Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo P R O D U Ç Ã O : V I T O R D A N T A S P R O D U T O R V E R I F I C A D O D O P A S S E I D I R E T O Vitor Dantas – FISIOLOGIA I TUTORIA 02 OBJETIVOS: →Explicar o sistema nervoso autônomo, suas divisões e suas respectivas funções →Explicar o mecanismo de ação dos receptores e neurotransmissores diante de manifestações clínicas (hormônios) → Explicar o mecanismo de ação do Diazerpan, da Atropina venosa e da Pralidoxina → Descrever a interferência dos fatores biopsicossociais nos sintomas ↪ Explicar o sistema nervoso autônomo O sistema nervoso motor (eferente) tem dois componentes: o somático e o autônomo. Esses dois sistemas são bastante diferentes, mas são diferenciados, principalmente, pelos tipos de órgãos efetores que inervam e pelos tipos de função que controlam. O sistema nervoso motor somático é um sistema motor voluntário que age sob controle consciente (mas também é acionado involuntariamente, de forma reflexa). Cada uma de suas vias é composta por motoneurônio único e as fibras musculares esqueléticas por ele inervadas. O corpo celular do motoneurônio fica localizado no sistema nervoso central (SNC), no tronco encefálico ou na medula espinal, e seus axônios estabelecem sinapses, diretamente, na musculatura esquelética, que é o órgão efetor. O neurotransmissor acetilcolina (ACh) é liberado pelos terminais présinápticos dos motoneurônios e ativa receptores nicotínicos localizados nas placas motoras da musculatura esquelética. Um potencial de ação, nos motoneurônios, produz potencial de ação na fibra muscular, fazendo com que o músculo se contraia. O sistema nervoso motor autônomo é um sistema involuntário que controla e modula as funções, primariamente, dos órgãos viscerais. Cada via do sistema nervoso autônomo é composta por dois neurônios: o neurônio pré-ganglionar e o neurônio pós-ganglionar. O corpo celular de cada neurônio pré-ganglionar está no SNC. Os axônios desses neurônios pré-ganglionares fazem sinapse com os corpos celulares dos neurônios pós- ganglionares em um dos diversos gânglios autônomos situados fora do SNC. Os axônios dos neurônios pós- ganglionares se dirigem, então, até a periferia, onde fazem sinapse com órgãos efetores viscerais, como o coração, os bronquíolos, a musculatura lisa vascular, o trato gastrointestinal, a bexiga e os órgãos genitais. Todos os neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo liberam ACh. Os neurônios pós- ganglionares liberam ACh ou norepinefrina ou, ainda, em alguns casos, neuropeptídeos. Organização e características O sistema nervoso autônomo tem duas divisões principais, simpática e parassimpática, que, frequentemente, se complementam na regulação da função do sistema de órgãos. Uma terceira divisão do sistema autônomo, o sistema nervoso entérico, se localiza nos plexos do trato gastrointestinal. Terminologia Os termos simpático e parassimpático são, estritamente, anatômicos e se referem à origem anatômica dos neurônios pré-ganglionares no SNC. . Os neurônios pré-ganglionares da divisão simpática se originam na porção toracolombar da medula espinal. Os neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática são originários do tronco encefálico e da medula espinal sacra. Os termos adrenérgico e colinérgico são usados para descrever neurônios de ambas as divisões, de acordo com o neurotransmissor sintetizado e liberado. Os neurônios adrenérgicos liberam norepinefrina; os receptores de norepinefrina, nos órgãos efetores, são denominados adrenorreceptores. Os adrenorreceptores podem ser ativados por norepinefrina, que é liberada de neurônios adrenérgicos, ou por epinefrina, que é secretada na circulação pela medula suprarrenal. Neurônios colinérgicos liberam ACh; os receptores para a ACh são denominados colinorreceptores. (Um terceiro termo é não adrenérgico, não colinérgico, que descreve alguns neurônios pós- ganglionares parassimpáticos do trato gastrointestinal que liberam peptídeos [p. ex., substância P] ou outras moléculas [p. ex., óxido nítrico] como neurotransmissor, em vez de ACh.) Em resumo, quer localizados na divisão simpática ou na divisão parassimpática, todos os neurônios pré- ganglionares liberam ACh e, portanto, são denominadoscolinérgicos. Os neurônios pós-ganglionares podem ser adrenérgicos (liberando norepinefrina) ou colinérgicos (secretando ACh). A maioria dos neurônios pósganglionares parassimpáticos é colinérgica; os neurônios pós-ganglionares simpáticos podem ser adrenérgicos (a maioria) ou colinérgicos. Vitor Dantas – FISIOLOGIA I Junções neuroefetoras do sistema nervoso autônomo As junções entre neurônios autônomos pós-ganglionares e seus efetores (tecidos-alvo), as junções neuroefetoras, são análogas às junções neuromusculares do sistema nervoso somático. Existem, porém, diversas diferenças estruturais e funcionais, entre esses dois tipos de junção. (1) A junção neuromuscular apresenta disposição discreta, onde o “efetor”, uma fibra de músculo esquelético, é inervado por um só motoneurônio. Por outro lado, no sistema nervoso autônomo, os neurônios pós-ganglionares que inervam os tecidos-alvo formam malhas ramificadas, difusas. Estruturas em formato de contas, ou varicosidades, estão presentes em tais ramos e são sítios de síntese, armazenamento e liberação de neurotransmissores. As varicosidades são, portanto, análogas aos terminais nervosos pré-sinápticos da junção neuromuscular. (2) Existe a sobreposição entre as redes ramificadas de diferentes neurônios pós-ganglionares, de modo que os tecidos-alvo podem ser inervados por vários deles. (3) No sistema nervoso autônomo, os receptores pós-sinápticos são amplamente distribuídos pelos tecidos-alvo, não ocupando uma região especializada, análoga à placa motora terminal da musculatura esquelética. Sistema nervoso simpático A função principal do sistema nervoso simpático é mobilizar o corpo para a atividade. Ao extremo, quando a pessoa é submetida à situação estressante, o sistema nervoso simpático é ativado pela resposta conhecida como “luta ou fuga”, que inclui o aumento da pressão arterial, do fluxo sanguíneo para os músculos ativados, aumento da taxa metabólica, da concentração sanguínea de glicose, da atividade mental e do grau de alerta. Embora essa resposta ao estresse, por si só, seja raramente empregada, o sistema nervoso simpático opera continuamente modulando as funções de muitos órgãos, como o coração, os vasos sanguíneos, o trato gastrointestinal, os brônquios e as glândulas sudoríparas. Os neurônios simpáticos pré-ganglionares são originários dos núcleos da medula espinal toracolombar, deixam a medula pelas raízes motoras ventrais e os ramos brancos e se projetam para os gânglios paravertebrais da cadeia simpática ou para vários gânglios pré-vertebrais. Assim, uma categoria de neurônios pré-ganglionares faz sinapse com neurônios pós-ganglionares na cadeia simpática. Essas sinapses podem ocorrer em gânglios do mesmo nível segmentar da cadeia, ou as fibras pré-ganglionares podem- se dirigir à direção cranial ou caudal e inervar gânglios em níveis superiores ou