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SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO - RESUMO

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Resumo
P R O D U Ç Ã O : V I T O R D A N T A S
P R O D U T O R V E R I F I C A D O D O P A S S E I D I R E T O
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
TUTORIA 02 
OBJETIVOS: 
→Explicar o sistema nervoso autônomo, suas 
divisões e suas respectivas funções 
→Explicar o mecanismo de ação dos receptores e 
neurotransmissores diante de manifestações 
clínicas (hormônios) 
→ Explicar o mecanismo de ação do Diazerpan, da 
Atropina venosa e da Pralidoxina 
→ Descrever a interferência dos fatores 
biopsicossociais nos sintomas 
 
↪ Explicar o sistema nervoso autônomo 
O sistema nervoso motor (eferente) tem dois 
componentes: o somático e o autônomo. Esses dois 
sistemas são bastante diferentes, mas são diferenciados, 
principalmente, pelos tipos de órgãos efetores que inervam 
e pelos tipos de função que controlam. 
O sistema nervoso motor somático é um sistema motor 
voluntário que age sob controle consciente (mas também é 
acionado involuntariamente, de forma reflexa). Cada uma 
de suas vias é composta por motoneurônio único e as fibras 
musculares esqueléticas por ele inervadas. O corpo celular 
do motoneurônio fica localizado no sistema nervoso central 
(SNC), no tronco encefálico ou na medula espinal, e seus 
axônios estabelecem sinapses, diretamente, na 
musculatura esquelética, que é o órgão efetor. O 
neurotransmissor acetilcolina (ACh) é liberado pelos 
terminais présinápticos dos motoneurônios e ativa 
receptores nicotínicos localizados nas placas motoras da 
musculatura esquelética. Um potencial de ação, nos 
motoneurônios, produz potencial de ação na fibra 
muscular, fazendo com que o músculo se contraia. 
O sistema nervoso motor autônomo é um sistema 
involuntário que controla e modula as funções, 
primariamente, dos órgãos viscerais. Cada via do sistema 
nervoso autônomo é composta por dois neurônios: o 
neurônio pré-ganglionar e o neurônio pós-ganglionar. O 
corpo celular de cada neurônio pré-ganglionar está no SNC. 
Os axônios desses neurônios pré-ganglionares fazem 
sinapse com os corpos celulares dos neurônios pós-
ganglionares em um dos diversos gânglios autônomos 
situados fora do SNC. Os axônios dos neurônios pós-
ganglionares se dirigem, então, até a periferia, onde fazem 
sinapse com órgãos efetores viscerais, como o coração, os 
bronquíolos, a musculatura lisa vascular, o trato 
gastrointestinal, a bexiga e os órgãos genitais. Todos os 
neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo 
liberam ACh. Os neurônios pós- ganglionares liberam ACh 
ou norepinefrina ou, ainda, em alguns casos, 
neuropeptídeos. 
Organização e características 
O sistema nervoso autônomo tem duas divisões principais, 
simpática e parassimpática, que, frequentemente, se 
complementam na regulação da função do sistema de 
órgãos. Uma terceira divisão do sistema autônomo, o 
sistema nervoso entérico, se localiza nos plexos do trato 
gastrointestinal. 
 
Terminologia 
Os termos simpático e parassimpático são, estritamente, 
anatômicos e se referem à origem anatômica dos neurônios 
pré-ganglionares no SNC. . Os neurônios pré-ganglionares 
da divisão simpática se originam na porção toracolombar 
da medula espinal. Os neurônios pré-ganglionares da 
divisão parassimpática são originários do tronco encefálico 
e da medula espinal sacra. 
 Os termos adrenérgico e colinérgico são usados para 
descrever neurônios de ambas as divisões, de acordo com o 
neurotransmissor sintetizado e liberado. Os neurônios 
adrenérgicos liberam norepinefrina; os receptores de 
norepinefrina, nos órgãos efetores, são denominados 
adrenorreceptores. Os adrenorreceptores podem ser 
ativados por norepinefrina, que é liberada de neurônios 
adrenérgicos, ou por epinefrina, que é secretada na 
circulação pela medula suprarrenal. Neurônios colinérgicos 
liberam ACh; os receptores para a ACh são denominados 
colinorreceptores. (Um terceiro termo é não adrenérgico, 
não colinérgico, que descreve alguns neurônios pós-
ganglionares parassimpáticos do trato gastrointestinal que 
liberam peptídeos [p. ex., substância P] ou outras moléculas 
[p. ex., óxido nítrico] como neurotransmissor, em vez de 
ACh.) 
Em resumo, quer localizados na divisão simpática ou na 
divisão parassimpática, todos os neurônios pré- 
ganglionares liberam ACh e, portanto, são 
denominadoscolinérgicos. Os neurônios pós-ganglionares 
podem ser adrenérgicos (liberando norepinefrina) ou 
colinérgicos (secretando ACh). A maioria dos neurônios 
pósganglionares parassimpáticos é colinérgica; os 
neurônios pós-ganglionares simpáticos podem ser 
adrenérgicos (a maioria) ou colinérgicos. 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
Junções neuroefetoras do sistema nervoso autônomo 
As junções entre neurônios autônomos pós-ganglionares e 
seus efetores (tecidos-alvo), as junções neuroefetoras, são 
análogas às junções neuromusculares do sistema nervoso 
somático. Existem, porém, diversas diferenças estruturais e 
funcionais, entre esses dois tipos de junção. (1) A junção 
neuromuscular apresenta disposição discreta, onde o 
“efetor”, uma fibra de músculo esquelético, é inervado por 
um só motoneurônio. Por outro lado, no sistema nervoso 
autônomo, os neurônios pós-ganglionares que inervam os 
tecidos-alvo formam malhas ramificadas, difusas. 
Estruturas em formato de contas, ou varicosidades, estão 
presentes em tais ramos e são sítios de síntese, 
armazenamento e liberação de neurotransmissores. As 
varicosidades são, portanto, análogas aos terminais 
nervosos pré-sinápticos da junção neuromuscular. (2) Existe 
a sobreposição entre as redes ramificadas de diferentes 
neurônios pós-ganglionares, de modo que os tecidos-alvo 
podem ser inervados por vários deles. (3) No sistema 
nervoso autônomo, os receptores pós-sinápticos são 
amplamente distribuídos pelos tecidos-alvo, não ocupando 
uma região especializada, análoga à placa motora terminal 
da musculatura esquelética. 
Sistema nervoso simpático 
A função principal do sistema nervoso simpático é mobilizar 
o corpo para a atividade. Ao extremo, quando a pessoa é 
submetida à situação estressante, o sistema nervoso 
simpático é ativado pela resposta conhecida como “luta ou 
fuga”, que inclui o aumento da pressão arterial, do fluxo 
sanguíneo para os músculos ativados, aumento da taxa 
metabólica, da concentração sanguínea de glicose, da 
atividade mental e do grau de alerta. Embora essa resposta 
ao estresse, por si só, seja raramente empregada, o sistema 
nervoso simpático opera continuamente modulando as 
funções de muitos órgãos, como o coração, os vasos 
sanguíneos, o trato gastrointestinal, os brônquios e as 
glândulas sudoríparas. 
Os neurônios simpáticos pré-ganglionares são originários 
dos núcleos da medula espinal toracolombar, deixam a 
medula pelas raízes motoras ventrais e os ramos brancos e 
se projetam para os gânglios paravertebrais da cadeia 
simpática ou para vários gânglios pré-vertebrais. Assim, 
uma categoria de neurônios pré-ganglionares faz sinapse 
com neurônios pós-ganglionares na cadeia simpática. Essas 
sinapses podem ocorrer em gânglios do mesmo nível 
segmentar da cadeia, ou as fibras pré-ganglionares podem-
se dirigir à direção cranial ou caudal e inervar gânglios em 
níveis superiores ou inferiores da cadeia, permitindo, assim, 
o estabelecimento de sinapses em múltiplos gânglios (o que 
é consistente com as características difusas das funções 
simpáticas). A outra categoria de neurônios pré-
ganglionares passa pela cadeia simpática, sem formar 
sinapses, só as fazendo nos gânglios pré- vertebrais 
(celíaco, mesentérico superior e mesentérico inferior) que 
suprem os órgãos viscerais, as glândulas e o sistema 
nervoso entérico do trato gastrointestinal. Nos gânglios, os 
neurônios pré-ganglionares fazem sinapse com os 
neurônios pós-ganglionares que cursam para a periferia e 
inervam os órgãos efetores. 
