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Contação de história como recurso pedagógico

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CONTAÇÃO DE HISTÓRIA 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 
2. A HISTÓRIA DA CONTAÇAO DE HISTÓRIA (SURGIMENTO) .................. 
2.1 Conceito ....................................................................................................... 
3. CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO ................. 
3.1 Contribuições da contação de história ..................................................... 
3.2 Técnicas de contação de história .............................................................. 
4. CONCLUSÃO .............................................................................................. 
 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 
 ANEXOS ...................................................................................................... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
Contos sempre encantam povos em todo mundo, transmitidos de geração 
à geração, as histórias são formas de ensinar e aprender. 
Durante séculos existiram "contadores de história" que por sua vez 
encantavam a todos! Essas histórias eram contadas nos mais diversos lugares: junto 
a lareiras, nas cozinhas, durante o trabalho, debaixo de uma árvore, e como todas 
as artes, a contação de história também tem suas técnicas. 
Essa arte de contar história constrói e enriquece o "mundo interior" 
possibilitando o prazer de ler e ouvir, além do interesse por novas histórias, 
acumulando conhecimentos preciosos. Mas essa arte de contar história, não é só ler 
uma história, é necessário que o contador ofereça ao ouvinte diferentes experiências 
de aprendizagem. 
Desde a infância o gosto pela leitura é despertado, por isso a importância 
da contação de história, é por meio dela que despertamos na criança a 
imaginação, a criatividade; tendo a possibilidade de criar sujeitos transformadores da 
sociedade. 
 
2. A HISTÓRIA DA CONTAÇAO DE HISTÓRIA (SURGIMENTO) 
 
A arte de contar historia não tem data definida, o que sabemos é que 
desde os primórdios se conta histórias, o que se sabe é que os povos antigos 
contavam histórias, pois era o meio de transmitir os fatos, pois como não havia ainda 
o domínio da escrita o que restava era a oralidade dos fatos. 
Na transição do século XVII para o XVIII, o significado e o papel da 
infância , assim como na literatura adequada para esta instituição que apenas foi 
criada posteriormente , as crianças eram reconhecidas como pequenos adultos, 
possuidores de tarefas semelhantes aos de adultos. Com a ascensão da burguesia 
a reestruturação familiar, a criança começou a ser reconhecidas como indivíduo 
diferente do adulto, com atribuições diferentes . 
No século XVIII, a literatura infantil teve importância no âmbito escolar e 
na necessidade de uma mudança na mentalidade sociocognitiva que a criança 
possuía. A escola foi dos principais agentes para que a mudança na literatura 
ocorresse. 
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 O ofício de contar histórias é remoto (...) e por ele se perpetua a literatura 
oral, comunicando de indivíduo a indivíduo e de povo a povo o que os 
homens, através das idades, têm selecionado da sua experiência como 
mais indispensável à vida. (MEIRELES, 1979, p. 41) 
 
A contação de Historias antigamente nas escolas era usada para distrair 
as crianças e hoje vem ressurgindo a figura do contador de histórias. De acordo com 
vários estudiosos, a contação de historias é uma forma de auxiliar à pratica 
pedagógica de professores na Educação Infantil e nos anos iniciais do ensino 
fundamental. A contação de histórias instiga à imaginação, a criatividade, a 
oralidade, incentiva o gosto pela leitura, contribui para a formação da personalidade 
da criança e desenvolvimento social e afetivo. 
O hábito de ouvir histórias desde cedo ajuda na formação de identidades; 
no momento da contação, estabelece-se uma relação de troca entre contador e 
ouvintes, o que faz com que toda a bagagem cultural e afetiva destes ouvintes 
venha à tona, assim, levando-os a ser quem são. “Contar histórias é uma arte 
porque traz significações ao propor um diálogo entre as diferentes dimensões do 
ser” (BUSATTO, 2003, p. 10). 
Mesmo nos muitos educadores, ainda não descobriram o quanto as 
histórias podem ajudá-los; muitos continuam utilizando as histórias, quando utilizam, 
apenas para acalmar os educandos e não vêem as várias possibilidades de uma 
boa história. 
O principal objetivo em contar uma história é divertir, estimulando a 
imaginação, mas, quando bem contada, pode atingir outros objetivos, tais como: 
educar, instruir, conhecer melhor os interesses pessoais, desenvolver o raciocínio, 
ser ponto de partida para trabalhar algum conteúdo programático, assim podendo 
aumentar o interesse pela aula ou permitir a auto-identificação, favorecendo a 
compreensão de situações desagradáveis e ajudando a resolver conflitos. Agrada a 
todos sem fazer distinção de idade, classe social ou circunstância de vida. 
 
