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Análise do filme Cisne Negro

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2
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
DESDOBRAMENTOS DA TEORIA PSICANALÍTICA
Gislainy Pamplona Oliveira (N300ED5)
Lucas Cruz Bichuette (N304DH6)
João Vitor dos Santos Coutinho (N248FA-6)
Rafaela Isaac Azeredo Sebba (N282GH4)
Análise do filme “Cisne Negro” 
GOIÂNIA
2020
Gislainy Pamplona Oliveira (N300ED5)
Lucas Cruz Bichuette (N304DH6)
João Vitor dos Santos Coutinho (N248FA-6)
Rafaela Isaac Azeredo Sebba (N282GH4)
Análise do filme “Cisne Negro” 
Análise e discussão do filme “o Cisne negro” para a matéria “Atividade Práticas Supervisionadas”, para obtenção parcial da nota, na referida disciplina do curso de Psicologia, sob orientação da professora Anna Rogéria, da Universidade Paulista, Campus Flamboyant/Goiânia.
GOIÂNIA
2020
Sumário
1.0 Introdução	4
2.0 Desenvolvimento	5
3.0 Conclusão	6
Referência	7
1.0 Introdução 
O vigente trabalho desenvolve e reflete criticamente o filme “Cisne Negro” por meio da teoria psicanalítica de Donald Woods Winnicott, correlacionando os conceitos da “mãe suficientemente boa”.
Cisne Negro, com direção de Darren Aronofsky, a obra aborda a fragilidade da mente humana e a perturbadora ambição que move pessoas em torno de um sonho. A trama é ambientada nos bastidores do New York City Ballet, e tem como pano de fundo o ballet “O lago dos Cisnes. Natalie Portman no papel de Nina é a bailarina que vive exclusivamente para a dança, sempre limitada à superproteção da sua mãe. Pressionada por seu mentor, o professor e coreógrafo Thomas, Nina terá sua competência posta em xeque: sua fragilidade comprometeria a interpretação do papel que almeja, a Rainha dos Cisnes, visto que teria que interpretar simultaneamente o cisne branco (pureza e ingenuidade) e o cisne negro (metáfora para malícia, sensualidade, maldade).
O filme americano de 2010, dos gêneros suspense e terror psicológico, traz como enfoque as pressões no âmbito profissional e suas consequências na vida do indivíduo, como saúde mental, a repressão familiar e relação obsessiva. Sendo assim, são retratados esses problemas na vida de Nina, no qual, ela tem um cargo importante e começa desenvolver problemas psicológicos devido ao contexto de pressão profissional. 
Deste modo, Cisne Negro um dos filmes mais reconhecidos e importante do século XXI, abrange temas atuais e suas consequências no psicológicos dos sujeitos que se submetem a tal contexto. 
2.0 Desenvolvimento 
No contexto da teoria de Winnicott do desenvolvimento emocional, é a adaptação da mãe às necessidades do bebê que o torna capaz de ter uma experiência de onipotência. Esta experiência cria a ilusão necessária para um desenvolvimento saudável. Assim uma mãe suficientemente boa, é uma mãe devotada comum, capaz de entrar em um estado de preocupação materna primária. Sabe-se que a mãe de Nina engravida quando sua própria carreira como bailarina está em declínio. Infeliz, amargurada, decepcionada, resolve dedicar-se inteiramente a fazer com a filha, o que possivelmente desejava para ela própria: uma vida amorosa plena e de sucesso. Investe num cuidado intenso, moldando a filha, com gestos, atitudes, palavras. Menina meiga, boa menina, menina doce. Há um desejo da mãe que Nina se torne bailarina. Leva-a nas primeiras aulas e lá permanece assistindo a filha.
A mãe abdica de viver a própria vida com determinação, impedindo que Nina tenha vida própria, o que seria uma condição de poder desenvolver sua própria identidade. Ela vive dependente da mãe, imersa neste universo, onde o balé representa uma possibilidade de encontrar outra realidade. Contudo precisa ir ao encontro à mãe para obter algum afeto, segurança, conforto. Em uma relação mãe-bebê onde predomina o desejo da mãe sobre a filha bebê, o amadurecimento saudável fica impedido de acontecer. O que ocorre a Nina. Permanece menina.
A mãe não “suficientemente boa”, não pode proporcionar um ambiente que o bebê necessita para um desenvolvimento sadio, e isto pode ocorrer com uma mãe psicótica, uma mãe que não pode se entregara a preocupação materna primária ou a uma mãe atormentadora. A mãe atormentadora, que parece ser a condição de Érica, mãe de Nina, é aquela que tem, segundo Winnicott, os piores efeitos sobre a saúde mental do bebê, já que a natureza distorcida do ambiente viola o âmago do sentimento do self. Esta condição da mãe também impede que a criança cresça afastada de seu olhar, mesmo que de início tenha sido capaz de atendê-la em suas necessidades. Agora invade sua intimidade, escolhendo por ela, roupas para vestir e atividades.
