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PROCESSO CIVIL III

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Livro III, Título I, Capítulo I. 
 
Tribunal é composto por vários órgãos, 
sendo os mais importantes os seguintes: 
 
 Plenário: O que tem mais poderes e 
toma as decisões mais relevantes e 
importantes. O pleno é a reunião de todos 
os juízes que atuam no tribunal. 
 
Atenção: Desembargador é um termo que 
a constituição utiliza para tribunais 
estaduais. 
 
Questão: E se faltar um juiz? Pode 
ocorrer pleno com ausência de juízes, mas 
as ausências geralmente são justificadas 
pelo juiz do pleno. 
 
 Órgãos especiais: Para evitar que o 
plenário fique sobrecarregado, algumas 
matérias que seriam da competência do 
pleno são delegadas a um órgão, que vai 
ter um numero de juízes menores, para 
julgar pelo plenário. 
 
Atenção: A Constituição autoriza, de 
forma facultativa, a criação de órgãos 
especiais, ou seja, a decisão cabe à escolha 
ao Tribunal. 
 
Art. 93. Lei complementar (LOMAN, Lei 
complementar n° 35 de 1979) , de 
iniciativa do Supremo Tribunal Federal, 
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, 
observados os seguintes princípios: 
 
 
 
 
XI - nos tribunais com número superior a 
vinte e cinco julgadores, poderá ser 
constituído órgão especial, com o mínimo 
de onze e o máximo de vinte e cinco 
membros, para o exercício das atribuições 
administrativas e jurisdicionais delegadas 
da competência do tribunal pleno, 
provendo-se metade das vagas por 
antiguidade e a outra metade por eleição 
pelo tribunal pleno; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Questão: Como serão escolhidos os juízes 
dos órgão especiais? Ora por antiguidade 
(do primeiro mais antigo ao mais novo) ou 
a critério do tribunal (por votação do 
pleno). 
 
Os órgãos especiais têm como função 
julgar matérias administrativas (Ex. 
homologar concurso para servidor) ou 
atribuições jurisdicionais (Ex. julgar 
processos que seriam do pleno). 
 
Atenção: Quem vai atribuir à competência 
de cada órgão dentro do tribunal são os 
regimentos internos, eis que a constituição 
estabelece que cada tribunal tem a 
autonomia de elaborar o seu regimento 
interno. Em que pese à autonomia do 
regimento interno ele é apenas autorizado 
a falar sobre aquilo que a lei não falou 
anteriormente. 
 
 Órgãos Fracionários: Os 
órgãos fracionários típicos são: Seções, 
Turmas e Câmaras. 
Processo Civil III 
Tribunais 
Juliana Amaral 
 
Turmas e Câmaras: São os menores 
órgãos fracionados. Nunca se terá órgãos 
e turmas ao mesmo tempo. 
 
Questão: Quando se tem câmara e quando 
se tem turmas? Tribunais Federais e 
superiores têm TURMAS e tribunais 
estaduais têm CÂMARAS. 
 
Ex. O STF tem duas turmas e o TJTJ tem 
diversas câmaras (câmaras 
cíveis/criminais etc.) 
 
Seções: Quando você reúne as turmas ou 
câmaras de mesma especialização você 
tem uma seção. Isso geralmente acontece 
quando o assunto tem mais relevância ou 
quando há divergências entre câmaras. 
 
Atenção: Normalmente as seções que 
elaboram súmulas. 
 
 
 
 
Atenção: Apesar de parecer pela conta 
que são 30 ministros, o STJ tem no 
mínimo 33 ministros. 
 
 
CF, Art. 104. O Superior Tribunal de 
Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e 
três Ministros. 
 
O STJ demonstra bem como as matérias 
de mais relevâncias são divididas pelo 
regimento interno, perceba: 
 
Atenção: Quando o mandado de 
segurança for direcionado 
DIRETAMENTE ao STJ, ele vai para 
uma seção e não para uma turma. 
 
CF, art. 105. Compete ao Superior 
Tribunal de Justiça: 
 
I - processar e julgar, originariamente: 
 
b) os mandados de segurança e 
os habeas data contra ato de Ministro de 
Estado, dos Comandantes da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica ou do próprio 
Tribunal; 
 
 
 
O STJ não tem um órgão especial, mas 
sim uma corte especial. E essa corte é 
formada pelos 15 ministros mais antigos. 
Exemplos STJ 
Particularidade STJ 
 
Atenção: Não podemos confundir com 
órgão especial, eis que não há delegação 
de funções. 
 
 
 
Segundo o Artigo 104, parágrafo único, da 
Constituição Federal. 
Parágrafo único. Os Ministros do 
Superior Tribunal de Justiça serão 
nomeados pelo Presidente da República, 
dentre brasileiros com mais de trinta e 
cinco e menos de sessenta e cinco anos, de 
notável saber jurídico e reputação ilibada, 
depois de aprovada a escolha pela 
maioria absoluta do Senado Federal, 
sendo: 
 I - um terço dentre juízes dos 
Tribunais Regionais Federais e um terço 
dentre desembargadores dos Tribunais de 
Justiça, indicados em lista tríplice 
elaborada pelo próprio Tribunal; 
 II - um terço, em partes iguais, 
dentre advogados e membros do 
Ministério Público Federal, Estadual, do 
Distrito Federal e dos Territórios, 
alternadamente, indicados na forma do 
art. 94. 
 
 
Nosso ordenamento se orienta pelo 
sistema Civil Law, ou seja, a lei que vai 
orientar as decisões. Diferentemente do 
sistema do Common Law, pois neste o que 
tem mais relevância são os precedentes. 
 
O CPC/15, em que pese adotar o Civil 
Law, se aproximou do Common Law, eis 
que as jurisprudências tem grande 
relevância, ou seja, temos um Civil Law 
flexibilizado. 
Art. 927. Os juízes e os tribunais 
observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal 
Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade; 
 
II - os enunciados de súmula 
vinculante; 
 
III - os acórdãos em incidente de 
assunção de competência ou de resolução 
de demandas repetitivas e em julgamento 
de recursos extraordinário e especial 
repetitivos; 
 
IV - os enunciados das súmulas do 
Supremo Tribunal Federal em matéria 
constitucional e do Superior Tribunal de 
Justiça em matéria infraconstitucional; 
 
V - a orientação do plenário ou do 
órgão especial aos quais estiverem 
vinculados. 
 
Esse artigo demonstra com clareza as 
extensões que o CPC/15 fez em relação à 
flexibilização do Civil Law. 
 
 
 
 
Atenção: Os juízes devem acatar as 
súmulas, mesmo que não sejam as 
Quem pode ser ministro 
Civil Law X Common Law 
Súmulas – vinculantes 
vinculantes propriamente ditas. 
 
O único tribunal que tem, no Brasil, a 
autorização constitucional para editar 
sumula vinculante é o STF. 
 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal 
poderá, de ofício ou por provocação, 
mediante decisão de dois terços dos seus 
membros, após reiteradas decisões sobre 
matéria constitucional, aprovar súmula 
que, a partir de sua publicação na 
imprensa oficial, terá efeito vinculante em 
relação aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como proceder 
à sua revisão ou cancelamento, na forma 
estabelecida em lei. 
 
Ou seja, são necessários, no mínimo, 8 
ministros favoráveis para editar as 
súmulas vinculantes. 
 
A decisão de se editar uma súmula 
acontece para acabar com decisões 
reiteradas do supremo sobre determinada 
matéria, reunindo assim o pleno para 
pacificar o assunto. 
 
Atenção: Na frase “terá efeito vinculante 
em relação aos demais órgãos” se 
EXCLUI o próprio Supremo, visto que a 
constituição quer vincular todos os 
tribunais do País, menos o STF. 
 
Questão: Supremo esta livre para 
contrariar uma súmula que ele mesmo 
editou? A resposta para essa questão esta 
no final do Artigo 103-A, CF, dizendo que 
o Supremo pode cancelar a súmula/alterar 
e decidir diferente. Essa é uma boa prática, 
visto que não “engessa” o sistema. 
 
Questão: O supremo não é vinculado e 
um ministro monocraticamente pretende 
decidir contra súmula. Ele poderá fazer 
isso? Não, a súmula não tem efeito 
vinculante em relação aos dois terços 
necessários para o cancelamento. 
 
A súmula vinculante também tem efeitos 
na Administração Pública direta e indireta. 
 
Recordando: 
 
Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 
1967 
 
Art. 4° A Administração Federalcompreende: 
 
I - A Administração Direta, que se 
constitui dos serviços integrados na 
estrutura administrativa da Presidência 
da República e dos Ministérios. 
 
II - A Administração Indireta, que 
compreende as seguintes categorias de 
entidades, dotadas de personalidade 
jurídica própria: 
 
a) Autarquias; 
 
b) Empresas Públicas; 
 
c)Sociedades de Economia Mista. 
 
d)fundações públicas. Incluído pela Lei 
nº 7.596, de 1987) 
 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito 
público interno: 
 
I - a União; 
 
II - os Estados, o Distrito Federal e os 
Territórios; 
 
III - os Municípios 
 
IV - as autarquias, inclusive as 
associações públicas; (Redação dada pela 
Lei nº 11.107, de 2005) 
 
V -as demais entidades de caráter público 
criadas por lei. 
A lei que regulamentou o Artigo 103 – A 
da Constituição Federal foi a Lei de n° 
9.784/1999, disciplinando a edição, a 
revisão e o cancelamento de enunciado de 
súmula vinculante pelo Supremo Tribunal 
Federal, e dá outras providências. 
 
 
 
 Livro III, Titulo I, Capítulo II. 
 
O Artigo 929 inaugura o andamento e 
julgamento dos processos pelo tribunal, 
disciplinando: 
 
Art. 929. Os autos serão registrados no 
protocolo do tribunal no dia de sua 
entrada, cabendo à secretaria ordená-los, 
com imediata distribuição. 
 
Ou seja, os autos ao chegarem devem ser 
submetidos ao protocolo geral e só então a 
secretaria geral vai coordená-los e 
distribuírem imediatamente. 
 
Atenção: A Secretaria geral NÃO se 
confunde com as secretarias dos órgãos 
fracionários. 
 
Recordando: Autos são a forma pelo 
qual o processo se instrumentaliza. 
Procedimento, por sua vez, é a sequencia 
de atos praticados para chegar em um 
momento final do processo. 
 
A secretária é responsável por mandar os 
autos para o lugar certo, ou seja, dividir 
entra plenário, câmara/seção, etc. 
 