Origem dos neurônios pré-ganglionares 
Os neurônios pré-ganglionares da divisão simpática são 
originários de núcleos localizados nos segmentos torácico e 
lombar damedula espinal, especificamente do primeiro 
segmento torácico ao terceiro segmento lombar (T1-L3). A 
divisão simpática, por isso, é denominada toracolombar. 
 De modo geral, a origem dos neurônios pré-ganglionares, 
na medula espinal, é anatomicamente consistente com sua 
projeção periférica. Assim, as vias simpáticas para os órgãos 
torácicos (p. ex., o coração) apresentam neurônios pré-
ganglionares originários da porção torácica superior da 
medula espinal. As vias simpáticas para os órgãos da pelve 
(p. ex., colo, genitais) têm neurônios pré-ganglionares que 
se originam na medula espinal lombar. Vasos sanguíneos, 
glândulas sudoríparas termorreguladoras e músculos 
pilomotores da pele apresentam neurônios préganglionares 
que estabelecem sinapses com múltiplos neurônios pós-
ganglionares, acima e abaixo da cadeia simpática, refletindo 
sua ampla distribuição pelo corpo. 
Localização dos gânglios autônomos 
Os gânglios do sistema nervoso simpático ficam localizados 
próximos à medula espinal, nos gânglios paravertebrais 
(conhecidos como cadeia simpática) ou gânglios pré-
vertebrais. Novamente, a anatomia é lógica. O gânglio 
cervical superior se projeta para os órgãos da cabeça, como 
os olhos e as glândulas salivares. O gânglio celíaco se 
projeta para o estômago e intestino delgado. O gânglio 
mesentérico superior se projeta para os intestinos delgado 
e grosso, e o gânglio mesentérico inferior inerva a porção 
inferior do intestino grosso, o ânus, a bexiga e a genitália. 
 A medula suprarrenal é, simplesmente, um gânglio 
simpático especializado, cujos neurônios pré-ganglionares 
se originam na medula espinal torácica (T5-T9), passam 
pela cadeia simpática e pelo gânglio celíaco sem 
estabelecer sinapses e seguem, pelo nervo esplâncnico 
maior, até a suprarrenal. 
Comprimento dos axônios pré-ganglionares e pós-
ganglionares 
Uma vez que os gânglios simpáticos ficam localizados 
próximos à medula espinal, os axônios dos neurônios pré-
ganglionares são curtos e os axônios dos neurônios 
pósganglionares são longos (para que possam atingir 
órgãos efetores periféricos). 
Neurotransmissores e Tipos de Receptores 
Os neurônios pré-ganglionares, da divisão simpática, são 
sempre colinérgicos. Esses neurônios liberam ACh, que 
interage com receptores nicotínicos nos corpos celulares 
dos neurônios pós-ganglionares. Os neurônios pós-
ganglionares da divisão simpática são adrenérgicos em 
todos os órgãos efetores, exceto nas glândulas sudoríparas 
termorreguladoras (que são colinérgicas). Os órgãos 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
efetores inervados por neurônios simpáticos adrenérgicos 
têm um ou mais dos seguintes tipos de receptores: alfa1 , 
alfa2 , beta1 ou beta2 (α1 , α2 , β1 ou β2 ). As glândulas 
sudoríparas termorreguladoras são inervadas por 
neurônios simpáticos colinérgicos que têm 
colinorreceptores muscarínicos. 
Varicosidades simpáticas adrenérgicas 
Como descrito acima, os neurônios pós-ganglionares 
simpáticos adrenérgicos liberam seus neurotransmissores 
pelas varicosidades nos tecidos-alvo (p. ex., a musculatura 
vascular lisa). As varicosidades simpáticas adrenérgicas 
contêm neurotransmissores clássicos (norepinefrina) e não 
clássicos (ATP e neuropeptídeo Y). O neurotransmissor 
clássico, a norepinefrina, é sintetizado, nas varicosidades, a 
partir da tirosina, e armazenado em pequenas vesículas 
densas, prontas para ser liberadas; essas pequenas 
vesículas também contêm dopamina β-hidroxilase, que 
catalisa a conversão da dopamina à norepinefrina (o passo 
final da via sintética) e ATP. Diz-se que o ATP está 
“colocalizado” com a norepinefrina. Um grupo separado de 
grandes vesículas densas contém neuropeptídeo Y. 
Quando os neurônios pós-ganglionares simpáticos 
adrenérgicos são estimulados, a norepinefrina e o ATP são 
liberados pelas pequenas vesículas densas. A norepinefrina 
e o ATP atuam como neurotransmissores na junção 
neuroefetora, ligando-se a receptores específicos em 
tecidos-alvo (p. ex., a musculatura lisa vascular), ativando-
os. Na verdade, o ATP age primeiro, se ligando a receptores 
purinérgicos no tecido-alvo e provocando efeito fisiológico 
(p. ex., contração da musculatura lisa vascular). A ação da 
norepinefrina se segue à do ATP; a norepinefrina se liga a 
seus receptores no tecidoalvo (p. ex., receptores α1 -
adrenérgicos na musculatura lisa vascular), provocando a 
segunda contração, mais prolongada. Por fim, com a 
estimulação mais intensa ou com maior frequência, 
grandes vesículas liberam o neuropeptídeo Y, que se liga a 
seu receptor no tecido-alvo, causando a terceira fase de 
contração, mais lenta 
Medula suprarrenal 
A medula suprarrenal é um gânglio especializado, na 
divisão simpática do sistema nervoso autônomo. Os corpos 
celulares de seus neurônios pré-ganglionares ficam 
localizados na medula espinal torácica. Os axônios desses 
neurônios pré-ganglionares trafegam pelo nervo 
esplâncnico maior até a medula suprarrenal, onde fazem 
sinapses com as células cromafins e liberam ACh, ativando 
receptores nicotínicos. Quando ativadas, as células 
cromafins da medula suprarrenal secretam catecolaminas 
(epinefrina e norepinefrina), na circulação geral. 
Diferentemente dos neurônios pósganglionares simpáticos, 
que liberam apenas norepinefrina, a medula suprarrenal 
secreta, principalmente, epinefrina (80%) e pequena 
quantidade de norepinefrina (20%). A razão para essa 
diferença é a presença de feniletanolamina-
Nmetiltransferase (PNMT) na medula suprarrenal, mas não 
nos neurônios pósganglionares simpáticos adrenérgicos . A 
PNMT catalisa a conversão da 104 norepinefrina em 
epinefrina, passo que, interessantemente, requer cortisol 
vindo do córtex suprarrenal adjacente; o cortisol é 
disponibilizado para a medula suprarrenal pela efluência 
venosa do córtex da glândula. 
Tumor da medula suprarrenal, ou feocromocitoma, pode 
estar localizado na própria glândula, em suas proximidades 
ou, ainda, ser ectópico, distante (Quadro 2-1). 
Diferentemente da medula suprarrenal normal, o 
feocromocitoma secreta, principalmente, norepinefrina; 
esse fato é explicado pela grande distância entre o tumor e 
o córtex suprarrenal, impedindo o recebimento do cortisol 
requerido pela PNMT 
Resposta de Luta ou Fuga 
O corpo responde ao medo, ao estresse extremo e ao 
exercício intenso com ação maciça e coordenada do 
sistema nervoso simpático, incluindo a medula suprarrenal. 