inferiores da cadeia, permitindo, assim, o estabelecimento de sinapses em múltiplos gânglios (o que é consistente com as características difusas das funções simpáticas). A outra categoria de neurônios pré- ganglionares passa pela cadeia simpática, sem formar sinapses, só as fazendo nos gânglios pré- vertebrais (celíaco, mesentérico superior e mesentérico inferior) que suprem os órgãos viscerais, as glândulas e o sistema nervoso entérico do trato gastrointestinal. Nos gânglios, os neurônios pré-ganglionares fazem sinapse com os neurônios pós-ganglionares que cursam para a periferia e inervam os órgãos efetores. Origem dos neurônios pré-ganglionares Os neurônios pré-ganglionares da divisão simpática são originários de núcleos localizados nos segmentos torácico e lombar damedula espinal, especificamente do primeiro segmento torácico ao terceiro segmento lombar (T1-L3). A divisão simpática, por isso, é denominada toracolombar. De modo geral, a origem dos neurônios pré-ganglionares, na medula espinal, é anatomicamente consistente com sua projeção periférica. Assim, as vias simpáticas para os órgãos torácicos (p. ex., o coração) apresentam neurônios pré- ganglionares originários da porção torácica superior da medula espinal. As vias simpáticas para os órgãos da pelve (p. ex., colo, genitais) têm neurônios pré-ganglionares que se originam na medula espinal lombar. Vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas termorreguladoras e músculos pilomotores da pele apresentam neurônios préganglionares que estabelecem sinapses com múltiplos neurônios pós- ganglionares, acima e abaixo da cadeia simpática, refletindo sua ampla distribuição pelo corpo. Localização dos gânglios autônomos Os gânglios do sistema nervoso simpático ficam localizados próximos à medula espinal, nos gânglios paravertebrais (conhecidos como cadeia simpática) ou gânglios pré- vertebrais. Novamente, a anatomia é lógica. O gânglio cervical superior se projeta para os órgãos da cabeça, como os olhos e as glândulas salivares. O gânglio celíaco se projeta para o estômago e intestino delgado. O gânglio mesentérico superior se projeta para os intestinos delgado e grosso, e o gânglio mesentérico inferior inerva a porção inferior do intestino grosso, o ânus, a bexiga e a genitália. A medula suprarrenal é, simplesmente, um gânglio simpático especializado, cujos neurônios pré-ganglionares se originam na medula espinal torácica (T5-T9), passam pela cadeia simpática e pelo gânglio celíaco sem estabelecer sinapses e seguem, pelo nervo esplâncnico maior, até a suprarrenal. Comprimento dos axônios pré-ganglionares e pós- ganglionares Uma vez que os gânglios simpáticos ficam localizados próximos à medula espinal, os axônios dos neurônios pré- ganglionares são curtos e os axônios dos neurônios pósganglionares são longos (para que possam atingir órgãos efetores periféricos). Neurotransmissores e Tipos de Receptores Os neurônios pré-ganglionares, da divisão simpática, são sempre colinérgicos. Esses neurônios liberam ACh, que interage com receptores nicotínicos nos corpos celulares dos neurônios pós-ganglionares. Os neurônios pós- ganglionares da divisão simpática são adrenérgicos em todos os órgãos efetores, exceto nas glândulas sudoríparas termorreguladoras (que são colinérgicas). Os órgãos Vitor Dantas – FISIOLOGIA I efetores inervados por neurônios simpáticos adrenérgicos têm um ou mais dos seguintes tipos de receptores: alfa1 , alfa2 , beta1 ou beta2 (α1 , α2 , β1 ou β2 ). As glândulas sudoríparas termorreguladoras são inervadas por neurônios simpáticos colinérgicos que têm colinorreceptores muscarínicos. Varicosidades simpáticas adrenérgicas Como descrito acima, os neurônios pós-ganglionares simpáticos adrenérgicos liberam seus neurotransmissores pelas varicosidades nos tecidos-alvo (p. ex., a musculatura vascular lisa). As varicosidades simpáticas adrenérgicas contêm neurotransmissores clássicos (norepinefrina) e não clássicos (ATP e neuropeptídeo Y). O neurotransmissor clássico, a norepinefrina, é sintetizado, nas varicosidades, a partir da tirosina, e armazenado em pequenas vesículas densas, prontas para ser liberadas; essas pequenas vesículas também contêm dopamina β-hidroxilase, que catalisa a conversão da dopamina à norepinefrina (o passo final da via sintética) e ATP. Diz-se que o ATP está “colocalizado” com a norepinefrina. Um grupo separado de grandes vesículas densas contém neuropeptídeo Y. Quando os neurônios pós-ganglionares simpáticos adrenérgicos são estimulados, a norepinefrina e o ATP são liberados pelas pequenas vesículas densas. A norepinefrina e o ATP atuam como neurotransmissores na junção neuroefetora, ligando-se a receptores específicos em tecidos-alvo (p. ex., a musculatura lisa vascular), ativando- os. Na verdade, o ATP age primeiro, se ligando a receptores purinérgicos no tecido-alvo e provocando efeito fisiológico (p. ex., contração da musculatura lisa vascular). A ação da norepinefrina se segue à do ATP; a norepinefrina se liga a seus receptores no tecidoalvo (p. ex., receptores α1 - adrenérgicos na musculatura lisa vascular), provocando a segunda contração, mais prolongada. Por fim, com a estimulação mais intensa ou com maior frequência, grandes vesículas liberam o neuropeptídeo Y, que se liga a seu receptor no tecido-alvo, causando a terceira fase de contração, mais lenta Medula suprarrenal A medula suprarrenal é um gânglio especializado, na divisão simpática do sistema nervoso autônomo. Os corpos celulares de seus neurônios pré-ganglionares ficam localizados na medula espinal torácica. Os axônios desses neurônios pré-ganglionares trafegam pelo nervo esplâncnico maior até a medula suprarrenal, onde fazem sinapses com as células cromafins e liberam ACh, ativando receptores nicotínicos. Quando ativadas, as células cromafins da medula suprarrenal secretam catecolaminas (epinefrina e norepinefrina), na circulação geral. Diferentemente dos neurônios pósganglionares simpáticos, que liberam apenas norepinefrina, a medula suprarrenal secreta, principalmente, epinefrina (80%) e pequena quantidade de norepinefrina (20%). A razão para essa diferença é a presença de feniletanolamina- Nmetiltransferase (PNMT) na medula suprarrenal, mas não nos neurônios pósganglionares simpáticos adrenérgicos . A PNMT catalisa a conversão da 104 norepinefrina em epinefrina, passo que, interessantemente, requer cortisol vindo do córtex suprarrenal adjacente; o cortisol é disponibilizado para a medula suprarrenal pela efluência venosa do córtex da glândula. Tumor da medula suprarrenal, ou feocromocitoma, pode estar localizado na própria glândula, em suas proximidades ou, ainda, ser ectópico, distante (Quadro 2-1). Diferentemente da medula suprarrenal normal, o feocromocitoma secreta, principalmente, norepinefrina; esse fato é explicado pela grande distância entre o tumor e o córtex suprarrenal, impedindo o recebimento do cortisol requerido pela PNMT Resposta de Luta ou Fuga O corpo responde ao medo, ao estresse extremo e ao exercício intenso com ação maciça e coordenada do sistema nervoso simpático, incluindo a medula suprarrenal. Essa