Quando a tarefa de separação mãe-bebê cabe à mãe, que se volta para o pai, introduzindo-o na relação, há uma harmonia no desenvolvimento. Quando a mãe, tal como a criança a construiu, mantém um relacionamento fusional com sua filha, não há lugar para um terceiro. Há fracasso no desenvolvimento. A sobrevivência psíquica depende da possibilidade de separar-se do materno, sem, contudo, apagá-lo. A mãe de Nina mantém com ela esta forma de vínculo primitivo, o que demonstra várias vezes, invadindo sua privacidade, não levando em consideração suas dificuldades, sintomas, ansiedades, tristezas. Nina também vive este aspecto fusional, caracterizado pela aceitação e submissão a ser “a menina meiga da mãe,” a que acaba comendo o bolo, nem que seja somente um pouquinho… Há desejos de assim se manter e movimentos de separabilidade não bem sucedidos, recheados de sofrimentos e cortes.
Winnicott disse que um bebê sozinho não existe. É preciso considerá-lo juntamente com sua mãe. Quanto a mim eu digo a Winnicott: um bebê e sua mãe, isso não existe; há sempre um pai, em algum lugar, para fazer uma criança, é sabido que o pai e a mãe têm que fazê-lo juntos. O que o bebê vê ao olhar para o rosto da mãe? Sugiro que, normalmente, o que o bebê vê é a ele mesmo. Em outras palavras, a mãe está olhando para o bebê e aquilo com o que ela se parece se acha relacionado com o que ela vê ali. Tudo isso é facilmente aceito. Peço que isso naturalmente tão bem realizado por mães que estão cuidando de seus bebês, não seja considerado tão evidente assim. Posso demonstrar minha proposição referindo o caso de um bebê cuja mãe reflete o próprio humor dela ou, pior ainda, a rigidez de suas próprias defesas. Em tal caso, o que o bebê vê?… Primeiramente sua capacidade criativa começa a atrofiar, e de um modo ou de outro procura por outras formas de retorno do ambiente. Neste momento o rosto da mãe não se apresenta como um espelho. A percepção toma lugar da apercepção. A percepção ocupa o lugar daquilo que deve ser o princípio de um importante troca com o mundo, um processo de mão-dupla em que o auto enriquecimento alterna-se com a descoberta de um significado para o mundo ao ver as coisas. (Winnicott,1971, p.154)
Assim quando o bebê não se vê no olhar da mãe, mas vê a mãe, ele se torna precocemente dependente da percepção do olhar da mãe. Isto significa que nesta situação a realidade intervém demasiado precocemente, o bebê não podendo construir seu “objeto subjetivo” tornando-se dependente do objeto objetivamente percebido.
Nina examina o rosto da mãe, que aparece também no mostrador do celular, configurado em letras maiúsculas pela palavra MOM (mãe) no visor. Tem que ficar prevendo e adivinhando a reação da mãe, seu estado de humor, não pode relaxar; tem que estar atenta. Suas necessidades pessoais têm que ser dominadas, contidas “se o rosto da mãe não reage, então o espelho constitui algo a ser olhado, não a ser examinado.” (Winnicott, 1971, p.155).
Winnicott ressalta que quando o gesto do bebê não se faz real pela resposta da mãe a ele, haverá impossibilidade de simbolizar. Precisa haver adaptação às necessidades do bebê, para que ele venha a fazer uso de símbolos. Quando Nina não encontra na mãe, e também no ambiente que a cerca condições de suprir suas necessidades quanto à adaptação, ela regride emocionalmente e se desorganiza.
Quando o olhar e a função especular da mãe não se estabelecem nos primeiros meses devida de um bebê, ele não se reconhece, e isto impede a formação de uma identidade própria e facilita o desenvolvimento de um falso self, por vezes patológico.
O verdadeiro e o falso self.
Se os gestos espontâneos do bebê, verdadeiro self em ação, tiverem uma resposta positiva, irão encorajar o bebê a desenvolver um sentimento de self. Nina, se desenvolve a partir de um falso self, tendo que reagir às intrusões do ambiente. Desta forma ela vai fazendo o que “deve ser feito”, as técnicas da dança, a obediência à mãe, mas isto não representa vida e o viver. É a provisão ambiental que torna todo o resto possível.
