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1 Profª Silvana Oliveira Aula 1 Análise de Texto Literário: Poesia Conversa Inicial Gênero lírico (ou poético) Gênero épico (ou narrativo) Gênero dramático (ou teatral) O gênero lírico (ou poético) e os outros gêneros Aristóteles, na sua Poética, buscou diferenciar o gênero épico do gênero teatral Épica e poesia Uma de suas conclusões é que a épica remete-se à narrativa de um feito histórico relevante Épica e poesia Semelhança: o texto épico, embora seja narrativo, utiliza-se de versos (metrificação, rima, ritmo) Diferença: o texto lírico (ou poético) expressa um sentimento ou emoção Épica e poesia: diferenças e semelhanças 2 Soneto: a poesia e a forma clássica Forma clássica de maior recorrência na modernidade O soneto 14 versos: dois quartetos e dois tercetos Versos isométricos Esquema de rimas: ABAB, ABBA, CDC, DCD etc. O soneto Amor é fogo que arde sem se ver, (A) é ferida que dói, e não se sente; (B) é um contentamento descontente, (B) é dor que desatina sem doer. (A) Soneto do amor (Camões, 1550) É um não querer mais que bem querer; (A) é um andar solitário entre a gente; (B) é nunca contentar-se de contente; (B) é um cuidar que ganha em se perder. (A) É querer estar preso por vontade; (C) é servir a quem vence, o vencedor; (D) é ter com quem nos mata, lealdade. (C) 3 Mas como causar pode seu favor (D) nos corações humanos amizade, (C) se tão contrário a si é o mesmo Amor? (D) Quarteto 1 = ABBA Quarteto 2 = ABBA Terceto 1 = CDC Terceto 2 = DCD Aspectos formais do soneto Rimas interpoladas, intercaladas ou opostas O último terceto estabelece uma simetria formal para o fechamento do soneto camoniano Aspectos formais do soneto Poemas líricos do mundo clássico Ventura, que iguala aos deuses, Em meu conceito, desfruta Quem, junto de ti sentada, A Amada (Safo de Lesbos) As doces falas te escuta, Goza teu mago sorrir. Quando imagino em tal gosto É minha alma um labirinto; Expira-me a voz nos lábios; 4 Nas veias um fogo sinto; Sinto os ouvidos zunir. Gelado suor me inunda; O corpo se me arrepia; Fogem-me as cores do rosto, Como ao vir da quadra fria Entra a folha a desmaiar. Respiro a custo, e já cuido Que se esvai a doce vida! Arrisquemo-nos a tudo... Contra uma angústia insofrida Tudo se deve tentar. Os Lusíadas, de Camões Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo; Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo. Episódio do Gigante Adamastor - “Ó Potestade (disse) sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?” 5 Verossimilhança e catarse Mímese e imitação, segundo Aristóteles Vero: verdade Similhança: semelhança Verossimilhança Efeito catártico: purificação das emoções, purgação dos maus sentimentos Efeito terapêutico da tragédia clássica Transição para a literatura moderna Catarse A verossimilhança e a catarse no cinema e na televisão Como aceitamos que em uma narrativa cinematográfica fatos não realistas sejam apresentados? Isso é verossímil? O que é verossimilhança? Verossimilhança As narrativas modernas e contemporâneas alcançam efeito catártico? O horror e a violência contemporâneos no cinema e na televisão têm efeito catártico? Catarse 6 Na Prática A catarse no cinema: Clube da Luta, de David Fincher, 1999 Experiência da violência Revelação/ reconhecimento de uma verdade Experiência de alívio catártico Finalizando Conceito de lirismo Lirismo na Antiguidade Épica e Poesia Poesia e tragédia Verossimilhança Catarse Referências BRANDÃO, R. de O. (Org.). A poética clássica: Aristóteles, Horácio, Longino. São Paulo: Cultrix, 1995. CAMÕES, L. V. de. Os Lusíadas de Luís Camões. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv00016 4.pdf>. Acesso em: 10 set. 2018. SAFO. A amada. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ph0003 90.pdf>. Acesso em: 10 set. 2018. 7
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