ativação, a resposta de luta ou fuga, garante que o corpo possa responder adequadamente à situação estressante (p. ex., fazer prova difícil, correr de casa em chamas, lutar contra agressor). A resposta aumenta a frequência cardíaca, o débito cardíaco e a pressão sanguínea; redistribui o fluxo sanguíneo da pele, dos rins e das regiões esplâncnicas para a musculatura esquelética; aumenta a ventilação, dilatando as vias aéreas; diminui a motilidade e secreções gastrointestinais; e eleva a concentração de glicose no sangue. Sistema nervoso parassimpático A função geral do sistema nervoso parassimpático é restauradora, de conservação de energia. Os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática se localizam no tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) ou na medula espinal sacra. Os axônios pré-ganglionares se projetam para vários gânglios situados nos órgãos efetores ou próximos a eles. Origem dos neurônios pré-ganglionares Os neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática são originários dos núcleos dos nervos cranianos (NC) III, VII, IX e X ou dos segmentos S2-S4 da porção sacral da medula espinal; a divisão parassimpática é, portanto, denominada craniossacra. Como na divisão simpática, a origem dos neurônios pré-ganglionares no SNC é consistente com a projeção para os órgãos efetores da periferia. A inervação parassimpática, dos músculos dos olhos, por exemplo, é originária do núcleo de Edinger- Westphal, no mesencéfalo, e trafega até a periferia pelo NC III; a inervação parassimpáticado coração, dos bronquíolos e do trato gastrointestinal é originária dos núcleos bulbares e trafega para a periferia pelo NC X (nervo vago); já a inervação parassimpática dos órgãos geniturinários é originária da medula espinal sacra e trafega até a periferia pelos nervos pélvicos. Localização dos gânglios autônomos Diferentemente dos gânglios simpáticos, localizados próximos ao SNC, os gânglios do sistema nervoso Vitor Dantas – FISIOLOGIA I parassimpático são encontrados nos órgãos efetores, ou ainda próximos a eles ou sobre eles (p. ex., ciliar, pterigopalatino, submandibular, ótico). Comprimento dos axônios pré-ganglionares e pós- ganglionares O comprimento relativo dos axônios neurônios pré- ganglionares e pós-ganglionares da divisão parassimpática é inverso à observada na divisão simpática. Essa diferença reflete a localização dos gânglios. Os gânglios parassimpáticos estão localizados próximos aos órgãos efetores ou em seu interior; os neurônios pré-ganglionares, portanto, têm axônios longos, enquanto os neurônios pós- ganglionares apresentam axônios curtos. ↪ Explicar o mecanismo de ação dos receptores e neurotransmissores Como na divisão simpática, todos os neurônios pré- ganglionares são colinérgicos e liberam ACh que interage com receptores nicotínicos nos corpos celulares dos neurônios pós-ganglionares. A maioria dos neurônios pós- ganglionares da divisão parassimpática é também colinérgica. Os receptores de ACh, nos órgãos efetores, são muscarínicos e não nicotínicos. Assim, a ACh liberada por neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática ativa receptores nicotínicos, enquanto a ACh liberada por neurônios pós-ganglionares da divisão parassimpática ativa receptores muscarínicos. Esses receptores e suas funções são distinguidos pelos fármacos que os ativam ou inibem Varicosidades parassimpáticas colinérgicas Como já descrito, os neurônios pós-ganglionares parassimpáticos colinérgicos liberam seus neurotransmissores de varicosidades nos tecidos-alvo (p. ex., musculatura lisa). As varicosidades parassimpáticas colinérgicas liberam tanto o neurotransmissor clássico (ACh) quanto os neurotransmissores não clássicos (p. ex., peptídeo intestinal vasoativo [VIP], óxido nítrico [NO]). O neurotransmissor clássico, a ACh, é sintetizado nas varicosidades, a partir de colina e acetil CoA , e armazenado em vesículas pequenas e claras. Um grupo distinto de grandes vesículas densas contém peptídeos, como o VIP. Por fim, as varicosidades contêm óxido nítrico sintase e podem sintetizar NO, conforme necessário. Quando neurônios pós-ganglionares parassimpáticos colinérgicos são estimulados, a ACh é liberada pelas varicosidades, ligando-se a receptores muscarínicos nos tecidos-alvo, o que determina sua ação fisiológica. Com a estimulação intensa e de alta frequência, as grandes vesículas densas liberam seus peptídeos (p. ex., VIP), que se ligam a receptores nos tecidos-alvo e aumentam as ações da ACh. Funções recíprocas — simpáticas e parassimpáticas Muitos órgãos apresentam inervação simpática e parassimpática. Essas inervações operam recíproca ou sinergicamente, produzindo respostas coordenadas. O coração, por exemplo, tem inervações simpática e parassimpática que funcionam reciprocamente, regulando a frequência cardíaca, a velocidade de condução e a força de contração (contratibilidade). As paredes de musculatura lisa, do trato gastrointestinal e da bexiga, têm inervação simpática (que produz relaxamento) e parassimpática (que produz contração). Os músculos radiais da íris são responsáveis pela dilatação da pupila (midríase) e possuem inervação simpática; o músculo circular da íris é responsável pela contração da pupila (miose) e apresenta inervação parassimpática. Nesse exemplo do olho, diferentes músculos controlam o tamanho da pupila, mas os efeitos gerais da atividade simpática e parassimpática são recíprocos. Na genitália masculina, a atividade simpática controla a ejaculação, enquanto a parassimpática controla a ereção; ambas são responsáveis pela resposta sexual. Os três exemplos seguintes ilustram melhor a reciprocidade e a sinergia das divisões simpática e parassimpática Nodo sinoatrial A inervação autônoma do nodo sinoatrial (SA) do coração é excelente exemplo de controle coordenado de função. O nodo SA é o marcapasso normal do coração e sua velocidade de despolarização controla a frequência cardíaca global. O nodo SA recebe inervações simpática e parassimpática que funcionam de forma recíproca na modulação da frequência cardíaca. Assim, o aumento da atividade simpática eleva a frequência cardíaca, enquanto o aumento da atividade parassimpática a diminui. Essas funções recíprocas são ilustradas da seguinte maneira: se ocorre a redução da pressão arterial, os centros vasomotores do tronco encefálico respondem a ela e produzem, simultaneamente, aumento na atividade simpática no nodo SA e decréscimo na atividade parassimpática. Cada uma dessas ações, dirigida e coordenada pelo centro vasomotor do tronco cerebral, aumenta a frequência cardíaca. As ações simpáticas e parassimpáticas não competem entre si, mas, sim, trabalham de forma sinérgica no aumento da frequência cardíaca (o que ajuda a restaurar a pressão arterial normal). Bexiga A bexiga é outro exemplo de inervações recíprocas pelas divisões simpática e parassimpática. Em adultos, a micção, ou esvaziamento da bexiga, está sob controle voluntário porque o esfíncter externo é composto por músculo esquelético. O reflexo da micção, em si, é controlado pelo sistema nervoso autônomo. Esse reflexo