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MULTIVIX
Amanda Gasperazzo Margotto, Luiza Moreira Santos, Kariny Vago Simon e Silva,
Júlia Brandão A. Chagas e Maria Eduarda Rodrigues dos Santos Castro.
PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA
Análise do filme Cisne Negro
Vitória-ES
2021
Introdução
A trama do filme Cisne Negro consiste na protagonista chamada Nina, que anda em
busca da perfeição para o seu papel de Rainha dos Cisnes; entretanto, essa
perfeição lhe causou alguns problemas psíquicos. Ao analisarmos o filme nos
deparamos, primeiramente, com o ambiente familiar da protagonista: sua mãe tenta
controlar sua vida, deixando a bailarina muito estressada e insatisfeita com essas
atitudes - principalmente após todos os desgastes causados pelos conflitos internos
e externos que Nina havia passado.
Análise
O filme, dirigido por Darren Aronofsky, abre com uma cena de sonho em que a
protagonista, Nina Sayers, dança o balé Lago dos Cisnes. Nesta peça, a princesa e
suas donzelas são transformadas em cisnes por um mágico que lança um feitiço
sobre elas, do qual apenas um homem que a ama pode libertar a princesa. Nina
acorda no momento em que se encanta como um cisne branco.
A protagonista é uma dançarina que faz parte de um time de dança sediado em
Nova York. Ela mora com a mãe, Erica, uma dançarina aposentada que dedica toda
a atenção à profissão da filha. O drama de Nina parece começar quando a situação
surge: Thomas Leroy, diretor da companhia de balé, aposenta sua dançarina
principal, Beth MacIntyre, e a passa para outras garotas da banda que logo
escolherão uma delas para este local.
A música que abre a temporada é uma montagem variada do balé O Lago dos
Cisnes, em que ele quer que a mesma bailarina interprete os cisnes brancos e
negros. Nina quer o papel, assim como muitas das outras garotas da companhia. E
a partir daí podemos observar muito claramente a liberação da psicose da
personagem. A partir da questão introdutória, Lacan (1957-58 / 1998) nos apontou,
no caso de Schreber, desenvolvido por Freud (1911 / 1980a), como paradigmático
que a libertação da psicose se dá enquanto sujeito em algum ponto da vida é
chamado a ocupar um lugar para o qual não encontro referência e apoio.
A partir disso, pode-se perceber que a psicose de Nina foi motivada justamente
quando ela participou da disputa e por ser a dançarina principal da companhia, ela
consegue o papel. A psicose de Nina parece ser desencadeada justamente quando
ela consegue o papel de dançarina principal do time, participando de uma disputa.
Ressalta-se que há uma conexão visível com a mãe da protagonista, na qual os
limites de ambas são borrados: em uma cena a mãe diz que quando era pequena
Nina era obrigada a ir às aulas e se não fosse por ela, ela teria desistido. O que
sugere que, na verdade, o desejo de ser dançarina era mais da mãe do que dela
mesma. Outro ponto importante a ser destacado é o fato de a mãe ser uma
personagem tóxica, invasiva, sádica, que mutila a filha por meio de cuidados
excessivos e constantes. O que nos dá a compreensão de que a mãe sofre de um
transtorno narcisista, o que explica a forma como Nina é tratada pela mãe, uma
ex-bailarina que não alcançou o sucesso desejado e se empenha pela filha, com
inúmeros sinais de sentimentos conflitantes em relação a esta.
Podemos constatar a ausência de figura paterna que não entrou ou realizou a
devida interdição. E é claro que a mãe não permitia nenhum papel paterno de forma
infantilizada que se relacionasse com a filha. Qualquer movimento da filha que
sugira um pouco de independência e complacência é facilmente bloqueado pela
mãe.
No caso de Nina, o conceito de "psicose fechada" de Joyce McDougall parece se
encaixar perfeitamente: sua rotina anterior de busca obsessiva pela perfeição, com
disciplina e controle constantes, mantinha sua psicose como se estivesse
adormecida sempre que surgia uma situação estressante. Tirou-a do controle e
arrebatou-a do ninho narcisista com sua mãe, causando uma explosão psicótica.