Essa ativação, a resposta de luta ou fuga, garante que o 
corpo possa responder adequadamente à situação 
estressante (p. ex., fazer prova difícil, correr de casa em 
chamas, lutar contra agressor). A resposta aumenta a 
frequência cardíaca, o débito cardíaco e a pressão 
sanguínea; redistribui o fluxo sanguíneo da pele, dos rins e 
das regiões esplâncnicas para a musculatura esquelética; 
aumenta a ventilação, dilatando as vias aéreas; diminui a 
motilidade e secreções gastrointestinais; e eleva a 
concentração de glicose no sangue. 
Sistema nervoso parassimpático 
A função geral do sistema nervoso parassimpático é 
restauradora, de conservação de energia. Os corpos 
celulares dos neurônios pré-ganglionares da divisão 
parassimpática se localizam no tronco encefálico 
(mesencéfalo, ponte e bulbo) ou na medula espinal sacra. 
Os axônios pré-ganglionares se projetam para vários 
gânglios situados nos órgãos efetores ou próximos a eles. 
Origem dos neurônios pré-ganglionares 
Os neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática 
são originários dos núcleos dos nervos cranianos (NC) III, 
VII, IX e X ou dos segmentos S2-S4 da porção sacral da 
medula espinal; a divisão parassimpática é, portanto, 
denominada craniossacra. Como na divisão simpática, a 
origem dos neurônios pré-ganglionares no SNC é 
consistente com a projeção para os órgãos efetores da 
periferia. A inervação parassimpática, dos músculos dos 
olhos, por exemplo, é originária do núcleo de Edinger-
Westphal, no mesencéfalo, e trafega até a periferia pelo NC 
III; a inervação parassimpáticado coração, dos bronquíolos 
e do trato gastrointestinal é originária dos núcleos bulbares 
e trafega para a periferia pelo NC X (nervo vago); já a 
inervação parassimpática dos órgãos geniturinários é 
originária da medula espinal sacra e trafega até a periferia 
pelos nervos pélvicos. 
Localização dos gânglios autônomos 
Diferentemente dos gânglios simpáticos, localizados 
próximos ao SNC, os gânglios do sistema nervoso 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
parassimpático são encontrados nos órgãos efetores, ou 
ainda próximos a eles ou sobre eles (p. ex., ciliar, 
pterigopalatino, submandibular, ótico). 
Comprimento dos axônios pré-ganglionares e pós-
ganglionares 
O comprimento relativo dos axônios neurônios pré-
ganglionares e pós-ganglionares da divisão parassimpática 
é inverso à observada na divisão simpática. Essa diferença 
reflete a localização dos gânglios. Os gânglios 
parassimpáticos estão localizados próximos aos órgãos 
efetores ou em seu interior; os neurônios pré-ganglionares, 
portanto, têm axônios longos, enquanto os neurônios pós-
ganglionares apresentam axônios curtos. 
↪ Explicar o mecanismo de ação dos receptores e 
neurotransmissores 
Como na divisão simpática, todos os neurônios pré-
ganglionares são colinérgicos e liberam ACh que interage 
com receptores nicotínicos nos corpos celulares dos 
neurônios pós-ganglionares. A maioria dos neurônios pós-
ganglionares da divisão parassimpática é também 
colinérgica. Os receptores de ACh, nos órgãos efetores, são 
muscarínicos e não nicotínicos. Assim, a ACh liberada por 
neurônios pré-ganglionares da divisão parassimpática ativa 
receptores nicotínicos, enquanto a ACh liberada por 
neurônios pós-ganglionares da divisão parassimpática ativa 
receptores muscarínicos. Esses receptores e suas funções 
são distinguidos pelos fármacos que os ativam ou inibem 
Varicosidades parassimpáticas colinérgicas 
Como já descrito, os neurônios pós-ganglionares 
parassimpáticos colinérgicos liberam seus 
neurotransmissores de varicosidades nos tecidos-alvo (p. 
ex., musculatura lisa). As varicosidades parassimpáticas 
colinérgicas liberam tanto o neurotransmissor clássico 
(ACh) quanto os neurotransmissores não clássicos (p. ex., 
peptídeo intestinal vasoativo [VIP], óxido nítrico [NO]). O 
neurotransmissor clássico, a ACh, é sintetizado nas 
varicosidades, a partir de colina e acetil CoA , e armazenado 
em vesículas pequenas e claras. Um grupo distinto de 
grandes vesículas densas contém peptídeos, como o VIP. 
Por fim, as varicosidades contêm óxido nítrico sintase e 
podem sintetizar NO, conforme necessário. Quando 
neurônios pós-ganglionares parassimpáticos colinérgicos 
são estimulados, a ACh é liberada pelas varicosidades, 
ligando-se a receptores muscarínicos nos tecidos-alvo, o 
que determina sua ação fisiológica. Com a estimulação 
intensa e de alta frequência, as grandes vesículas densas 
liberam seus peptídeos (p. ex., VIP), que se ligam a 
receptores nos tecidos-alvo e aumentam as ações da ACh. 
Funções recíprocas — simpáticas e parassimpáticas 
Muitos órgãos apresentam inervação simpática e 
parassimpática. Essas inervações operam recíproca ou 
sinergicamente, produzindo respostas coordenadas. O 
coração, por exemplo, tem inervações simpática e 
parassimpática que funcionam reciprocamente, regulando 
a frequência cardíaca, a velocidade de condução e a força 
de contração (contratibilidade). As paredes de musculatura 
lisa, do trato gastrointestinal e da bexiga, têm inervação 
simpática (que produz relaxamento) e parassimpática (que 
produz contração). Os músculos radiais da íris são 
responsáveis pela dilatação da pupila (midríase) e possuem 
inervação simpática; o músculo circular da íris é 
responsável pela contração da pupila (miose) e apresenta 
inervação parassimpática. Nesse exemplo do olho, 
diferentes músculos controlam o tamanho da pupila, mas 
os efeitos gerais da atividade simpática e parassimpática 
são recíprocos. Na genitália masculina, a atividade 
simpática controla a ejaculação, enquanto a parassimpática 
controla a ereção; ambas são responsáveis pela resposta 
sexual. Os três exemplos seguintes ilustram melhor a 
reciprocidade e a sinergia das divisões simpática e 
parassimpática 
Nodo sinoatrial 
A inervação autônoma do nodo sinoatrial (SA) do coração é 
excelente exemplo de controle coordenado de função. O 
nodo SA é o marcapasso normal do coração e sua 
velocidade de despolarização controla a frequência 
cardíaca global. O nodo SA recebe inervações simpática e 
parassimpática que funcionam de forma recíproca na 
modulação da frequência cardíaca. Assim, o aumento da 
atividade simpática eleva a frequência cardíaca, enquanto o 
aumento da atividade parassimpática a diminui. Essas 
funções recíprocas são ilustradas da seguinte maneira: se 
ocorre a redução da pressão arterial, os centros 
vasomotores do tronco encefálico respondem a ela e 
produzem, simultaneamente, aumento na atividade 
simpática no nodo SA e decréscimo na atividade 
parassimpática. Cada uma dessas ações, dirigida e 
coordenada pelo centro vasomotor do tronco cerebral, 
aumenta a frequência cardíaca. As ações simpáticas e 
parassimpáticas não competem entre si, mas, sim, 
trabalham de forma sinérgica no aumento da frequência 
cardíaca (o que ajuda a restaurar a pressão arterial normal). 