ocorre quando a bexiga detecta que está “cheia”. O músculo detrusor da parede da bexiga e o esfíncter interno do órgão são compostos por músculos lisos, recebendo inervações simpática e parassimpática. A inervação simpática do músculo detrusor e do esfíncter interno é originária da medula espinal lombar (L1-L3), enquanto a inervação parassimpática tem origem na porção sacra da medula (S2- S4). Quando a bexiga está enchendo-se com urina, ocorre o controle simpático. Essa atividade simpática relaxa o Vitor Dantas – FISIOLOGIA I músculo detrusor, por meio de receptores β2 , e contrai o músculo do esfíncter interno, via receptores α1 . O esfíncter externo é, simultaneamente, fechado por ação voluntária treinada. Quando a musculatura da parede é relaxada e os esfíncteres são fechados, a bexiga pode ser enchida com urina. Quando a bexiga está cheia, essa plenitude é percebida por mecanorreceptores presentes na parede do órgão, e os neurônios aferentes transmitem essa informação para a medula espinal e, daí, para o tronco encefálico. O reflexo de micção é coordenado por centros localizados no mesencéfalo e, agora, o controle parassimpático é predominante. A atividade parassimpática contrai o músculo detrusor (para aumentar a pressão e ejetar a urina) e relaxa os esfíncteres internos. Simultaneamente, o esfíncter externo é relaxado pela ação voluntária. Claramente, as ações simpáticas e parassimpáticas sobre as estruturas vesicais são opostas, mas coordenadas: as ações simpáticas dominam o enchimento da bexiga, enquanto as parassimpáticas são responsáveis por seu esvaziamento. Pupila O tamanho da pupila é, reciprocamente, controlado por dois músculos da íris: o músculo dilatador (radial) e o músculo constritor (esfíncter) da pupila. O músculo dilatador da pupila é controlado pela inervação simpática, por receptores α1 . A ativação desses receptores α1 causa a constrição do músculo radial, provocando a dilatação da pupila, ou midríase. O músculo constritor da pupila é controlado pela inervação parassimpática, por meio de receptores muscarínicos. A ativação desses receptores muscarínicos contrai o músculo do esfíncter, levando à contração da pupila, ou miose. No reflexo pupilar à luz, por exemplo, a luz atinge a retina e, por meio de série de conexõesno SNC, ativa neurônios pré-ganglionares simpáticos, no núcleo de EdingerWestphal; a ativação dessas fibras parassimpáticas leva à contração do músculo do esfíncter e da pupila. Na resposta de acomodação, imagem retiniana pouco nítida ativa neurônios pré-ganglionares parassimpáticos no núcleo de Edinger-Westphal, contraindo o músculo do esfíncter e a pupila. Ao mesmo tempo, o músculo ciliar se contrai, “arredondando” o cristalino e aumentando seu poder refrativo. Existem notáveis exceções à generalização da inervação recíproca. Diversos órgãos apresentam somente inervação simpática: glândulas sudoríparas, musculatura lisa vascular, músculos pilomotores da pele, fígado, tecido adiposo e rim. Coordenação da Função dos Órgãos A coordenação da função dos sistemas de órgãos, como orquestrada pelo sistema nervoso autônomo, é outro tema fisiológico recorrente . Esse controle é bastante claro, por exemplo, ao considerarmos a função da bexiga. Nesse órgão, deve haver coordenação temporal entre a atividade do músculo detrusor da parede vesical e os esfíncteres. . Assim, a atividade simpática é dominante, quando a bexiga está se enchendo, relaxando a parede do órgão e, simultaneamente, contraindo o esfíncter vesical interno. A bexiga pode ser enchida, porque sua parede está relaxada; e o esfíncter, fechado. Durante a micção, a atividade parassimpática é dominante, contraindo a parede da bexiga e, simultaneamente, relaxando o esfíncter. Lógica similar pode ser aplicada ao controle do trato gastrointestinal: a contração da parede do trato gastrointestinal é acompanhada pelo relaxamento dos esfíncteres (parassimpático), permitindo que o conteúdo seja propelido para diante. O relaxamento da parede do trato gastrointestinal é acompanhado pela contração dos esfíncteres (simpática); o efeito combinado dessas ações é retardar ou interromper a movimentação do conteúdo. Tipos de receptores Existem algumas generalizações acerca dos tipos de receptores e de seus mecanismos de ação. Tais generalizações são: (1) Na divisão parassimpática, os órgãos efetores apresentam somente receptores muscarínicos. (2) Na divisão simpática, existem diversos tipos de receptores em órgãos efetores, incluindo os quatro adrenorreceptores (α1 , α2 , β1 e β2 ) e, nos tecidos com inervação simpática colinérgica, existem receptores muscarínicos. (3) Entre os adrenorreceptores simpáticos, o tipo de receptor está relacionado à função. Os receptores α1 contraem músculos lisos, como os vasculares, os esfíncteres gastrointestinais e vesicais, os pilomotores e o músculo radial da íris. Os receptores β1 estão envolvidos em funções metabólicas, como a gliconeogênese, a lipólise e a secreção de renina e em todas as funções cardíacas. Os receptores β2 relaxam a musculatura lisa dos bronquíolos, da parede da bexiga e da parede do trato gastrointestinal. Centros do Hipotálamo e do Tronco Encefálico Os centros localizados no hipotálamo e no tronco encefálico coordenam a regulação autônoma das funções de sistemas orgânicos. Esses centros são responsáveis pela regulação da temperatura, pela sede, pela ingestão de alimentos (saciedade), pela micção, pela respiração e pela função cardiovascular (vasomotora). O centro vasomotor, por exemplo, recebe informações sobre a pressão arterial de barorreceptores localizados no seio carotídeo e as compara à pressão arterial ideal. Caso sejam necessárias correções, o centro vasomotor orquestra alterações na efluência das inervações simpática e parassimpática para o coração e os vasos sanguíneos, modificando a pressão arterial. Esses centros 115 autônomos superiores são discutidos, por todo este livro, no contexto de cada sistema de órgãos. Receptores autônomos Como observado na discussão anterior, os receptores autônomos estão presentes na junção neuromuscular, nos corpos celulares de neurônios pós-ganglionares e nos órgãos efetores. O tipo de receptor e seu mecanismo de ação determinam a natureza da resposta fisiológica. Além disso, as respostas fisiológicas são específicas para o tecido e o tipo celular. Vitor Dantas – FISIOLOGIA I Para ilustrar tal especificidade, compare o efeito da ativação de receptores β1 adrenérgicos, no nodo SA, ao efeito dessa mesma ativação no músculo ventricular. Tanto o nodo SA, quanto o músculo ventricular, estão localizados no coração, e seus receptores adrenérgicos e mecanismos de ação são os mesmos. As ações fisiológicas resultantes, porém, são completamente diferentes. O receptor β1 do nodo sinoatrial está acoplado a mecanismos que aumentam a velocidade de despolarização espontânea e elevam a frequência cardíaca; a ligação de agonista, como a norepinefrina, a esse receptor β1 aumenta a frequência cardíaca. O receptor β1 do músculo ventricular está acoplado a mecanismos que aumentam a concentração intracelular de Ca 2+ e a