Questão: Por qual motivo a distribuição 
deve ser imediata? A distribuição deverá 
ser imediata, pois a eventual demora para 
a distribuição pode ser a diferença entre a 
vida e a morte de alguém, ou seja, a tutela 
de urgência pode estar sendo requerida em 
qualquer processo. 
 
Art. 929. Parágrafo único. A critério do 
tribunal, os serviços de protocolo poderão 
ser descentralizados, mediante delegação 
a ofícios de justiça de primeiro grau. 
 
A descentralização possibilita que um 
serviço que só poderia ser prestado na 
sede em Brasília possa ser prestado em 
outra localidade. 
 
 
 
 
 
 
 
Impugnação de decisão proferida em 
instancia inferior. 
 
Da ordem dos Processos no Tribunal 
O que chega no Tribunal 
Recurso 
 
 
A remessa necessária condiciona a 
eficácia da sentença à sua reapreciação 
pelo tribunal ao qual está vinculado o juiz 
que a proferiu. Enquanto não for 
procedida à reanálise da sentença, esta não 
transita em julgado, não contendo plena 
eficácia. 
 
Assim, a remessa necessária possui 
natureza jurídica de condição de eficácia 
da sentença. 
 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de 
jurisdição, não produzindo efeito senão 
depois de confirmada pelo tribunal, a 
sentença: 
 
Atenção: Apenas sentença! Não cabe 
remessa contra decisão interlocutória ou 
acórdão de tribunal! 
 
O tribunal ele não é ad strito a confirmar a 
sentença, mas ele também pode alterar e 
anular a sentença. 
 
I – proferida contra a União, os Estados, 
o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de 
direito público; 
 
Haverá remessa contra pessoas jurídicas 
de direito publico interno quando 
integrantes da administração direta e 
indireta, DESDE QUE não haja recurso 
do ente público. 
 
II - que julgar procedentes, no todo ou em 
parte, os embargos à execução fiscal. 
 
Execução fiscal é uma divida ativa da 
fazenda. A execução fiscal se destina a 
assegurar o pagamento da fazenda publica 
que tem a seu favor uma divida/crédito, 
inscrito na divida ativa. 
 
Atenção: Não necessariamente a 
execução fiscal se refere a impostos, pode 
ser também multas. 
 
Sendo a fazenda pública, seguirá o rito da 
lei n° 6.830 
 
Pergunta: Quando um particular é réu da 
ação de divida ativa tem contestação? 
Não, nesses casos apenas se pode pagar ou 
leiloar/ penhorar algum bem, porém a lei 
prevê a possibilidade de embargos. 
 
Atenção: Nem todos os casos de 
condenação ou de julgamento de 
procedência dos embargos contra a 
fazenda justificam a remessa, pois às 
vezes o valor não é tão substancial. Se o 
prejuízo da união for abaixo de 1000 (mil) 
salários minismos 
 
§ 1
o
 Nos casos previstos neste artigo, não 
interposta a apelação no prazo legal, o 
juiz ordenará a remessa dos autos ao 
tribunal, e, se não o fizer, o presidente do 
respectivo tribunal avocá-los-á. 
 
§ 2
o
 Em qualquer dos casos referidos no § 
1
o
, o tribunal julgará a remessa 
necessária. 
 
§ 3
o
 Não se aplica o disposto neste artigo 
quando a condenação ou o proveito 
econômico obtido na causa for de valor 
certo e líquido inferior a: 
 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a 
União e as respectivas autarquias e 
fundações de direito público; 
Remessa Necessária 
Atenção: Nem todos os casos de 
condenação ou de julgamento de 
procedência dos embargos contra a 
fazenda justificam a remessa, pois às 
vezes o valor não é tão substancial. Se o 
prejuízo da união for abaixo de 1000 (mil) 
salários mínimos não haverá remessa. 
 
Atenção: Se for mais de mil salários 
mínimos pra cima haverá remessa 
 
 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos 
para os Estados, o Distrito Federal, as 
respectivas autarquias e fundações de 
direito público e os Municípios que 
constituam capitais dos Estados; 
 
Atenção: Os municípios referentes a este 
artigo são os municípios capitais (ex. São 
Paulo). Nesses casos só haverá remessa 
em valores acima de 500 salários. 
 
III - 100 (cem) salários-mínimos para 
todos os demais Municípios e respectivas 
autarquias e fundações de direito público. 
 
Atenção: Aqui se trata dos municípios 
menores, que sentem mais a perda de 
valores menores, logo basta 100 salários 
para que haja a remessa. 
 
 
 
 
Sentença condena uma autarquia do Rio 
de Janeiro no valor de Quatrocentos 
Salários mínimos. Não houve apelação por 
parte do ente público. O juiz deverá 
oferecer remessa necessária? Justifique 
 
O juiz não deverá oferecer remessa 
necessária eis que o rio de janeiro se 
equipara a um município capital, 
obedecendo a regra do Artigo 496, §3°, II, 
CPC. 
 
 
 
 
Os processos de competência originária 
podem ser ações rescisórias, mandados se 
seguranças que vão direto para o STF, 
habeas corpus e reclamação. 
 
Atenção: Os tribunais realizam o primeiro 
grau de jurisdição também 
 
 
 
Trata-se de processo de competência 
originária dos tribunais que pode ter por 
finalidade a preservação de sua 
competência ou a garantia da autoridade 
de suas decisões. 
 
Sugestão de leitura: CÂMARA, 
Alexandre Freitas. O novo processo civil 
brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 
2017, p. 491/495. 
 
Atenção: A reclamação não vai ser 
apreciada em nenhuma Vara do país, 
apenas apreciada por Tribunais. 
 
 
 
 
A natureza jurídica da reclamação vêm 
sido muito discutida e foi objeto de uma 
decisão recente do STF RCL 24.417 
(http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticia
NoticiaStf/anexo/RCL24417.pdf ) 
 
Essa questão é dividida em duas correntes: 
 
Questão: 
Processos de competência originária 
Reclamação 
Natureza Jurídica da reclamação 
1ª corrente: 
 
A primeira corrente (derrubada) entendia 
que a reclamação era o direito de petição 
aos órgãos públicos, aquele previsto no 
artigo 5°, XXXIV, A da CRFB/88. 
 
Existia uma lei que tratava dessa corrente, 
a Lei de n° 8.038/1990, porém esse 
entendimento não constava no CPC 
antigo. Essa lei trata de procedimentos noSTJ e STF e no artigo 15 não admitia o 
contraditório e essa ausência de 
contraditório levava uma parte da doutrina 
dizer que não há como haver direito de 
ação sem contraditório. 
 
Atenção: A natureza jurídica da 
reclamação como direito de petição não é 
mais entendida como a correta, porém é a 
base para o julgamento do julgamento da 
ADI 2.212-1 STF. 
 
Consequências desse entendimento: 
 
1. Aqueles que adotavam este 
entendimento concluiriam que o 
julgamento da Reclamação não produz os 
efeitos da coisa julgada material. 
2. Outra consequência 
interessante da adoção do entendimento de 
que a natureza jurídica da reclamação é de 
mero exercício de direito de petição, é que 
não cabe a condenação em custas e 
honorários advocatícios 
(art. 5º, XXXIV, CF/88 e Rcl 2017/RJ, 
STJ). 
 
Este entendimento está totalmente 
superado, eis que baseado na Lei 
8.038/1990 que não reconhecia a 
Reclamação como uma ação, pois nela não 
se evidenciavam todos os ângulos da 
relação processual. O CPC de 2015, 
entretanto, modificou esse cenário. 
 
LEI Nº 8.038, de 28 de maio de 1990 
Art. 15 - Qualquer interessado poderá 
impugnar o pedido do reclamante. 
(Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015). 
 
Assim, se antes os precedentes do STF 
viam o beneficiário do ato reclamado 
somente como interessado (artigo 15 da 
Lei 8.038/1990), dispensando o 
contraditório prévio à decisão de mérito, o 
novo Código instituiu o contraditório 
obrigatório e tornou imprescindível a 
citação do beneficiário do ato reclamado 
(artigo 989, inciso III). 
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o 
relator: 
 
I - requisitará informações da autoridade 
a quem for imputada a prática do ato 
impugnado, que as prestará no prazo de 
10 (dez) dias; 
 
II - se necessário, ordenará a suspensão 
do processo ou do ato impugnado para 
evitar dano irreparável; 
 
III - determinará a citação do beneficiário 
da decisão impugnada, que terá prazo de 
15 (quinze) dias para apresentar a sua 
contestação. 
 
Atenção: O relator é o responsável pela 
instrução do processo e todas as 
providencias cabíveis até a data de seu 
julgamento. 
 
2ª corrente 
 
A reclamação reflete o exercício do direito 
de ação - entendimento adotado pelo STF 
nos julgamentos da Rcl 5470/PA e da Rcl 
232. Aqui o polo passivo esta exercendo o 
contraditório. 
 
Consequências desse entendimento: 
 
1. Aqueles que adotam este 
entendimento acabarão por concluir que a 
decisão nela proferida revestir-se-á da 
imutabilidade característica da coisa 
julgada material. 
 
Atenção: Pontes de Miranda é apontado 
como o primeiro a sustentar que a 
Reclamação teria natureza de ação. A 
doutrina moderna segue esse 
entendimento, apontando o julgamento da 
Rcl 532 no STF, em 01/08/1996, no qual 
se decidiu que "havendo sido julgada 
improcedente a Reclamação anterior, sem 
que os Reclamantes, no prazo legal, 
propusessem a ação rescisória, (...) não 
podem pleitear novo julgamento da 
mesma Reclamação, em face do obstáculo 
da coisa julgada". Porém hoje em dia 
entendemos que a reclamação faz coisa 
julgada material, conforme a prova da 
AGU. 
 
2- Haverá condenação em custas e 
honorários, visto que é jurisdicional. 
 
 
 
 
Até o CPC atual a reclamação era 
conhecida como ação constitucional, pois 
sua competência estava prevista na 
Constituição e era apenas do STF e STJ. 
Não podendo nenhum outro tribunal julgar 
reclamação. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal 
Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
 
I - processar e julgar, originariamente: 
 
l) a reclamação para a preservação de 
sua competência e garantia da autoridade 
de suas decisões; 
 
Então quando fosse afrontada a 
competência ou a autoridade do supremo, 
o insatisfeito poderia (ainda pode) ir ao 
supremo e propor uma reclamação. Por 
outro lado caso uma decisão ou um ato 
governamental afrontasse a competência 
do STJ ou colocasse de alguma forma em 
risco a garantia caberia ao prejudicado 
uma reclamação apenas ao STJ, sem haver 
possibilidade de contestar decisões do 
tribunal superior. 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal 
de Justiça: 
 
I - processar e julgar, originariamente: 
 
f) a reclamação para a preservação de 
sua competência e garantia da autoridade 
de suas decisões; 
 
Atenção: Cada tribunal julgava suas 
próprias afrontas. 
 