Bexiga 
A bexiga é outro exemplo de inervações recíprocas pelas 
divisões simpática e parassimpática. Em adultos, a micção, 
ou esvaziamento da bexiga, está sob controle voluntário 
porque o esfíncter externo é composto por músculo 
esquelético. O reflexo da micção, em si, é controlado pelo 
sistema nervoso autônomo. Esse reflexo ocorre quando a 
bexiga detecta que está “cheia”. O músculo detrusor da 
parede da bexiga e o esfíncter interno do órgão são 
compostos por músculos lisos, recebendo inervações 
simpática e parassimpática. A inervação simpática do 
músculo detrusor e do esfíncter interno é originária da 
medula espinal lombar (L1-L3), enquanto a inervação 
parassimpática tem origem na porção sacra da medula (S2-
S4). 
Quando a bexiga está enchendo-se com urina, ocorre o 
controle simpático. Essa atividade simpática relaxa o 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
músculo detrusor, por meio de receptores β2 , e contrai o 
músculo do esfíncter interno, via receptores α1 . O esfíncter 
externo é, simultaneamente, fechado por ação voluntária 
treinada. Quando a musculatura da parede é relaxada e os 
esfíncteres são fechados, a bexiga pode ser enchida com 
urina. 
Quando a bexiga está cheia, essa plenitude é percebida por 
mecanorreceptores presentes na parede do órgão, e os 
neurônios aferentes transmitem essa informação para a 
medula espinal e, daí, para o tronco encefálico. O reflexo de 
micção é coordenado por centros localizados no 
mesencéfalo e, agora, o controle parassimpático é 
predominante. A atividade parassimpática contrai o 
músculo detrusor (para aumentar a pressão e ejetar a 
urina) e relaxa os esfíncteres internos. Simultaneamente, o 
esfíncter externo é relaxado pela ação voluntária. 
Claramente, as ações simpáticas e parassimpáticas sobre as 
estruturas vesicais são opostas, mas coordenadas: as ações 
simpáticas dominam o enchimento da bexiga, enquanto as 
parassimpáticas são responsáveis por seu esvaziamento. 
Pupila 
O tamanho da pupila é, reciprocamente, controlado por 
dois músculos da íris: o músculo dilatador (radial) e o 
músculo constritor (esfíncter) da pupila. O músculo 
dilatador da pupila é controlado pela inervação simpática, 
por receptores α1 . A ativação desses receptores α1 causa a 
constrição do músculo radial, provocando a dilatação da 
pupila, ou midríase. O músculo constritor da pupila é 
controlado pela inervação parassimpática, por meio de 
receptores muscarínicos. A ativação desses receptores 
muscarínicos contrai o músculo do esfíncter, levando à 
contração da pupila, ou miose. 
No reflexo pupilar à luz, por exemplo, a luz atinge a retina 
e, por meio de série de conexõesno SNC, ativa neurônios 
pré-ganglionares simpáticos, no núcleo de 
EdingerWestphal; a ativação dessas fibras parassimpáticas 
leva à contração do músculo do esfíncter e da pupila. Na 
resposta de acomodação, imagem retiniana pouco nítida 
ativa neurônios pré-ganglionares parassimpáticos no núcleo 
de Edinger-Westphal, contraindo o músculo do esfíncter e a 
pupila. Ao mesmo tempo, o músculo ciliar se contrai, 
“arredondando” o cristalino e aumentando seu poder 
refrativo. 
Existem notáveis exceções à generalização da inervação 
recíproca. Diversos órgãos apresentam somente inervação 
simpática: glândulas sudoríparas, musculatura lisa vascular, 
músculos pilomotores da pele, fígado, tecido adiposo e rim. 
Coordenação da Função dos Órgãos 
A coordenação da função dos sistemas de órgãos, como 
orquestrada pelo sistema nervoso autônomo, é outro tema 
fisiológico recorrente . 
Esse controle é bastante claro, por exemplo, ao 
considerarmos a função da bexiga. Nesse órgão, deve haver 
coordenação temporal entre a atividade do músculo 
detrusor da parede vesical e os esfíncteres. . Assim, a 
atividade simpática é dominante, quando a bexiga está se 
enchendo, relaxando a parede do órgão e, 
simultaneamente, contraindo o esfíncter vesical interno. A 
bexiga pode ser enchida, porque sua parede está relaxada; 
e o esfíncter, fechado. Durante a micção, a atividade 
parassimpática é dominante, contraindo a parede da bexiga 
e, simultaneamente, relaxando o esfíncter. 
Lógica similar pode ser aplicada ao controle do trato 
gastrointestinal: a contração da parede do trato 
gastrointestinal é acompanhada pelo relaxamento dos 
esfíncteres (parassimpático), permitindo que o conteúdo 
seja propelido para diante. O relaxamento da parede do 
trato gastrointestinal é acompanhado pela contração dos 
esfíncteres (simpática); o efeito combinado dessas ações é 
retardar ou interromper a movimentação do conteúdo. 
Tipos de receptores 
Existem algumas generalizações acerca dos tipos de 
receptores e de seus mecanismos de ação. Tais 
generalizações são: (1) Na divisão parassimpática, os órgãos 
efetores apresentam somente receptores muscarínicos. (2) 
Na divisão simpática, existem diversos tipos de receptores 
em órgãos efetores, incluindo os quatro adrenorreceptores 
(α1 , α2 , β1 e β2 ) e, nos tecidos com inervação simpática 
colinérgica, existem receptores muscarínicos. (3) Entre os 
adrenorreceptores simpáticos, o tipo de receptor está 
relacionado à função. Os receptores α1 contraem músculos 
lisos, como os vasculares, os esfíncteres gastrointestinais e 
vesicais, os pilomotores e o músculo radial da íris. Os 
receptores β1 estão envolvidos em funções metabólicas, 
como a gliconeogênese, a lipólise e a secreção de renina e 
em todas as funções cardíacas. Os receptores β2 relaxam a 
musculatura lisa dos bronquíolos, da parede da bexiga e da 
parede do trato gastrointestinal. 
Centros do Hipotálamo e do Tronco Encefálico 
Os centros localizados no hipotálamo e no tronco 
encefálico coordenam a regulação autônoma das funções 
de sistemas orgânicos. Esses centros são responsáveis pela 
regulação da temperatura, pela sede, pela ingestão de 
alimentos (saciedade), pela micção, pela respiração e pela 
função cardiovascular (vasomotora). O centro vasomotor, 
por exemplo, recebe informações sobre a pressão arterial 
de barorreceptores localizados no seio carotídeo e as 
compara à pressão arterial ideal. Caso sejam necessárias 
correções, o centro vasomotor orquestra alterações na 
efluência das inervações simpática e parassimpática para o 
coração e os vasos sanguíneos, modificando a pressão 
arterial. Esses centros 115 autônomos superiores são 
discutidos, por todo este livro, no contexto de cada sistema 
de órgãos. 
Receptores autônomos 
Como observado na discussão anterior, os receptores 
autônomos estão presentes na junção neuromuscular, nos 
corpos celulares de neurônios pós-ganglionares e nos 
órgãos efetores. O tipo de receptor e seu mecanismo de 
ação determinam a natureza da resposta fisiológica. Além 
disso, as respostas fisiológicas são específicas para o tecido 
e o tipo celular. 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
Para ilustrar tal especificidade, compare o efeito da 
ativação de receptores β1 adrenérgicos, no nodo SA, ao 
efeito dessa mesma ativação no músculo ventricular. 
Tanto o nodo SA, quanto o músculo ventricular, estão 
localizados no coração, e seus receptores adrenérgicos e 
mecanismos de ação são os mesmos. As ações fisiológicas 
resultantes, porém, são completamente diferentes. O 
receptor β1 do nodo sinoatrial está acoplado a mecanismos 
que aumentam a velocidade de despolarização espontânea 
e elevam a frequência cardíaca; a ligação de agonista, como 
a norepinefrina, a esse receptor β1 aumenta a frequência 
cardíaca. O receptor β1 do músculo ventricular está 
acoplado a mecanismos que aumentam a concentração 
intracelular de Ca 2+ e a contratibilidade; a ligação de 
agonista, como a norepinefrina, a esse receptor β1 
aumenta a contratibilidade, mas não exerce qualquer efeito 
direto sobre a frequência cardíaca. 
