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Contabilidade Fiscal - LIVRO_U4

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Unidade 4
Regimes Tributários
André Juliano Machado
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Imagens
Adaptadas de Shutterstock.
Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das 
imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
Conteúdo em websites
Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento 
pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Sumário
Unidade 4
Regimes Tributários ...................................................................................... 5
Seção 1
Simples Nacional ................................................................................ 6
Seção 2
Lucro Presumido ..............................................................................17
Seção 3
Lucro Real ..........................................................................................32
Unidade 4
André Juliano Machado
Regimes Tributários
Convite ao estudo
Caro aluno, nesta unidade de ensino, abordaremos os regimes tributários 
previstos na legislação, verificaremos a aplicabilidade dos tributos nas ativi-
dades comerciais das organizações e observaremos os aspectos relacionados 
a cada um dos regimes tributários vigentes. 
Veremos o desenvolvimento da competência geral em conhecer os 
conceitos, os fundamentos, a legislação e as técnicas de planejamento tribu-
tário, levando à competência técnica de conhecer e compreender os aspectos 
legais do planejamento tributário. Como proposta de trabalho, temos o 
seguinte caso: um grupo de empresários, deseja formar uma sociedade 
limitada com atividade de rede de lojas para venda de roupas no varejo. 
Para que obtenham sucesso, primeiramente precisam identificar qual será o 
regime tributário mais adequado ao novo empreendimento.
Diante disso, o grupo de empresários realizou a contratação de uma empresa 
de consultoria tributária para identificar os impactos dos tributos sobre os resul-
tados da empresa. A maior demanda, neste momento, consiste em optar pela forma 
tributária menos onerosa, que proporcionará menor incidência de pagamento de 
tributos aos entes tributantes. Assim, o trabalho que você desenvolverá será o de 
analisar, comparar e optar pelas melhores condições para a empresa. 
Vamos utilizar todo o conhecimento acumulado até aqui, pois para optar pelo 
regime tributário menos oneroso, os conceitos sobre incidência de impostos, sua 
base de cálculo, tributação cumulativa e não cumulativa, alíquotas e formas de 
cálculo dos impostos serão utilizados em cada momento do nosso estudo.
Os dados apresentados pelo grupo empresarial levam em consideração 
a previsão de faturamento total em 12 meses no valor de R$ 3.000.000,00 
sendo que o volume mensal de vendas é de R$ 250.000,00, suas vendas serão 
realizadas diretamente ao consumidor em suas lojas com alíquota de ICMS 
de 18%. O valor total das compras de mercadorias para revenda será de R$ 
210.000,00 por mês e todas as mercadorias adquiridas são tributadas pelo 
ICMS com alíquota de 18%, os valores das despesas mensais será de R$ 
15.000,00 e dentro das despesas mensais está previsto gastos com brindes no 
valor de R$ 1.000,00. Vamos solucionar mais este desafio!
6
Seção 1
Simples Nacional
Diálogo aberto
Caro aluno, o Simples Nacional foi instituído pela Lei Complementar 
nº 123/2006. Trata-se de um regime tributário com características de trata-
mento diferenciado, favorecendo e simplificando as regras tributárias para as 
microempresas e empresas de pequeno porte.
Aqui vamos ver os conceitos pertinentes ao regime tributário do Simples 
Nacional e entender sua aplicação.
Um grupo empresarial contratou uma empresa de consultoria tributária 
para determinar todas as probabilidades de opção pelo regime de tributação 
menos oneroso para a nova empresa.
Os dados apresentados levam em consideração a previsão de faturamento 
total em 12 meses no valor de R$ 3.000.000,00 sendo que o volume mensal 
de vendas é de R$ 250.000,00, suas vendas serão realizadas diretamente ao 
consumidor em suas lojas com alíquota de ICMS de 18%. O valor total das 
compras de mercadorias para revenda será de R$ 210.000,00 por mês e todas 
as mercadorias adquiridas são tributadas pelo ICMS com alíquota de 18% 
e os valores das despesas mensais será R$ 15.000,00 e dentro das despesas 
mensais estão previstos gastos com brindes no valor de R$ 1.000,00.
Neste primeiro momento, a consultoria deve demonstrar como é realizada 
a apuração dos impostos pela sistemática do simples nacional, apontando 
qual o anexo adequado, tabela de cálculo, alíquota efetiva de acordo com o 
faturamento acumulado no período e finalmente qual será o valor a recolher 
por este regime de tributação.
A consultoria deve ter a máxima atenção, entender qual é a atividade 
realizada pela empresa, para determinar quais impostos farão parte do 
sistema simplificado de recolhimento.
Vamos solucionar mais este desafio!
Não pode faltar
O Simples Nacional é um regime tributário muito utilizado pelas 
empresas, mas não pode ser confundido como um regime único de arreca-
dação de tributos, na verdade trata-se de um sistema diferenciado com vistas 
7
a atender às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), no 
âmbito da União, Estados, Distrito Federal e os Municípios. 
Legislação básica
De acordo com Padoveze (2017), esse regime tributário foi introduzido 
na legislação tributária brasileira pela Lei Complementar nº 123, de 14 de 
dezembro de 2006, que instituiu o tratamento diferenciado a ser utilizado pelas 
micro e pequenas empresas. Ainda segundo o autor, esta forma de tributação 
consiste no recolhimento de tributos de forma centralizada, que a soma dos 
valores a serem pagos sejam inferiores aos demais regimes previstos em lei.
A escolha (opção) por esse regime tributário é facultativa, mas assim que 
for manifestada pela empresa torna-se irretratável para todo o ano calen-
dário, ou seja, o empresário poderá optar por essa forma simplificada de 
tributação, mas em alguns casos pode não ser a mais eficiente do ponto de 
vista tributário, mesmo assim, ele poderá escolher outro regime tributário 
somente no ano calendário seguinte.
De forma geral, é muito comum encontrarmos algumas referências ao 
Simples Nacional como forma unificada de recolhimento de tributos, pois 
deve-se a forma de recolhimento neste sistema que é realizada mediante o 
Documento Único de Arrecadação (DAS), onde constam o recolhimento de 
vários impostos e contribuições de âmbito federal, estadual e municipal, por 
isso não podemos confundir este regime tributário com um imposto único.
O artigo 13 da Lei Complementar 123/2006, de acordo com o Quadro 
4.1, traz de forma direta, quais são os impostos e contribuições incluídos 
neste sistema de arrecadação:
Quadro 4.1 | Impostos e Contribuições recolhidos pelo DAS – Documento Único de Arrecadação
Tributos Federais Tributos Estaduais Tributo Municipal
• Imposto de Renda de Pessoa 
Jurídica - IRPJ
• Imposto sobre Produtos Industria-
lizados - IPI
• Contribuição Social sobre o Lucro 
Líquido - CSLL
• Contribuição para o Financiamen-
to da Seguridade Social – COFINS
• Contribuição para o PIS/Pasep
• Contribuição Patronal Previden-
ciária - CPP para a Seguridade 
Social, a cargo da pessoa jurídica
• Imposto sobre Opera-
çõesRelativas à Circu-
lação de Mercadorias 
e Sobre Prestações de 
Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermu-
nicipal e de Comunica-
ção - ICMS
• Imposto sobre 
Serviços de 
Qualquer Natu-
reza - ISS
Fonte: adaptado da Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006).
8
Enquadramento do Simples Nacional
Quem pode optar pelo simples nacional? A maioria das empresas em 
atividade ou em processo de abertura podem exercer sua opção por este 
regime tributário, desde que cumpram com algumas condições previstas no 
artigo 3º da Lei Complementar nº 123/2006, onde estão previstos os limites 
de faturamento e as naturezas jurídicas das empresas, conforme o Quadro 
4.2 a seguir:
Quadro 4.2 | Enquadramento no Simples Nacional
Características da Pessoa Jurídica Fundamentação Legal
Natureza 
Jurídica
• Sociedade empresária
• Sociedade simples
• Empresa individual de responsabilidade limitada 
– EIRELI
• Empresário Individual
Artigo 3º
Definição de 
M.E e E.P.P
• Microempresas (ME) e empresas de pequeno 
porte (EPP).
• Microempresa: pessoa jurídica que tenha auferido 
em cada ano-calendário receita bruta igual ou 
inferior a R$ 360.000,00.
• •PP: pessoa jurídica que tenha auferido em 
cada ano-calendário receita bruta superior a R$ 
360.000,00 e inferior a R$ 4.800.000,00.
Imposto sobre Ser-
viços de Qualquer 
Natureza - ISS
Fonte: adaptado da Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006).
Vale lembrar que, caso a empresa venha a iniciar suas atividades durante 
o ano calendário, o limite a que se refere os incisos I e II do artigo 3º será 
proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de 
pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses.
Vedações ao Simples Nacional
No parágrafo 4º do artigo 3º da Lei Complementar nº 123/2006, temos 
fatores impeditivos à opção por este regime tributário. Acompanhe, na 
sequência, as situações previstas em lei que impedem as empresas de ter 
acesso ao tratamento jurídico diferenciado do Simples Nacional:
• De cujo capital participe outra pessoa jurídica.
• Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa 
jurídica com sede no exterior.
9
• De cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empre-
sário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico 
diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a 
receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do 
caput deste artigo.
• Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do 
capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, 
desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o 
inciso II do caput deste artigo.
• Cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra 
pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global 
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo.
• Constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo.
• Que participe do capital de outra pessoa jurídica.
• Que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de 
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, finan-
ciamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou 
de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa 
de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização 
ou de previdência complementar.
• Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de 
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 
5 (cinco) anos-calendário anteriores.
• Constituída sob a forma de sociedade por ações.
• Cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o 
contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação 
e habitualidade.
Assimile
O que mais chama a atenção nas vedações dispostas na lei comple-
mentar do Simples Nacional são os casos previstos de empresas consti-
tuídas sob a forma de sociedades por ações, principalmente as S/As de 
capital aberto, as quais comercializam suas ações no mercado finan-
ceiro e movimentam grandes quantias monetárias.
As sociedades limitadas também podem ser impedidas de optar pelo 
simples, caso tenham uma pessoa jurídica figurando em seu quadro 
societário, algo também considerado um fator impeditivo à opção pelo 
simples.