2.1 Conceito 
 
Essa arte de contar história constrói e enriquece o "mundo interior" 
possibilitando o prazer de ler e ouvir, além do interesse por novas histórias, 
acumulando conhecimentos preciosos. Mas essa arte de contar história, não é só ler 
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uma história, é necessário que o contador ofereça ao ouvinte diferentes experiências 
de aprendizagem. 
Os termos que se encontram fora do uso oficial da língua, mesmo que 
não encontremos referências nos dicionários e acordos ortográficos, mas fazem 
parte da nossa língua, desde que não seja um erro ortográfico, ou de construção 
verbal. 
 A contação de histórias é um instrumento muito importante no estímulo à 
leitura, desenvolve a linguagem, é um passaporte para a escrita, desperta o senso 
crítico e principalmente faz a criança sonhar. 
Começar a ler deve ser uma iniciativa própria de cada um, precisamos 
apenas indicar os caminhos para que as pessoas consigam despertar o seu gosto 
pela leitura. 
 
[...] "entre as aquisições da infância, a riqueza das tradições, recebidas por 
via oral. Elas precederam os livros, e muitas vezes os substituíram. Em 
certos casos, elas mesmas foram o conteúdo desses livros" (MEIRELES, 
1979, p.42). 
 
Os contadores de histórias são os mediadores desse processo, e tem 
uma tarefa muito importante que é de envolver a criança na história dando vida aos 
sonhos, o despertar das emoções transportando para o mundo da fantasia. 
O hábito de ouvir histórias desde cedo ajuda na formação de identidades; 
no momento da contação, estabelece-se uma relação de troca entre contador e 
ouvintes, o que faz com que toda a bagagem cultural e afetiva destes ouvintes 
venha a tona, assim levando-os a ser quem são. "Contar histórias é uma arte porque 
traz significações ao propor um diálogo entre as diferentes dimensões do ser". 
(BUSATTO, 2003, p.10). 
 