 O tipo de receptor também prediz qual agonista ou 
antagonista farmacológico o ativa ou bloqueia. Os efeitos 
de tais fármacos podem ser facilmente previstos pelo 
entendimento das respostas fisiológicas normais. Espera-se 
que fármacos que são agonistas β1 , por exemplo, 
aumentem a frequência cardíaca e a contratibilidade, 
enquanto os fármacos antagonistas β1 devem diminuir a 
frequência cardíaca e a contratibilidade. 
Proteínas G 
Os receptores autônomos estão ligados a proteínas ligantes 
de GTP (proteínas G), sendo, portanto, denominados 
receptores ligados à proteína G. Esses receptores, incluindo 
os do sistema nervoso autônomo, são compostos por 
cadeia polipeptídica única que atravessa sete vezes a 
membrana celular, e, por isso, são conhecidos como 
receptores proteicos de sete passagens transmembrânicas. 
O ligante (p. ex., ACh, norepinefrina) interage com o 
domínio extracelular desse receptor. O domínio intracelular 
do receptor se liga à proteína G. 
Essas proteínas G são heterotriméricas. Em outras palavras, 
apresentam três diferentes subunidades: α, β e γ. A 
subunidade α se liga ao difosfato de guanosina (GDP) ou ao 
trifosfato de guanosina (GTP). Quando o GDP está ligado, a 
subunidade α fica inativa; quando o GTP está ligado, a 
subunidade α é ativa. Assim, a ativação da proteína G 
reside na sua subunidade α e essa proteína alterna entre os 
estados ativo e inativo, de acordo com sua ligação com o 
GDP ou GTP. Quando a proteína G libera o GDP e se liga ao 
GTP, por exemplo, passa do estado inativo ao ativo; quando 
o GTP é novamente convertido ao GDP, por meio da 
atividade intrínseca de GTPase da proteína G, o estado 
ativo passa ao inativo. 
As proteínas G são acopladas a receptores autônomos de 
enzimas que exercem ações fisiológicas. Essas enzimas são 
a adenilil ciclase e a fosfolipase C que, quando ativadas, 
geram um segundo mensageiro (monofosfato cíclico de 
adenosina [AMPc] ou IP3 , respectivamente). O segundo 
mensageiro amplifica, então, a mensagem e executa a ação 
fisiológica final. Em alguns casos (p. ex., certos receptores 
muscarínicos), a proteína G altera, diretamente, a função 
de um canal iônico, sem a mediação do segundo 
mensageiro. 
Adrenorreceptores 
Os adrenorreceptores são encontrados nos tecidos- alvo do 
sistema nervoso simpático e ativados pelas catecolaminas 
norepinefrina e epinefrina. A norepinefrina é liberada pelos 
neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático. 
A epinefrina é secretada pela medula suprarrenal e chega 
aos tecidos-alvo pela circulação. Os adrenorreceptores são 
divididos em dois tipos, α e β, que são, ainda mais, 
diferenciados em α1 , α2 , β1 e β2 . Cada um desses tipos 
de receptores tem um mecanismo de ação diferente 
(exceto os receptores β1 e β2 , que têm o mesmo 
mecanismo de ação), provocando efeitos fisiológicos 
diversos 
Receptores α1 
Os receptores α1 são encontrados na musculaturalisa 
vascular da pele, nos músculos esqueléticos e na região 
esplâncnica, nos esfíncteres do trato gastrointestinal e da 
bexiga e no músculo radial da íris. A ativação dos 
receptores α1 leva à contração de cada um desses tecidos. 
O mecanismo de ação envolve a proteína G denominada Gq 
e a ativação da fosfolipase C. Os números, circundados na 
figura, correspondem aos passos discutidos, como a seguir. 
 
1. O receptor α1 está inserido na membrana celular, onde é 
acoplado, via proteína Gq , à fosfolipase C. No estado 
inativo, a subunidade αq da proteína Gq heterotrimérica 
está ligada ao GDP. 
2. Quando um agonista, como a norepinefrina, se liga ao 
receptor α1 (Passo 1), ocorre alteração conformacional da 
unidade αq da proteína Gq . Essa alteração conformacional 
exerce dois efeitos (Passo 2): liberação do GDP da unidade 
αq , sua substituição por GTP e liberação da subunidade αq 
(ligada ao GTP) do restante da proteína Gq . 
3. O complexo αq -GTP migra pela membrana celular e se 
liga à fosfolipase C, ativandoa (Passo 3). A atividade GTPase 
intrínseca, então, converte o GTP a GDP, e a subunidade αq 
retorna ao estado inativo (não mostrado). 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
4. A fosfolipase C ativada catalisa a liberação de 
diacilglicerol e IP3 do 4,5-difosfato de fosfatidilinositol 
(Passo 4). O IP3 , que é gerado, provoca a liberação de Ca 
2+ armazenado nos retículos endoplasmáticos ou 
sarcoplasmáticos, aumentando a concentração intracelular 
de Ca 2+ (Passo 5). Juntos, o Ca 2+ e o diacilglicerol ativam 
a proteína cinase C (Passo 6), que fosforila proteínas. Essas 
proteínas fosforiladas exercem as ações fisiológicas finais 
(Passo 7), como a contração de músculos lisos. 
Receptores α2 
Os receptores α2 são inibidores, localizados pré-
sinapticamente e pós-sinapticamente, e são menos comuns 
do que os receptores α1 . Esses receptores são encontrados 
em terminais nervosos pré-sinápticos adrenérgicos e 
colinérgicos e no trato gastrointestinal. Os receptores α são 
encontrados em duas formas, os autorreceptores e os 
heterorreceptores. 
Os receptores α2 presentes nos terminais nervosos 
simpáticos pós-ganglionares são denominados 
autorreceptores. Nessa função, a ativação de receptores α2 
pela norepinefrina liberada por terminais nervosos pré-
sinápticos inibe a liberação adicional da molécula pelas 
mesmas estruturas; esse feedback negativo conserva a 
norepinefrina em estados de alta estimulação do sistema 
nervoso simpático. É interessante notar que a medula 
suprarrenal não tem receptores α2 e, portanto, não está 
sujeita a esse feedback negativo; consequentemente, a 
medula suprarrenal pode ser depletada de catecolaminas, 
durante períodos de estresse prolongado. 
Os receptores α2 , presentes em terminais nervosos pós-
ganglionares parassimpáticos do trato gastrointestinal, são 
denominados heterorreceptores. A norepinefrina é liberada 
pelas fibras pós-ganglionares simpáticas, que fazem sinapse 
com essas fibras pós-ganglionares parassimpáticas. Quando 
ativados pela norepinefrina, os receptores α2 inibem a 
liberação de acetilcolina dos terminais nervosos pós-
ganglionares parassimpáticos. Dessa forma, o sistema 
nervoso simpático inibe, indiretamente, a função 
gastrointestinal (i.e., pela inibição da atividade 
parassimpática). 
 O mecanismo de ação destes receptores envolve a inibição 
da adenilil ciclase, descrita nos seguintes passos: 
1. O agonista (p. ex., norepinefrina) se liga ao receptor α2 , 
que está acoplado à adenilil ciclase por proteína G 
inibidora, Gi . 
2. Quando a norepinefrina está ligada, a proteína Gi libera o 
GDP e se liga ao GTP, e a subunidade αi se dissocia do 
complexo da proteína G. 
3. A subunidade αi , então, se desloca pela membrana, se 
ligando à adenilil ciclase, a inibindo. Por causa disso, os 
níveis de AMPc diminuem, produzindo a resposta fisiológica 
final. 