10
Estas vedações justificam-se, pois, dessa forma, a lei estabelece o 
favorecimento às entidades que realmente são consideradas como 
micro ou pequena empresa e possa usufruir deste tratamento jurídico 
diferenciado.
Tabelas do Simples Nacional
Logo após verificarmos os requisitos e características para que uma 
empresa possa exercer a opção pelo simples nacional, temos que analisar em 
qual anexo a empresa vai estar enquadrada de acordo com a sua atividade.
O Simples Nacional foi atualizado pela Lei Complementar nº 155, de 27 
de outubro de 2016, promovendo alterações nas tabelas e sua sistemática de 
cálculo. Vamos nos familiarizar com as novas tabelas, passando pelos anexos 
atualizados, destacando a quantidade de faixas de faturamento que caiu de 
20 para apenas 6.
Quadro 4.3 | Tabela do Anexo I do Simples Nacional: empresas de comércio (lojas em geral)
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Valor a deduzir
Até R$ 180.000,00 4% 0
De 180.000,01 a 360.000,00 7,3% R$ 5.940,00
De 360.000,01 a 720.000,00 9,5% R$ 13.860,00
De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,7% R$ 22.500,00
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,3% R$ 87.300,00
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19% R$ 378.000,00
Fonte: adaptado da Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006).
Quadro 4.4 | Tabela do Anexo II do Simples Nacional: fábricas/indústrias e empresas industriais.
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Valor a deduzir
Até R$ 180.000,00 4,5% 0
De 180.000,01 a 360.000,00 7,8% R$ 5.940,00
De 360.000,01 a 720.000,00 10% R$ 13.860,00
De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,2% R$ 22.500,00
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,7% R$ 85.500,00
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30% R$ 720.000,00
Fonte: adaptado da Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006).
11
Quadro 4.5 | Tabela do Anexo III do Simples Nacional: prestadores de serviços (Anexo III vai 
estar no § 5º-B, § 5º-D e § 5º-F do artigo 18 da Lei Complementar 123)
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Valor a deduzir
Até R$ 180.000,00 6% 0
De 180.000,01 a 360.000,00 11,2% R$ 9.360,00
De 360.000,01 a 720.000,00 13,5% R$ 17.640,00
De 720.000,01 a 1.800.000,00 16% R$ 35.640,00
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21% R$ 125.640,00
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33% R$ 648.000,00
Fonte: adaptado da Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006).
Quadro 4.6 | Tabela do Anexo IV do Simples Nacional: empresas que fornecem serviço de lim-
peza, vigilância, obras, construção de imóveis, serviços advocatícios (a lista do Anexo IV vai estar 
no § 5º-C do artigo 18 da Lei Complementar 123)
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Valor a deduzir
Até R$ 180.000,00 4,5% 0
De 180.000,01 a 360.000,00 9% R$ 8.100,00
De 360.000,01 a 720.000,00 10,2% R$ 12.420,00
De 720.000,01 a 1.800.000,00 14% R$ 39.780,00
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22% R$ 183.780,00
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33% R$ 828.000,00
Fonte: adaptado da Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006).
Quadro 4.7 | Tabela do Anexo V do Simples Nacional: empresas que fornecem serviço de audi-
toria, jornalismo, tecnologia, publicidade, engenharia, entre outros (a lista do Anexo V vai estar 
no § 5º-I do artigo 18 da Lei Complementar 123)
Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Valor a deduzir
Até R$ 180.000,00 15,5% 0
De 180.000,01 a 360.000,00 18% R$ 4.500,00
De 360.000,01 a 720.000,00 19,5% R$ 9.900,00
De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,5% R$ 17.100,00
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23% R$ 62.100,00
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% R$ 540.000,00
Fonte: adaptado da Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006).
12
Reflita
Analisando todos os dados aqui expostos, pode-se verificar que o Simples 
Nacional de “simples” não tem nada. É claro, não podemos negar queos benefícios tributários são fatores determinantes e realmente ajudam 
as micro e pequenas empresas. Atenção às atividades desenvolvidas 
pela empresa e o enquadramento correto nos anexos estabelecidos na 
lei complementar fazem total diferença, influindo de forma direta no 
sucesso do negócio.
Para entendermos da aplicabilidade deste regime tributário, vamos 
ao exemplo:
Exemplificando
Suponha que determinada empresa atuante no setor de comércio de 
calçados tenha auferido receitas nos últimos 12 meses no valor de R$ 
1.900.000,00. No mês atual, ela obteve o faturamento de R$ 150.000,00, 
neste caso, o valor a ser pago referente ao simples nacional será:
Resolução:
1º Passo: identificar o enquadramento da empresa, a qual desenvolve 
atividade comercial. Logo, deverá utilizar como parâmetro as alíquotas 
do anexo I.
2º Passo: identificar em qual faixa de contribuição da tabela do anexo I 
a empresa está inserida de acordo com a receita bruta acumulada nos 
últimos 12 meses.
3º Passo: realizar o cálculo de acordo com a fórmula ((RBT12 * Aliq) – 
PD) / RBT12, para encontrar a alíquota efetiva. Lembrando que devem 
ser utilizados os valores da receita bruta dos últimos doze meses, a 
alíquota e parcela a deduzir são encontradas na tabela do Anexo I, de 
acordo com a faixa de contribuição correta para a empresa.
4º Passo: calcular o valor do tributo de acordo com a alíquota efetiva 
relacionada ao faturamento acumulado da empresa.
Dados:
RBT12 = R$ 1.900.000,00
Dados do Quadro 4.3: Tabela do Anexo I do Simples Nacional
Alíquota nominal = 14,3%
Parcela a deduzir = R$ 87.300,00
Fórmula para encontrar a alíquota efetiva:
RBT12 * Aliq – PD / RBT12
13
Logo:
(1.900.000,00 * 14,3% - 87.300,00) / 1.900.000,00
(271.700,00 – 87.300,00) / 1.900.000,00
184.400,00 / 1.900.000,00
0,0971 ou 9,71% >>> essa será a alíquota efetiva que será utilizada para 
calcular o valor a recolher no mês pelo Simples Nacional.
Faturamento do mês R$ 150.000,00
Alíquota efetiva 9,71%
Portanto: R$ 150.000,00 x 9,71% = R$ 14.565,00 a recolher pelo Simples 
Nacional.
É recomendado o acesso ao site do Planalto da Presidência da República 
(www.planalto.gov.br) para ler o conteúdo da Lei Complementar n° 123, já 
atualizada com as disposições da Lei Complementar n° 155, para conferir em 
qual anexo se enquadra a empresa.
Sem medo de errar
Um grupo empresarial contratou uma empresa de consultoria tributária 
para determinar todas as probabilidades de opção pelo regime de tributação 
menos oneroso para a nova empresa.
Trata-se de uma sociedade limitada, com a atividade de rede de lojas 
para venda de roupas no varejo e os sócios querem saber primeiro o quanto 
terão de encargos tributários sobre as atividades da empresa, caso ela venha 
a exercer sua opção pelo simples nacional.
Vamos relembrar algumas informações sobre as projeções fornecidas 
pelo grupo empresarial para que os cálculos possam ser iniciados.
Os dados apresentados levam em consideração a previsão de faturamento 
total em 12 meses no valor de R$ 3.000.000,00, sendo que o volume mensal 
de vendas é de R$ 250.000,00, suas vendas serão realizadas diretamente ao 
consumidor em suas lojas com alíquota de ICMS de 18%. O valor total das 
compras de mercadorias para revenda será de R$ 210.000,00 por mês, todas 
as mercadorias adquiridas são tributadas pelo ICMS com alíquota de 18%, 
o valor das despesas mensais será de R$ 15.000,00 e dentro das despesas 
mensais estão previstos gastos com brindes no valor de R$ 1.000,00.
Considerando os dados relatados, a consultoria deve iniciar seus serviços 
de acordo com as seguintes etapas:
14
1ª etapa – Verificar se a atividade desenvolvida pela empresa, forma de 
constituição (natureza jurídica) e o valor do faturamento acumulado são 
compatíveis, ou seja, permitidas para o ingresso do simples nacional.
Resolução:
• A futura empresa será constituída sob a natureza jurídica de socie-
dade empresária limitada e sua atividade será comercial, pois se 
trata de uma rede de lojas de roupas no varejo. Analisando a Lei 
Complementar nº 123/2006, temos logo no artigo 3º a definição de 
quais são os tipos de empresa (naturezas jurídicas) e, neste caso, a 
sociedade empresária limitada está entre elas.
• Outro fator importante refere-se ao faturamento acumulado da 
empresa, sabemos que se trata de uma projeção, mas já temos infor-
mações suficientes para saber que o faturamento previsto está abaixo 
do limite máximo estabelecido no inciso II, onde está descrito que o 
faturamento acumulado de uma empresa deverá ser igual ou inferior 
a R$ 4.800.000,00.
• Passando para a atividade comercial desenvolvida pela futura empresa, 
ela poderá recolher seus tributos de forma unificada utilizando a 
tabela de incidência prevista no Anexo I da Lei Complementar.
2ª etapa – Com o anexo I já determinado de acordo com a atividade da 
empresa, vamos determinar qual será a faixa de contribuição correta para 
definir a alíquota efetiva para o cálculo do simples nacional.
• A projeção traz o valor acumulado em 12 meses de R$ 3.000.000,00. 
Analisando a tabela prevista no anexo I do Simples Nacional, a 
empresa está enquadrada na 5ª faixa de contribuição, com alíquota 
nominal de 14,30% e parcela a deduzir de R$ 87.300,00.
3ª etapa – Determinar a alíquota efetiva e o valor a recolher pelo 
simples nacional.
• Nesta etapa vamos utilizar a fórmula para determinação da alíquota 
efetiva representada pela fórmula ((RBT12 * Aliq) – PD) / RBT12.
• RBT12 = R$ 3.000.000,00.
• Alíquota nominal 14,30% conforme tabela do Anexo I.
• Parcela a deduzir correspondente a faixa de contribuição R$ 
87.300,00.
15
• Substituindo os itens da fórmula pelos valores previstos no 
anexo teremos:
– ((3.000.000,00 x 14,30%) – 87.300,00) / 3.000.000,00 = 
– (429.000,00 – 87.300,00) / 3.000.000,00 = 
– 341.700,00 / 3.000.000,00 = 
– 0,1139 ou 11,39%
Como o faturamento mensal previsto para a futura empresa será R$ 
250.000,00, neste caso teremos o valor a recolher R$ 28.475,00 (R$ 250.000,00 
x 11,39%).