O CPC ampliou a competência da 
reclamação para todos os tribunais do 
país: 
 
Art. 988. § 1º A reclamação pode ser 
proposta perante qualquer tribunal, e seu 
julgamento compete ao órgão 
jurisdicional cuja competência se busca 
Competência da Reclamação 
preservar ou cuja autoridade se pretenda 
garantir. 
 
 
 
 
Primeira Hipótese 
 
O primeiro caso de cabimento é para 
preservar a competência dos tribunais. 
Podemos achar essas competências na 
constituição Federal 
 
Art. 988. Caberá reclamação da parte 
interessada ou do Ministério Público 
para: 
 
I.preservar a competência do tribunal; 
 
Ex1. Instaura-se um processo na justiça 
federal de 1º grau em que são partes, de 
um lado, a União e, de outro, um Estado 
da Federação. 
 
Ex2. Juízo de primeiro grau profere 
decisão inadmitindo recurso de apelação 
(ver CPC, art. 1010, §3º). 
 
Informações sobre o exemplo 2 
 
1. Não cabe agravo de 
instrumento contra esta decisão 
2. A reclamação será a única via 
processual adequada a impugnar tal 
decisão! 
 
ENUNCIADO 207 DO FÓRUM 
PERMANENTE DE PROCESSUALISTAS 
CIVIS 
 
Cabe reclamação, por usurpação da 
competência do tribunal de justiça ou 
tribunal regional federal, contra a decisão 
de juiz de 1º grau que inadmitir recurso de 
apelação. (CPC, arts. 988, I e 1.010, § 3º) 
 
Segunda Hipótese 
 
A segunda hipótese para o cabimento de 
uma reclamação é para garantir a 
autoridade das decisões de um tribunal. 
 
Art. 988. Caberá reclamação da parte 
interessada ou do Ministério Público 
para: 
 
II. garantir a autoridade das decisões do 
tribunal; 
 
Ex1: TJRJ deixa de conhecer de recurso 
por considerá-lo inadmissível, ou seja, 
STJ, em sede de recurso especial, reforma 
a decisão e determina ao TJRJ que julgue 
o mérito daquele recurso. Após isso o 
TJRJ retoma o julgamento do recurso e, 
uma vez mais, dele não conhece, por 
entendê-lo inadmissível, pelo mesmo 
motivo já afastado pelo STJ. 
 
Ex2: O juízo de primeira instância 
indefere inversão do ônus da prova 
requerida pelo autor. Desta decisão o 
prejudicado interpõe agravo de 
instrumento (CPC, art. 1.015, XI) que vem 
a ser provido, sendo determinada, pelo 
Tribunal, a inversão. O juízo de primeira 
instância emite novo pronunciamento em 
que comunica às partes que julgará o feito 
sem a inversão do ônus da prova, por 
entendê-la incabível. Este pronunciamento 
desrespeita a autoridade da decisão do 
tribunal, sendo cabível a reclamação. 
 
Ex3. O juízo de primeira instância 
indefere requerimento de tutela provisória 
no processo XX. Ocorre que o TJRJ, 
Hipóteses de cabimento da reclamação 
recentemente, em caso absolutamente 
semelhante no processo YY, havia 
deferido a tutela. 
 
A partir deste exemplo, questiona-se: 
Cabe reclamação nesse caso? Não cabe 
reclamação nesse caso, pois são processos 
diferentes. Ainda que TJ trate de casos 
semelhantes, mas não quer dizer que cada 
caso que o TJ julga vincula todos os 
juízes. 
 
Atenção: Se o TJ tivesse deferido uma 
tutela nesse processo, o juiz afrontaria a 
autoridade do TJ caso ele se negasse a 
cumprir ou cassasse a decisão do TJ. 
 
Terceira hipótese 
 
A reclamação poderá ser feita para 
garantir a observância de sumulas e de 
decisões do STF. 
 
Art. 988. Caberá reclamação da parte 
interessada ou do Ministério Público 
para: 
 
III. garantir a observância de enunciado 
de súmula vinculante e de decisão do 
Supremo Tribunal Federalem controle 
concentrado de 
constitucionalidade; (Redação dada pela 
Lei nº 13.256, de 2016) 
 
Quando o STF aprecia uma ADI, ADC ou 
ADPF, e se posiciona pela 
inconstitucionalidade/constitucionalidade 
de uma lei, nenhum outro juiz de órgão 
jurisdicional algum pode adotar 
entendimento diferente. Perceba: 
 
CF, 102, §2º As decisões definitivas de 
mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal 
Federal, nas ações diretas de 
inconstitucionalidade e nas ações 
declaratórias de constitucionalidade 
produzirão eficácia contra todos e efeito 
vinculante, relativamente aos demais 
órgãos do Poder Judiciário e à 
administração pública direta e indireta, 
nas esferas federal, estadual e municipal. 
 
Atenção: O STF, provocado ou não, após 
reiteradas decisões pode alterar súmulas 
vinculantes e após alterada vincula todos 
os demais órgãos jurisdicionais e toda a 
administração publica direita e indireta. 
 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal 
poderá, de ofício ou por provocação, 
mediante decisão de dois terços dos seus 
membros, após reiteradas decisões sobre 
matéria constitucional, aprovar súmula 
que, a partir de sua publicação na 
imprensa oficial, terá efeito vinculante em 
relação aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como proceder 
à sua revisão ou cancelamento, na forma 
estabelecida em lei. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
O Art. 103 – A apenas foi regulamentado 
dois anos após sua publicação, com a Lei 
n? 11.417/2006. 
 
Art. 7º Da decisão judicial ou do ato 
administrativo que contrariar enunciado 
de súmula vinculante, negar-lhe vigência 
ou aplicá-lo indevidamente caberá 
reclamação ao Supremo Tribunal Federal, 
sem prejuízo dos recursos ou outros meios 
admissíveis de impugnação. 
 
Atenção: O artigo ao dizer “aplica-lo 
indevidamente” refere a aplicação 
indevida da súmula, pois tão grave do que 
ignorar a súmula é aplicá-la de forma 
indevida. 
 
Atenção: RECLAMAÇÃO NÃO TEM 
NATUREZA DE RECURSO! Não há bis 
in idem de recurso após reclamação. 
 
O artigo 103-A e o parágrafo 2 do artigo 7 
da lei n° 11.417/2006 falam que ao julgar 
uma reclamação improcedente o STF 
anulará o ato administrativo ou cassará a 
decisão judicial, determinando que outra 
seja proferida COM OU SEM a aplicação 
da súmula. 
 
Art. 103-A. § 3º Do ato administrativo ou 
decisão judicial que contrariar a súmula 
aplicável ou que indevidamente a aplicar, 
caberá reclamação ao Supremo Tribunal 
Federal que, julgando-a procedente, 
anulará o ato administrativo ou cassará a 
decisão judicial reclamada, e determinará 
que outra seja proferida com ou sem a 
aplicação da súmula, conforme o caso. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
 
Art. 7° § 2
o
 Ao julgar procedente a 
reclamação, o Supremo Tribunal Federal 
anulará o ato administrativo ou cassará a 
decisão judicial impugnada, determinando 
que outra seja proferida com ou sem 
aplicação da súmula, conforme o caso. 
Lei n° 11.417/2006 
 
Isso acontece, pois a súmula naquele caso 
pode ter sido aplicada de forma incorreta. 
 
Atenção: O parágrafo primeiro do artigo 7 
da lei n° 11.417/2006 inclui uma 
exigência ao dizer que quando a 
administração publica se omite só poderá 
se fazer uma reclamação após o 
esgotamento das vias administrativas 
 
Artigo 7° §1
o
 Contra omissão ou ato da 
administração pública, o uso da 
reclamação só será admitido após 
esgotamento das vias administrativas. Lei 
n° 11.417/2006 
 
A lei dispõe dessa forma para que não haja 
uma superlotação do judiciário com atos 
meramente administrativos, dando a 
administração, a possibilidade de rever 
seus atos. 
 
Quarta hipótese 
 
A quarta hipótese de reclamação é para 
garanti a observância de acórdão proferido 
em julgamentos de incidente de resolução 
de demandas que se repetem ou de 
assunção de competência. 
 
Art. 988. Caberá reclamação da parte 
interessada ou do Ministério Público para 
 
IV. garantir a observância de acórdão 
proferido em julgamento de incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
incidente de assunção de 
competência; (Redação dada pela 
Lei nº 13.256, de 2016) 
 
Os tribunais quando verificam que 
determinada questão de direito vem 
chegando com muita intensidade, ou seja, 
discutindo a mesma questão em diversas 
demandas e que estão causando decisões 
divergentes, então o tribunal a fim de 
sanar a questão fixa uma tese, que deve ser 
obedecida por todos os órgãos vinculados 
ao tribunal. 
 
Atenção: Nesses casos cabe reclamação 
ao tribunal que julgou o ARDR ou a 
assunção de competência. 
 
Quinta hipótese 
 
Vai também justificar reclamação o fato 
de um juiz aplicar a tese jurídica 
inapropriadamente. 
 
Art. 988 § 4
o
 As hipóteses dos incisos III e 
IV compreendem a aplicação indevida da 
tese jurídica e sua não aplicação aos 
casos que a ela correspondam. 
 
Ex1. Em IRDR o STJ fixou a tese de que 
sob determinadas condições de trabalho, 
deve ser concedida aposentadoria especial 
ao trabalhador. Um juiz federal de 
primeiro grau, com base na referida tese 
jurídica, concede aposentadoria a uma 
pessoa que se submeteu a condições de 
trabalho distintas. 
 
Neste caso o juiz aplicou indevidamente a 
tese, cabendo reclamação no STJ. 
 
STF Súmula 734. Não cabe reclamação 
quando já houver transitado em julgado o 
ato judicial que se alega tenha 
desrespeitado decisão do Supremo 
Tribunal Federal. 
 
 
 
Existem algumas hipóteses de 
inadmissibilidade de aplicação de 
reclamação. 
 
Primeira Hipótese 
É inadmissível reclamação após transito 
em julgado da decisão. 
 