Receptores β1 
Os receptores β1 são proeminentes no coração. Esses 
receptores são encontrados no nodo sinoatrial (SA), no 
nodo atrioventricular (AV) e no músculo ventricular. A 
ativação dos receptores β1 , nesses tecidos, aumenta a 
frequência cardíaca, no nodo SA, elevando a velocidade de 
condução pelo nodo AV e a contratibilidade do músculo 
ventricular, respectivamente. Os receptores β1 também 
estão localizados nas glândulas salivares, no tecido adiposo 
e nos rins (nestes últimos promovem a secreção de renina). 
O mecanismo de ação dos receptores β1 envolve a proteína 
Gs e a ativação da adenilil ciclase. Essa ação é ilustrada na e 
envolve os seguintes passos que correspondem aos 
números circundados na figura: 
 
1. Da mesma forma que outros receptores autônomos, os 
receptores β1 estão inseridos na membrana celular. Esses 
receptores são acoplados, por meio da proteína Gs , à 
adenilil ciclase. No estado inativo, a subunidade as da 
proteína Gs está ligada ao GDP. 
2. Quando um agonista, como a norepinefrina, se liga ao 
receptor β1 (Passo 1), ocorre alteração conformacional na 
unidade αs. Essa alteração conformacional exerce dois 
efeitos (Passo 2): liberação do GDP da unidade αs , sua 
substituição por GTP, e a liberação da subunidade αs 
ativada do complexo da proteína G. 
3. O complexo αs -GTP migra pela membrana celular e se 
liga à adenilil ciclase, ativando-a (Passo 3). A atividade 
GTPase intrínseca, então, converte o GTP a GDP, e a 
subunidade αs retorna a seu estado inativo (não mostrado). 
4. A adenilil ciclase ativada catalisa a conversão do ATP a 
AMPc, que atua como segundo mensageiro (Passo 4). O 
AMPc, por meio de passos que envolvem a ativação de 
proteínas cinases, inicia as ações fisiológicas finais (Passo 
5). Como já mencionado, essas ações fisiológicas são 
específicas dos tecidos e dos tipos celulares. Quando 
receptores β1 são ativados no nodo SA, a frequência 
cardíaca aumenta; quando ativados no músculo ventricular, 
a contratibilidade aumenta; quando ativados nas glândulas 
salivares, a secreção é elevada; e nos rins, a renina é 
secretada 
Receptores β2 
Os receptores β2 são encontrados na musculatura lisa 
vascular dos músculos esqueléticos, nas paredes do trato 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
gastrointestinal e da bexiga e nos bronquíolos. A ativação 
dos receptores β2 , nesses tecidos, provoca seu 
relaxamento ou dilatação. O mecanismo de ação dos 
receptores β2 é similar ao dos receptores β1 : ativação da 
proteína Gs , liberação da subunidade αs , estimulação da 
adenilil ciclase e geração de AMPc 
Respostas dos adrenorreceptores à norepinefrina e à 
epinefrina 
Existem diferenças significativas nas respostas dos 
adrenorreceptores α1 , β1 e β2 às catecolaminas 
norepinefrina e epinefrina. Essas diferenças são explicadas 
adiante, lembrando que a norepinefrina é a catecolamina 
liberada pelas fibras nervosas pósganglionares simpáticas 
adrenérgicas, enquanto a epinefrina é a principal 
catecolamina liberada pela medula suprarrenal: (1) A 
norepinefrina e a epinefrina têm quase a mesma potência 
nos receptores α1 , sendo a última pouco mais potente. 
Quando comparados aos receptores β, porém os 
receptores α1 são relativamente insensíveis a 
catecolaminas. A ativação de receptores α1 requer 
concentrações maiores de catecolaminas do que a ativação 
de receptores β. Fisiologicamente, tais concentrações 
elevadas são, localmente, atingidas quando a norepinefrina 
é liberada pelas fibras nervosas pós-ganglionares 
simpáticas, mas não quando as catecolaminas são liberadas 
da medula suprarrenal. A quantidade de epinefrina (e 
norepinefrina) liberada pela medula suprarrenal, na 
resposta de luta ou fuga, por exemplo, é insuficiente para a 
ativação dos receptores α1 . (2) A norepinefrina e a 
epinefrina têm a mesma potência nos receptores β1 . Como 
mencionado antes, concentrações muito menores de 
catecolaminas são necessárias para a ativação dos 
receptores β1 do que a de receptores α1 . Assim, a 
norepinefrina liberada pelas fibras nervosas simpáticas ou a 
epinefrina liberada pela medula suprarrenalativa os 
receptores β1 . (3) Os receptores β2 são, 
preferencialmente, ativados pela epinefrina. Assim, espera-
se que a epinefrina, liberada da medula suprarrenal, mas 
não a norepinefrina, liberada das terminações nervosas 
simpáticas, ative os receptores β2 . 
Colinorreceptores 
Existem dois tipos de colinorreceptores: nicotínicos e 
muscarínicos. Os receptores nicotínicos são encontrados na 
placa motora, em todos os gânglios autônomos e nas 
células cromafins da medula suprarrenal. Os receptores 
muscarínicos são encontrados em todos os órgãos efetores 
parassimpáticos e em alguns órgãos efetores da divisão 
simpática. 
Receptores nicotínicos 
Os receptores nicotínicos são encontrados em diversos 
locais importantes: na placa motora do músculo 
esquelético, em todos os neurônios pós-ganglionares dos 
sistemas nervosos simpático e parassimpático e nas células 
cromafins da medula suprarrenal. A ACh é seu agonista 
natural, sendo liberada pelos motoneurônios e por todos os 
neurônios pré-ganglionares. 
Não se sabe se o receptor nicotínico na placa motora é 
idêntico ao encontrado nos gânglios autônomos. Essa 
questão pode ser respondida pelo exame das ações dos 
fármacos que atuam como agonistas ou antagonistas 
nesses receptores. Os receptores nicotínicos dos dois locais 
são, certamente, similares: ambos são ativados pelos 
agonistas ACh, nicotina e carbacol, e antagonizados pelo 
fármaco curare . Porém, outro antagonista do receptor 
nicotínico, o hexametônio, bloqueia os gânglios, mas não a 
placa motora. Assim, pode-se concluir que os receptores 
desses dois locais são similares, mas não idênticos, onde o 
receptor nicotínico da placa da extremidade do músculo 
esquelético é designado N1 e o receptor nicotínico nos 
gânglios autonômicos é designado N2 . Segundo essa 
distinção farmacológica, fármacos, como o hexametônio, 
são agentes bloqueadores ganglionares, mas não são 
bloqueadores neuromusculares. 
Uma segunda conclusão pode ser obtida sobre agentes 
bloqueadores ganglionares, como o hexametônio. Esses 
agentes devem inibir receptores nicotínicos em gânglios 
simpáticos e parassimpáticos, e, assim, produzir efeitos 
disseminados da função autônoma. Para prever as ações de 
agentes bloqueadores ganglionares, em sistema orgânico 
dado, porém é necessário saber se, nesse sistema, o 
controle dominante é simpático ou parassimpático. A 
musculatura lisa vascular, por exemplo, apresenta apenas 
inervação simpática, causando vasoconstrição; assim, os 
agentes bloqueadores ganglionares relaxam a musculatura 
lisa vascular, provocando vasodilatação. (Devido a essa 
propriedade, os agentes bloqueadores ganglionares podem 
ser usados no tratamento da hipertensão.) Por outro lado, 
a função sexual masculina é acentuadamente prejudicada 
por agentes bloqueadores ganglionares, já que apresenta 
componentes simpáticos (ejaculação) e parassimpáticos 
(ereção). 
O mecanismo de ação dos receptores nicotínicos, seja na 
placa motora ou nos gânglios, é baseado no fato de que 
esse receptor de ACh é, também, um canal para Na + e K+ . 
Quando o receptor nicotínico é ativado pela ACh, o canal se 
abre, permitindo a passagem de Na + e K+ , determinada 
por seus respectivos gradientes eletroquímicos. 