Faça valer a pena
1. A Lei complementar nº 123/2006, que entre alguns benefícios tributários 
instituiu o tratamento diferenciado dispensado às microempresas e empresas 
de pequeno porte denominado Simples Nacional, na verdade traz os recolhi-
mentos dos impostos de forma unificada através do Documento Único de 
Arrecadação (DAS).
Considerando os artigos previstos na Lei Complementar, marque a alterna-
tiva que corresponda a impostos que foram incluídos no regime do Simples 
Nacional.
a. IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IOF.
b. IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI.
c. PIS, COFINS, ICMS, IPI, ITR.
d. PIS, COFINS, ICMS, IPI, FGTS.
e. IRPJ, CSLL, ICMS, IPI, FGTS. 
2. Analisando os anexos previstos na Lei Complementar nº 123/2006, basica-
mente, temos um tipo de tabela com suas respectivas faixas de contribuição, 
alíquota nominal e parcela a deduzir. Considerando uma empresa com ativi-
dade de prestação de serviços de construção civil, com faturamento acumulado 
nos últimos 12 meses de R$ 900.000,00, é preciso primeiro determinar qual 
será o anexo correto predeterminado na legislação do simples nacional.
Analisando a atividade realizada pela empresa, ela estaria enquadrada em qual 
anexo e em qual faixa de contribuição da tabela do Simples Nacional?
16
a. Anexo I e na 4ª faixa de contribuição da respectiva tabela.
b. Anexo IV e na 5ª faixa de contribuição da respectiva tabela.
c. Anexo III e na 4ª faixa de contribuição da respectiva tabela.
d. Anexo IV e na 4ª faixa de contribuição da respectiva tabela.
e. Anexo V e na 4ª faixa de contribuição da respectiva tabela. 
3. Sabemos que a apuração do simples nacional de “simples” não tem nada. 
Considere uma empresa que realize atividades industriais com faturamento 
acumulado nos últimos 12 meses de R$ 3.000.000,00. De acordo com o anexo 
correto e faixa de contribuição previstos na legislação do Simples Nacional é 
possível identificar a alíquota nominal que será utilizada pela empresa.
Considerando os dados apresentadosanteriormente – a atividade realizada 
pela empresa e seu faturamento acumulado –, marque a alternativa que 
corresponda à alíquota nominal prevista na tabela do Simples Nacional.
a. 14,30%.
b. 21%.
c. 14,70%.
d. 22%.
e. 23%. 
17
Seção 2
Lucro Presumido
Diálogo aberto
Olá! Nesta seção trabalharemos com o regime tributário Lucro Presumido; 
passaremos por seus conceitos, legislação básica, base de cálculo, alíquotas e 
formas de apuração e recolhimento do imposto nessa sistemática.
Esse regime tributário pode ser um tanto desafiador, pois, antes de 
aplicarmos as alíquotas de 15% para o IRPJ e 9% para a CSLL, é obrigatório 
definirmos a base de cálculo para esses dois impostos. 
A origem do nome desse regime tributário vem da “presunção” da base 
de cálculo na qual ela será determinada mediante a aplicação dos percentuais 
de presunção estipulados na Lei nº 9.249/1995. Nessa legislação, temos as 
definições dos tipos de atividades desenvolvidas pelas empresas e os respec-
tivos percentuais de presunção para encontrarmos a base de cálculo do IR e 
CSLL. Somente depois dessa etapa é possível calcular o valor final a recolher 
desses dois impostos a cada trimestre.
Suponha que um grupo de empresários tenha a intenção de abrir uma 
rede de lojas para revenda de roupas. Para isso, esse grupo precisará de conhe-
cimentos sobre os melhores regimes de tributação. Dessa forma, contrata 
uma empresa de consultoria tributária para entender melhor os sistemas de 
cálculo dos impostos nos regimes de tributação disponíveis. Já vimos a tribu-
tação pelo Simples Nacional, agora vamos trabalhar com o Lucro Presumido.
Nesse cenário, a empresa de consultoria tributária utilizará as informa-
ções disponibilizadas pelo grupo empresarial e demonstrará, através dos 
cálculos, os diferenciais para o cálculo dos impostos no lucro presumido, 
os quais consistem primeiramente na determinação da atividade desenvol-
vida pela empresa, que interfere de forma direta na formação da base de 
cálculo do imposto de renda e da contribuição social. Aqui deve ser levado 
em consideração o cálculo do adicional do imposto de renda, o qual ocorre 
sempre que uma empresa obtém lucro superior ao limite estabelecido na 
legislação pertinente.
Nos relatórios de suas orientações, a consultoria deve destacar:
• A possibilidade de opção pelo lucro presumido, citando a forma 
de constituição, a atividade desenvolvida pela empresa e se elas são 
compatíveis com este regime de tributação.
18
• Determinar os percentuais de presunção de acordo com a atividade 
da empresa, citando a legislação pertinente.
• Determinar os impostos federais, estaduais e municipais de acordo 
com suas atividades, incidentes sobre as vendas no período.
• Elaborar um quadro demonstrativo com os valores mensais dos 
impostos devidos.
Além disso, as seguintes reflexões podem ajudar no desenvolvimento dos 
trabalhos: como você considera que a empresa de consultoria deve realizar 
suas atividades? Em quais informações e legislações ela deve se apoiar para 
atender aos preceitos desse cálculo? Vamos lá!
Não pode faltar
Prezado aluno, para iniciarmos nossos estudos, primeiro é fundamental 
reforçar que o regime básico de tributação para todos os efeitos é o Lucro 
Real. Essa informação pode causar estranheza no primeiro momento, mas 
devemos considerar que tanto o Lucro Presumido quanto o Simples Nacional 
são regimes de tributação optativos, e que as empresas podem exercer sua 
opção por essas formas de tributação sob algumas condições determinadas 
na legislação tributária.
Pois bem, conceitualmente, podemos entender que esse regime tributário 
se refere a uma forma de simplificar a determinação da base de cálculo dos 
tributos a serem pagos, por exemplo, o IRPJ e a CSLL.
Para Souza e Pavão (2012), o Lucro Presumido se apresenta como uma 
forma optativa de tributação simplificada reservada a pessoas jurídicas que 
estejam enquadradas dentro das regras para optar por apurar os tributos 
federais (IRPJ, CSLL, PIS e COFINS). Cabe observar aqui que empresas que 
estão obrigadas a declarar pelo Lucro Real estão automaticamente excluídas 
de exercerem esta opção de apuração.
Lucro Presumido
Considerando que esse regime de tributação é optativo, de acordo com o 
art. 13 da Lei nº 12.814/2013 e o art. 587 do RIR/2018, a legislação oferece, 
a cada exercício, uma alternativa para cálculo e recolhimento do Imposto de 
Renda e da Contribuição Social. Empresas que possuírem receita bruta anual 
no ano calendário anterior inferior a R$ 78.000.000,00 ou R$ 6.500.000,00 
por mês podem optar por tal regime de tributação.
19
Reflita
O Lucro Presumido pode ser uma alternativa de tributação viável em 
comparação aos outros regimes de tributação?
Ao realizar o planejamento tributário de uma empresa, se estivermos 
comparando o Lucro Presumido com o Simples Nacional, devemos consi-
derar como fator determinante os custos com a folha de pagamento da 
empresa, pois, no Lucro Presumido quanto maior for sua necessidade 
de mão de obra (funcionários registrados) maior será o valor da contri-
buição patronal previdenciária. Por outro lado, no Simples Nacional, 
para a maioria das atividades desenvolvidas, essa mesma contribuição 
incide de forma direta sobre as vendas da empresa.
Legislação básica
A legislação tributária a respeito do Imposto de Renda e da Contribuição 
Social sobre o Lucro está disposta no Decreto nº 9.580, de 22 de novembro 
de 2018, que regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a 
administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. 
Nessa legislação, a partir do Título IX – Do Lucro Presumido, Capítulo I – 
Disposições Gerais, mais precisamente do art. 587 em diante, temos as dispo-
sições específicas do Lucro Presumido. 
Dentre os assuntos tratados nesta legislação temos:
• Pessoas jurídicas que podem optar pelo Lucro Presumido.
• Limites de receita bruta anual ou mensal (proporcional).
• Determinação da base de cálculo.
• Percentuais de presunção.
O Lucro Presumido possui essa denominação devido a sua forma de 
cálculo, pois devemos considerar as atividades desenvolvidas pela empresa 
para utilizar o percentual de “presunção” correto sobre o total das suas 
receitas. Ao utilizar esses percentuais, a empresa irá encontrar a base de 
cálculo sobre a qual será aplicada a alíquota final do IR.
No Lucro Presumido, de acordo com Rezende, Pereira e Alencar (2010), o 
ICMS corresponde a um imposto não cumulativo, de competência estadual, 
o qual funciona no sistema de débitos e créditos em que os impostos são 
apurados e recolhidos separadamente. Ainda segundo Rezende Pereira e 
Alencar (2010), ao adquirir bens ou serviços tributados pelo ICMS, o contri-
buinte adquire um crédito (um direito de compensação) junto às entidades 
governamentais, relativo ao imposto pago em sua aquisição. Ao realizar 
20
uma operação de venda sujeita à incidência de ICMS, passa a ter um débito 
(obrigação de pagamento) junto às entidades governamentais. O ICMS é um 
tributo de competência estadual, o qual implica que cada Estado possui sua 
legislação quanto ao tributo.
Empresas que podem optar pelo Lucro Presumido
Com exceção das empresas que estão obrigadas ao Lucro Real, de acordo 
com o § 3º do art. 587 do RIR/2018, qualquer empresa poderá optar pela 
tributação pelo Lucro Presumido, mas devemos considerar alguns requisitos 
dispostos na legislação. Dessa forma, o Quadro 4.8 apresenta alguns dos 
requisitos para enquadramento no Lucro Presumido:
Quadro 4.8 | Características para enquadramento no Lucro Presumido
RIR/2018 – Art. 587
A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior 
tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito mi-
lhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil 
reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calen-
dário anterior, quando inferior a doze meses.
