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Aula 5 e 6 - Psicogênese da Língua Escrita

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PSICOLOGIA DO PENSAMENTO E DA LINGUAGEM – Prof. Sonia de Souza Medeiros 
Aula 5 e 6 – Psicogênese da Língua Escrita 
• Ninguém sabe ao certo quando e como a língua falada teve seu início. As primeiras tentativas de explicação de sua origem são de 
natureza religiosa, incluindo o relato da Torre de Babel 
• Na Bíblia, o Gênesis conta que “o mundo inteiro falava a mesma língua, com as mesmas palavras” (Gn 11,1). Os homens resolveram, 
porém, criar uma cidade com uma torre tão alta que chegaria a tocar o céu e os tornaria famosos e poderosos. Então Deus, para castigá-
los, fez com que ninguém mais se entendesse e os homens passaram a falar línguas diferentes. Assim, os construtores da torre se 
dispersaram, e a obra permaneceu inacabada. A diversidade das línguas surge como forma de evitar a centralização do poder. A cidade 
dessa história bíblica ficou conhecida como Babel, que significa “confusão”. (Silva, 2007) 
• Quase todas as sociedades antigas se valem de uma narrativa mítica para explicar a origem da linguagem ou adversidade das línguas. Há 
também explicações provenientes da filosofia. 
 
O Filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) 
• Supôs que a linguagem humana teria evoluído gradualmente, 
a partir da necessidade de exprimir os sentimentos, até 
formas mais complexas e abstratas. (Silva, 2007) 
 
Surgimento da Palavra Escrita Rudimentar 
• Quando a fala começou ampliar seu vocabulário através dos 
tempos, não havia como preservar a história de 
acontecimentos importantes a não ser que a guardassem na 
memória. Falar era e é importante, mas as informações 
podem se perder ao longo do tempo, pois não são 
registradas. 
• Homens das cavernas representam fatos através de desenhos 
e, através de gestos e sons a representação de sim e não. 
• 3000 AC – Cuneiformes é a primeira língua escrita de 
representação da voz, inventada pelos Sumérios 
(Mesopotâmia). 
 
A Língua Escrita 
• A língua escrita surgiu milhares de anos depois (4.500 a.C.), e 
a sua evolução possibilita fazer registros, o que permite um 
processo de acumulação dos saberes e a possibilidade de 
criação de novos conhecimentos a partir dos acervos já 
disponíveis. 
• Foi um longo caminho até chegarmos à aprendizagem da 
escrita tal como hoje conhecemos. E se hoje não há 
possibilidade de pensarmos um mundo sem as letras, sem a 
leitura e a escrita, é importante que conheçamos sua história 
e seu desenvolvimento, pois isso nos possibilita conhecer o 
homem e suas relações. 
 
Alfabetização Como Prática Histórica e Cultural 
• A escola sempre existiu? Sempre alfabetizamos nossas crianças? A resposta é: não! 
• Segundo Barbosa (2013), foi com a Revolução Francesa (1789) que se iniciou a história da alfabetização como prática escolar. Mas a 
efetivação dessa associação só ocorreu quase que um século mais tarde, no período republicano francês, com a promulgação das leis 
fundamentais dos anos de 1880, que estabeleceram as bases da escola pública obrigatória, laica e gratuita. 
 
Ensino para Elite 
• O ensino da leitura e da escrita era privilégio de poucos e eram aplicados de forma individual. Estudavam somente aquelas crianças cujos 
pais pudessem ensinar no interior da própria família ou custear um preceptor, precursor do pedagogo 
 
Emília Ferreiro e A Psicogênese da Língua Escrita 
• Psicolínguista argentina, Emília Ferreiro doutorou-se pela Universidade de Genebra, orientada por Jean Piaget. Inovou ao utilizar a teoria 
do mestre para investigar um campo que não tinha sido objeto de estudo piagetiano: a língua escrita 
• A TEORIA DE EMÍLIA FERREIRO 
➢ Existe um processo de aquisição da linguagem escrita que precede e excede os limites escolares. 
➢ É um processo de autoconstrução no confronto e na interação da criança com o seu meio. Ou seja, o sujeito construir esse 
conhecimento se estiver em um meio social humano. Antigamente era comum acreditar (e ainda hoje há pessoas que acreditam) 
que as crianças chegavam à escola sem nenhum conhecimento sobre a leitura e escrita. 
➢ As crianças chegam à escola sabendo várias coisas sobre a língua. E é de fundamental importância avaliar as crianças antes de 
determinar estratégias para sua alfabetização. As crianças antes mesmo de chegar à escola constroem hipóteses sobre a escrita e a 
leitura. Essas hipóteses são construídas normalmente a partir dos 4 anos. 
➢ Resumindo” as fases: 
o A criança percebe que as letras começam a adquirir valores sonoros relativamente estáveis, o que permite estabelecer correspondência 
das partes sonoras entre as palavras. Avançando nessa hipótese, a criança passa por um período de transição: ora escreve silabicamente, 
ora alfabeticamente, caracterizando, assim, a hipótese silábico-alfabética 
o Pré-silábica 
o Silábica 
o Silábica-alfabética 
o Alfabética

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