Art. 988. § 5º É inadmissível a 
reclamação: (Redação dada pela Lei nº 
13.256, de 2016) 
 
I – proposta após o trânsito em julgado da 
decisão reclamada; 
 
Atenção: Já havia uma súmula que tratava 
sobre este assunto: 
 
STF Súmula 734. Não cabe reclamação 
quando já houver transitado em julgado o 
ato judicial que se alega tenha 
desrespeitado decisão do Supremo 
Tribunal Federal 
 
Pergunta: Esse artigo que vem no CPC 
chove no molhado? Eis que já havia uma 
sumula dizendo a mesma coisa? A Súmula 
do supremo falava apenas sobre quando a 
decisão cuja autoridade desrespeitada 
fosse uma decisão do supremo, dando 
margem ao entendimento de que caso a 
decisão fosse de outro tribunal não valeria. 
 
Segunda Hipótese 
 
Antes de analisar a segunda hipótese 
vamos recordar alguns pontos. 
 
O recurso que costumeiramente era 
dirigido ao Supremo, quando alguma 
decisão de juízo ou tribunal superior é 
chamado de recurso extraordinário, e a 
única exigência que era feita como critério 
de admissibilidade desse recurso era a 
própria ofensa a constituição. 
Isso gerava uma quantidade enorme 
de recursos extraordinários de situações 
cotidianas. 
Inadmissibilidade de reclamação 
Desta forma o supremo passou a 
exigir como requisito de admissibilidade, 
específico do recurso extraordinário, a 
repercussão geral do assunto. 
Assim foi pacificado que como o 
requisito é a repercussão geral, a sentença 
do caso deve ser vinculante, não podendo 
então juízes decidir diferente. 
 
O recurso especial é um recurso 
dirigido ao STJ por violação à lei federal 
 
Esclarecido isso, a restrição da reclamação 
cabe em casos: 
 
Art. 988. § 5º É inadmissível a 
reclamação: (Redação dada pela Lei nº 
13.256, de 2016) 
 
II – proposta para garantir a observância 
de acórdão de recurso extraordinário com 
repercussão geral reconhecida ou de 
acórdão proferido em julgamento de 
recursos extraordinário ou especial 
repetitivos, quando não esgotadas as 
instâncias ordinárias. 
 
 
 
 
De forma geral os autos chegam ao 
tribunal por protocolo geral, conforme 
dispõe o artigo 929 doCPC. 
 
Art. 929. Os autos serão registrados no 
protocolo do tribunal no dia de sua 
entrada, cabendo à secretaria ordená-los, 
com imediata distribuição. 
 
O artigo subsequente diz que a 
distribuição vai ser de acordo com o 
regimento interno. 
 
Art. 930. Far-se-á a distribuição de 
acordo com o regimento interno do 
tribunal, observando-se a alternatividade, 
o sorteio eletrônico e a publicidade. 
 
Atenção: A lei esta acima do regimento 
interno e a Lei diz que a distribuição deve 
respeitar a alternatividade, o sorteio 
eletrônico e a publicidade. 
 
Sorteio 
 
 
 
 
Vai ser sorteado um órgão fracionário, ou 
seja, sortear qual câmara ou turma irá 
apreciar a demanda e dentro deste órgão 
fracionário sorteia-se também o Relator, 
pois ele cuida do processo até a data da 
sessão. 
 
Atenção: Quando a demanda for para o 
pleno há sorteio apenas do Relator. 
 
Atenção: Pode não ter sorteio quando 
ocorre prevenção, mas fora as hipóteses de 
prevenção o relator tem que ser sorteado, 
sob pena de nulidade. 
 
 
 
 
Primeira hipótese 
 
Processos no tribunal 
Exceções ao sorteio 
A primeira hipótese esta prevista no CPC 
e é sobre o relator prevento. 
 
Art. 930. 
Parágrafo único. O primeiro recurso 
protocolado no tribunal tornará prevento 
o relator para eventual recurso 
subsequente interposto no mesmo 
processo ou em processo conexo. 
 
Ou seja, se um relator já estiver cuidando 
de um processo, todos os eventuais 
recursos referentes a esse processo devem 
ser do mesmo relator. 
 
Recordação: A prevenção nada mais é do 
que a fixação de competência por meio de 
um ato concreto antecipado aos demais, ou 
seja, é a fixação de competência entre 
órgãos, cuja competência já estava 
determinada pela lei. 
 
Art. 83, CPP. Verificar-se-á a 
competência por prevenção toda vez que, 
concorrendo dois ou mais juízes 
igualmente competentes ou com jurisdição 
cumulativa, um deles tiver antecedido aos 
outros na prática de algum ato do 
processo ou de medida a este relativa, 
(...) 
 
Atenção: O artigo 59 do CPC dispõe que 
o registro ou distribuição da petição inicial 
torna prevento o juízo. 
 
Art. 59. O registro ou a distribuição da 
petição inicial torna prevento o juízo. 
 
Alternatividade 
 
O sorteio deve obedecer à alternatividade 
para proporcionar uma divisão equitativa 
de trabalho entre os órgãos. 
 
 
 
Isso serve para evitar que certo órgão 
fique congestionado, enquanto outros 
fiquem vazios. 
 
Atenção: A alternatividade também serve 
para o sorteio de relatores. 
 
Publicidade 
 
A publicidade significa informar, quem foi 
agraciado com os autos, tanto relator 
quanto órgão fracionário. 
 
 
 
 
Art. 931. Distribuídos, os autos serão de 
imediato conclusos ao relator, que, em 
trinta dias, depois de elaborar o voto, 
restituí-los-á, com relatório, à secretaria. 
 
O prazo previsto neste artigo é impróprio, 
pois não há nenhuma represália caso o 
relator não restitua os autos no prazo 
estipulado. 
 
Atenção: A redação desse dispositivo não 
é boa, pois gera duvidas como: “Qual 
secretaria?” Para responder essa pergunta 
perceba o seguinte esquema: 
Prazo de restituição dos autos 
 
 
 
Quando o relator devolve os autos com 
relatório ele pede data para o julgamento, 
sendo função da secretaria verificar e 
agendar o julgamento para a data mais 
próxima. 
 
 
 
A partir do momento que o relator recebe 
os autos, ele precisa tomar uma serie de 
providencias para o bom andamento do 
feito, de forma instruída e pronto para 
receber uma decisão. 
 
As atribuições estão em sua maior parte no 
artigo 932, CPC. 
 
Atenção: Percebe-se no artigo 932 no 
inciso VIII que cabem outras atribuições, 
pela lei, regimento interno e pelo próprio 
CPC. 
Atenção: Algumas das atribuições do 
relator podem ser tomar decisões e estas 
serão monocráticas, pois em casos de 
recurso, salvo em casos excepcionais, a 
decisão monocrática será do relator. 
 
Primeira atribuição 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
I. dirigir e ordenar o processo no tribunal, 
inclusive em relação à produção de prova, 
bem como, quando for o caso, homologar 
autocomposição das partes; 
 
Quando o código fala em “dirigir e 
ordenar o processo”, significa dizer que 
pode ser recurso, remessa ou competência 
originária. 
 
Os processos de competência originária 
chegam basicamente apenas com provas 
documentais, porém questiona-se: Cabe 
produção de provas em recurso? Sim, 
ressalvadas algumas exceções de recursos 
especiais e extraordinárias em que a 
produção de prova fica restrita, visto que 
se trata de matéria de direito (exceto 
algumas raras exceções), nos demais 
recursos é perfeitamente viável que o 
relator vislumbre uma prova que não foi 
produzida em primeiro grau. 
 
A fim de comprovar de que não há duvida 
acerca da produção de provas em recursos, 
o artigo 938, §3° dispõe: 
 
Art. 938. § 3
o
 Reconhecida a necessidade 
de produção de prova, o relator 
converterá o julgamento em diligência, 
que se realizará no tribunal ou em 
primeiro grau de jurisdição, decidindo-se 
o recurso após a conclusão da instrução. 
 
Atenção: O relator pode presidir a 
produção da prova ou ele pode baixar o 
grau da jurisdição para a primeira 
instancia para que o juiz de primeiro grau 
produza a prova que ele deseja. 
 
Atribuições do relator 
Pergunta: Se o relator não identifica a 
necessidade de produção de prova e no dia 
do julgamento os demais percebem a 
ausência de uma prova necessária. Pode o 
órgão colegiado reverter o entendimento 
do relator? Sim, de acordo com o artigo 
938,§4°, CPC. 
 
Art. 938. § 4º Quando não determinadas 
pelo relator, as providências indicadas 
nos §§ 1º e 3º poderão ser determinadas 
pelo órgão competente para julgamento 
do recurso. 
 
A parte final do inciso I determina que 
cabe ao relator homologar a 
autocomposição das partes. 
 
Pergunta: O que é autocomposição? A 
autocomposição é uma forma pacifica de 
solução de conflitos, ou seja, você evita 
um litígio dando uma solução. 
 
Ex. Arts. 485 e 487, CPC. 
 
Segunda atribuição: 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
II. apreciar o pedido de tutela provisória 
nos recursos e nos processos de 
competência originária do tribunal; 
 
Tutela provisória pode ser de urgência ou 
de evidência. 
 
Pergunta: Em recurso é possível tutela 
provisória? Sim, a tutela recursal, perceba: 
 
 
Terceira atribuição: 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
III. não conhecer de recurso inadmissível, 
prejudicado ou que não tenha atacado 
especificamente os fundamentos da 
decisão ou sentença recorrida; 
 
Antes de analisar essas três hipóteses de 
não reconhecimento, precisamos entender 
dois pontos: 
 
I. Esse artigo se refere a RECURSO, não 
cabendo ampliação desse sentido a 
remessa ou processos de competência 
originária. 
 
II. A expressão “não conhecer” significa 
dizer que todo recurso sofre um juízo de 
admissibilidade e um juízo de mérito e no 
juízo de admissibilidade o relator 
conhece/admite (ou não) o recurso. 
 
Atenção: o juízo de admissibilidade é 
feito pelo relator, mas não é exclusivo do 
relator, pois pode ser revisto no colegiado 
ou pode ser requerido, por exemplo, 
durante o julgamento de alguma questão 
de admissibilidade. CONHECER OU 
NÃO CONHECER NÃO É 
PRERROGATIVA EXCLUSIVA DO 
RELATOR. 
 
 
 
 
Os recursos não serão reconhecidos 
quando forem: 
 
Inadmissíveis: 
 
Os recursos inadmissíveis são aqueles que 
têm vícios formais ou processuais, sendo 
observados os requisitos de 
admissibilidade do recurso. 
 