RIR/2018 – Art. 591
A base de cálculo deverá respeitar as disposiçõesda Lei nº 
9.430/1996, artigos 1° e 25, inciso I; e Lei nº 9.249/1995, artigo 15, 
§1°. Como regra geral, o percentual de presunção base é 8%, mas 
para algumas atividades, de acordo com a legislação citada acima, os 
percentuais de presunção podem ser diferenciados.
RIR/2018 – Art. 599
Para fins de pagamento, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto 
devido sobre a renda no período de apuração, o imposto pago ou 
retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo, 
vedada qualquer dedução a título de incentivo fiscal.
Fonte: elaborado com base em Brasil (2018).
A opção pelo Lucro Presumido, quando exercida pela empresa, será 
definitiva para todo o ano-calendário. Sua manifestação, ou seja, o momento 
de opção ocorre com o pagamento da primeira ou única cota do imposto 
devido, relativa ao primeiro trimestre do ano-calendário ou ao trimestre 
correspondente ao início de sua atividade.
Assimile
Vimos todas as características de empresas que podem optar pelo Lucro 
Presumido, mas existem algumas empresas que, devido à sua forma de 
constituição, atividade desenvolvida ou outras causas previstas na legis-
lação, estão obrigadas ao Lucro Real portanto, não podem optar pelo 
Lucro Presumido.
Leia o texto do RIR/2018 e analise o art. 257 desse regulamento para 
constatar todas as situações que obrigam uma empresa ao Lucro Real. 
21
BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a 
tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto 
sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Brasília: Secretaria-
-Geral/Subvhefia para Assuntos Jurídicos, [2018].
Definição de receita bruta e determinação da base de cálculo
Antes de falarmos sobre a base de cálculo, cabe aqui trazermos a definição 
de receita bruta, que, conforme o art. 208 do RIR/2018, compreende:
I. O produto da venda de bens nas operações de conta própria 
(produtos ou mercadorias).
II. O preço da prestação de serviços em geral.
III. O resultado auferido nas operações de conta alheia.
IV. As receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não 
compreendidos nos incisos de I a III. 
De acordo com Padoveze et al. (2017), fundamentalmente o Lucro 
Presumido tem duas bases de cálculo a saber:
• A base de cálculo obtida com a aplicação do percentual de presunção 
sobre a receita bruta, deduzida das devoluções e das vendas cance-
ladas e dos descontos incondicionais concedidos, de acordo com as 
atividades operacionais da empresa. (Art. 591, RIR/2018).
• A base de cálculo formada por outras receitas que não sejam origi-
nadas das atividades operacionais da empresa, ou seja, não fazem 
parte da receita bruta. Nesse caso, não há aplicação do percentual de 
presunção, ficando as outras receitas sujeitas à incidência direta das 
alíquotas do IR e da CSLL.
Percentuais de Presunção
De acordo com o art. 591 do RIR/2018, a base de cálculo do Imposto de 
Renda será determinada pela aplicação do percentual de 8% sobre a receita 
bruta auferida no período de apuração (trimestre), deduzida das devoluções, 
vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos. O referido 
percentual de presunção é utilizado pela maioria das empresas com ativi-
dades comerciais e industriais. 
Mas existem algumas exceções no RIR/2018 sobre percentuais de 
presunção diferenciados para algumas atividades. Esses percentuais diferen-
ciados foram introduzidos no regulamento através do art. 15 da Lei nº 
9.249/1995 e do art. 1º da Lei nº 9.430/1996, responsáveis por determinar 
22
percentuais de presunção diferenciados para algumas atividades. Para 
conferir quais são as atividades e os respectivos percentuais, verifique o 
Quadro 4.9 a seguir:
Quadro 4.9 | Percentuais de presunção para formação da base de cálculo do tributo do IRPJ e CSLL
ESPÉCIES DE ATIVIDADES
Percentuais sobre a receita
IRPJ CSLL
• Revenda para consumo de combustíveis (petróleo, álcool 
etílico carburante e gás natural). 1,6% 12%
• Venda de mercadorias ou produtos; transporte de cargas; 
atividades imobiliárias (compra, venda, loteamento, incor-
poração e construção de imóveis); serviços hospitalares; 
atividade rural; industrialização com materiais fornecidos 
pelo encomendante; outras atividades não especificadas 
(exceto prestação de serviços).
8% 12%
• Serviços de transporte (exceto o de cargas); serviços 
(exceto hospitalares e de sociedade civil de profissão 
regulamentada, cuja receita bruta anual não seja superior 
a R$ 120.000,00); instituições financeiras e entidades a elas 
equiparadas.
16% 32%
• Serviços em geral, para os quais não esteja previsto o per-
centual específico, inclusive os prestados por sociedades ci-
vis de profissão regulamentada, intermediação de negócios, 
administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e 
direito de qualquer natureza, construção para administra-
ção ou empreitada unicamente de mão de obra.
32% 32%
Fonte: elaborado com base em Brasil (1996) e Brasil (2018).
Exemplificando
Considere uma empresa que seja um posto de combustível optante 
pelo Lucro Presumido. Em determinado trimestre, ela apurou sua 
receita bruta decorrente da venda de combustíveis e também obteve 
outra receita decorrente de ganhos de capital referentes à venda de um 
bem registrado em seu ativo imobilizado. Abaixo temos as informações 
fornecidas pelo departamento contábil da empresa:
• Receita pela revenda de combustível: R$ 250.000,00.
• Receita sem ganho de capital: R$ 50.000,00.
Para determinarmos a base de cálculo do Imposto de Renda sobre Pessoa 
Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), é 
necessário consultar a legislação prevista na Lei nº 9.249/1995, em cujo 
art. 15, temos os percentuais de presunção de acordo com as atividades 
23
da empresa. Nesse caso, o percentual utilizado sobre a receita pela 
revenda de combustíveis será de 1,6% para o IRPJ e 12% para a CSLL, mas 
não haverá aplicação da presunção sobre a receita de ganhos de capital, 
pois essa terá a aplicação direta da alíquota final do IRPJ e da CSLL. Como 
serão feitos os cálculos para determinar a base de cálculo deles?
Quadro 4.10 | Base de cálculo IRPJ e CSLL – Lucro Presumido
Receitas Percentual presunção Base de Cálculo
R$ 250.000,00 
(revenda)
IRPJ
1,6%
CSLL
12%
IRPJ
R$ 4.000,00
CSLL
R$ 30.000,00
R$ 50.000,00 (ga-
nho de capital) Não há R$ 50.000,00
Base de cálculo 
total - R$ 84.000,00
Fonte: elaborado pelo autor.
Não há aplicação do percentual de presunção sobre os ganhos de 
capital, pois esse tipo de receita é considerado “não operacional”, 
devendo a mesma ser somada à base de cálculo decorrente de suas 
atividades operacionais. 
Alíquota do Imposto de Renda e do Adicional
De acordo com o art. 225 do RIR/2018, o valor a recolher para o IRPJ será 
obtido por meio da aplicação do percentual de 15% sobre a base de cálculo 
encontrada nos termos do art. 15 da Lei nº 9.249/1995 como exemplifi-
cado anteriormente no Quadro 4.9. O mesmo critério será utilizado para a 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), mas, para este imposto, 
a alíquota é de 9%.
O parágrafo único do art. 225 dispõe ainda sobre o adicional do Imposto 
de Renda e deve ser calculado utilizando o percentual adicional de 10% sobre 
o valor da base de cálculo excedente a R$ 20.000,00 por mês ou R$ 60.000,00 
no trimestre, pois o período de apuração de uma empresa optante pelo Lucro 
Presumido é trimestral. Não há nenhum tipo de cálculo de adicional para 
a CSLL e, independentemente do valor da sua base de cálculo, utilizamos 
sempre a alíquota de 9%.
Agora, para melhor entendimento, vamos utilizar os conceitos apresen-
tados e aplicar os procedimentos para determinação do cálculo do IRPJ e da 
CSLL no regime tributário pelo lucro presumido.
24
Exemplificando
Uma empresa que presta serviços de consultoria empresarial 
apresentou, no último trimestre, a receita bruta de R$ 500.000,00. 
Os custos totalizaram o valor de R$ 130.000,00 e as despesas, de R$ 
80.000,00. Considerando quea empresa está enquadrada no regime 
tributário Lucro Presumido, vamos determinar os valores do IRPJ e CSLL 
a serem pagos à União.
Resolução:
1º Passo: determinar a base de cálculo para o Imposto de Renda sobre 
Pessoa Jurídica (IRPJ).
Quadro 4.11 | Base de cálculo IRPJ – Lucro Presumido
1. Receita bruta R$ 500.000,00
2. Percentual de presunção sobre as receitas foi encontra-
do considerando a atividade desenvolvida pela empresa, 
conforme Quadro 4.9, referente à Lei nº 9.249/1995.
32%
3. Base de cálculo (500.000,00 x 32%) R$ 160.000,00
Fonte: elaborado pelo autor.
2º Passo: determinar a base de cálculo para a CSLL.
Quadro 4.12 | Base de cálculo CSLL – Lucro Presumido
1. Receita bruta R$ 500.000,00
2. Percentual de presunção sobre a receita foi encontrado 
considerando a atividade desenvolvida pela empresa, con-
forme o Quadro 4.9, referente à Lei nº 9.249/1995.
32%
3. Base de cálculo (500.000,00 x 32%) R$ 160.000,00
Fonte: elaborado pelo autor.
Obs.: Veja que, de acordo com a tabela de espécie de atividades, cada 
um dos segmentos tem o percentual de presunção correspondente. 
Neste caso, como a empresa é prestadora de serviços de consultoria, a 
presunção do lucro representará 32% das receitas tanto para o cálculo 
do IRPJ como para CSLL.
3º Passo: calcular o IRPJ e a CSLL.
Quadro 4.13 | Cálculo do IRPJ e CSLL
IRPJ (alíquota de 15% + 10% sobre o excedente – art. 225, 
RIR/2018)
25
R$ 160.000,00 x 15% (alíquota do IRPJ)
R$ 100.000,00 x 10% (adicional sobre o valor excedente na 
base de cálculo do trimestre R$ 160.000,00 – R$ 60.000,00*) 
Total a pagar do IRPJ
24.000,00
10.000,00
R$ 34.000,00¹
CSLL (alíquota 9% sobre o lucro) 
R$ 160.000,00 x 9% R$ 14.400,00
*Obs.: o percentual adicional de 10% deve ser calculado sobre o excedente a R$ 
20.000,00 por mês, o que equivale a R$ 60.000,00 por trimestre.