3. A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO RECURSO DIDÁTICO PEDAGÓGICO 
 
A contação de historias é uma estratégica pedagógica que pode favorecer 
de maneira significativa a prática docente na educação infantil e ensino fundamental. 
A escuta de histórias estimula a imaginação, educa, instrui, desenvolve habilidades 
cognitivas, dinamiza o processo de leitura e escrita, além de ser uma atividade 
interativa que potencializa a linguagem infantil. A ludicidade com jogos, danças, 
brincadeiras e contação de histórias no processo de ensino e aprendizagem 
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desenvolvem a responsabilidade e a autoexpressão, assim a criança sente-se 
estimulada e, sem perceber desenvolve e constrói seu conhecimento sobre o mundo. 
Em meio ao prazer, à maravilha e ao divertimento que as narrativas criam, vários 
tipos de aprendizagem acontecem. 
A escuta de histórias, pela criança, favorece a narração e alfabetização e 
letramento: habilidadesmetacognitivas, consciência metalinguística e 
desenvolvimento de comportamentos alfabetizados e meta-alfabetizados, 
competências referentes ao saber explicar, descrever, atribuir nomes e utilizar 
verbos cognitivos (penso, acho, imagino, etc.), habilidades de reconhecimento de 
letras, relação entre fonema e grafema, construção textual, conhecimentos sintáticos, 
semânticos e ampliação do léxico. “A leitura de histórias é uma rica fonte de 
aprendizagem de novos vocabulários” (RCNEI, VOL. 3, p.145). 
Dentro das histórias encontramos a gramática do conto: as personagens 
(protagonista e antagonista), apresentação inicial do conto, sucessão de 
eventos/ações complexas e o final; esta regularidade facilita a compreensão textual 
e a criação de histórias pela própria criança, assim contribuindo para as habilidades 
linguísticas em nível oral e escrito. 
O conhecimento adquirido pelas crianças em idade “pré-escolar” das 
competências da língua e narrativas são fundamentais nas fases de alfabetização e 
letramento. A iniciação literária desde a infância com livros de imagens com ou sem 
textos e o trabalho com contos podem ser uma grande alavanca na aquisição da 
leitura para além da simples decodificação do código linguístico. 
Conforme afirma Bamberger (1995) “a leitura é um dos meios mais 
eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade. 
Trabalhar com a linguagem é trabalhar com o homem”. A criança que ainda não 
sabe ler convencionalmente pode fazê-lo por meio da escuta da leitura do professor, 
ainda que não possa decifrar todas e cada uma das palavras. Ouvir um texto já é 
uma forma de leitura (RCNEI, p.141). 
A didática do conto de histórias é motivante e enriquecedora nas series 
inicias, mas com o cuidado de que a estrutura da narração deve ser previsível para a 
criança, de fácil linguagem, com imagens e possibilidade de explorá-las 
posteriormente de forma lúdica, às narrativas possibilitarão as crianças um melhor 
desenvolvimento da capacidade de produção e conhecimento. 
 
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3.1 Contribuições da contação de história 
 
A prática de contar histórias é muito importante, pois é através dela que a 
criança irá estimular a sua imaginação, fazer descobertas, desenvolvendo o seu 
processo de alfabetização e letramento de forma lúdica. 
Para Busatto (2003, p. 58): 
 
Contar histórias é fermento para o imaginário. Elas nascem no coração e, 
poeticamente circulando, se espalham por todos os sentidos devaneando, 
gateando, até chegar ao imaginário. O coração é o grande aliado da 
imaginação nesse processo de produção de imagens significativas. Com o 
coração, a gente sente e vê internas as imagens que nos fazem bem. 
 
Dessa maneira, a imaginação contribui para que a criança crie seus 
próprios personagens e o ambiente em que se passa a história, caracterizando-os a 
partir do que ela ouve e conhece previamente. 
Com a contação de história, a criança aprende a lidar com as suas 
emoções, seja ela a tristeza, a alegria, o medo, a raiva, e também desenvolve a 
comunicação, ampliando seu vocabulário, começa a interagir com outras pessoas, a 
questionar sobre os fatos, pois: 
 
Quando se conta uma história, começa-se a abrir espaço para o 
pensamento mágico. A palavra com seu poder de evocar imagens vai 
instaurando uma ordem mágico-poética, que resulta do gesto sonoro e do 
gesto corporal, embalados por uma emissão emocional...é ele o elo da 
comunicação (SISTO, 2005, p. 28) 
 
Com isso, os conteúdos das histórias devem ser apresentados às crianças de 
maneira divertida, a fim de despertar interesses e motivá-las para que estes se 
tornem futuros leitores capazes de terem um conhecimento critico. 
 