Atenção: O Relator é obrigado a dar a 
parte à oportunidade de sanar o vício: 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
Parágrafo único. Antes de considerar 
inadmissível o recurso, o relator 
concederá o prazo de cinco dias ao 
recorrentepara que seja sanado vício ou 
complementada a documentação exigível. 
 
Ex. Se o juiz verificasse a incapacidade 
processual ou irregularidade da 
representação o juiz deverá designar prazo 
razoável para que seja sanado o vicio, 
conforme o artigo 76, CPC. 
 
Atenção: Se o recorrente não atender a 
determinação o relator NÃO reconhece o 
recurso. Se o recorrido tiver algum vicio 
o relator não vai decidir por não conhecer 
o recurso, mas ele vai determinar o 
DESENTRANHAMENTO das 
contrarrazões, pois não se pode prejudicar 
o recorrente por um desleixo do recorrido. 
Art. 76. § 2º Descumprida a determinação 
em fase recursal perante tribunal de 
justiça, tribunal regional federal ou 
tribunal superior, o relator: 
 
I. não conhecerá do recurso, se a 
providência couber ao recorrente; 
 
II.determinará o desentranhamento das 
contrarrazões, se a providência couber ao 
recorrido. 
 
Atenção: Não há preclusão ao pedido de 
gratuidade de justiça, conforme o artigo 
99, §7° do CPC. 
 
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça 
pode ser formulado na petição inicial, na 
contestação, na petição para ingresso de 
terceiro no processo ou em recurso. 
 
§ 7º Requerida a concessão de gratuidade 
da justiça em recurso, o recorrente estará 
dispensado de comprovar o recolhimento 
do preparo, incumbindo ao relator, neste 
caso, apreciar o requerimento e, se 
indeferi-lo, fixar prazo para realização do 
recolhimento. 
 
Prejudicado 
 
A palavra prejudicada significa dizer que 
houve a perda do interesse superveniente. 
 
Ex. Entra uma inicial com pedidos de 
antecipação dos efeitos da tutela. O juiz 
Aprecia e em decisão interlocutória 
indefere a tutela provisória. O autor então 
peticiona um agravo ao juízo de primeiro 
grau, pugnando pela reconsideração da 
decisão. Assim, o juiz reconsidera e 
reforma inteiramente a decisão, ou seja, a 
tutela é deferida. Desta forma, a decisão 
Hipóteses de não conhecimento do 
recurso: 
 
que foi agravada não existe mais, tendo o 
recurso perdido o interesse, se tornando 
prejudicado. 
 
Art. 1018. § 1º Se o juiz comunicar que 
reformou inteiramente a decisão, o relator 
considerará prejudicado o agravo de 
instrumento. 
 
Recurso que não tenha atacado 
especificamente os fundamentos da 
decisão ou sentença recorrida 
 
Pergunta: Por que o recurso não ataca 
especificamente os fundamentos da 
decisão não pode ser conhecido? Quando 
você impugna uma decisão você deve 
atacar o que sustenta a decisão caso 
contrario você teria um recurso genérico 
 
O tribunal não poderá sozinho encontrar 
quais seriam as razoes se você, no seu 
recurso, não expor as razoes para a 
improcedência ou procedência de uma 
decisão. 
 
Atenção: Uma sentença mal 
fundamentada é nula! 
 
Quarta atribuição: 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
IV. negar provimento a recurso que for 
contrário a: 
 
a. súmula do Supremo Tribunal Federal, 
do Superior Tribunal de Justiça ou do 
próprio tribunal; 
 
b. acórdão proferido pelo Supremo 
Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
c. entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência. 
 
Atenção: O presente artigo trata 
APENAS de recursos. 
 
Antes de ver as hipóteses de negação de 
provimento devemos recordar que cabe ao 
relator decidir o mérito da decisão, 
monocraticamente e quando o juízo de 
mérito é positivo dá-se provimento ao 
recurso e se é negativo nega-se o 
provimento do recurso. 
Isso acontece, pois o CPC da a 
possibilidade do relator julgar o mérito 
com o fim de evitar o congestionamento 
das pautas. 
Os casos do inciso IV são casos que 
não precisam ir ao órgão colegiado, eis 
que o mesmo nada de diferente poderá 
fazer em relação à decisão que o relator irá 
tomar. 
 
Atenção: O Juízo de mérito do recurso 
nem sempre será pelo colegiado, poderá 
ser pelo relator. Por outro lado o juízo de 
admissibilidade do recurso não é exclusivo 
do relator podendo ser feito pelo 
colegiado. 
 
Casos de negação monocrática de 
recursos: 
 
Recurso contrário à súmula do STF, 
do STJ ou do próprio tribunal. 
 
Se o recorrente pede algo em contrario à 
sumulas do STJ, do STF ou do próprio 
tribunal seu recurso será negado 
monocraticamente, pois não há como 
receber um juízo favorável. 
 
Atenção: Se o recurso é contrario a uma 
súmula do STF ou STJ, isso quer dizer que 
o juiz de primeira instancia agiu de acordo 
com a súmula, conforme esperado. Então 
uma vez que a sentença se baseia na 
súmula e a parte apela o relator negará o 
recurso monocraticamente. 
 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase 
instrutória, o juiz, independentemente da 
citação do réu, julgará liminarmente 
improcedente o pedido que contrariar: 
 
I. enunciado de súmula do Supremo 
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal 
de Justiça; 
 
 
Recurso contrário a acórdão 
proferido pelo STF ou pelo STJ em 
julgamento de recursos repetitivos. 
 
Nesse caso, semelhante ao primeiro, não 
será possível prover recurso que seja 
contrario a acórdãos do STF ou STJ em 
recursos repetitivos, pois os mesmos 
produzem efeitos vinculantes, não 
podendo nenhum tribunal desafiar a tese 
fixada. 
 
Recursos que contrariam 
entendimentos firmados em IRDR 
ou de assunção de competência. 
 
As hipóteses de IRDR e de assunção de 
competência se vincula os tribunais, não 
podendo o relator desafiar a tese, eis que o 
órgão fracionário não poderá falar nada 
diferente. 
 
Pergunta-se: Cabe recurso a decisão 
monocrática de relator? Sim, todas as 
decisões de relatores poderão ser 
recorridas, por agravo interno/agravo 
regimental salvo previsão em contrário 
especificas no CPC. 
 
Quinta atribuição: 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
V. apresentação de contrarrazões, dar 
provimento ao recurso se a decisão 
recorrida for contrária a: 
 
a. súmula do Supremo Tribunal Federal, 
do Superior Tribunal de Justiça ou do 
próprio tribunal; 
 
b. acórdão proferido pelo Supremo 
Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
 
c. entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência. 
 
Se as decisões recorridas forem contrarias 
aos aspectos supracitados é evidente que o 
recurso é cabível, eis que a decisão em 
primeira instancia não deveria ser decidida 
dessa forma. 
 
Fica facultado as contrarrazoes e só 
DEPOIS poderá julgar o recurso, sob pena 
de violação do contraditório 
 
Atenção: A fim de garantir a observância 
de acórdão proferido em julgamento de 
incidente de resolução de demanda 
repetitiva o artigo 988, IV, CPC determina 
que caberá reclamação nesses casos. 
 
Art. 988. Caberá reclamação da parte 
interessada ou do Ministério Público 
para: 
 
IV. garantir a observância de acórdão 
proferido em julgamento de incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
incidente de assunção de 
competência; (Redação dada pela 
Lei nº 13.256, de 2016) 
 
A primeira parte do inciso V, diz “depois 
de facultada a apresentação de 
contrarrazões”, porém pergunta-se: Em 
todos os casos? Não, não é atribuição do 
relator em recurso de apelação! 
 
 
 
 
Portanto, se o juiz decide contra súmula 
do STF, STJ ou do próprio Tribunal, cabe 
recurso que será julgado e provido 
monocraticamente, ou seja, pelo próprio 
relator. 
 
Sexta atribuição: 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
VI. decidir o incidente de desconsideração 
da personalidade jurídica, quando este for 
instaurado originariamente perante o 
tribunal; 
 
Primeiramente, devemos esclarecer 
quando é cabível o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica. 
Segundo o Art. 134 o incidente é cabível 
em TODAS as fases do processo deconhecimento: 
 
Art. 134. O incidente de desconsideração 
é cabível em todas as fases do processo de 
conhecimento, no cumprimento de 
sentença e na execução fundada em título 
executivo extrajudicial. 
 
Porem os conseguintes desse artigo 
determinam que concluída a instrução o 
incidente será resolvido por decisão 
interlocutória e se a decisão for proferida 
pelo RELATOR cabe agravo interno, 
perceba: 
 
Art. 136. Concluída a instrução, se 
necessária, o incidente será resolvido por 
decisão interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for 
proferida pelo relator, cabe agravo 
interno. 
 
Atenção: O incidente de desconsideração 
aplica-se em processos de competência 
dos juizados especiais, conforme dita o 
artigo 1.062, CPC. 
 
Sétima atribuição 
 
Art. 932. Incumbe ao relator 
 
VII. determinar a intimação do Ministério 
Público, quando for o caso; 
 
Pergunta-se: Quando se deve intimar o 
Ministério Público? Segundo o artigo 178 
do CPC, o ministério publico devera ser 
intimado: 
 
Art. 178. O Ministério Público será 
intimado para, no prazo de 30 (trinta) 
dias, intervir como fiscal da ordem 
jurídica nas hipóteses previstas em lei ou 
na Constituição Federal e nos processos 
que envolvam: 
 
I - interesse público ou social; 
II - interesse de incapaz; 
 
III - litígios coletivos pela posse de terra 
rural ou urbana. 
 
Oitava atribuição: 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
VIII. exercer outras atribuições 
estabelecidas nos regimentos internos dos 
tribunais. 
 
 
 
 
Art. 995. Parágrafo único. A eficácia da 
decisão recorrida poderá ser suspensa por 
decisão do relator, se da imediata 
produção de seus efeitos houver risco de 
dano grave, de difícil ou impossível 
reparação, e ficar demonstrada a 
probabilidade de provimento do recurso. 
 
 
Art. 933. Se o relator constatar a 
ocorrência de fato superveniente à 
decisão recorrida, ou a existência de 
questão apreciável de ofício ainda não 
examinada, que devam ser considerados 
no julgamento do recurso, intimará as 
partes para que se manifestem no prazo de 
cinco dias. 
 
