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PI_DUNCKER

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
Bacharelado em Administração
Gabriella Santiago Merini
Processos, Documentação Contábil e Matemática Financeira na Empresa Zephyr
Santos
2019
INTRODUÇÃO
Zephyr é um restaurante localizado na Marina de Itajaí, com cardápios altamente selecionados, excelente estrutura e frequentado pela classe média alta de Itajaí. Devido a amizade, e sabendo da experiência dos donos, escolhi o Zephyr para a elaboração deste projeto. Além dele, os sócios abriram o restaurante Abruzzo, localizado em Balneário Camboriú. 
1. Contrato Social
Documento onde constam as regras e as condições sob as quais a empresa funcionará e onde estão estabelecidos os direitos e as obrigações para cada um dos proprietários que compõem a sociedade.
Veja os passos a serem seguidos para elaborar um Contrato Social:
1. Fazer a qualificação dos sócios: parte padrão para todos os contratos, onde é preciso discriminar quem são os sócios da empresa e suas informações.
2. Especifique as atividades e serviços desenvolvidos: devem constar no documento quais são os produtos e serviços, bem como a definição da atividade que a empresa desempenhará. Para isso, você pode começar consultando a Classificação Nacional de Atividades Econômicas, disponível no site da Receita Federal.
3. Defina o tipo de empresa e o local onde vai operar: para fins de controle, o governo, através da Receita Federal e de outros órgãos, classifica os tipos de empresas de acordo com a infraestrutura que elas possuem e sua atividade principal, ou finalidade.
4. Especifique a participação de cada sócio e quem são os administradores: no contrato social da sua empresa é preciso constar como está estabelecida a divisão das quotas, ou seja, qual é a participação de cada sócio, baseada nos valores investidos por cada um no capital social da empresa.
5. Defina o pró-labore: cada sócio administrador tem um valor percentual de pró-labore e isso pode estar documentado no contrato social. Vale lembrar que o pró-labore é diferente da distribuição dos lucros feita aos sócios investidores – o que não precisa ser documentado, a menos que os sócios queiram que um percentual do lucro seja guardado para um fundo de reserva.
6. Estabeleça as regras para deliberações importantes: Formato de distribuição de resultados (lucros), regras para entrada de novos sócios, regras para tomada de empréstimos, etc. Todas as formas de decisões importantes podem ser documentadas no contrato social, que deve ser assinado pelos sócios.
Partes do Contrato Social:
A definição do local onde sua empresa estará estabelecida é importante, pois em geral são os governos municipais que controlam quais atividades empresariais podem ser exercidas em quais regiões, além de colher impostos.
Preâmbulo: 
Descrição da qualificação dos sócios, onde moram, estado civil, regime de casamento, enfim, todas as informações sobre os sócios. Em alguns casos de coloca também a data de nascimento, a profissão.
Capítulo 1: Sede, Prazo e Denominação
Serão descritas as informações referentes à sede da empresa, o prazo e a denominação da empresa, ou seja, o nome que ela recebe.
Capítulo 2: Objeto Social
Aqui tratamos da atividade que a empresa vai exercer.
Capítulo 3: Capital Social
Ele é dividido em cotas. O padrão é utilizar cotas de R$ 1,00, mas também pode usar cotas de até 1 centavo. Uma vez definido o valor do capital social e como ele será dividido. Sempre lembrando que a soma da divisão deve ser 100%.
Você pode também especificar se a empresa tem ou não um acordo de cotistas, colocando que existem acordos que estão depositados na sede da empresa. Isso porque a empresa é muito mais dinâmica do que os movimentos societários. Então você faz um acordo com seu sócio, bate um contrato, vocês assinam e não faz a alteração do contrato social, então uma dica é informar que documentos societários estão arquivados na sede da empresa.
Capítulo 4: Administração da Empresa
Diz respeito também da responsabilidade dos sócios, quanto que cada sócio pode assumir em termos de ônus, se age ou não individualmente, se agir individualmente se há um limite ou não, entre outras informações.
Capítulo 5: Assembleia Geral dos Sócios
Nesta parte do contrato você pode especificar como será feita a assembleia da empresa, informando, por exemplo, se ela poderá ser feita de forma online em função da localidade de algum sócio. É sempre importante deixar isso bem definido para que o ato seja válido.