3.2 Técnicas de contação de história 
 
O narrar histórias tem um papel fundamental na formação de futuros 
leitores, influenciando tanto os aspectos intelectuais quantos emocionais. Não 
importa de sejam lendas, mitos, fábulas, contos ou romances, os textos devem 
apresentar sequência lógica. Vale ressaltar algumas dicas: 
• Olhar nos olhos da criança como se estivesse contando para aquele 
ouvinte, mas dando atenção a todos e sem exageros. 
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• A voz é um elemento fundamental e deve ser impecável. Não lê muito 
devagar nem muito rápido. 
• É sempre importante começar com um pequeno diálogo explicando 
quem é o autor e antecipando algumas informações sobre a história. 
• Com crianças de até seis anos de idade, precisa-se repetir as histórias 
para fortalecer as imagens e mensagens para criarmos uma segurança linguística e 
afetiva. 
• Programe a contação de história com a duração de acordo com a faixa 
etária, a técnica usada e da quantidade de crianças. 
• Dependendo da faixa etária da criança podemos trocar ou adaptar cenas 
ou acontecimentos de histórias para não ser traumático para elas. 
• Maquiagens e figurinos também são recomendados para da um toque 
de magia na história, mas isso dependerá da sua proposta e da faixa etária para 
qual você irá contar a história. 
• Indica-se estabelecer regras antes de iniciar a história a respeito de 
quando mostrar as ilustrações do livro (se houver) antes, durante ou depois. Mostrar, 
ou não, dependerá mais da sua proposta pedagógica. 
 
4 CONCLUSÃO 
 
Portanto, concluímos esse trabalho com grande aprendizado sobre o 
respectivo tema “A contação de história" que tem grande importância na nossa 
formação acadêmica. Conhecer e aprofundar nesse tema nos trouxe uma grande 
significação, conseguimos entender o quanto é importante colocar em prática esse 
recurso pedagógico, que é riquíssimo em conhecimento para as nossas crianças, 
aprender e ensinar foi a grande questão de todo esse estudo. 
Saber que através da contação da história podemos elevar o 
conhecimento das crianças, enriquecer a sua imaginação, ensinar valores, respeito e 
formar cidadãos críticos, passamos a refletir sobre o letrar e alfabetizar de forma 
significativa considerando as diversas dimensões envolvidas no processo ensino 
aprendizagem dessa temática que nos abriu um caminho de ideias e possibilidades 
de nos tornamos contadores de histórias também. Tomando posse de técnicas de 
contação de história para nos aperfeiçoar e levar aos pequeninos conhecer o seu 
mundo interior. 
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REFERÊNCIAS 
 
BERNADINO, Andreza Dalla Bernardino. A Contação de Histórias como 
Estratégicas Pedagógicas na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Revista 
de Educação Educare et Educare Vol. 6 nº 12 Jul./dez 2011. p. 235-249 UNI 
OESTE CAMPUS DE CASCAVEL. 
 
BETLELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada.14. Edição. São Paulo: 
Paz e terra, 2000. 
 
BUSATTO, Cléo. Contar e encantar – pequenos segredos da narrativa. 
Petrópolis: Vozes, 2003. 
 
BUSATTO. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 2001 
 
MACHADO. Ana Maria: Menina bonita do laço de fita. 7° edição. São Paulo. 
Ártica, 2005. 
 
SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Positivo. 2ª Ed. 
Curitiba Série: Práticas educativas, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO 1 – Contação de história “Menina bonita do laço de fita”. 
 
Materiais necessários 
 
1 - Caixa surpresa 
. Xícara com pires 
. Portinho escrito tinta preta 
. Filhotes do coelho 
. Coelho branco 
. Coelha preta 
. Boneca 
. Fotos (impressão) " café, jabuticaba, azeitona preta" 
2. Livro “A menina do laço de fita" 
3. Fundo musical para a leitura interativa 
4. Slide com a declaração da autora sobre o livro 
 
Objetivo 
 
Levar as crianças a valorização do ser humano, ajudando- os na reflexão 
quanto as semelhanças, diferenças étnicas e relações familiares. 
 
Metodologia 
 
- Organizar uma roda de conversa para a leitura. 
- Mostrar a capa do livro para as crianças fazendo questionamentos sobre as 
ilustrações. 
- Finalizar a leitura. 
- Falar sobre as características que herdamos dos pais. 
- Explorar os relatosdas crianças. 
- Esclarecer que todos tem sua origem e que todos são diferentes. 
- Falar sobre a origem do livro segundo a própria autora Ana Maria Machado. 
- Apresentar o filme. 
- Finalizar a aula.

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