Ex1 de fato superveniente: Ação de 
indenização proposta pelo pai de menor, 
vitima de acidente de trânsito, que esta 
hospitalizado. A sentença condena o 
acusado a pagar o tratamento medico e 
danos morais. A apelação é distribuída ao 
relator e, pouco tempo após o menor 
morre. 
 
Ex2 de fato superveniente: Em ação de 
anulação de crédito tributário o juiz 
profere sentença de improcedência do 
pedido, reconhecendo a existência do 
débito. O autor, inconformado, interpõe 
apelação. O procurador da fazenda 
peticiona nos autos do recurso 
comunicando e comprovando que o autor 
requereu parcelamento à Receita Federal. 
 
Ex. questão apreciável de oficio ainda 
não examinada. Prescrição, decadência, 
incompetência absoluta e coisa julgada. 
 
Art. 933. § 1º Se a constatação ocorrer 
durante a sessão de julgamento, este será 
imediatamente suspenso a fim de que as 
partes se manifestem especificamente. 
 
Atenção: O juiz não pode decidir em grau 
ALGUM de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não tenham 
as partes se manifestado, ou se trate de 
matéria sobre a qual deva decidir de 
oficio. 
 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau 
algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se 
Efeito suspensivo concedido pelo relator 
tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria 
sobre a qual deva decidir de ofício. 
 
 
 
O Artigo 934 do CPC determina após 
apresentados os autos para o presidente o 
mesmo devera designar dia para o 
julgamento. 
 
Art. 934. Em seguida, os autos serão 
apresentados ao presidente, que designará 
dia para julgamento, ordenando, em todas 
as hipóteses previstas neste Livro, a 
publicação da pauta no órgão oficial. 
 
 
Pergunta: Qual o prazo? O prazo é de até 
5 dias, apesar de anterior ao CPC/15 ser de 
48h 
 
Art. 935. Entre a data de publicação da 
pauta e da sessão de julgamento 
decorrerá, pelo menos, o prazo de cinco 
dias, incluindo-se em nova pauta as 
causas que não tenham sido julgadas, 
salvo aquelas cujo julgamento tiver sido 
expressamente adiado para a primeira 
sessão seguinte. 
 
 
 
 
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, 
estabelecido por lei ou pelo juiz, 
computar-se-ão somente os dias úteis. 
 
Apesar de parecer simples existem 
algumas observações sobre o prazo. 
 
Art. 935. Entre a data de publicação da 
pauta e da sessão de julgamento 
decorrerá, pelo menos, o prazo de cinco 
dias, incluindo-se em nova pauta as 
causas que não tenham sido julgadas, 
salvo aquelas cujo julgamento tiver sido 
expressamente adiado para a primeira 
sessão seguinte. 
 
A data da publicação não é 
EXATAMENTE a data da publicação, 
pois segundo o art. 224, §2°: 
 
Art. 224. § 2
o
 Considera-se como data de 
publicação o primeiro dia útil seguinte ao 
da disponibilização da informação no 
Diário da Justiça eletrônico. 
 
Perceba o seguinte exemplo: 
 
 
 
 
Prazo para julgamento 
Contagem do prazo em dias 
Não esta correto, pois o dia seguinte após 
a data no DJe é o dia 08/04/2021 e não o 
dia 15/04/2021 
 
Art. 935. Entre a data de publicação da 
pauta e da sessão de julgamento 
decorrerá, pelo menos, o prazo de cinco 
dias, incluindo-se em nova pauta as 
causas que não tenham sido julgadas, 
salvo aquelas cujo julgamento tiver sido 
expressamente adiado para a primeira 
sessão seguinte. 
 
§ 1º Às partes será permitida vista dos 
autos em cartório após a publicação da 
pauta de julgamento. 
 
§ 2º Afixar-se-á a pauta na entrada da 
sala em que se realizar a sessão de 
julgamento. 
 
 
 
Art. 936. Ressalvadas as preferências 
legais e regimentais, os recursos, a 
remessa necessária e as causas de 
competência originária serão julgados na 
seguinte ordem: 
 
I. em primeiro lugar, aqueles nos quais for 
realizada sustentação oral, observada a 
ordem dos requerimentos; 
 
II. os requerimentos de preferência 
apresentados até o início da sessão de 
julgamento; 
 
III. aqueles cujo julgamento tenha 
iniciado na sessão anterior; 
 
IV. por último, os demais casos. 
 
Atenção: No inciso III deve-se observar a 
parte final do artigo 935. 
 
Atenção: Essas preferências serão todas 
relativas, pois o regimento interno do 
tribunal pode inverter essa ordem, 
estabelecendo outras prioridades. 
 
Ex. Um regimento interno de tribunal 
dispõe que, ressalvadas as prioridades 
legais, a prioridade será de processos que 
tenham por objeto benefícios da 
seguridade social. 
 
 
 
 
Art. 1.048. Terão prioridade de 
tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, 
os procedimentos judiciais: 
 
I. em que figure como parte ou 
interessado pessoa com idade igual ou 
superior a 60 (sessenta) anos ou 
portadora de doença grave, assim 
compreendida qualquer das enumeradas 
no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 
22 de dezembro de 1988; 
 
II. regulados pela Lei nº 8.069, de 13 de 
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do 
Adolescente). 
 
Atenção: O artigo 6°, XIV da lei n° 
7.713/19888 dispõe: 
 
Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda 
os seguinte rendimentos percebidos por 
pessoas físicas: 
 
XIV – os proventos de aposentadoria ou 
reforma motivada por acidente em serviço 
e os percebidos pelos portadores de 
Ordem do julgamento 
Prioridade de tramitação 
moléstia profissional, tuberculose ativa, 
alienação mental, esclerose múltipla, 
neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, 
paralisia irreversível e incapacitante, 
cardiopatia grave, doença de Parkinson, 
espondiloartrose anquilosante, nefropatia 
grave, hepatopatia grave, estados 
avançados da doença de Paget (osteíte 
deformante), contaminação por radiação, 
síndrome da imunodeficiência adquirida, 
com base em conclusãoda medicina 
especializada, mesmo que a doença tenha 
sido contraída depois da aposentadoria ou 
reforma; (Redação dada pela Lei nº 
11.052, de 2004). 
 
 
 
 
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois 
da exposição da causa pelo relator, o 
presidente dará a palavra, 
sucessivamente, ao recorrente, ao 
recorrido e, nos casos de sua intervenção, 
ao membro do Ministério Público, pelo 
prazo improrrogável de 15 (quinze) 
minutos para cada um, a fim de 
sustentarem suas razões, nas seguintes 
hipóteses, nos termos da parte final do 
caput do art. 1.021: 
 
O presidente do órgão fracionário, após 
indicar o numero do processo e as partes, 
ele da à palavra ao relator para que o 
relator exponha a causa, ou seja, ele lê o 
relatório já juntado aos autos e em seguida 
devolve a palavra ao presidente e então o 
presidente verifica se há advogados 
presentes, e havendo advogados presentes, 
ele vai oferecer a sustentação oral, se for o 
caso, pois nem todos os processos 
admitem sustentação oral. 
 
Pergunta: Pelo artigo citar “recorrente” e 
“recorrido” só cabem sustentação oral nos 
recursos? Essa interpretação é ERRADA, 
o CPC diz que cabem sustentação oral em 
casos de recurso, competência originaria e 
remessa. 
 
Atenção: A sustentação oral, caso seja 
feita, deverá acontecer logo EM 
SEGUIDA a leitura do relatório. OS 
VOTOS NUNCA ACONTECERÃO 
ANTES DA SUSTENTAÇÃO ORAL. 
Isso acontece tendo em vista o seguinte 
julgado: 
 
ADI 1105 / DF - DISTRITO FEDERAL 
AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI 
Julgamento: 17/05/2006 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno 
ART. 7º, IX, DA LEI 8.906, DE 4 DE 
JULHO DE 1994. ESTATUTO DA 
ADVOCACIA E A ORDEM DOS 
ADVOGADOS DO BRASIL. 
SUSTENTAÇÃO ORAL PELO 
ADVOGADO APÓS O VOTO DO 
RELATOR. IMPOSSIBILIDADE. (...) A 
sustentação oral pelo advogado, após o 
voto do Relator, afronta o devido 
processo legal, além de poder causar 
tumulto processual, uma vez que o 
contraditório se estabelece entre as 
partes. 
 
Após o voto do relator vai acontecer o 
voto dos demais, mas não há espaço, neste 
momento, para os advogados sustentarem 
oralmente. 
 
Após exposição de causa pelo relator 
A parte final do caput do 937 diz que cabe 
a sustentação oral nos termos da parte 
final do caput do art. 1021. 
 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo 
relator caberá agravo interno para o 
respectivo órgão colegiado, observadas, 
quanto ao processamento, às regras do 
regimento interno do tribunal. 
 
Atenção: esse artigo não tem NADA A 
VER com o agravo interno, o caput apenas 
te manda para lá para que não precise 
escrever novamente. 
 
 
 
 
Caberá sustentação oral nos casos de: 
 
Recurso de apelação 
 
A apelação é um dos mais importantes 
recursos, pois se presta a impugnação de 
sentença (sendo estas de mérito ou não). 
É um recurso que tem uma abertura 
de apreciação enorme, pois tudo que foi 
apreciado e decidido no primeiro grau 
poderá ser apreciado e revisto no segundo 
grau, por causa do efeito devolutivo. 
É natural que os advogados possam levar 
aos julgadores, no momento de definir a 
sorte do apelante/apelado, algumas ideias 
por meio de sustentação oral. 
 
Recurso ordinário 
 
O recurso ordinário são aqueles que 
admitem a apreciação distinta de matéria 
de prova e matéria de fato, enquanto 
recursos excepcionais admitem apenas 
nova apreciação de matéria de direito. 
 
Pergunta-se: Quais seriam os recursos 
excepcionais? Os recursos especiais (STJ) 
e recursos extraordinários (STF). OS 
DEMAIS RECURSOS SÃO 
RECURSOS ORDINÁRIOS. 
 
Na hipótese de sustentação oral em 
recurso ordinário, trata-se de RECURSOS 
ORDINARIOS CONSTITUCIONAIS, 
que cabe tanto ao STF (art. 102, 
II,CRFB/88) quanto ao STJ (art. 
105,II,CRFB/88). 
 
Cabe sustentação oral nos recursos 
ordinários, pois eles funcionam como se 
fossem uma apelação. Ele foi previsto 
justamente para casos em que a parte não 
teve direito a um segundo grau de 
jurisdição. 
 