Capítulo 6: Exercício Social, Distribuição de Lucros e Demonstrativos Financeiros
Sobre o exercício social, o mais comum é se iniciar e encerrar seguindo o ano-calendário, começando no dia 1º de janeiro e terminar no dia 31 de dezembro. Porém algumas atividades não seguem esse padrão. Um exemplo é uma fazendo que desenvolve a atividade de cultivo, que pode determinar o exercício social acompanhando o período das colheitas.
Capítulo 7: Continuidade da Sociedade
Por exemplo, se uma empresa tem dois sócios e um deles venha a falecer, a empresa não deve parar. Então neste capítulo você define como será a continuidade da empresa. Aqui é importante especificar se será aceito ou não um outro sócio. 
Capítulo 8: Cotas e Distribuição
É necessário colocar as regras com relação às cotas, se elas poderão ser penhoradas, se serão divisíveis ou não, para que lá na frente não haja nenhum ônus e nenhum problema com essas cotas. E sobre a distribuição de lucros, normalmente se especifica se ela poderá ser feita de forma desproporcional.
Capítulo 9: Transferência de Cotas e Cessão do Direito de Preferência
Você ou seus sócios não podem transferir as cotas a um terceiro sem comunicar os demais sócios e ter a autorização desses sócios. Então você tem o direito de preferência de vender as cotas e seus sócios terão o direito de comprar suas cotas antes de um terceiro.
Capítulo 10: Condições de Retirada e/ou Exclusão de Sócio
Existem uma série de possibilidades prevendo que o sócio poderá se retirar ou se ele pode ser excluído da sociedade. Vale lembrar que no artigo 1.085 do Código Civil é prevista a exclusão de sócios por justa causa.
Capítulo 11: Soluções de Controvérsias
Pode ser que ocorram desentendimentos entre os sócios. E se eles não conseguirem resolver amigavelmente para não ir parar na justiça, é adotada uma câmara de arbitragem. E a decisão dessa câmara é definitiva, então uma vez que você adota esse recurso para a resolução de conflitos, o que for decidido ali não poderá ser contestado no judiciário.
Capítulo 12: Disposições Gerais
Essa parte é bem importante. Coloca-se que havendo acordo de voto, acordo entre os sócios ou de cotistas, eles serão superiores ao contrato social. Por que isso? Para evitar custos jurídicos de registro, tornar públicos documentos que sejam de interessa da empresa, guarda-se os documentos na sede da sociedade. E eles têm validade superior do que o contrato social.
2. Junta Comercial
Com o Contrato Social em mãos, é possível dar o primeiro passo para legalizar a empresa. Deve ser feito o registro na Junta Comercial de seu estado ou no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica. Somente a partir desse registro é que a empresa passa a existir oficialmente.
Além disso, é preciso levar documentos de cada um dos sócios (em caso de sociedade) e preencher uma série de formulários. Vale lembrar, porém, que as exigências variam de estado para estado do Brasil, podendo haver algumas diferenças.
Antes de fazer o registro na Junta Comercial, é recomendado que os sócios façam uma pesquisa prévia de nome empresarial e de endereço, para saber se é o nome desejado está disponível e se é possível instalar o negócio no local desejado, respectivamente.
Para o Microempreendedor Individual, essa etapa torna-se mais simplificada. É possível obter o registro a partir de um cadastro no site www.portaldoempreendedor.gov.br.
3.CNPJ
Ao fazer o registro na Junta Comercial, os proprietários da empresa recebem o NIRE (Número de Identificação do Registro de Empresa). Com ele em mãos, deve-se obter o CNPJ (CadastroNacional de Pessoas Jurídica) no site da Receita Federal através do programa Coleta Online.
Nesse momento, também deve ser feita a escolha da atividade a ser exercida pela empresa para fins de tributação e fiscalização. Em vários estados, também é possível fazer a inscrição no CNPJ em Juntas Comerciais.
2. Identificação dos documentos contábeis necessários 
	O primeiro passo é encontrar um contador, pois ele auxiliará em todos os caminhos a seguir, para abrir a empresa dentro da lei. Segue abaixo os documentos geralmente solicitados: 
 	Contrato social
Basicamente, a elaboração do contrato social irá definir as participações de capital de cada um dos sócios do empreendimento, bem como definir quais serão as atividades da empresa e seu funcionamento (modelo tributário, participação dos sócios, etc). O passo seguinte é verificar se o nome e o objeto social da empresa encontram-se disponíveis para que o documento seja elaborado, que, por sua vez, deverá ser reconhecido em cartório e assinado por um advogado.
Uma dica é avaliar, já nesse momento, se sua empresa pode enquadrar-se no Simples Nacional, que é uma excelente forma de reduzir alíquotas de tributos e simplificar sua forma de pagamento junto aos órgãos do Fisco.