Fonte: elaborado pelo autor.
Nota 1 – De acordo com o RIR/2018, a alíquota do IRPJ para as empresas 
é 15% sobre o lucro apurado no período, mas, para as empresas optantes 
pelo Lucro Presumido, devemos determinar sua base de cálculo 
mediante a aplicação dos percentuais de presunção dispostos na Lei nº 
9.249/95, em seu art. 15º. Após a aplicação do percentual de presunção, 
ficou determinado que a empresa obteve um lucro presumido de R$ 
160.000,00 e, portanto, superior ao limite trimestral disposto no art. 
225 do RIR/2018. Neste caso, devemos ainda aplicar o percentual de 
10% sobre o excedente no trimestre, ou seja, R$ 160.000,000 – R$ 
60.000,00 (limite trimestral) = R$ 100.000,00 x 10% = R$ 10.000,00.
O valor R$ 24.000,00 somado ao valor encontrado, do adicional de R$ 
10.000,00, será o total a recolher no trimestre, ou seja, R$ 34.000,00.
O Lucro Presumido pode se revelar desafiador, pois vários fatores devem 
ser considerados antes que uma empresa realize a opção por esse regime 
tributário. Dados financeiros fornecidos pela empresa são cruciais, pois, em 
alguns casos, o Lucro Presumido pode ser mais vantajoso mesmo se compa-
rado ao Simples Nacional. Cabe a nós, analistas tributários, verificarmos os 
dados apresentados e a legislação tributária que se apresenta para direcio-
narmos os caminhos a serem percorridos pela empresa, visando sempre a 
economia tributária e o aumento de sua competitividade.
Sem medo de errar
Vamos relembrar nossa situação problema?
Um grupo de empresários realizou a contratação de uma empresa de 
consultoria tributária para identificar os impactos dos tributos sobre os 
resultados da empresa. A maior demanda nesse momento consiste em optar 
pela forma tributária menos onerosa, que proporcionará menor incidência 
de pagamento de tributos aos entes tributantes.
26
Os dados apresentados pelo grupo de empresários foi o seguinte:
• A empresa foi constituída sob a forma de sociedade empre-
sária limitada.
• A atividade da empresa é venda de roupas no varejo (rede de lojas).
• Previsão de faturamento total em 12 meses no valor de R$ 3.000.000,00, 
sendo que o volume mensal de vendas é de R$ 250.000,00.
• Suas vendas serão realizadas diretamente ao consumidor em suas 
lojas com alíquota de ICMS de 18%.
• O valor total das compras de mercadorias para revenda será de R$ 
210.000,00 por mês e todas as mercadorias adquiridas serão tribu-
tadas pelo ICMS com alíquota de 18%.
• Os valores das despesas mensais será R$ 15.000,00 e dentro das 
despesas mensais está previsto um gasto mensal com brindes no 
valor de R$ 1.000,00.
A empresa de consultoria tributária, com as informações disponibilizadas 
pelo grupo empresarial, deve demonstrar através dos cálculos os diferenciais 
do cálculo dos impostos no Lucro Presumido, os quais consistem, primeira-
mente, na determinação da atividade desenvolvida pela empresa, que inter-
fere de forma direta na formação da base de cálculo do imposto de renda e da 
contribuição social. Deve ser levado em consideração o cálculo do adicional 
do imposto de renda, que ocorre sempre que uma empresa obtém lucro 
superior ao limite estabelecido na legislação do imposto renda.
Em suas orientações, a empresa de consultoria deve destacar que a base 
de cálculo do imposto de renda será obtida considerando o percentual de 
presunção conforme suas atividades e quais serão os impostos devidos sobre 
suas atividades na esfera federal, estadual e municipal.
Resolução:
1º Passo: possibilidade de opção pelo Lucro Presumido
De acordo com o art. 257 do RIR/2018, temos algumas vedações quanto à 
opção pelo regime Lucro Presumido. Nesse exercício, a empresa será consti-
tuída sob a forma de sociedade limitada e com atividade de comércio de 
roupas. Portanto, de acordo com o artigo da lei e seus respectivos incisos, 
não há nenhum obstáculo para que essa empresa possa optar por esse regime 
de tributação, caso venha a ser o mais vantajoso.
27
2º Passo: determinação dos percentuais de presunção de acordo com a 
atividade da empresa
Conforme consta no art. 15 da Lei nº 9.249/1995, as atividades comerciais 
e industriais com o objetivo de venda de mercadorias ou produtos têm o 
percentual de 8% para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda e 
12% para determinar a base de cálculo da Contribuição Social.
A empresa tem uma projeção de vendas totais de R$ 3.000.000,00, sendo 
que o volume de vendas mensal é R$ 250.000,00. Sabemos que a apuração do 
IRPJ e CSLL é feito trimestralmente para as empresas optantes pelo Lucro 
Presumido, dessa forma, a receita bruta utilizada para os cálculos será R$ 
750.000,00 para o trimestre (R$ 250.000,00 x 3 meses).
• Receita Bruta de vendas no trimestre – R$ 750.000,00
• Percentuais de presunção:
– IR – 8%
– CSLL – 12%
• Base de cálculo do IRPJ:
– R$ 750.000,00 x 8% = R$ 60.000,00
• Base de cálculo da CSLL:
– R$ 750.000,00 x 12% = R$ 90.000,00
Já realizamos a apuração da base de cálculo para os referidos impostos 
aplicando os percentuais de presunção, portanto o cálculo para determinar o 
valor a recolher deve ser realizado da seguinte forma:
• IRPJ – Base de cálculo R$ 60.000,00 x 15% = R$ 9.000,00
• CSLL – Base de cálculo R$ 90.000,00 x 9% = R$ 8.100,00
• Total de impostos sobre o lucro presumido no trimestre -> R$ 
17.100,00
Neste exercício, não há a necessidade de cálculo do adicional do imposto 
de renda, pois, de acordo com o art. 225 do RIR/2018, não houve excesso de 
lucro no trimestre, ficando a empresa dentro do limite estabelecido em R$ 
20.000,00 por mês ou R$ 60.000,00 no trimestre.
Vale lembrar que tanto o IR quanto a CSLL são impostos trimestrais, 
portanto, o valor, se dividido por três meses, seria equivalente a R$ 5.700,00.
28
3º Passo: determinação dos impostos federais, estaduais e municipais 
incidentes sobre as vendas no período
Considerando que a empresa realize a opção pelo Lucro Presumido, é 
necessário calcular todos os impostos que incidem sobre suas atividades. 
Relembrando algumas seções anteriores, comentamos o fato de que uma 
empresa que opte por esse regime de tributação também está sujeita ao 
regime cumulativo para apuraçãodo PIS e COFINS. Outro fator relevante 
se refere ao ICMS, pois, no Lucro Presumido, todos os impostos devem ser 
apurados e recolhidos separadamente.
PIS – Regime cumulativo
Vendas mensais – R$ 250.000,00
Alíquota do PIS cumulativo – 0,65%
R$ 250.000,00 x 0,65% = R$ 1.625,00
COFINS – Regime cumulativo
Vendas mensais – R$ 250.000,00
Alíquota COFINS cumulativo – 3%
R$ 250.000,00 x 3% = R$ 7.500,00
ICMS – No Lucro Presumido, o ICMS deve ser apurado pelo regime não 
cumulativo, ou seja, a empresa deve apurar crédito sobre suas compras e 
débito sobre suas vendas. 
Compras realizadas no mês – R$ 210.000,00
Alíquota ICMS sobre compras – 18%
R$ 210.000,00 x 18% = R$ 37.800,00
Este valor será utilizado como crédito e será compensado (deduzido) do 
valor total a recolher de ICMS sobre as vendas de mercadorias.
Vendas mensais – R$ 250.000,00
Alíquota ICMS sobre vendas – 18%
R$ 250.000,00 x 18% = R$ 45.000,00
Apuração do valor de ICMS a recolher no mês:
R$ 45.000,00 – R$ 37.800,00 = R$ 7.200,00
29
4º Passo: quadro demonstrativo com os valores mensais dos impostos
Quadro 4.14 | Quadro demonstrativo dos impostos
Imposto Valor (R$)
PIS cumulativo R$ 1.625,00
COFINS cumulativo R$ 7.500,00
ICMS a recolher (apurado mensalmente) R$ 7.200,00
IRPJ mensal (R$ 9.000,00 / 3 meses) R$ 3.000,00
CSLL mensal (R$ 8.100,00 / 3 meses) R$ 2.700,00
Total de impostos a recolher no Lucro Presumido R$ 22.025,00
Fonte: elaborado pelo autor.
Se compararmos o valor referente ao lucro presumido (R$ 22.025,00) com 
o valor apurado na seção anterior pelo Simples Nacional (R$ 28.475,00), perce-
beremos que, se a empresa optar pelo Lucro Presumido, terá uma economia 
tributária de R$ 6.450,00. É importante verificar os gastos com folha de 
pagamento, pois se os valores e quantidade de empregados forem elevados, esse 
regime de tributação deixa de ser vantajoso em relação ao Simples Nacional. 
Faça valer a pena
1. O Lucro Presumido se apresenta como uma forma optativa de tribu-
tação simplificada reservada a pessoas jurídicas que estejam enquadradas 
dentro das regras dispostas na legislação tributária. Cabe observar aqui que 
empresas obrigadas a declarar pelo Lucro Real estão automaticamente exclu-
ídas de exercerem essa opção de apuração. 
Analise a seguir algumas situações em relação ao enquadramento pelo Lucro 
Presumido:
I. Ter receita bruta superior a R$ 48.000.000,00 no ano-calendário anterior.
II. Obter lucro ou rendimento oriundo do exterior.
III. Desempenhar atividade de banco comercial.
IV. Estar autorizada, pela legislação tributária, a usufruir de benefício 
fiscal de isenção ou redução do Imposto de Renda.
30
Considerando as situações em razão das quais uma empresa não pode optar 
pelo Lucro Presumido, é correto o que se afirma em:
a. II e III, apenas.
b. I e IV, apenas.
c. I, II e III, apenas.
d. II, III e IV, apenas.
e. I, II, III e IV.