Winnicott, falando das origens mais remotas do self, escreveu:
A mãe suficientemente boa alimenta a onipotência do lactente e até certo ponto vê sentido nisso. E o faz repetidamente. Um self verdadeiro começa a ter vida, através da força dada ao ego fraco do lactente pela complementação pela mãe das expressões de onipotência do lactente. E sobre o falso self: A mãe que não é suficientemente boa não é capaz de complementar a onipotência do lactente, e assim falha repetidamente, em satisfazer o gesto do lactente; ao invés, ela o substitui por seu próprio gesto, que deve ser validado pela sua submissão. Esta submissão por parte do lactente é o estágio inicial do falso self e resulta na inabilidade da mãe em sentir as necessidades do lactente… e acrescenta que quando a adaptação da mãe não é suficientemente boa no inicio, pode-se esperar que o lactente morra fisicamente, porque o investimento dos objetos externos não é iniciado. Porém na prática, o lactente sobrevive falsamente. Através deste falso self, o lactente constrói um conjunto de relacionamentos falsos, e por meio de introjeções pode chegar a ter até uma aparência de ser real, de modo que a criança pode crescer tornando-se como a mãe, babá, tia, irmã ou quem quer que, no momento, domine o cenário. (Winnicott, 1979, p.133)
Nina deseja realizar o sonho da mãe, ser a bailarina, a rainha. Fica presa ao desejo do outro. Para Winnicott o falso self é sempre o resultado de uma defesa, uma dissociação, que tem como objetivo ocultar o verdadeiro self, para evitar o seu aniquilamento. A imitação torna-se sua principal especialidade e pode ser base de um tipo de sublimação, quando a criança cresce para se tornar um ator. Com relação a atores, há aqueles que podem ser eles mesmos e representar, enquanto que há outros, condição de Nina, que ficam completamente perdidos, quando não exercem um papel. Neste seu desenvolvimento na base da imitação, ela tenta ser o objeto. Ficou no seu desenvolvimento impedida de utilizar-se de mecanismos de introjeção e identificação. A permanência de Nina num estado de dependência da mãe a impede de reagir diante das atitudes inadequadas dela (mãe). Passa a viver através de reações; vive reagindo a alguma coisa externa, ao invés de poder ser fundamentalmente ela mesma. Nina depende do Coreógrafo-professor-Thomas, procurando executar suas ordens, não questionando, aparentemente.
O falso self oculta a realidade interna do lactente, o que torna aparente uma condição enganosa. Há uma hipertrofia dos aspectos intelectuais, das habilidades, em detrimento do que é mais genuinamente humano, instintivo e vital. Pelas suas habilidades Nina é levada a ser considerada a rainha dos Cisnes. O self verdadeiro fica oculto, e deve ficar protegido, isolado. Quanto mais bem sucedida na conquista de seu ideal, mais se sente falsa e destrutiva. Na base do falso self está a dificuldade do uso da onipotência infantil, da qual deriva a ilusão, a imaginação e o brincar, isto é a capacidade de usar símbolos. Tem pobreza de vida cultural. Ao invés de objetivos culturais, observa-se, extrema inquietação, com incapacidade de se concentrar, e com necessidade de colecionar ilusões da realidade externa, de modo que a vida toda do individuo pode ficar cheia de reações a estas ilusões. Mistura realidade com fantasia. Há colegas desejando sabotar sua apresentação. Fantasias persecutórias misturadas com situações de realidade.
Nina se mantém infantil, apegada aos objetos de criança, brinquedos de pelúcia e desconectada da vida social e das transformações de seu corpo adolescente. Quando o falso self começa a falhar como instrumento resguardado da personalidade, podemos nos deparar com manifestações suicidas. Suicídio neste contexto é a destruição do self total para evitar o aniquilamento do self verdadeiro. (imersão demorada na banheira) Quando o suicídio é a única defesa que resta contra a traição ao self verdadeiro, então se torna tarefa do falso self organizar o suicídio.
A ambição desmedida, ser a rainha dos Cisnes, leva Nina gradativamente a uma profunda desorganização, a uma desintegração de sua frágil estrutura egóica. Quando ocorre dano ao verdadeiro self ele se manifesta no indivíduo através de uma tonalidade depressiva, seguida de evolução para uma culpa de tonalidade persecutória. Estas lesões no verdadeiro self se manifestam na incapacidade de um existir verdadeiro, espontâneo, livre e criativo.
Quando Nina ouve de Thomas Leroy, coreógrafo de que ela não coloca sentimento em sua dança, que ela não se envolve, que ela possui boa técnica, porém distanciada das emoções, fica surpresa e inconformada. É estimulada para que use sua sensualidade, sua feminilidade. Sua hostilidade até então dirigida a si própria, emerge nos relacionamentos. Sobrevém intensa desconfiança, ciúmes, invejas, ódios, ataques dirigidos para fora, o que antes permanecia enganosamente encoberto. Irrompe um surto psicótico com desorganização da personalidade que até então sobrevivia dividida, clivada. 
3.0 Conclusão 
Referência

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