contratibilidade; a ligação de agonista, como a norepinefrina, a esse receptor β1 aumenta a contratibilidade, mas não exerce qualquer efeito direto sobre a frequência cardíaca. O tipo de receptor também prediz qual agonista ou antagonista farmacológico o ativa ou bloqueia. Os efeitos de tais fármacos podem ser facilmente previstos pelo entendimento das respostas fisiológicas normais. Espera-se que fármacos que são agonistas β1 , por exemplo, aumentem a frequência cardíaca e a contratibilidade, enquanto os fármacos antagonistas β1 devem diminuir a frequência cardíaca e a contratibilidade. Proteínas G Os receptores autônomos estão ligados a proteínas ligantes de GTP (proteínas G), sendo, portanto, denominados receptores ligados à proteína G. Esses receptores, incluindo os do sistema nervoso autônomo, são compostos por cadeia polipeptídica única que atravessa sete vezes a membrana celular, e, por isso, são conhecidos como receptores proteicos de sete passagens transmembrânicas. O ligante (p. ex., ACh, norepinefrina) interage com o domínio extracelular desse receptor. O domínio intracelular do receptor se liga à proteína G. Essas proteínas G são heterotriméricas. Em outras palavras, apresentam três diferentes subunidades: α, β e γ. A subunidade α se liga ao difosfato de guanosina (GDP) ou ao trifosfato de guanosina (GTP). Quando o GDP está ligado, a subunidade α fica inativa; quando o GTP está ligado, a subunidade α é ativa. Assim, a ativação da proteína G reside na sua subunidade α e essa proteína alterna entre os estados ativo e inativo, de acordo com sua ligação com o GDP ou GTP. Quando a proteína G libera o GDP e se liga ao GTP, por exemplo, passa do estado inativo ao ativo; quando o GTP é novamente convertido ao GDP, por meio da atividade intrínseca de GTPase da proteína G, o estado ativo passa ao inativo. As proteínas G são acopladas a receptores autônomos de enzimas que exercem ações fisiológicas. Essas enzimas são a adenilil ciclase e a fosfolipase C que, quando ativadas, geram um segundo mensageiro (monofosfato cíclico de adenosina [AMPc] ou IP3 , respectivamente). O segundo mensageiro amplifica, então, a mensagem e executa a ação fisiológica final. Em alguns casos (p. ex., certos receptores muscarínicos), a proteína G altera, diretamente, a função de um canal iônico, sem a mediação do segundo mensageiro. Adrenorreceptores Os adrenorreceptores são encontrados nos tecidos- alvo do sistema nervoso simpático e ativados pelas catecolaminas norepinefrina e epinefrina. A norepinefrina é liberada pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático. A epinefrina é secretada pela medula suprarrenal e chega aos tecidos-alvo pela circulação. Os adrenorreceptores são divididos em dois tipos, α e β, que são, ainda mais, diferenciados em α1 , α2 , β1 e β2 . Cada um desses tipos de receptores tem um mecanismo de ação diferente (exceto os receptores β1 e β2 , que têm o mesmo mecanismo de ação), provocando efeitos fisiológicos diversos Receptores α1 Os receptores α1 são encontrados na musculaturalisa vascular da pele, nos músculos esqueléticos e na região esplâncnica, nos esfíncteres do trato gastrointestinal e da bexiga e no músculo radial da íris. A ativação dos receptores α1 leva à contração de cada um desses tecidos. O mecanismo de ação envolve a proteína G denominada Gq e a ativação da fosfolipase C. Os números, circundados na figura, correspondem aos passos discutidos, como a seguir. 1. O receptor α1 está inserido na membrana celular, onde é acoplado, via proteína Gq , à fosfolipase C. No estado inativo, a subunidade αq da proteína Gq heterotrimérica está ligada ao GDP. 2. Quando um agonista, como a norepinefrina, se liga ao receptor α1 (Passo 1), ocorre alteração conformacional da unidade αq da proteína Gq . Essa alteração conformacional exerce dois efeitos (Passo 2): liberação do GDP da unidade αq , sua substituição por GTP e liberação da subunidade αq (ligada ao GTP) do restante da proteína Gq . 3. O complexo αq -GTP migra pela membrana celular e se liga à fosfolipase C, ativandoa (Passo 3). A atividade GTPase intrínseca, então, converte o GTP a GDP, e a subunidade αq retorna ao estado inativo (não mostrado). Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 4. A fosfolipase C ativada catalisa a liberação de diacilglicerol e IP3 do 4,5-difosfato de fosfatidilinositol (Passo 4). O IP3 , que é gerado, provoca a liberação de Ca 2+ armazenado nos retículos endoplasmáticos ou sarcoplasmáticos, aumentando a concentração intracelular de Ca 2+ (Passo 5). Juntos, o Ca 2+ e o diacilglicerol ativam a proteína cinase C (Passo 6), que fosforila proteínas. Essas proteínas fosforiladas exercem as ações fisiológicas finais (Passo 7), como a contração de músculos lisos. Receptores α2 Os receptores α2 são inibidores, localizados pré- sinapticamente e pós-sinapticamente, e são menos comuns do que os receptores α1 . Esses receptores são encontrados em terminais nervosos pré-sinápticos adrenérgicos e colinérgicos e no trato gastrointestinal. Os receptores α são encontrados em duas formas, os autorreceptores e os heterorreceptores. Os receptores α2 presentes nos terminais nervosos simpáticos pós-ganglionares são denominados autorreceptores. Nessa função, a ativação de receptores α2 pela norepinefrina liberada por terminais nervosos pré- sinápticos inibe a liberação adicional da molécula pelas mesmas estruturas; esse feedback negativo conserva a norepinefrina em estados de alta estimulação do sistema nervoso simpático. É interessante notar que a medula suprarrenal não tem receptores α2 e, portanto, não está sujeita a esse feedback negativo; consequentemente, a medula suprarrenal pode ser depletada de catecolaminas, durante períodos de estresse prolongado. Os receptores α2 , presentes em terminais nervosos pós- ganglionares parassimpáticos do trato gastrointestinal, são denominados heterorreceptores. A norepinefrina é liberada pelas fibras pós-ganglionares simpáticas, que fazem sinapse com essas fibras pós-ganglionares parassimpáticas. Quando ativados pela norepinefrina, os receptores α2 inibem a liberação de acetilcolina dos terminais nervosos pós- ganglionares parassimpáticos. Dessa forma, o sistema nervoso simpático inibe, indiretamente, a função gastrointestinal (i.e., pela inibição da atividade parassimpática). O mecanismo de ação destes receptores envolve a inibição da adenilil ciclase, descrita nos seguintes passos: 1. O agonista (p. ex., norepinefrina) se liga ao receptor α2 , que está acoplado à adenilil ciclase por proteína G inibidora, Gi . 