2. Desde que a empresa não esteja obrigada ao Lucro Real, conforme 
previsto no art. 257 do RIR/2018, ela poderá optar pelo regime de tribu-
tação Lucro Presumido, mas é necessário atender alguns requisitos 
previstos na legislação tributária. Para que a opção pelo Lucro Presumido 
seja formalizada, a empresa precisa realizar a manifestação de opção por 
esse regime de tributação.
Assinale a alternativa correta referente à forma de opção pelo Lucro Presumido.
a. Realizando o pedido de opção no portal do e-CAC.
b. Realizando o pagamento do PIS e COFINS pelo regime não cumulativo.
c. Realizando o pagamento da primeira cota ou cota única do imposto 
de renda.
d. Realizando a exclusão da empresa no portal do Simples Nacional.
e. Realizando o pagamento do PIS e COFINS pelo regime cumulativo.
3. Determinada empresa optou pela apuração do Imposto de Renda 
pelo regime Lucro Presumido. Sua atividade principal é a fabricação de 
aparelhos de ar condicionado e prestação de serviços na instalação destes 
aparelhos. Logo no primeiro trimestre foram extraídas as seguintes infor-
mações de sua escrituração contábil. 
Receita bruta pela venda de produtos R$ 500.000,00
Receita bruta pela prestação de serviços R$ 200.000,00
Juros pagos R$ 5.500,00
Despesas operacionais R$ 150.000,00
31
Considerando que as alíquotas para o cálculo do lucro presumido sobre as 
vendas são 8% e sobre as prestações de serviços, 32%, é correto afirmar que a 
base de cálculo para apuração do imposto de renda pelo Lucro Presumido é de:
a. R$ 40.000,00.
b. R$ 64.000,00.
c. R$ 54.000,00.
d. R$ 48.500,00.
e. R$ 104.000,00.
32
Seção 3
Lucro Real
Diálogo aberto
Caro aluno, os conceitos, os fundamentos, a legislação, as formas de 
cálculo e a tributação são a base de todo planejamento tributário bem-suce-
dido. Todas as empresas, seja no momento da constituição ou a cada exercício 
social que se inicia, devem rever seus resultados, realizar projeções e verificar 
o impacto dos tributos sobre suas atividades.
Vale lembrar que, ao analisarmos os possíveis regimes de tributação, 
devemos utilizar todo o conhecimento acumulado até aqui, pois, ao realizar a 
opção pela forma de tributação mais vantajosa, os conceitos sobre incidência 
de impostos, sua base de cálculo, tributação cumulativa e não cumulativa, 
alíquotas e formas de cálculo dos impostos serão utilizadas.
Nesta seção trabalharemos com o regime tributário Lucro Real, passando 
por seus conceitos, legislação básica, formação da base de cálculo com a 
dedução de custos e despesas operacionais, alíquotas e formas de apuração e 
recolhimento do imposto nessa sistemática.
Diante do contexto apresentado, verifique a situação a seguir:
Uma empresa de consultoria foi contratada para identificar os impactos 
dos tributos sobre os resultados da empresa e demonstrar qual dos regimes 
tributários será menos oneroso, proporcionando menor incidência de 
pagamento de tributos aos entes tributantes. Assim, o trabalho que você irá 
desenvolver será o de analisar, comparar e optar pelas melhores condições 
para a empresa.
Com as informações disponibilizadas pelo grupo empresarial, devemos 
demonstrar como será determinada a base de cálculo do Imposto de Renda 
e da Contribuição Social. Considerando os custos e despesas operacionais 
previstos no Regulamento do Imposto de Renda de 2018, serão analisados 
todos os valores que podem ser utilizados como dedução na base de cálculo 
e quais dessas despesas têm sua dedução vedada pelo fisco, impactando 
diretamente na formação da base de cálculo do Imposto de Renda e da 
Contribuição Social. Para isso, deve-se observar as seguintes etapas: 
1. Apurar os impostos sobre a compra e sobre a venda (PIS: 1,65%; 
COFINS: 7,6%; ICMS: 18%). 
2. Registrar dos impostos recuperáveis. 
33
3. Elaborar a Demonstração do Resultado (DRE) sintética para 
apuração lucro contábil. 
4. Apurar o Lucro Real e calcular o IRPJ e a CSLL (IRPJ: 15%; CSLL: 
9%; Adicional de IRPJ: 10%). 
5. Registrar os tributos sobre o lucro. 
6. Demonstrar um quadro com os valores dos impostos a recolher 
no mês.
Deve ser levado em consideração o cálculo do adicional do imposto de 
renda, que ocorre sempre que uma empresa obtém lucro superior ao limite 
estabelecido na legislação do imposto de renda.
Em suas orientações, a empresa de consultoria deve destacar que a base 
de cálculo do imposto de renda será obtida considerando a legislação fiscal 
pertinente, elaborando um demonstrativo dos impostos sobre as vendas, 
custos e despesas que podem ser utilizados como deduções no cálculo para o 
imposto de renda e contribuição social.
Os dados apresentados pelo grupo empresarial levam em consideração 
a previsão de faturamento total em 12 meses no valor de R$ 3.000.000,00, 
sendo que o volume mensal de vendas é de R$ 250.000,00 e que suas vendas 
serão realizadas diretamente ao consumidor em suas lojas com alíquota de 
ICMS de 18%. O valor total das compras de mercadorias para revenda será 
de R$ 210.000,00 por mês e todas as mercadorias adquiridas serão tributadas 
pelo ICMS com alíquota de 18%;os valores das despesas mensais serão de R$ 
15.000,00 e dentro delas estão previstos gastos com brindes no valor de R$ 
1.000,00. Vamos solucionar mais este desafio?
Não pode faltar
Na legislação tributária brasileira, temos basicamente três formas de 
tributação sobre as pessoas jurídicas:
• Simples Nacional – regime de tributação com uma alíquota efetiva 
determinada de acordo com a receita bruta dos últimos 12 meses, 
a qual será aplicada sobre o faturamento do mês de apuração. Esse 
regime é destinado às empresas com faturamento bruto anual de até 
R$ 4.800.000,00.
• Lucro Presumido – regime de tributação destinado às empresas com 
faturamento anual, no ano anterior, de até R$ 78.000.000,00.
• Lucro Real – para as demais empresas.
34
É importante destacar que a adoção de qualquer um dos regimes de 
tributação previstos é opcional. Um exemplo básico que podemos utilizar 
aqui é o caso de uma pequena empresa com receita bruta acumulada em R$ 
2.000.000,00. De acordo com o seu faturamento, tal empresa tem a liberdade 
de exercer a opção por qualquer um dos regimes de tributação, mas deve 
ficar bem claro que os dispositivos legais previstos na Lei Complementar nº 
123/2006 e no Decreto nº 9.580/2018 também devem ser observados, pois, 
de acordo com algumas situações previstas na legislação, a empresa pode 
estar obrigada à apuração de seus impostos pelo Lucro Real.
Portanto, é fundamental lembrarmos que o Lucro Real é o regime básico 
de tributação, cabendo ao Simples Nacional e ao Lucro Presumido a condição 
de regimes optativos.
Contribuintes
São contribuintes do IRPJ e da CSLL, todas as empresas que possuem 
personalidade jurídica, ou seja, empresas individuais, sociedades por ações, 
sociedades limitadas e sociedades em conta de participação, entre outras 
previstas na nossa legislação tributária.
Contribuintes imunes
De acordo com os artigos de 179 a 181 do RIR/2018, são considerados 
imunes à tributação do IR e da CSLL:
• Os templos de qualquer culto.
• Partidos políticos, suas fundações e entidades sindicais 
dos trabalhadores.
• Instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos.
Contribuintes isentos
As características fiscais sobre a isenção estão previstas nos artigos de 184 
a 192. Dentre elas podemos destacar:
• Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e 
as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem 
sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a 
que se destinam, sem fins lucrativos.
• Entidades fechadas de previdência complementar e as entidades 
abertas de previdência complementar sem fins lucrativos.
• Companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea se, no país 
de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo 
gozarem da mesma prerrogativa.
35
• Associações de poupança e empréstimo, constituídas sob a forma de 
sociedade civil, sem fins lucrativos.
Não incidência
De acordo com o art. 193 do RIR/2018, não haverá a incidência de tribu-
tação do IR e da CSLL sobre as sociedades cooperativas sem objetivo de 
lucro. Importante destacar que a cooperativa deve pagar imposto se houver 
apuração de resultado positivo sobre as atividades estranhas à sua finalidade 
de constituição. Nessa situação, podemos tomar como exemplo a comerciali-
zação de produtos adquiridos de não associados.
Legislação base do Lucro Real
De acordo com a nossa legislação tributária, o Lucro Real corresponde ao 
lucro tributável, ou seja, o lucro líquido demonstrado na Demonstração de 
Resultado do Exercício (DRE), ajustado pelas adições, exclusões e compen-
sações previstas na legislação vigente, conforme o RIR/2018.
Há dois tributos com incidência sobre o lucro tributável de uma empresa:
• Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ).
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Esses dois tributos são de competência da União e toda a legislação sobre 
eles está prevista no Regulamento do Imposto de Renda, conforme o Decreto 
nº 9.580, de 22 de novembro de 2018.
O RIR/2018 dispõe sobre a tributação das pessoas físicas e jurídicas, mas, 
especificamente sobre as formas de tributação das empresas, é só a partir do Livro 
II, art. 158, que temos todas as disposições legais previstas para as pessoas jurídicas.
Esse decreto foi criado para unificar as recentes atualizações que 
ocorreram na legislação do imposto de renda, considerando as principais 
alterações ocorridas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, a qual 
dispõe sobre as sociedades por ações.
A Lei nº 6.404/76, conhecida como Lei das S/A, passou por alterações 
devido às adaptações na estrutura contábil brasileira, as quais foram introdu-
zidas pelas Leis nº 11.638/2007 e nº 11.941/2009. Juntas, essas duas legislações 
foram responsáveis pela maior reestruturação contábil do nosso país, pois, a 
partir de sua edição, a contabilidade de nossas empresas passou a atender 
às normas contábeis internacionais do International Financial Reporting 
Standards (IFRS), entrando em vigor em 1º de janeiro de 2010.