A Figura ilustra a função dos receptores/canais nicotínicos 
em dois estados: fechado e aberto. O receptor nicotínico é 
proteína integral da membrana celular, composta por cinco 
subunidades: duas α, uma β, uma delta (δ) e uma gama (γ). 
Essas cinco subunidades formam funil, ao redor do orifício 
central. Quando a ACh não está ligada, a entrada do canal 
está fechada. Quando a ACh está ligada a cada uma das 
duas subunidades α, ocorre mudança conformacional em 
todas as subunidades, resultando na abertura do centro do 
canal. Quando o centro do canal se abre, o Na + e o K+ 
fluem, de acordo com seus respectivos gradientes 
eletroquímicos (Na + para dentro da célula e K+ para fora), 
e cada íon tenta levar o potencial de membrana a seu 
equilíbrio. O potencial de membrana resultante é a média 
entre os potenciais de equilíbrio dos dois íons, 
aproximadamente 0 milivolt, o que corresponde ao estado 
despolarizado. 
 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
Receptores muscarínicos 
Os receptores muscarínicos estão localizados em todos os 
órgãos efetores do sistema nervoso parassimpático: no 
coração, no trato gastrointestinal, nos bronquíolos, na 
bexiga e nos órgãos sexuais masculinos. Esses receptores 
também são encontrados em certos órgãos efetores do 
sistema nervoso simpático, principalmente nas glândulas 
sudoríparas. Alguns receptores muscarínicos (p. ex., M1 , 
M3 , and M5 ) apresentam o mesmo mecanismo de ação 
que os adrenorreceptores α1. Nesses casos, a ligação do 
agonista (ACh) ao receptor muscarínico provoca a 
dissociação da subunidade a da proteína G, a ativação da 
fosfolipase C e a geração de IP3 e diacilglicerol. O IP3 libera 
o Ca 2+ armazenado e o aumento da concentração 
intracelular desse íon, associado à presença de 
diacilglicerol, produz as ações fisiológicas tecido-
específicas. 
Outros receptores muscarínicos (p. ex., M4 ) atuam inibindo 
a guanilato ciclase e a diminuição dos níveis de AMPc 
intracelulares. 
Outros receptores muscarínicos (M2 ) alteram processos 
fisiológicos por meio da ação direta da proteína G. Nesses 
casos, não há envolvimento de segundo mensageiro. Os 
receptores muscarínicos do nodo SA do coração, por 
exemplo, quando ativados pela ACh, ativam a proteína Gi e 
liberam a subunidade αi , que se liga diretamente aos 
canais de K+ do nodo SA. Quando as subunidades ai se 
ligam aos canais de K+ , estes se abrem, retardando a 
velocidade de despolarização no nodo SA e diminuindo a 
frequência cardíaca. Nesse mecanismo, não há estimulação 
ou inibição da adenilil ciclase ou da fosfolipase C, nem o 
envolvimento de segundo mensageiro; em vez disso, a 
proteína Gi age, diretamente, sobre o canal iônico. 
↪ Explicar o mecanismo de ação do Diazerpan, da 
Atropina venosa e da Pralidoxina 
 Diazepam 
O diazepam está indicado para alívio sintomático da 
ansiedade, tensão e outras queixas somáticas ou 
psicológicas associadas com a síndrome da ansiedade. Pode 
também ser útil como coadjuvante no tratamento da 
ansiedade ou agitação associada a desordens psiquiátricas. 
O diazepam é útil no alívio do espasmo muscular reflexo 
devido a traumas locais (lesão, inflamação). Pode ser 
igualmente usado no tratamento da espasticidade devida a 
lesão dos interneurônios espinhais e supra espinhais tal 
como ocorre na paralisia cerebral e paraplegia, assim como 
na atetose e na síndrome rígida. Os benzodiazepínicos são 
indicados apenas para desordens intensas, desabilitantes 
ou para dores extremas. 
Espasmos musculares 
A terapêutica com diazepam é indicada e eficaz como 
adjuvante no tratamento de espasmos musculares 
causados por reflexo à patologia local, como inflamação ou 
trauma, espasticidade causada por lesões de neurônio 
motor ou atetose26,27 e, também, para alívio da 
espasticidade na esclerose múltipla e lesões medulares. 
Porém, poderá ocorrer tolerância sendo necessária a 
alternância de doses e/ou modificação da terapêutica. 
 Atropina Venosa 
Atropina é indicado como coadjuvante no tratamento de 
úlcera péptica, doenças do trato gastrintestinal e biliar, no 
tratamento de cólicas durante a menstruação, no 
tratamento sintomático de doenças do aparelho 
geniturinário (por exemplo: no alívio de cólicas ureterais e 
renais, na incontinência urinária, no espasmo da 
musculatura uterina), como medicação pré-anestésica para 
diminuir a salivação e a secreção do trato respiratório e 
para bloquear o reflexo inibitório vagal no coração durante 
a indução da anestesia e intubação (restabelecimento da 
frequência do coração e pressão arterial). No tratamento 
de arritmias ou bradicardia sinusal severa e síncope devido 
à hiperatividade do reflexo sino-carotídeo, no controle do 
bloqueio cardíaco atrioventricular decorrente de um 
aumento da atividadevagal (por exemplo, em alguns casos 
após a administração de digitálicos), como coadjuvante em 
radiografias gastrintestinais, no tratamento de 
parkinsonismo, na profilaxia e tratamento de intoxicações 
por inibidores da colinesterase (por exemplo: inseticidas 
organofosforados), drogas colinérgicas e muscarínicas. 
A Atropa beladona (ou erva-moura mortal) fornece 
principalmente o alcaloide atropina (dl-hiosciamina). O 
mesmo alcaloide é encontrado na Datura stramonium, 
conhecida como estramônio ou figueira-do-inferno, pilrito e 
maçã-do-diabo. A atropina é formada por ésteres orgânicos 
pela combinação de um ácido aromático, ácido trópico, e 
bases orgânicas complexas, tropina (tropanol). A atropina é 
um antagonista competitivo das ações da acetilcolina (ACh) 
e outros agonistas muscarínicos; ela compete com estes 
agonistas por um local de ligação comum no receptor 
muscarínico. Como o antagonismo da atropina é 
competitivo, ele pode ser anulado se a concentração da 
ACh ou agonistas colinérgicos nos locais receptores do 
órgão efetor for aumentada suficientemente. Todos os 
receptores muscarínicos (M1 a M5) são bloqueados pela 
atropina: os existentes nas glândulas exócrinas, músculos 
liso e cardíaco, gânglios autônomos e neurônios 
intramurais. A atropina quase não produz efeitos 
detectáveis no SNC nas doses usadas na prática clínica. Em 
doses terapêuticas (0,5 a 1,0 mg), a atropina causa apenas 
excitação vagal suave em consequência, da estimulação da 
medula e centros cerebrais superiores. Com doses tóxicas 
da atropina, a excitação central se torna mais acentuada, 
produzindo agitação, irritabilidade, desorientação, 
alucinações ou delírio. Com doses ainda maiores, a 
estimulação é seguida de depressão resultando em colapso 
circulatório e insuficiência respiratória depois de um 
período de paralisia e coma. O efeito principal da atropina 
no coração é alterar a frequência cardíaca. Embora a 
resposta predominante seja taquicardia, a frequência 
cardíaca muitas vezes diminui transitoriamente com as 
doses clínicas médias. Em doses clínicas, a atropina reverte 
totalmente a vasodilatação periférica e a redução súbita da 
pressão sanguínea causadas pelos ésteres da colina. Por 
outro lado, quando administrada, isoladamente, seu efeito 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
nos vasos sanguíneos e pressão arterial não é acentuado 
nem constante. A atropina pode ser considerada como o 
tratamento inicial dos pacientes com infarto agudo do 
miocárdio, nos quais o excesso de tônus vagal provoca 
bradicardia sinusal ou nodal. A atropina inibe as secreções 
do nariz, boca, faringe e brônquios e, dessa forma, resseca 
as mucosas das vias respiratórias. Essa ação é 
especialmente pronunciada se as secreções forem 
excessivas e constitui-se na base para a utilização da 
atropina como medicamento pré-anestésico. O interesse 
sobre as ações da atropina no estômago e intestino 
resultou na sua utilização como agente antiespasmódico 
para os distúrbios gastrintestinais e tratamento da úlcera 
péptica. A atropina também reduz a secreção gástrica; a 
secreção durante as fases cefálicas e de jejum é reduzida 
acentuadamente por esse fármaco. Por outro lado, a fase 
intestinal da secreção gástrica é inibida apenas em parte. A 
concentração de ácido não é necessariamente reduzida, 
desde que as secreções de HCO3- e H+ sejam bloqueadas. 