2. Quando a norepinefrina está ligada, a proteína Gi libera o GDP e se liga ao GTP, e a subunidade αi se dissocia do complexo da proteína G. 3. A subunidade αi , então, se desloca pela membrana, se ligando à adenilil ciclase, a inibindo. Por causa disso, os níveis de AMPc diminuem, produzindo a resposta fisiológica final. Receptores β1 Os receptores β1 são proeminentes no coração. Esses receptores são encontrados no nodo sinoatrial (SA), no nodo atrioventricular (AV) e no músculo ventricular. A ativação dos receptores β1 , nesses tecidos, aumenta a frequência cardíaca, no nodo SA, elevando a velocidade de condução pelo nodo AV e a contratibilidade do músculo ventricular, respectivamente. Os receptores β1 também estão localizados nas glândulas salivares, no tecido adiposo e nos rins (nestes últimos promovem a secreção de renina). O mecanismo de ação dos receptores β1 envolve a proteína Gs e a ativação da adenilil ciclase. Essa ação é ilustrada na e envolve os seguintes passos que correspondem aos números circundados na figura: 1. Da mesma forma que outros receptores autônomos, os receptores β1 estão inseridos na membrana celular. Esses receptores são acoplados, por meio da proteína Gs , à adenilil ciclase. No estado inativo, a subunidade as da proteína Gs está ligada ao GDP. 2. Quando um agonista, como a norepinefrina, se liga ao receptor β1 (Passo 1), ocorre alteração conformacional na unidade αs. Essa alteração conformacional exerce dois efeitos (Passo 2): liberação do GDP da unidade αs , sua substituição por GTP, e a liberação da subunidade αs ativada do complexo da proteína G. 3. O complexo αs -GTP migra pela membrana celular e se liga à adenilil ciclase, ativando-a (Passo 3). A atividade GTPase intrínseca, então, converte o GTP a GDP, e a subunidade αs retorna a seu estado inativo (não mostrado). 4. A adenilil ciclase ativada catalisa a conversão do ATP a AMPc, que atua como segundo mensageiro (Passo 4). O AMPc, por meio de passos que envolvem a ativação de proteínas cinases, inicia as ações fisiológicas finais (Passo 5). Como já mencionado, essas ações fisiológicas são específicas dos tecidos e dos tipos celulares. Quando receptores β1 são ativados no nodo SA, a frequência cardíaca aumenta; quando ativados no músculo ventricular, a contratibilidade aumenta; quando ativados nas glândulas salivares, a secreção é elevada; e nos rins, a renina é secretada Receptores β2 Os receptores β2 são encontrados na musculatura lisa vascular dos músculos esqueléticos, nas paredes do trato Vitor Dantas – FISIOLOGIA I gastrointestinal e da bexiga e nos bronquíolos. A ativação dos receptores β2 , nesses tecidos, provoca seu relaxamento ou dilatação. O mecanismo de ação dos receptores β2 é similar ao dos receptores β1 : ativação da proteína Gs , liberação da subunidade αs , estimulação da adenilil ciclase e geração de AMPc Respostas dos adrenorreceptores à norepinefrina e à epinefrina Existem diferenças significativas nas respostas dos adrenorreceptores α1 , β1 e β2 às catecolaminas norepinefrina e epinefrina. Essas diferenças são explicadas adiante, lembrando que a norepinefrina é a catecolamina liberada pelas fibras nervosas pósganglionares simpáticas adrenérgicas, enquanto a epinefrina é a principal catecolamina liberada pela medula suprarrenal: (1) A norepinefrina e a epinefrina têm quase a mesma potência nos receptores α1 , sendo a última pouco mais potente. Quando comparados aos receptores β, porém os receptores α1 são relativamente insensíveis a catecolaminas. A ativação de receptores α1 requer concentrações maiores de catecolaminas do que a ativação de receptores β. Fisiologicamente, tais concentrações elevadas são, localmente, atingidas quando a norepinefrina é liberada pelas fibras nervosas pós-ganglionares simpáticas, mas não quando as catecolaminas são liberadas da medula suprarrenal. A quantidade de epinefrina (e norepinefrina) liberada pela medula suprarrenal, na resposta de luta ou fuga, por exemplo, é insuficiente para a ativação dos receptores α1 . (2) A norepinefrina e a epinefrina têm a mesma potência nos receptores β1 . Como mencionado antes, concentrações muito menores de catecolaminas são necessárias para a ativação dos receptores β1 do que a de receptores α1 . Assim, a norepinefrina liberada pelas fibras nervosas simpáticas ou a epinefrina liberada pela medula suprarrenalativa os receptores β1 . (3) Os receptores β2 são, preferencialmente, ativados pela epinefrina. Assim, espera- se que a epinefrina, liberada da medula suprarrenal, mas não a norepinefrina, liberada das terminações nervosas simpáticas, ative os receptores β2 . Colinorreceptores Existem dois tipos de colinorreceptores: nicotínicos e muscarínicos. Os receptores nicotínicos são encontrados na placa motora, em todos os gânglios autônomos e nas células cromafins da medula suprarrenal. Os receptores muscarínicos são encontrados em todos os órgãos efetores parassimpáticos e em alguns órgãos efetores da divisão simpática. Receptores nicotínicos Os receptores nicotínicos são encontrados em diversos locais importantes: na placa motora do músculo esquelético, em todos os neurônios pós-ganglionares dos sistemas nervosos simpático e parassimpático e nas células cromafins da medula suprarrenal. A ACh é seu agonista natural, sendo liberada pelos motoneurônios e por todos os neurônios pré-ganglionares. Não se sabe se o receptor nicotínico na placa motora é idêntico ao encontrado nos gânglios autônomos. Essa questão pode ser respondida pelo exame das ações dos fármacos que atuam como agonistas ou antagonistas nesses receptores. Os receptores nicotínicos dos dois locais são, certamente, similares: ambos são ativados pelos agonistas ACh, nicotina e carbacol, e antagonizados pelo fármaco curare . Porém, outro antagonista do receptor nicotínico, o hexametônio, bloqueia os gânglios, mas não a placa motora. Assim, pode-se concluir que os receptores desses dois locais são similares, mas não idênticos, onde o receptor nicotínico da placa da extremidade do músculo esquelético é designado N1 e o receptor nicotínico nos gânglios autonômicos é designado N2 . Segundo essa distinção farmacológica, fármacos, como o hexametônio, são agentes bloqueadores ganglionares, mas não são bloqueadores neuromusculares. Uma segunda conclusão pode ser obtida sobre agentes bloqueadores ganglionares, como o hexametônio. Esses agentes devem inibir receptores nicotínicos em gânglios simpáticos e parassimpáticos, e, assim, produzir efeitos disseminados da função autônoma. Para prever as ações de agentes bloqueadores ganglionares, em sistema orgânico dado, porém é necessário saber se, nesse sistema, o controle dominante é simpático ou parassimpático. A musculatura lisa vascular, por exemplo, apresenta apenas inervação simpática, causando vasoconstrição; assim, os agentes bloqueadores ganglionares relaxam a musculatura lisa vascular, provocando vasodilatação. (Devido a essa propriedade, os agentes bloqueadores ganglionares podem ser usados no tratamento da hipertensão.) Por outro lado, a função sexual masculina é acentuadamente prejudicada por agentes bloqueadores ganglionares, já que apresenta componentes simpáticos (ejaculação) e parassimpáticos (ereção). O mecanismo de ação dos receptores nicotínicos, seja na placa motora ou nos gânglios, é baseado no fato de que esse receptor de ACh é, também, um canal para Na + e K+ . Quando o receptor nicotínico é ativado pela ACh, o canal se abre, permitindo a passagem de Na + e K+ , determinada por seus respectivos gradientes eletroquímicos. A Figura ilustra a função dos receptores/canais nicotínicos em dois estados: fechado e aberto. O receptor nicotínico é