Com a edição da Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, ocorreram alterações na 
legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas 
36
(IRPJ), à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), à Contribuição para o 
PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). 
Essas alterações foram incorporadas ao antigo Regulamento do Imposto de Renda 
(RIR/1999), fazendo-se necessária sua reestruturação, a qual resultou no novo 
regulamento, particularmente denominado RIR/2018.
Assimile
Apesar das recentes e várias alterações introduzidas pelas Leis nº 11.638/2007 
e 11.941/2009, a legislação das S/A continua sendo regida pela Lei nº 
6.404/1976. No capítulo XV dessa lei, temos as principais disposições legais 
sobre as demonstrações financeiras obrigatórias para todas as empresas.
Dessa forma, é fundamental definirmos que a apuração dos tributos sobre 
o lucro passa, primeiramente, pela apuração do resultado contábil (lucro ou 
prejuízo), de acordo com as regulações contidas na Lei nº 6.404/1976 e com 
as normas contábeis vigentes no país. Logo após a definição do lucro contábil, 
este deve passar por uma série de ajustes, mediante adições, exclusões ou 
compensações previstas no RIR/2018, para encontrarmos o lucro tributável 
(Lucro Real), o qual servirá de base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
Base de cálculo
No Lucro Real, o fato gerador para o Imposto de Renda é o lucro contábil 
obtido em seus respectivos períodos de apuração. Deve-se destacar que, para 
determinarmos o lucro tributável, devemos ajustar o resultado do exercício 
mediante a aplicação das adições e exclusões.
O mesmo ocorre com a CSLL, na qual também se configura, como fato 
gerador, o lucro obtido e ajustado no exercício.
No Quadro 4.15 temos a demonstração dos procedimentos adotados na 
apuração do Lucro Real:
Quadro 4.15 | Procedimentos para apuração do Lucro Real
Lucro Contábil antes do IR e da CSLL (apurado no trimestre ou no final do exercício)
(+) Adições determinadas na legislação tributária
(-) Exclusões permitidas na legislação tributária
= Lucro Real (lucro tributável)
Fonte: elaborado pelo autor.
Em termos gerais, as adições são representadas pelas despesas não 
dedutíveis para fins de tributação naquele exercício. Embora, em obediência 
37
às normas contábeis, essas despesas devam ser reconhecidas e contabilizadas 
normalmente, para fins tributários, o RIR/2018 não aceita sua validade como 
dedução fiscal, cabendo à empresa efetuar os ajustes por adição ao lucro no 
Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR).
Já as exclusões são representadas, em termos gerais, pelos incentivos fiscais 
agregados como custos ou despesas dedutíveis no exercício (depreciação acele-
rada, incentivos sobre gastos com pesquisa e desenvolvimento). Algumas receitas 
podem ser consideradas como não tributáveis pelo fisco (dividendos, equiva-
lência patrimonial),portanto devem ser excluídas do lucro tributável.
Período de apuração
Conforme o art. 217 do RIR/2018, a apuração dos tributos sobre o lucro, 
ocorre em períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 
de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. Essa é 
a forma básica para apuração do IRPJ e da CSLL sobre o lucro, mas a pessoa 
jurídica poderá optar pelo pagamento mensal do imposto de renda e do 
respectivo adicional, se houver, em base estimada.
A referida opção, de acordo com o art. 219, ocorrerá mediante o 
pagamento mensal, em base estimada (estimativa mensal), do imposto de 
renda correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade. Essa siste-
mática de recolhimento pela estimativa mensal deve ser realizada de forma 
idêntica ao Lucro Presumido, mediante a aplicação do percentual de 8% 
sobre a receita bruta, ou de acordo com os percentuais previstos na Lei nº 
9.249/1995 conforme a atividade desenvolvida pela empresa. Acompanhe no 
Quadro 4.16, as duas formas de apuração do IRPJ e da CSLL pelo Lucro Real:
Quadro 4.16 | Períodos de apuração do IR e da CSLL pelo Lucro Real
Trimestral Anual (estimativa mensal)
31/03
31/01
Apuração mensal:
suspensão ou
redução
Para que ocorra a suspensão ou a redução no 
recolhimento do imposto mensal, são necessários 
balanços ou balancetes mensais evidenciando 
a base de cálculo pelo Lucro Real menor que a 
estimativa mensal.
28/02
31/03
30/06
30/04
31/05
30/06
30/09
31/07
31/08
30/09
31/12
31/10
30/11
31/12
Fonte: elaborado com base em Brasil (2018).
38
Para efeitos de comparação, uma empresa, ao decidir qual será a melhor 
forma de recolhimento, se trimestral ou anual, deve considerar as seguintes 
possibilidades: a sazonalidade é muito comum para a maioria das empresas, 
de modo que, em determinados meses ou trimestres, pode ocorrer a 
apuração de prejuízos, mesmo que no final do ano a empresa termine com 
lucro tributável. Nessa situação, a empresa pode optar pelo recolhimento 
de estimativa mensal e, nos meses de apuração em que houver prejuízo, 
poderá ser feito o levantamento do balanço patrimonial para evidenciar o 
resultado negativo, suspendendo o recolhimento do imposto naquele mês 
e assim sucessivamente, até a empresa voltar a apurar resultados positivos. 
Por outro lado, empresas que apuram lucro tributável de forma regular, nas 
quais não há perspectiva de prejuízo, o regime trimestral de apuração pode 
ser mais vantajoso, pois os recolhimentos trimestrais melhoram o fluxo de 
caixa da empresa.
Ajustes
• Adições de acordo com o art. 260 do RIR/2018:
– Custos, despesas, perdas, provisões e quaisquer outros valores 
deduzidos na apuração do lucro líquido que não sejam dedutíveis 
na apuração do lucro real.
– Os resultados, os rendimentos, as receitas e quaisquer outros 
valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo 
com o disposto nesse Regulamento, devam ser computados na 
determinação do lucro real.
– Outras adições também devem ser incluídas, conforme o parágrafo 
único, incisos de I a XIII do art. 260, tais como as despesas com 
brindes, as doações (exceto aquelas a que se referem o art. 377 e o 
caput do art. 385), as perdas incorridas em operações iniciadas e 
encerradas no mesmo dia, entre outros.
• Exclusões e compensações de acordo com o art. 261 do RIR/2018:
– Os valores cuja dedução seja autorizada por esse Regulamento e 
que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do 
período de apuração.
– Os resultados, os rendimentos, as receitas e outros valores inclu-
ídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o disposto 
nesse Regulamento, não sejam computados no lucro real.
– O prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, 
limitado à compensação de 30% do lucro líquido ajustado pelas 
39
adições e exclusões previstas nesse Regulamento, desde que a 
pessoa jurídica mantenha os livros e os documentos exigidos pela 
legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para 
compensação, observado o disposto do art. 514 ao art. 521 (Lei nº 
9.065, de 20 de junho de 1995, art. 15, caput e parágrafo único).
– Outras exclusões e compensações também devem ser incluídas 
de acordo com o parágrafo único, incisos de I a XI do art. 261, 
por exemplo, os dividendos anuais mínimos distribuídos, os 
juros reais produzidos por Notas do Tesouro Nacional, as rever-
sões dos saldos das provisões não dedutíveis, a parcela equiva-
lente à redução do valor das multas, dos juros e do encargo legal, 
entre outros.
Um ponto importante a ser observado se refere às questões de registros 
que deverão ser procedidas pelas organizações enquadradas neste regime 
tributário. Vale destacar que os artigos de 265 a 283 ressaltam que se deve 
manter a escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais, facultando 
a pessoas jurídicas que possuem filiais a manutenção da contabilidade 
não centralizada, além da observância nos registros com operações inter-
nacionais. Outro ponto que merece destaque diz respeito à elaboração e 
manutenção dos livros comerciais, fiscais e do sistema escritural eletrônico. 
Reflita
No lucro real, para classificarmos as despesas como dedutíveis ou 
indedutíveis, devemos interpretar o fato ocorrido, aplicando e respei-
tando o disposto no Regulamento do Imposto de Renda.
Para que uma despesa seja considerada como dedutível, é imprescin-
dível sua ligação com a atividade desenvolvida, ou seja, serão dedutíveis 
as despesas com bens e serviços diretamente ligados à sua atividade.
Alíquotas
IRPJ
De acordo com o art. 29 da Instrução Normativa RFB n° 1.700/2017, para 
apuração do Imposto de Renda devido, será aplicada a alíquota de 15% sobre 
a base de cálculo (lucro tributável). No parágrafo primeiro desse mesmo 
artigo, temos as disposições legais sobre o cálculo do adicional do imposto 
de renda. Dessa forma, quando o valor resultante da base de cálculo exceder 
a multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do respectivo período 
de apuração, ficará sujeito à incidência de adicional do Imposto de Renda à 
alíquota de 10%. 
40
CSLL
Conforme o art. 30 dessa mesma Instrução Normativa, para apuração 
da CSLL devida, aplica-se a alíquota de 9% sobre a base de cálculo (lucro 
tributável).
Exemplificando
Cálculo do IR e da CSLL pelo Lucro Real
Considere uma empresa optante pelo Lucro Real Anual, que apurou 
lucro contábil anual de R$ 800.000,00. Será necessário realizar alguns 
ajustes por adições e exclusões para determinar o Lucro Real, o qual 
será a base de cálculo do Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) 
e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Acompanhe na 
demonstração, no Quadro 4.17, como devem ser realizadas as adições e 
exclusões no cálculo do IRPJ e CSLL:
Quadro 4.17 | Exemplo Cálculo IRPJ e CSLL
Base de cálculo – R$ IRPJ CSLL
Lucro líquido do exercício (lucro contábil) R$ 800.000,00 R$ 800.000,00
(+) Adições
Doações não dedutíveis (brindes) R$ 40.000,00 R$ 40.000,00
Provisão para perdas em processos traba-
lhistas R$ 42.000,00
R$ 42.000,00
Soma das adições R$ 82.000,00 R$ 82.000,00
( - ) Exclusões
Depreciação fiscal complementar à contábil R$ 45.000,00 R$ 45.000,00
Lucro de equivalência patrimonial em 
controlada R$ 62.000,00
R$ 62.000,00
Soma das exclusões R$ 107.000,00 R$ 107.000,00
= Lucro Real R$ 775.000,00 R$ 775.000,00
Alíquotas por tributo 15% 9%
Valor dos tributos (IRPJ/CSLL normal) R$ 116.250,00 R$ 69.750,00
Alíquota adicional do IRPJ 10% -
Valor do IRPJ (excedente R$ 775.000,00 – 
R$ 240.000,00 = R$ 535.000,00) R$ 53.500,00
-
Total a recolher no ano R$ 169.750,00 R$ 69.750,00
Fonte: elaborado pelo autor.