As células gástricas que secretam mucina e enzimas 
proteolíticas estão sob influência mais direta do vago do 
que as células secretoras de ácido, e a atropina reduz sua 
função secretória. Esse alcaloide da beladona produz 
efeitos acentuados sobre a motilidade do trato 
gastrintestinal. Tanto nos indivíduos normais quanto nos 
pacientes com doença gastrintestinal, as doses terapêuticas 
plenas da atropina produzem efeitos inibitórios nítidos e 
prolongados sobre as atividades motoras do estômago, 
duodeno, jejuno, íleo e cólon, caracterizados pelas 
reduções do tônus, amplitude e frequência das contrações 
peristálticas. A atropina exerce uma ação antiespasmódica 
suave na vesícula e dutos biliares dos seres humanos; 
entretanto, esse efeito geralmente não é suficiente para 
anular ou evitar o espasmo e a pressão dentro dos dutos 
biliares induzidos pelos opiáceos. Doses pequenas da 
atropina inibem a atividade das glândulas sudoríparas e a 
pele torna-se seca e quente. A transpiração pode ser inibida 
a ponto de aumentar a temperatura corpórea, porém este 
efeito é notável apenas depois da utilização de doses altas, 
ou sob temperaturas ambientes elevadas. 
 Pralidoxina 
A Pralidoxima é um antídoto (dos pesticidas 
organofosforados); antídoto (dos inibidores da 
colinesterase); [amônio quaternário (derivado); reativador 
da colinesterase; mesilato de Pralidoxima. Serve para 
Intoxicação por pesticidas organofosforados; intoxicação 
por inibidores da colinesterase (como neostigmina usada 
no tratamento da miastenia gravis). Age reativando a 
colinesterase que foi inativada por inseticidas 
organofosforados ou por produtos relacionados a eles. 
 
 Efeitos do Organofosforados 
Os inseticidas OF ligam-se ao centro esterásico da 
acetilcolinesterase (AChe), impossibilitando-a de exercer 
sua função de hidrolisar o neurotransmissor acetilcolina em 
colina e ácido acético. Os inseticidas CARB agem de modo 
semelhante aos OF, mas formam um complexo menos 
estável com a colinesterase, permitindo a recuperação da 
enzima mais rapidamente. A AChe está presente no sistema 
nervoso central (SNC), sistema nervoso periférico (SNP) e 
também nos eritrócitos. Inativa a acetilcolina, responsável 
pela transmissão do impulso nervoso no SNC, nas fibras 
pré-ganglionares, simpáticas e parassimpáticas e na placa 
mioreural. 
 Os principais sinais e sintomas da intoxicação aguda por 
inseticidas inibidores da colinesterase podem ser 
agrupados didaticamente da seguinte forma: 
Manifestações Muscarínicas (parassimpáticas): - falta de 
apetite, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, 
incontinência fecal, dor ao defecar; - broncoespasmo, 
dificuldade respiratória, aumento da secreção brônquica, 
rinorréia, cianose, edema pulmonar não cardiogênico, 
tosse, dor torácica; - lacrimejamento, salivação, sudorese; - 
incontinência urinária; - bradicardia, hipotensão, raramente 
fibrilação atrial. 
Manifestações Nicotínicas (ganglionares, simpáticas e 
somatomotoras): - fasciculações musculares, tremores, 
cãimbras, fraqueza, ausência de reflexos, paralisia muscular 
(incluindo musculatura respiratória acessória) e arreflexia. - 
hipertensão, taquicardia, palidez, pupilas dilatadas 
(midríase), hiperglicemia. 
Manifestações em Sistema Nervoso Central: - inquietação, 
labilidade emocional, cefaléia, tremores, sonolência, 
confusão mental, linguagem chula, marcha incoordenada, 
fraqueza generalizada, depressão do centro respiratório, 
hipotonia, hiporreflexia, convulsões, coma. 
Síndrome Intermediária: Após 24 a 96 horas da exposição a 
alguns OF, pode surgir fraqueza ou paralisia muscular 
proximal (membros superiores e pescoço). Outros grupos 
musculares também podem ser afetados, inclusive a 
musculatura respiratória (respiratórios acessórios),levando 
à parada respiratória. A recuperação pode levar de 4 a18 
dias. Pode ocorrer em intoxicações graves e está 
relacionado à inibição irreversível da acetilcolinesterase. 
Polineuropatia Tardia: Este quadro desenvolve-se 2 a 4 
semanas após a exposição a inseticidas OF. Caracteriza-se 
por fraqueza muscular distal, cãimbras musculares 
dolorosas, formigamento, reflexos diminuídos e um quadro 
caracterizado por incoordenação motora, hipertonia ou 
espasticidade, reflexos exageradamente aumentados e 
tremores (síndrome de liberação extrapiramidal – 
parkinsonismo). A recuperação é variável. Esse quadro não 
tem relação com a inibição das colinesterases e relaciona-
se com exposições a alguns OF. 
↪ Descrever a interferência dos fatores 
biopsicossociais nos sintomas 
 Caso de A.G.F 
O principal fator pode estar relacionado ao estressediário 
que essa professora passa na escola. 
Muita gente se refere ao estresse como uma emoção ou 
doença dos tempos modernos, mas, na realidade, o termo 
se refere a um mecanismo fisiológico de adaptação, 
deflagrado diante de situações novas ou ameaçadoras. Mas 
o conceito foi emprestado pela medicina para designar o 
conjunto de respostas físicas e mentais que temos diante 
de estímulos externos (estressores), que nos tiram do 
estado de equilíbrio (homeostase). Diante de alguma 
ameaça, nosso organismo se prepara para lutar ou fugir, 
 Vitor Dantas – FISIOLOGIA I 
 
liberando hormônios como a adrenalina e o cortisol. O 
primeiro faz o coração se acelerar, a pressão subir, a 
respiração ficar mais rápida e a pessoa suar. Todo o sistema 
vascular é acionado com um objetivo: “O sangue é 
direcionado para áreas cerebrais e músculos, que vão ser 
fundamentais para ação”. Isso faz com que as 
extremidades, como mãos e pés, fiquem gelados. Outras 
funções são suprimidas, como a digestão. Já o cortisol, 
conhecido como “hormônio do estresse”, aumenta nosso 
nível de glicose, para que haja energia suficiente para agir. 
Em resumo, situações de estresse podem deflagrar: - 
Taquicardia (coração acelerado) - Pressão alta - Respiração 
superficial ou ofegante - Sudorese - Mãos e pés frios - 
Pupila dilatada - Contração muscular - Vasoconstrição 
(contração dos vasos sanguíneos) - Estado de atenção - 
Pensamentos acelerados - Tonturas - Náusea ou vômito - 
Dores de estômago (tipo gastrite) - Diarreia ou constipação 
- Aumento da frequência urinária - Dores de cabeça e no 
corpo - Insônia ou sono agitado - Bruxismo - Eventos 
cardiovasculares (como infarto ou derrame). 
 Caso do S. J.P.A 
Nesse caso relaciona-se com a intoxicação do inseticida 
(organofosforado). 
“Os efeitos do inseticida, justifica”

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