Elementos de natureza homossexual também estão presentes: uma mãe que não
se separou da filha e não permitiu que ela se desenvolvesse e se integrasse a
rival/amiga /amante de suas alucinações ou sonhos, delírios persecutórios, sempre
com personagens femininos.
Por fim, durante a última alucinação em que ela luta com sua rival /colega acaba se
machucando, pensando ter matado sua colega, vale ressaltar que o rosto da rival às
vezes é o seu rosto, com uma aparência demoníaca. Essa alucinação ocorre em
outro momento, sugerindo que o "cisne negro" deve literalmente matar o "cisne
branco" para emergir.
Obsessão
Já no início do filme, a protagonista revela que é obcecada por dançar. Ela parece
não ter outros interesses e se dedica totalmente a dança. Nina fala algumas vezes
sobre seu desejo de ser perfeita. O próprio diretor que está instruindo-a diz que ela
é uma pessoa obcecada. Observamos que ela sofre com seus pensamentos e seu
desejo de atingir a perfeição é da ordem do impossível. Ela não consegue deixar de
pensar e sentir repetidamente, surgindo a fadiga mental e a compulsão (ensaiar
excessivamente), características de uma neurose obsessiva.
Podemos notar também sinais de psicose durante o filme. Em “Neurose e Psicose”,
Freud afirma que “a neurose é o resultado de um conflito entre o ego e o id, ao
passo que a psicose é o desfecho análogo de um distúrbio semelhante nas relações
entre o ego e o mundo externo”. Nina, várias vezes, tem alucinações e delírios com
o desenrolar da trama. Por exemplo, quando está no metrô e vê uma pessoa que
se aproxima de forma meio assustadora e tem sua própria cara. Outro exemplo é
quando Nina tem uma alucinação de uma briga com Lily, em que ela acaba por se
ferir e acha que matou a colega.
O psicótico permanece nos processos primários, tipicamente infantis. No filme, é
mostrado o quarto da protagonista como um ambiente infantil, com tons claros e
bichos de pelúcia espalhados. O quarto é o reflexo do mundo de Nina, que ainda é
dependente, controlada pela sua mãe e uma jovem que pode ser considerada
imatura.
Além disso, Freud afirma que a saída da ilusão de completude tende a achar
solução no terceiro tempo, quando a função paterna é introduzida na relação mãe e
filho, gerando uma interdição. Percebemos que essa interdição não ocorre, pois não
existe figura paterna no filme. Não sabemos se a mãe é viúva, divorciada, solteira
etc.
Referências
FREUD, SIGMUND. Neurose, psicose e perversão. Tradutora: Maria Rita
Salzano Moraes. Editora: Autêntica, Belo Horizonte, 2016, 361 p
OLIVEIRA, MAELI DOS SANTOS VARELA DE e WINTER, CÉLIA FERREIRA
CARTAMANIFESTAÇÕES DA HISTERIA NA CONTEMPORANEIDADE. Ágora:
Estudos em Teoria Psicanalítica [online]. 2019, v. 22, n. 3 [Acessado 12 Junho
2021] , pp. 353-361. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1809-44142019003011>. Epub 23 Set 2019. ISSN
1809-4414. https://doi.org/10.1590/1809-44142019003011.
Lazzarini, Eliana Rigotto e Viana, Terezinha de CamargoO corpo em
psicanálise. Psicologia: Teoria e Pesquisa [online]. 2006, v. 22, n. 2 [Acessado
12 Junho 2021] , pp. 241-249. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0102-37722006000200014>. Epub 13 Nov 2006. ISSN
1806-3446. https://doi.org/10.1590/S0102-37722006000200014.
https://doi.org/10.1590/1809-44142019003011
https://doi.org/10.1590/S0102-37722006000200014

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