41
Os cálculos efetuados foram:
IR – R$ 775.000,00 x 15% = R$ 116.250,00
IR – Adicional de 10% = R$ 775.000,00 – R$ 240.000,00 = R$ 535.000,00 
x 10% = R$ 53.500,00
CSLL – R$ 775.000,00 x 9% = R$ 69.750,00
O cálculo do adicional do Imposto de Renda está previsto no parágrafo 
único do art. 225 do RIR/2018. Ele deve sercalculado utilizando o 
percentual adicional de 10% sobre o valor da base de cálculo excedente 
a R$ 20.000,00 por mês ou R$ 240.000,00 no ano, pois o período de 
apuração de uma empresa optante pelo Lucro Real com base em estima-
tiva é anual. Não haverá nenhum tipo de cálculo de adicional para a 
CSLL, independentemente de qual seja o valor da sua base de cálculo.
Lançamentos contábeis pela provisão dos tributos sobre o lucro:
Provisões do IRPJ e CSLL:
D – Despesas de IRPJ e CSLL (Despesa) R$ 239.500,00
C – IRPJ a recolher (Passivo Circulante) R$ 169.750,00
C – CSLL a recolher (Passivo Circulante) R$ 69.750,00
Pagamento do IRPJ e CSLL:
D – IRPJ a recolher (Passivo Circulante) R$ 169.750,00
D – CSLL a recolher (Passivo Circulante) R$ 69.750,00
C – Bancos conta movimento (Ativo Circulante) R$ 239.500,00
Essa sistemática de cálculo foi efetuada considerando que a empresa seja 
optante pelo Lucro Real Anual. Deve-se lembrar que, no decorrer do ano-calen-
dário, a empresa fez, então, recolhimentos mensais com base em estimativas 
mensais sobre o seu faturamento. Neste caso, quando os valores recolhidos 
durante o ano forem inferiores ao valor apurado no final do exercício social, 
fica a empresa obrigada ao recolhimento somente da diferença entre o valor 
apurado e os valores recolhidos pela estimativa mensal.
Incentivos fiscais
Além dos pagamentos já efetuados e das retenções na fonte, o art. 228 do 
RIR/2018 prevê a dedução dos incentivos fiscais instituídos pela legislação 
federal. Cada tipo de incentivo e sua forma de dedução, possui um artigo 
específico no RIR/2018, mas em alguns casos o incentivo fiscal pode conter 
uma legislação específica devido à sua relevância. O Quadro 4.18 a seguir, 
demonstra os principais incentivos e seus respectivos limites de dedução:
42
Quadro 4.18 | Incentivos fiscais, limites de dedução e base legal
INCENTIVOS 
FISCAIS
BASE DE CÁLCULO 
DO INCENTIVO
LIMITE DE DEDU-
ÇÃO INDIVIDUAL BASE LEGAL
PAT – Programa de 
Alimentação do Traba-
lhador
15% da despesa 
líquida ou 15% de R$ 
1,99 x n° refeições 
fornecidas, o que for 
menor.
4%
Arts. 641 a 647, 
564 do Decreto 
n° 9.580/2018 
(RIR/2018)
PDTI – Programas de 
Desenvolvimento Tec-
nológico Industrial
15% dos dispên-
dios com o PDTI/
PDTA incorridos no 
período.
PDTI – Programas 
de Desenvolvimento 
Tecnológico Industrial 
(aprovados até 3 de 
junho de 1993)
PDTA – Programas 
de Desenvolvimento 
Agropecuário
Programa Empresa 
Cidadã
Dedução do imposto 
de renda em relação 
à prorrogação da 
licença-maternidade.
Total da remunera-
ção da empregada 
pago no período de 
prorrogação de sua 
licença-maternidade, 
vedada a dedução 
como despesa opera-
cional.
Instrução Nor-
mativa RFB n° 
991/2010; art. 
648 do Decreto 
n° 9.580/2018 
(RIR/2018)
Fundos dos Direi-
tos da Criança e do 
Adolescente (Doações 
Conselho dos Direitos 
da Criança)
Doações efetivamen-
te realizadas. 1%
Art. 649 do Decre-
to n° 9.580/2018 
(RIR/2018) e Ins-
trução Normativa 
SRF n° 86/94
Fundo Nacional do 
Idoso (Fundo Nacional 
do Idoso)
Dedução do Imposto 
de Renda devido, 
em cada período de 
apuração, do total 
das doações feitas 
aos Fundos Nacional, 
Estaduais ou Munici-
pais do Idoso
1%
Art. 1° da Lei n° 
12.213/2010 e art. 
651 do Decreto 
n° 9.580/2018 
(RIR/2018);
Atividades de Caráter 
Desportivo (Incentivo 
ao Esporte – Desporto)
Projetos desportivos 
e paradesportivos 
previamente aprova-
dos pelo Ministério 
do Esporte.
1%
Art. 1° da Lei 
n° 11.438/2006 
e Decreto n° 
6.180/2007
Programa de Cultura 
do Trabalhador
Dedução do imposto 
de renda em relação 
à aquisição de vale-
-cultura.
1%
Lei n° 12.761/2012 
e Decreto n° 
8.084/2013
Fonte: elaborado com base em Brasil (2018) e legislação específicas.
43
Comparando os três regimes tributários, pode-se afirmar que o Lucro 
Real seja mais justo, considerando que a tributação da empresa deve ocorrer 
sobre os resultados efetivamente obtidos. O fator determinante na apuração 
do Lucro Real, também considerado como de maior importância, se refere 
aos ajustes por adições e exclusões que a empresa deve realizar para atender a 
legislação tributária. Devido a esses complicadores, muitas empresas optam 
pelo Lucro Presumido, mas nem sempre esse regime ou o Simples Nacional 
podem ser as melhores opções. Essa etapa é uma das mais importantes no 
Planejamento Tributário, pois é nela que a legislação tributária deve ser 
exaustivamente estudada e várias projeções de cálculo executadas para que 
tenhamos a certeza da melhor escolha.
Sem medo de errar
Vamos relembrar nossa situação-problema?
Um grupo de empresários contratou uma empresa de consultoria tribu-
tária para identificar os impactos dos tributos sobre os resultados da compa-
nhia. Os regimes tributários do Simples Nacional e do Lucro Presumido já 
foram apresentados, mas agora vamos tratar do Lucro Real. 
O trabalho que você irá desenvolver refere-se à análise das informa-
ções fornecidas para consultar a legislação vigente e estabelecer as formas 
de cálculos para todos os impostos previstos nesse regime de tributação. A 
empresa de consultoria deve destacar que a base de cálculo do imposto de 
renda será obtida através da consideração da legislação fiscal pertinente, 
elaborando um demonstrativo dos impostos sobre as vendas, custos e 
despesas que podem ser utilizados como deduções no cálculo para o imposto 
de renda e contribuição social.
Os dados apresentados pelo grupo empresarial levam em consideração 
a previsão de faturamento total, em 12 meses, do valor de R$ 3.000.000,00, 
sendo que o volume mensal de vendas é de R$ 250.000,00 e que suas vendas 
serão realizadas diretamente ao consumidor em suas lojas com alíquota de 
ICMS de 18%. Por outro lado, o valor total das compras de mercadorias para 
revenda corresponde a R$ 210.000,00 e todas as mercadorias adquiridas 
serão tributadas pelo ICMS com alíquota de 18%; os valores das despesas 
mensais serão R$ 15.000,00 e dentro das despesas mensais estão previstos 
gastos com brindes no valor de R$ 1.000,00.
Para resolvermos o exercício proposto, vamos considerar o período 
relativo a um mês e serão elaboradas as seguintes etapas:
44
• Apuração dos impostos recuperáveis – PIS, COFINS e ICMS, 
demonstrando os créditos sobre as compras de mercadorias e os 
débitos sobre as vendas.
• Registro do custo da mercadoria (líquido dos impostos recuperáveis).
• Elaboração de uma DRE sintética para apuração do lucro contábil.
• Elaboração de planilha de apuração do Lucro Real e cálculo do IRPJ 
e da CSLL.
• Lançamentos contábeis de provisão dos impostos sobre o lucro.
• Quadro demonstrativo com os valores mensais dos impostos.
O período anual, com base em estimativa mensal, foi escolhido para 
estabelecermos bases comparativas com outros regimes de tributação.
Resolução:
1º passo: apuração dos impostos recuperáveis
Todas as empresas, que estejam obrigadas ou sejam optantes pelo Lucro 
Real, devem apurar o PIS e COFINS pelo regime não cumulativo. Dessa 
forma, assim como o ICMS, eles são considerados impostos recuperáveis, 
portanto, a empresa poderá aproveitar créditos sobre as compras de insumos 
e mercadorias, conforme observado no Quadro 4.19.
Quadro 4.19 | Apuração dos impostos recuperáveis
Apuração dos impostos sobre vendas e 
compras no mês PIS COFINS ICMS
Vendas
R$ 250.000,00 X percentuais dos impostos 
sobre as vendas. 1,65% 7,6% 18%
Total impostos sobre vendas R$ 4.125,00 R$ 19.000,00 R$ 45.000,00
Compras
R$ 210.000,00 x percentuais dos impostos 
sobre as compras 1,65% 7,6% 18%
Total dos impostos sobre as compras R$ 3.465,00 R$ 15.960,00 R$ 37.800,00
Valores a recolher no mês (Impostos s/ 
vendas – impostos s/ compras) R$ 660,00 R$ 3.040,00 R$ 7.200,00
Fonte: elaborado pelo autor.
45
2º passo: registro dos impostos recuperáveis (valores de mercadorias 
líquido dos impostos recuperáveis)
No Lucro Real, devido ao regime de não cumulatividade,

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