Ex. Se o sujeito impetra um mandado de 
segurança no Tribunal de Justiça, por se 
tratar de processo de competência 
originária, e a decisão julga improcedente 
a pretensão. Nesse caso não há como 
apelar, pois já esta em instancia superior, 
podendo apenas recorrer ao STJ ou ao 
STF, caso os requisitos permitissem. A 
fim de não limitar o direito de defesa o 
recurso ordinário vai pro STJ como se 
fosse uma apelação. 
 
Atenção: NÃO é uma apelação. 
 
Recurso especial e Recurso 
Extraordinário 
 
 
De extrema relevância conforme já visto 
anteriormente. 
 
Nesses recursos podem ser fixadas teses 
de grande relevância para todo país. 
Hipóteses em que poderá ser feita 
sustentação oral (art. 937) 
 
Embargos de divergência 
 
Ex. Em um recurso especial de matéria de 
direito publico, julgado no STJ a decisão 
vem contraria ao postulado, tendo a 
decisão sido proferida pela 2ª Turma. 
Porem você percebe que a 1ª Turma 
julgou casos idênticos ao seu e julgou 
diferente, de forma favorável. Então você 
pega um desses julgamentos e instrui um 
embargo de divergência, demonstrando 
que as Turmas entendem diferente. 
 
Com os embargos você força a reunião das 
Turmas para que elas fixem um 
entendimento que não seja divergente. 
 
Atenção: Embargos de divergência valem 
APENAS para Turmas do STJ e para 
Turmas do STF. 
 
Atenção: O julgamento dos Embargos de 
divergência fica a cargo do regimento 
interno de cada tribunal, mas geralmente 
quem julga é a sessão. 
 
Ação rescisórias, no mandado de 
segurança e na reclamação. 
 
São causas de competência originária que 
tiram a interpretação de recorrente e 
recorrido do caput. 
 
Agravo interno - VETADO 
 
O agravo interno é aquele recurso que vai 
impugnar decisões monocráticas do relator 
e não é um recurso que tenha a 
necessidade de justificativa para que você 
possibilite sustentação oral. 
 
O veto foi dado para mostrar que estão 
dando celeridade processual. 
 
Atenção: O regimento interno pode 
admitir sustentação oral em agravo 
interno. 
 
Agravo de instrumento interposto de 
decisões interlocutórias sobre tutelas de 
urgência ou evidencia. 
 
Quando for julgado agravo de instrumento 
SÓ cabe sustentação oral se esse agravo 
impugnava decisões referentes a 
concessão ou negação de tutelas. 
 
Atenção: Nada impede que o Regimento 
interno amplie e introduza outros casos. 
 
Em outras hipóteses previstas em lei ou 
no regimento interno do tribunal 
 
O CPC estabeleceu um mínimo legal para 
o cabimento da sustentação oral. 
 
Atenção: NENHUM regimento interno 
pode reduzir os casos, sob pena de 
nulidade, O CPC admite que o Rol seja 
ampliado. 
 
 
 
 
§ 2
o
 O procurador que desejar proferir 
sustentação oral poderá requerer, até o 
início da sessão, que o processo seja 
julgado em primeiro lugar, sem prejuízo 
das preferências legais. 
 
O advogado que quiser ter a preferência 
do art.936 ele tem até o inicio da sessão 
para requerer a sustentação oral. Se o 
advogado chegar após o início da sessão 
Quando solicitar a sustentação oral 
nada impede que no momento em que o 
presidente, após a exposição da causa pelo 
relator, abra a palavra, ele peça pela 
sustentação oral. 
 
Atenção: Até o inicio da sessão é para 
garantir a preferência do Art 936, se o 
advogado não fizer isso até o inicio da 
sessão ele não terá a preferência, mas 
poderá fazer a sustentação oral. 
 
 
 
 
§ 3
o
 Nos processos de competência 
originária previstos no inciso VI, caberá 
sustentação oral no agravo interno 
interposto contra decisão de relator que o 
extinga. 
 
O inciso VII foi vetado, porém o parágrafo 
3° está mantido e este estabelece o único 
caso, pelo CPC, em que cabe sustentação 
oral no agravo interno é aqueleque vai 
impugnar uma decisão do relator que 
extingue um processo de competência 
originaria, sendo estes: Ação rescisória, 
mandado de segurança e, reclamação. 
 
Atenção: Cabe sustentação oral no agravo 
interno quando o agravo interno é 
interposto contra decisão monocrática do 
relator que extingue processo de 
competência originária. 
 
Pergunta-se: A sustentação oral é no 
processo de competência originária ou no 
agravo interno? Cabe sustentação oral no 
AGRAVO INTERNO. 
 
 
 
 
§ 4º É permitido ao advogado com 
domicílio profissional em cidade diversa 
daquela onde está sediado o tribunal 
realizar sustentação oral por meio de 
videoconferência ou outro recurso 
tecnológico de transmissão de sons e 
imagens em tempo real, desde que o 
requeira até o dia anterior ao da sessão. 
 
A sustentação oral por meio de 
videoconferência desde que haja recurso. 
 
Ex. O tribunal federal da 1ª região vai de 
Belo Horizonte ao Acre, então o advogado 
que gostaria de fazer a sustentação oral em 
Brasília e não tem condições de viajar, 
desde que agende previamente com a 
secretaria poderá fazer a sustentação oral 
dele de forma remota. 
 
Atenção: Não cabe sustentação oral em 
embargos de declaração, ao não ser que o 
tribunal preveja em seu regimento interno 
em embargos de declaração. 
 
 
 
 
Art. 938. A questão preliminar suscitada 
no julgamento será decidida antes do 
mérito, deste não se conhecendo caso seja 
incompatível com a decisão. 
 
A questão preliminar é uma questão de 
natureza processual que se acolhida, via de 
regra, impedirá o julgamento do mérito. 
 
Ex. Litispendência e juízo incompetente. 
 
Atenção: Em casos de mera formalidade, 
documentos que podem ser trazidos depois 
ou qualquer coisa que não fira o 
Sustentação no agravo interno? 
Sustentação oral por meio de 
videoconferência 
Juízo de admissibilidade pelo colegiado 
contraditório e a ampla defesa ela não 
impede o feito. 
 
Antes do colegiado julgar o mérito ele 
poderá julgar a admissibilidade do 
recurso, da mesma forma em que um juiz 
faz em primeiro grau. 
 
Pergunta-se: Mas o relator já não haveria 
decidido sobre essa questão? Como essa 
questão pode ser arguida a qualquer 
tempo, ela pode ser suscitado a qualquer 
tempo, sendo a admissibilidade ou 
incompetência votada e nos casos de 
recursos o mesmo não será conhecido. 
 
 
 
Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou 
se a apreciação do mérito for com ela 
compatível, seguir-se-ão a discussão e o 
julgamento da matéria principal, sobre a 
qual deverão se pronunciar os juízes 
vencidos na preliminar. 
 
O final do artigo traz a seguinte frase: 
“sobre a qual deverão se pronunciar os 
juízes vencidos na preliminar”. O CPC/15 
fez questão de colocar essa expressão para 
puxar a orelha dos vencidos, pois às vezes 
a vaidade do juiz fala mais alto. 
 
 
Ex. No julgamento de uma apelação ou 
agravo, seriam 3 juízes, o relator e mais 
dois, e após a votação de admissibilidade 
o relator admite o segundo juiz não admite 
e o terceiro admite. Seria 2x1 pela 
admissibilidade, passando então ao juízo 
de mérito. No mérito o segundo juiz diz 
que não conheceu o recurso e, portanto 
não poderá votar no mérito. Além disso, 
no juízo de mérito o 3° juiz nega e o 
relator segue admitindo, havendo então 
um empate. Então, o segundo juiz, que 
não tinha reconhecido a admissibilidade 
terá a possibilidade de desempatar o 
mérito. 
 
 
 
Art. 940. O relator ou outro juiz que não 
se considerar habilitado a proferir 
imediatamente seu voto poderá solicitar 
vista pelo prazo máximo de dez dias, após 
o qual o recurso será reincluído em pauta 
para julgamento na sessão seguinte à data 
da devolução. 
 
Aquele juiz, que não foi o relator, na hora 
de ser chamado para votar às vezes só 
ouve a disposição da causa e o voto do 
relato. 
Se for uma matéria simples, não há 
grandes problemas, pois geralmente o juiz 
já tem seu próprio entendimento. 
No entanto, pela complexidade do 
processo, repercussão midiática, dentre 
outros, pode ser que o juiz não se sinta 
preparado para dar o seu voto sem que 
haja prévio estudo dos casos. 
 
Pergunta-se: Ele poderia ter feito isso 
antes? Sim, mas a pratica é diferente. 
 
Atenção: O prazo é de 10 dias, sendo 
prorrogável por mais 10. 
 
Pergunta-se: Por qual motivo o relator 
pediria os autos se ele supostamente teria 
estudado previamente os autos? O Relator, 
após expor a causa, em seguida há a 
sustentação oral, pode ser que na 
sustentação oral. O relator que já tinha seu 
voto pronto mude de ideia (pouco 
provável, porém pode acontecer) então o 
Juízo de mérito 
Pedido de vista 
relator deve preparar novo voto, podendo 
então pedir nova vista. 
 
Apesar do fim do artigo dizer “na sessão 
seguinte”, pode ser que seja em outra 
sessão que não a seguinte à data. 
 
 
 
§ 1º Se os autos não forem devolvidos 
tempestivamente ou não for solicitada 
prorrogação de prazo pelo juiz pelo prazo 
máximo de mais dez dias, o presidente do 
órgão fracionário os requisitará para 
julgamento do recurso na sessão 
ordinária subsequente, com publicação da 
pauta em que for incluído. 
 
Atenção: Requisitar NÃO É SINONIMO 
de solicitar, requisitar é imperativo! 
 
Na hora da votação pode ser que o juiz 
que pediu vista e que deveria trazer seu 
voto (chamado de voto vista) diz que não 
se sinta habilitado, então o presidente terá 
que solicitar a algum outro julgador para 
votar no lugar desse juiz. 
 
§ 2º Quando requisitar os autos na forma 
do § 1º, se aquele que fez o pedido de vista 
ainda não se sentir habilitado a votar, o 
presidente convocará substituto para 
proferir voto, na forma estabelecida no 
regimento interno do tribunal. 
 
Pergunta-se: Quem será o outro juiz? O 
Regimento Interno definirá o tabelamento. 
 
