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Derrames Pleurais 1 Derrames Pleurais O líquido pleural normal é produzido pela pleura parietal, e lubrifica as pleuras para que a movimentação pulmonar tenha menos atrito, além de transmitir a pressão gerada pela musculatura respiratória para as unidades alveolares. Na pleura parietal, principalmente nas porções inferiores, há estromas responsáveis pela reabsorção do líquido pleural (500 mL a 1L de líquido circula por dia entre as pleuras). O rodízio desse líquido é importante para não haver acúmulo de microrganismos e não gerar processo infeccioso. O espaço pleural possui em torno de 15 mL de líquido por hemitórax e 1 - 2 m2 de extensão. Lei de starling: A pleura parietal possui maior pressão hidrostática sistêmica do que a visceral. O equilíbrio depende da pressão oncótica e o gradiente normal é zero. Na pleura visceral o gradiente é sempre próximo de 0 enquanto na parietal, é mais positivo. Mecanismos de formação dos derrames pleurais: Aumento da pressão hidrostática nos capilares pulmonares (ICC) Diminuição da pressão oncótica Diminuição da pressão do espaço pleural Aumento da permeabilidade vascular Bloqueio da drenagem linfática Passagem de líquido através do espaço peritoneal Etiologias: ICC, pneumonia, neoplasias, tuberculose, etc. DIAGNÓSTICO Clínico: Sintomas de dor (inflamação da pleura), tosse seca, dispneia Exame físico: macicez ou sub-macicez, egofonia, MV diminuído, FTV diminuído Radiográfico: sinal do menisco, opacificação, desvio contralateral do mediastino Toracocentese: análise do líquido pleural Biópsia de pleura: histopatologia (quando o líquido for exsudativo) Posição de Laurel: decúbito lateral. Na suspeita de derrame pleura, fazer RX em decúbito lateral no mesmo lado da suspeita. Assim, o líquido escorre para baixo e o pulmão vai para cima. Quando isso acontece, significa que o líquido é exsudato recente ou um transudato (poucas proteínas). Se for um exsudato mais antigo, ocorre encarceramento pulmonar, e ele não sobe. Importante no diagnóstico diferencial entre derrame pleural e elevação da cúpula. O derrame pode ser livre ou preso (loculado) a uma parte da caixa torácica. Em derrames pleurais crônicos, há espessamento das pleuras e calcificação (vistos no RX). USG também ajuda a identificar o líquido pleural. Toracocentese: indicada quando o RX de tórax possui borramento e seio costofrênico > 10 mm. Em derrames pleurais livres, puncionar na linha axilar posterior, entre a 7ª e 8ª costelas. Avaliar coloração e aspecto: sangue, sanguinolento (derrame hemorrágico - dosar hematócrito para diferenciar de hemotórax, derrame possui Ht < 15), purulento (empiema), branco leitoso (quilotórax - linfa na cavidade pleural). Avaliar se é exsudato ou transudato: dosar proteína e DHL do líquido pleural (LP) e do sangue (SG). Critérios de Light para diferenciação: Derrames Pleurais 2 Exsudato: proteína LP/Sg > 0,5, DHL LP/Sg > 0,6 e DHL LP > 2/3 do valor normal do DHL do laboratório. Investigar glicose, bacteriologia, citologia, histopatologia, amilase (pancreatite pode dar derrame pleural) Causas: Parapneumonicos: aumento de DHL, celularidade e neutrófilos, redução de glicose e cultura positiva. Tratamento com ATB, drenagem torácica, trombolítico intrapleural e decorticação (se a pleura estiver espessa) Neoplasias: aumento de celularidade e linfócitos, citologia positiva e hemorrágico. Sua presença significa que a neoplasia é inoperável pois já tem metástase. Tratamento com quimioterapia e pleurosese (procedimento que cola as pleuras - drenagem pleural, pleuras ficam próximas e substâncias irritantes e abrasivas são adicionadas para gerar processo inflamatório e aderência das pleuras) Tuberculose: aumento de celularidade, linfócitos e ADA. Tratamento com esquema 1, não precisa drenar. Toracocentese de alívio caso necessário Outras: reumatológicas, pancreatite, TEP, parasitoses, drogas, actinomices, AIDS. Transudato: proteína LP/Sg < 0,5, DHL LP/Sg < 0,6 e DHL LP < 2/3 do valor normal do DHL do laboratório. Procurar doença primária. Características: aspecto claro, baixa densidade, baixa celularidade e baixo teor proteico Causas: insuficiência cardíaca, insuficiência renal, cirrose hepática, síndrome nefrótica e atelectasia.
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