proteína integral da membrana celular, composta por cinco subunidades: duas α, uma β, uma delta (δ) e uma gama (γ). Essas cinco subunidades formam funil, ao redor do orifício central. Quando a ACh não está ligada, a entrada do canal está fechada. Quando a ACh está ligada a cada uma das duas subunidades α, ocorre mudança conformacional em todas as subunidades, resultando na abertura do centro do canal. Quando o centro do canal se abre, o Na + e o K+ fluem, de acordo com seus respectivos gradientes eletroquímicos (Na + para dentro da célula e K+ para fora), e cada íon tenta levar o potencial de membrana a seu equilíbrio. O potencial de membrana resultante é a média entre os potenciais de equilíbrio dos dois íons, aproximadamente 0 milivolt, o que corresponde ao estado despolarizado. Vitor Dantas – FISIOLOGIA I Receptores muscarínicos Os receptores muscarínicos estão localizados em todos os órgãos efetores do sistema nervoso parassimpático: no coração, no trato gastrointestinal, nos bronquíolos, na bexiga e nos órgãos sexuais masculinos. Esses receptores também são encontrados em certos órgãos efetores do sistema nervoso simpático, principalmente nas glândulas sudoríparas. Alguns receptores muscarínicos (p. ex., M1 , M3 , and M5 ) apresentam o mesmo mecanismo de ação que os adrenorreceptores α1. Nesses casos, a ligação do agonista (ACh) ao receptor muscarínico provoca a dissociação da subunidade a da proteína G, a ativação da fosfolipase C e a geração de IP3 e diacilglicerol. O IP3 libera o Ca 2+ armazenado e o aumento da concentração intracelular desse íon, associado à presença de diacilglicerol, produz as ações fisiológicas tecido- específicas. Outros receptores muscarínicos (p. ex., M4 ) atuam inibindo a guanilato ciclase e a diminuição dos níveis de AMPc intracelulares. Outros receptores muscarínicos (M2 ) alteram processos fisiológicos por meio da ação direta da proteína G. Nesses casos, não há envolvimento de segundo mensageiro. Os receptores muscarínicos do nodo SA do coração, por exemplo, quando ativados pela ACh, ativam a proteína Gi e liberam a subunidade αi , que se liga diretamente aos canais de K+ do nodo SA. Quando as subunidades ai se ligam aos canais de K+ , estes se abrem, retardando a velocidade de despolarização no nodo SA e diminuindo a frequência cardíaca. Nesse mecanismo, não há estimulação ou inibição da adenilil ciclase ou da fosfolipase C, nem o envolvimento de segundo mensageiro; em vez disso, a proteína Gi age, diretamente, sobre o canal iônico. ↪ Explicar o mecanismo de ação do Diazerpan, da Atropina venosa e da Pralidoxina Diazepam O diazepam está indicado para alívio sintomático da ansiedade, tensão e outras queixas somáticas ou psicológicas associadas com a síndrome da ansiedade. Pode também ser útil como coadjuvante no tratamento da ansiedade ou agitação associada a desordens psiquiátricas. O diazepam é útil no alívio do espasmo muscular reflexo devido a traumas locais (lesão, inflamação). Pode ser igualmente usado no tratamento da espasticidade devida a lesão dos interneurônios espinhais e supra espinhais tal como ocorre na paralisia cerebral e paraplegia, assim como na atetose e na síndrome rígida. Os benzodiazepínicos são indicados apenas para desordens intensas, desabilitantes ou para dores extremas. Espasmos musculares A terapêutica com diazepam é indicada e eficaz como adjuvante no tratamento de espasmos musculares causados por reflexo à patologia local, como inflamação ou trauma, espasticidade causada por lesões de neurônio motor ou atetose26,27 e, também, para alívio da espasticidade na esclerose múltipla e lesões medulares. Porém, poderá ocorrer tolerância sendo necessária a alternância de doses e/ou modificação da terapêutica. Atropina Venosa Atropina é indicado como coadjuvante no tratamento de úlcera péptica, doenças do trato gastrintestinal e biliar, no tratamento de cólicas durante a menstruação, no tratamento sintomático de doenças do aparelho geniturinário (por exemplo: no alívio de cólicas ureterais e renais, na incontinência urinária, no espasmo da musculatura uterina), como medicação pré-anestésica para diminuir a salivação e a secreção do trato respiratório e para bloquear o reflexo inibitório vagal no coração durante a indução da anestesia e intubação (restabelecimento da frequência do coração e pressão arterial). No tratamento de arritmias ou bradicardia sinusal severa e síncope devido à hiperatividade do reflexo sino-carotídeo, no controle do bloqueio cardíaco atrioventricular decorrente de um aumento da atividadevagal (por exemplo, em alguns casos após a administração de digitálicos), como coadjuvante em radiografias gastrintestinais, no tratamento de parkinsonismo, na profilaxia e tratamento de intoxicações por inibidores da colinesterase (por exemplo: inseticidas organofosforados), drogas colinérgicas e muscarínicas. A Atropa beladona (ou erva-moura mortal) fornece principalmente o alcaloide atropina (dl-hiosciamina). O mesmo alcaloide é encontrado na Datura stramonium, conhecida como estramônio ou figueira-do-inferno, pilrito e maçã-do-diabo. A atropina é formada por ésteres orgânicos pela combinação de um ácido aromático, ácido trópico, e bases orgânicas complexas, tropina (tropanol). A atropina é um antagonista competitivo das ações da acetilcolina (ACh) e outros agonistas muscarínicos; ela compete com estes agonistas por um local de ligação comum no receptor muscarínico. Como o antagonismo da atropina é competitivo, ele pode ser anulado se a concentração da ACh ou agonistas colinérgicos nos locais receptores do órgão efetor for aumentada suficientemente. Todos os receptores muscarínicos (M1 a M5) são bloqueados pela atropina: os existentes nas glândulas exócrinas, músculos liso e cardíaco, gânglios autônomos e neurônios intramurais. A atropina quase não produz efeitos detectáveis no SNC nas doses usadas na prática clínica. Em doses terapêuticas (0,5 a 1,0 mg), a atropina causa apenas excitação vagal suave em consequência, da estimulação da medula e centros cerebrais superiores. Com doses tóxicas da atropina, a excitação central se torna mais acentuada, produzindo agitação, irritabilidade, desorientação, alucinações ou delírio. Com doses ainda maiores, a estimulação é seguida de depressão resultando em colapso circulatório e insuficiência respiratória depois de um período de paralisia e coma. O efeito principal da atropina no coração é alterar a frequência cardíaca. Embora a resposta predominante seja taquicardia, a frequência cardíaca muitas vezes diminui transitoriamente com as doses clínicas médias. Em doses clínicas, a atropina reverte totalmente a vasodilatação periférica e a redução súbita da pressão sanguínea causadas pelos ésteres da colina. Por outro lado, quando administrada, isoladamente, seu efeito Vitor Dantas – FISIOLOGIA I nos vasos sanguíneos e pressão arterial não é acentuado nem constante. A atropina pode ser considerada como o tratamento inicial dos pacientes com infarto agudo do miocárdio, nos quais o excesso de tônus vagal provoca bradicardia sinusal ou nodal. A atropina inibe as secreções do