Atenção: O substituto NÃO pode pedir 
vista 
 
Pergunta-se: No julgamento de três, o 
relator e o segundo juiz, no mérito, negam 
provimento e o terceiro juiz pede vista. O 
presidente poderia negar a vista pelo 
argumento de resultado já consolido? 
Apesar do resultado já estar consolidado, o 
presidente não pode negar a vista, pois 
mesmo que o resultado fique 2x1 o 
resultado não seria por unanimidade, seria 
por maioria. E isso já pode implicar, 
dependendo do recurso, num novo 
julgamento pelo incidente do artigo 942, 
CPC. O voto, mesmo minoritário e 
vencido, tem relevância pelo fato de criar 
uma situação de maioria. 
 
 
 
 
 
Ademais, também é possível que após o 
voto do terceiro juiz o segundo juiz mude 
seu voto. 
E se os autos não forem devolvidos? 
 
 
 
Art. 941. § 1º O voto poderá ser alterado 
até o momento da proclamação do 
resultado pelo presidente, salvo aquele já 
proferido por juiz afastado ou substituído. 
O CPC dispõe que o voto pode ser 
alterado até o momento da proclamação, 
além deste limite existe também o limite 
subjetivo referente ao juiz. 
 
Ex. Um juiz votou em uma sessão e o 
julgamento foi suspenso porque um dos 
juízes pediu vista, então na próxima sessão 
o primeiro juiz que já havia votado esta 
ausente. O voto deste juiz NÃO poderá ser 
alterado, nem pelo seu substituto. 
 
Atenção: APENAS o juiz que votou pode 
alterar o seu voto, juiz substituto nenhum 
poderá alterar o voto já proferido. 
 
 
 
 
Art. 204. Acórdão é o julgamento 
colegiado proferido pelos tribunais 
Ou seja, a decisão do colegiado, seja de 
mérito ou não, é o acórdão. 
 
Atenção: Decisão monocrática 
interlocutória NÃO faz acórdão ainda que 
julgue o mérito. Acórdão é um provimento 
do COLEGIADO. 
 
Trata-se de uma representação, resumida, 
da conclusão a que se chegou, não 
abrangendo toda a extensão e discussão 
em que se pautou o julgado, mas tão-
somente os principais pontos da discussão. 
 
 
Art. 941. Proferidos os votos, o presidenteanunciará o resultado do julgamento, 
designando para redigir o acórdão o 
relator ou, se vencido este, o autor do 
primeiro voto vencedor. 
 
Atenção: Uma vez anunciado o resultado 
não se pode mais alterar votos. 
 
A escolha do relator para escrever o 
acórdão é pela familiaridade dele com os 
autos. Porém a parte final do código 
estabelece uma exceção, passando essa 
incumbência para o autor do primeiro voto 
vencedor. 
 
Pergunta-se: O que é voto vencedor? 
Voto vencedor é aquele voto divergente 
do proferido pelo Relator que é tão bom 
que convence os outros juízes a votarem 
da mesma forma. Esse juiz é chamado de 
relator para acórdão. 
 
ADI 1105 / DF - DISTRITO FEDERAL 
AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI 
Julgamento: 17/05/2006 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno 
ART. 7º, IX, DA LEI 8.906, DE 4 DE 
JULHO DE 1994. ESTATUTO DA 
ADVOCACIA E A ORDEM DOS 
ADVOGADOS DO BRASIL. (...). 
 
Ex. O relator vota pela procedência, 
juntamente com os dois próximos 
ministros. Após isso outro ministro vota 
pela improcedência, convencendo mais 5 
ministros com seu voto. Nesse caso quem 
redige o acórdão é o ministro do voto 
divergente. 
Alteração de voto 
Proclamação do resultado do julgamento 
Acórdão 
 
 
 
 
 
Art. 941. § 2º No julgamento de apelação 
ou de agravo de instrumento, a decisão 
será tomada, no órgão colegiado, pelo 
voto de três juízes. 
 
Ainda que o órgão colegiado tenham mais 
de 3 ministros, se for julgar uma apelação 
ou agravo de instrumento interno apenas 3 
votam, sendo estes o Relator e outros 2 
ministros. 
 
Pergunta-se: Quem são os outros 2 
ministros a votarem? O regimento interno 
que define, pois o CPC não trata desse 
assunto. 
 
Atenção: O regimento interno não pode, 
nesse caso, abrir para mais ministros 
julgarem. 
 
 
 
Art. 941. § 3º O voto vencido será 
necessariamente declarado e considerado 
parte integrante do acórdão para todos os 
fins legais, inclusive de 
prequestionamento. 
 
O prequestionamento é um requisito de 
admissibilidade especifico para recursos 
excepcionais, ou seja, recurso especial e 
recurso extraordinário. 
 
Atenção: O STF e STJ não admitem 
recursos especiais com matéria inédita, 
que nunca tenha sido apreciada. A matéria 
já deve ter sido julgada. 
 
Base legal na Constituição perceba: 
 
CF, art. 102. Compete ao Supremo 
Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
 
III. julgar, mediante recurso 
extraordinário, as causas decididas em 
única ou última instância, quando a 
decisão recorrida: 
 
CF, art. 105. Compete ao Superior 
Tribunal de Justiça: 
 
III. julgar, em recurso especial, as causas 
decididas, em única ou última instância, 
pelos Tribunais Regionais Federais ou 
pelos tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando a decisão 
recorrida: 
 
Definição:Trata-se de requisito de 
admissibilidade específico dos recursos 
excepcionais, que exige que a questão 
federal ou constitucional tenha sido 
suscitada e decidida nas instâncias 
inferiores. 
 
Atenção: Na apelação, o recorrente deve 
suscitar a questão federal (ou 
constitucional) a fim de que seja apreciada 
e decidida pelo tribunal. 
 
Pergunta-se: E caso o tribunal se omite? 
Você faz embargos de declaração.Para 
isso nos temos duas sumulas importantes. 
Perceba: 
 
Julgamento de apelação ou agravo de 
instrumento 
Prequestionamento 
STJ, Súmula 320: A questão federal 
somente ventilada no voto vencido não 
atende ao requisito 
do prequestionamento. 
 
STF, Súmula 356: O ponto omisso da 
decisão, sobre o qual não foram opostos 
embargos declaratórios, não pode ser 
objeto de recurso extraordinário, por 
faltar o requisito do prequestionamento. 
 
Atenção: A súmula 282 esta ultrapassada, 
pois hoje em dia questão federal NÃO é 
mais do STF e sim do STJ. 
 
STF, Súmula 282: É inadmissível o recurso 
extraordinário, quando não ventilada, na 
decisão recorrida, a questão federal 
suscitada. 
 
 
 
Recurso é um meio voluntário de 
impugnar decisões judiciais, capaz de 
produzir, dentro do mesmo processo, a 
reforma, a invalidação, o esclarecimento 
ou a integração do pronunciamento 
impugnado. 
 
O recurso é definido pelo Câmara como 
uma medida voluntária, não existindo 
recurso ex officio. 
 
Atenção: A remessa necessária NÃO é 
recurso. 
 
O recurso não instaura novo processo, ele 
instaura novo procedimento (característica 
essencial do recurso) dentro de um mesmo 
processo. E pode produzir quatro possíveis 
resultados: 1)Reforma da decisão; 2)A 
invalidação da decisão; 3)Esclarecimento 
da decisão e; 4)Integração da decisão. 
 
De fato, em nosso sistema todo recurso ou 
impede o transito em julgado ou impede a 
preclusão. Se for impugnada uma decisão 
interlocutória ao recorrer se impede a 
preclusão, se há impugnação de decisão 
final, seja em sentença ou acórdão, o 
recurso impede que ela transite em 
julgado. 
 
Nem todos os atos do juiz podem ser 
recorridos, por exemplo a vedação de 
recurso a despachos fixada pelo art. 1001, 
CPC 
 
Art. 1.001. Dos despachos não cabe 
recurso. 
 
Atenção: As decisões EM REGRA são 
recorríveis, porém há casos em que a 
legislação não permite recurso, por 
exemplo o art. 1007, §6°, e art. 1031,§2°, 
ambos do CPC. 
 
Art. 1.007. No ato de interposição do 
recurso, o recorrente comprovará, quando 
exigido pela legislação pertinente, o 
respectivo preparo, inclusive porte de 
remessa e de retorno, sob pena de 
deserção. 
 
§ 6º Provando o recorrente justo 
impedimento, o relator relevará a pena de 
deserção, por decisão irrecorrível, 
fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para 
efetuar o preparo. 
 
 
Art. 1.031. A partilha amigável, celebrada 
entre partes capazes, nos termos do art. 
2.015 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro 
de 2002 - Código Civil, será homologada 
de plano pelo juiz, mediante a prova da 
Recurso 
quitação dos tributos relativos aos bens 
do espólio e às suas rendas, com 
observância dos arts. 1.032 a 1.035 desta 
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.441, de 
2007). 
 
§ 2° Transitada em julgado a sentença de 
homologação de partilha ou adjudicação, 
o respectivo formal, bem como os alvarás 
referentes aos bens por ele abrangidos, só 
serão expedidos e entregues às partes 
após a comprovação, verificada pela 
Fazenda Pública, do pagamento de todos 
os tributos. (Incluído pela Lei nº 9.280, de 
30.5.1996) 
 
Atenção: A decisão do juízo que admite o 
amicus ciriae é irrecorrível. 
 
Muitas pessoas tem a falsa ideia de que o 
agravo de instrumento é um novo 
processo, porém isso não corresponde com 
a verdade, pois o agravo nada mais é do 
que um novo procedimento em autos 
apartados. 
Por outro lado, uma ação rescisória/ 
mandado de segurança e todas as outras 
impugnações autônomas formam novo 
processo e não tendo natureza recursal. 
 
Atenção: No nosso sistema, você apenas 
pode recorrer até o Transito em julgado. 
Formado o transito em julgado não há 
como recorrer. Você pode tentar reverter à 
decisão com ação rescisória, mas NÃO 
tem natureza de recurso. 
 
 
 
O recurso pode permitir que sejam 
alcançados quatro resultados. Sendo estes: 
 
Reforma: 
 
A reforma no sentido jurídico é, 
simplesmente, uma obra/atividade, que 
visa alterar aquilo que já existe. Mas não 
significa dizer que você vai destruir o que 
já existe e fazer algo novo. 
 
Atenção: A reforma se diferencia da 
invalidação porque na invalidação você 
começa do 0 e não acresce como na 
reforma. 
 
Quando se quer chegar à reforma afirma-
se a existência, naquela decisão ocorrida, 
de um error in judicando (erro de 
julgamento). 
 
Error in judicando: É um tipo de erro que 
esta ligado ao conteúdo da decisão, ou 
seja,

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