar sobre o tendão do bíceps e dê uma martelada em seu polegar • Você pode tanto sentir como ver a resposta normal, que é a contração do músculo bíceps e a flexão do antebraço. - Reflexo tricipital • Flexionar o braço do paciente na altura do cotovelo com as palmas das mãos no sentido do corpo e empurre-o um pouco sobre o tórax. • Golpear o tendão principal logo acima do cotovelo. • Diga a pessoa para deixar o braço “como morto”, enquanto você o suspende acima do cotovelo. • Golpeie o tendão do tríceps imediatamente acima do cotovelo, - Resposta normal: extensão do antebraço. - Reflexo braquiorradial ou supinador Como avaliar: • Flexionar o braço do paciente para cima até 45° e posicionar o antebraço do cliente no seu braço. • Percuta o tendão braquiorradial cerca de 2,5 a 5 cm acima do punho. • Resposta: flexão e supinação do antebraço. - Reflexo do quadríceps-patelar Como avaliar: • Deixe a parte inferior das pernas pender livremente para flexionar o joelho e distender os tendões. • Golpeie a tensão diretamente logo abaixo da patela. • Resposta esperada: extensão da parte inferior da perna. Poderá ser palpada a contração do quadríceps. - Reflexos do quadríceps- patelar Dois métodos são úteis para o exame do cliente em decúbito dorsal. Como avaliar: • Manter os dois joelhos apoiados, realizando-se testes repetidos de um lado e, depois, do outro. • Pode não ser confortável nem para o examinador, nem para o cliente. • Uma opção é repousar o braço que está servindo de apoio para a perda do cliente. - Reflexo aquileu-reflexo do tornozelo Como avaliar: • Paciente sentado, realizar dorsiflexão do pé na altura do tornozelo. • Peça ao paciente para relaxar. • Percuta o tendão de Aquiles. Resposta esperada: a planta do pé se flexiona contra sua mão. Como avaliar: • Cliente em decúbito dorsal. • Flexionar um dos joelhos e apoiar a parte inferior da perna contra a outrade modo que ela fique “aberta”. • Faça a dorsiflexão do pé e golpeie o tendão.
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