nariz, boca, faringe e brônquios e, dessa forma, resseca as mucosas das vias respiratórias. Essa ação é especialmente pronunciada se as secreções forem excessivas e constitui-se na base para a utilização da atropina como medicamento pré-anestésico. O interesse sobre as ações da atropina no estômago e intestino resultou na sua utilização como agente antiespasmódico para os distúrbios gastrintestinais e tratamento da úlcera péptica. A atropina também reduz a secreção gástrica; a secreção durante as fases cefálicas e de jejum é reduzida acentuadamente por esse fármaco. Por outro lado, a fase intestinal da secreção gástrica é inibida apenas em parte. A concentração de ácido não é necessariamente reduzida, desde que as secreções de HCO3- e H+ sejam bloqueadas. As células gástricas que secretam mucina e enzimas proteolíticas estão sob influência mais direta do vago do que as células secretoras de ácido, e a atropina reduz sua função secretória. Esse alcaloide da beladona produz efeitos acentuados sobre a motilidade do trato gastrintestinal. Tanto nos indivíduos normais quanto nos pacientes com doença gastrintestinal, as doses terapêuticas plenas da atropina produzem efeitos inibitórios nítidos e prolongados sobre as atividades motoras do estômago, duodeno, jejuno, íleo e cólon, caracterizados pelas reduções do tônus, amplitude e frequência das contrações peristálticas. A atropina exerce uma ação antiespasmódica suave na vesícula e dutos biliares dos seres humanos; entretanto, esse efeito geralmente não é suficiente para anular ou evitar o espasmo e a pressão dentro dos dutos biliares induzidos pelos opiáceos. Doses pequenas da atropina inibem a atividade das glândulas sudoríparas e a pele torna-se seca e quente. A transpiração pode ser inibida a ponto de aumentar a temperatura corpórea, porém este efeito é notável apenas depois da utilização de doses altas, ou sob temperaturas ambientes elevadas. Pralidoxina A Pralidoxima é um antídoto (dos pesticidas organofosforados); antídoto (dos inibidores da colinesterase); [amônio quaternário (derivado); reativador da colinesterase; mesilato de Pralidoxima. Serve para Intoxicação por pesticidas organofosforados; intoxicação por inibidores da colinesterase (como neostigmina usada no tratamento da miastenia gravis). Age reativando a colinesterase que foi inativada por inseticidas organofosforados ou por produtos relacionados a eles. Efeitos do Organofosforados Os inseticidas OF ligam-se ao centro esterásico da acetilcolinesterase (AChe), impossibilitando-a de exercer sua função de hidrolisar o neurotransmissor acetilcolina em colina e ácido acético. Os inseticidas CARB agem de modo semelhante aos OF, mas formam um complexo menos estável com a colinesterase, permitindo a recuperação da enzima mais rapidamente. A AChe está presente no sistema nervoso central (SNC), sistema nervoso periférico (SNP) e também nos eritrócitos. Inativa a acetilcolina, responsável pela transmissão do impulso nervoso no SNC, nas fibras pré-ganglionares, simpáticas e parassimpáticas e na placa mioreural. Os principais sinais e sintomas da intoxicação aguda por inseticidas inibidores da colinesterase podem ser agrupados didaticamente da seguinte forma: Manifestações Muscarínicas (parassimpáticas): - falta de apetite, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, incontinência fecal, dor ao defecar; - broncoespasmo, dificuldade respiratória, aumento da secreção brônquica, rinorréia, cianose, edema pulmonar não cardiogênico, tosse, dor torácica; - lacrimejamento, salivação, sudorese; - incontinência urinária; - bradicardia, hipotensão, raramente fibrilação atrial. Manifestações Nicotínicas (ganglionares, simpáticas e somatomotoras): - fasciculações musculares, tremores, cãimbras, fraqueza, ausência de reflexos, paralisia muscular (incluindo musculatura respiratória acessória) e arreflexia. - hipertensão, taquicardia, palidez, pupilas dilatadas (midríase), hiperglicemia. Manifestações em Sistema Nervoso Central: - inquietação, labilidade emocional, cefaléia, tremores, sonolência, confusão mental, linguagem chula, marcha incoordenada, fraqueza generalizada, depressão do centro respiratório, hipotonia, hiporreflexia, convulsões, coma. Síndrome Intermediária: Após 24 a 96 horas da exposição a alguns OF, pode surgir fraqueza ou paralisia muscular proximal (membros superiores e pescoço). Outros grupos musculares também podem ser afetados, inclusive a musculatura respiratória (respiratórios acessórios),levando à parada respiratória. A recuperação pode levar de 4 a18 dias. Pode ocorrer em intoxicações graves e está relacionado à inibição irreversível da acetilcolinesterase. Polineuropatia Tardia: Este quadro desenvolve-se 2 a 4 semanas após a exposição a inseticidas OF. Caracteriza-se por fraqueza muscular distal, cãimbras musculares dolorosas, formigamento, reflexos diminuídos e um quadro caracterizado por incoordenação motora, hipertonia ou espasticidade, reflexos exageradamente aumentados e tremores (síndrome de liberação extrapiramidal – parkinsonismo). A recuperação é variável. Esse quadro não tem relação com a inibição das colinesterases e relaciona- se com exposições a alguns OF. ↪ Descrever a interferência dos fatores biopsicossociais nos sintomas Caso de A.G.F O principal fator pode estar relacionado ao estressediário que essa professora passa na escola. Muita gente se refere ao estresse como uma emoção ou doença dos tempos modernos, mas, na realidade, o termo se refere a um mecanismo fisiológico de adaptação, deflagrado diante de situações novas ou ameaçadoras. Mas o conceito foi emprestado pela medicina para designar o conjunto de respostas físicas e mentais que temos diante de estímulos externos (estressores), que nos tiram do estado de equilíbrio (homeostase). Diante de alguma ameaça, nosso organismo se prepara para lutar ou fugir, Vitor Dantas – FISIOLOGIA I liberando hormônios como a adrenalina e o cortisol. O primeiro faz o coração se acelerar, a pressão subir, a respiração ficar mais rápida e a pessoa suar. Todo o sistema vascular é acionado com um objetivo: “O sangue é direcionado para áreas cerebrais e músculos, que vão ser fundamentais para ação”. Isso faz com que as extremidades, como mãos e pés, fiquem gelados. Outras funções são suprimidas, como a digestão. Já o cortisol, conhecido como “hormônio do estresse”, aumenta nosso nível de glicose, para que haja energia suficiente para agir. Em resumo, situações de estresse podem deflagrar: - Taquicardia (coração acelerado) - Pressão alta - Respiração superficial ou ofegante - Sudorese - Mãos e pés frios - Pupila dilatada - Contração muscular - Vasoconstrição (contração dos vasos sanguíneos) - Estado de atenção - Pensamentos acelerados - Tonturas - Náusea ou vômito - Dores de estômago (tipo gastrite) - Diarreia ou constipação - Aumento da frequência urinária - Dores de cabeça e no corpo - Insônia ou sono agitado - Bruxismo - Eventos cardiovasculares (como infarto ou derrame). Caso do S. J.P.A Nesse caso relaciona-se com a intoxicação do inseticida (organofosforado). “Os efeitos do inseticida, justifica”
Compartilhar