Registro na junta comercial
O primeiro deles é o registro na Junta Comercial ou no Cartório de Pessoas Jurídicas de seu estado. É a partir desse registro que sua empresa passará a existir oficialmente. Ele deve ser feito antes da obtenção do CNPJ e, apesar de não oferecer autorização para sua empresa começar a funcionar, é requisito essencial para prosseguir no processo de legalização dela. Lembre-se que você precisará realizar previamente uma consulta do nome empresarial escolhido, para verificar se já não existe outra empresa registrada com ele.
Alvará de localização e funcionamento
O principal documento obtido no município é o alvará de funcionamento, ele é a autorização final que lhe permite abrir as portas do seu negócio. Para o obter, você precisa comprovar na prefeitura da sua cidade que reúne todas as condições exigidas por lei para exercer a atividade de sua empresa. Essas condições podem variar de acordo com o município, estado e ramo de atividade.
Antes de o requerer e até mesmo de realizar a inscrição na junta comercial, você deverá fazer uma consulta prévia na prefeitura de sua cidade, para verificar se a atividade empresarial escolhida por você pode ser exercida no local onde pretende abrir a sua empresa.
 	Inscrição estadual
A maioria dos estados possui um convênio com a Receita Federal que lhe possibilita obter a inscrição estadual pela internet junto com o seu CNPJ, por meio de um cadastro único. Em alguns casos, a inscrição estadual deve ser obtida antes do alvará de funcionamento. Essa inscrição é obrigatória para empresas que prestam serviços de comunicação e energia, além das empresas dos setores do comércio, indústria e serviços de transporte intermunicipal e interestadual. É a partir dela que você recebe a sua inscrição no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Licenças e inscrições nos órgãos de regulação estaduais e municipais
As autorizações dos órgãos de vistoria são requisitos essenciais para conseguir o seu alvará de funcionamento. São bastante variáveis e dependem do ramo de atividade, local de instalação e até mesmo do porte de sua empresa. Algumas atividades empresariais precisam de autorização até das Forças Armadas – como é o caso das empresas que trabalham com artefatos explosivos, bélicos e produtos químicos controlados. Entre as inscrições e licenças mais comumente exigidas, estão as seguintes:
Licença ambiental: Obtida em órgãos Municipais e Estaduais de meio ambiente e no IBAMA. Geralmente é exigida de empresas que exercem atividade industrial, metalúrgica, mecânica, têxtil, química, de calçados, atividade agropecuárias.
Licença sanitária: Obtida em órgãos Municipais, Estaduais e Federais de vigilância sanitária. É exigida principalmente de empresas que atuam no setor de alimentação, medicamentos e cosméticos.
Vistoria de cumprimento das normas de segurança: É realizada pelo Corpo de Bombeiros e praticamente todas as empresas estão sujeitas.
Além das inscrições e licenças municipais e estaduais, algumas atividades exigem a inscrição em órgãos federais, como o ministério do turismo, ministério da agricultura, pecuária e abastecimento, polícia federal, entre outros.
É essencial que você consulte um contador, que é a pessoa mais indicada para te orientar em todas as licenças e inscrições que sua empresa irá precisar de acordo com seu ramo de atividade e demais características.
3. Como a matemática financeira pode ser utilizada na criação desta empresa?
A Matemática Financeira tem extrema importância para a tomada de decisões na empresa e, sua aplicação quando bem desenvolvida, traz maior rentabilidade possibilitando o processo de maximização nos resultados. Certamente uma boa base desse conhecimento traz à compreensão de problemas.
Segue abaixo 10 itens da matemática financeira que auxiliam as empresas:
1 – Regime de Juros Simples: nele, a taxa percentual de juros é calculada de acordo com o capital principal. Dessa forma, o rendimento mensal mantém o mesmo valor. Esse tipo de correção monetária não é utilizado pelo atual sistema financeiro, mas é peça fundamental para os estudos relacionados à Matemática Financeira. A cobrança de juros está relacionada a financiamentos, compras à prazo, aplicações bancárias, pagamento de impostos atrasados entre outras situações relacionadas ao meio econômico.
2 – Regime de Juros Compostos: são aqueles em que o juro do mês é incorporado ao capital, constituindo um novo capital a cada mês para o cálculo de novos juros. Esse tipo de rendimento é muito benéfico, sendo utilizado pelo atual sistema financeiro. As instituições financeiras utilizam esse método de capitalização nas aplicações financeiras, como na elaboração de financiamentos.
3 – Sistema de Amortização: trata-se das diversas formas que se pode recorrer para sanar empréstimos contraídos a partir da indisponibilidade de recursos para investimento.
Amortização também pode ser entendida como, um processo de extinção de uma dívida através de pagamentos periódicos, que são realizados em função de um planejamento, de modo que cada prestação corresponde à soma do reembolso do Capital ou do pagamento dos juros do saldo devedor, podendo ser o reembolso de ambos, sendo que juros são sempre calculados sobre o saldo devedor.
4 – Porcentagem: representa uma razão entre números, pode ser escrita na forma de fração ou como número decimal. Muitas vezes utilizamos a porcentagem para indicar aumentos e descontos.
5 – Variação percentual: representa a variação das taxas percentuais de acréscimo ou decréscimo.
6 - Regimes de Capitalização:  quando um capital é emprestado ou investido a uma certa taxa por período ou diversos períodos de tempo, o montante pode ser calculado de acordo com 2 regimes básicos de capitalização de juros: simples ou compostos.
7 - Capitalização Simples:  somente o capital inicial rende juros, ou seja, os juros são devidos ou calculados exclusivamente sobre o principal ao longo dos períodos de capitalização a que se refere a taxa de juros 
8 - Capitalização Composta: os juros produzidos ao final de um período são somados ao montante do início do período seguinte e essa soma passa a render juros no período seguinte e assim sucessivamente. Comparando-se os 2 regimes de capitalização, podemos ver que para o primeiro período considerado, o montante e os juros são iguais, tanto para o regime de capitalização simples quanto para o regime de capitalização composto; Salvo aviso em contrário, os juros devidos no fim de cada período (juros postecipados) a que se refere a taxa de juros. No regime de capitalização simples, o montante evolui como uma progressão aritmética, ou seja, linearmente, enquanto que no regime de capitalização composta o montante evolui como uma progressão geométrica, ou seja, exponencialmente. 
9 - Fluxo de Caixa:o fluxo de caixa de uma empresa, de uma aplicação financeira ou de um empréstimo consiste no conjunto de entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos) de dinheiro ao longo de um determinado período. 
10 - Montante: denominamos Montante ou Capital Final de um financiamento (ou aplicação financeira) a soma do Capital inicialmente emprestado (ou aplicado) com os juros pagos (ou recebidos).
4. Considerações Finais
O Projeto Drucker me mostrou processos detalhados que as empresas precisam seguir na hora de abrir a empresa. E a importância dos Documentos Contábeis em dia é fundamental para garantir que a empresa segue dentro da lei. Abrir uma empresa precisa de contratos, alvarás e muito controle contábil. 
A Gestão de Processos auxilia a empresa independente de seu porte e em qualquer fase de existência. Tudo o que fazemos na empresa é um processo, como pagar contas, receber insumos, contratar funcionários... E, o processo acaba sendo a forma de gerenciar as tarefas do dia a dia, buscando agregar um valor ao produto ou serviço final. O maior objetivo é ter os processos bem definidos e mapeados, mas para esse controle é fundamental que a empresa tenha conhecimento de seus projetos, e se estão alinhados as estratégias.
Usada com precisão, a matemática financeira ajuda a reduzir os custos e potencializar os lucros, que é o desejo de todo gestor. Ela oferece os instrumentos necessários para que se realizem avaliações sobre os recursos mais viáveis (menores custos) e os investimentos que podem ser mais vantajosos, seja a médio, curto ou longo prazo.
	O controle desse trio, é o primeiro passo para garantir um bom funcionamento e buscar o sucesso da empresa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Marcio Roberto; disponível em: https://blog.contaazul.com/como-abrir-uma-empresa/
Acesso em: 08/11/2019
FEITOSA, Anderson; disponível em: https://conube.com.br/blog/o-que-e-contrato-social/
Acesso em 11/11/2019
SANTOS, Wagner; disponível em: https://administradores.com.br/artigos/a-importancia-da-gestao-de-processos
Acesso em: 27/11/2019
https://destinonegocio.com/br/empreendedorismo/junta-comercial-entenda-os-primeiros-passos-necessarios-para-abrir-uma-empresa/
Acesso em: 11/11/2019
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/matematica-financeira/nocoes-basicas-de-matematica-financeira.html
Acesso em: 23/11/2019
https://www.blbbrasil.com.br/blog/matematica-financeira-nas-empresas/
Acesso em: 27/11/2019

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