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Livro III, Título I, Capítulo I. Tribunal é composto por vários órgãos, sendo os mais importantes os seguintes: Plenário: O que tem mais poderes e toma as decisões mais relevantes e importantes. O pleno é a reunião de todos os juízes que atuam no tribunal. Atenção: Desembargador é um termo que a constituição utiliza para tribunais estaduais. Questão: E se faltar um juiz? Pode ocorrer pleno com ausência de juízes, mas as ausências geralmente são justificadas pelo juiz do pleno. Órgãos especiais: Para evitar que o plenário fique sobrecarregado, algumas matérias que seriam da competência do pleno são delegadas a um órgão, que vai ter um numero de juízes menores, para julgar pelo plenário. Atenção: A Constituição autoriza, de forma facultativa, a criação de órgãos especiais, ou seja, a decisão cabe à escolha ao Tribunal. Art. 93. Lei complementar (LOMAN, Lei complementar n° 35 de 1979) , de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Questão: Como serão escolhidos os juízes dos órgão especiais? Ora por antiguidade (do primeiro mais antigo ao mais novo) ou a critério do tribunal (por votação do pleno). Os órgãos especiais têm como função julgar matérias administrativas (Ex. homologar concurso para servidor) ou atribuições jurisdicionais (Ex. julgar processos que seriam do pleno). Atenção: Quem vai atribuir à competência de cada órgão dentro do tribunal são os regimentos internos, eis que a constituição estabelece que cada tribunal tem a autonomia de elaborar o seu regimento interno. Em que pese à autonomia do regimento interno ele é apenas autorizado a falar sobre aquilo que a lei não falou anteriormente. Órgãos Fracionários: Os órgãos fracionários típicos são: Seções, Turmas e Câmaras. Processo Civil III Tribunais Juliana Amaral Turmas e Câmaras: São os menores órgãos fracionados. Nunca se terá órgãos e turmas ao mesmo tempo. Questão: Quando se tem câmara e quando se tem turmas? Tribunais Federais e superiores têm TURMAS e tribunais estaduais têm CÂMARAS. Ex. O STF tem duas turmas e o TJTJ tem diversas câmaras (câmaras cíveis/criminais etc.) Seções: Quando você reúne as turmas ou câmaras de mesma especialização você tem uma seção. Isso geralmente acontece quando o assunto tem mais relevância ou quando há divergências entre câmaras. Atenção: Normalmente as seções que elaboram súmulas. Atenção: Apesar de parecer pela conta que são 30 ministros, o STJ tem no mínimo 33 ministros. CF, Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. O STJ demonstra bem como as matérias de mais relevâncias são divididas pelo regimento interno, perceba: Atenção: Quando o mandado de segurança for direcionado DIRETAMENTE ao STJ, ele vai para uma seção e não para uma turma. CF, art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; O STJ não tem um órgão especial, mas sim uma corte especial. E essa corte é formada pelos 15 ministros mais antigos. Exemplos STJ Particularidade STJ Atenção: Não podemos confundir com órgão especial, eis que não há delegação de funções. Segundo o Artigo 104, parágrafo único, da Constituição Federal. Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. Nosso ordenamento se orienta pelo sistema Civil Law, ou seja, a lei que vai orientar as decisões. Diferentemente do sistema do Common Law, pois neste o que tem mais relevância são os precedentes. O CPC/15, em que pese adotar o Civil Law, se aproximou do Common Law, eis que as jurisprudências tem grande relevância, ou seja, temos um Civil Law flexibilizado. Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. Esse artigo demonstra com clareza as extensões que o CPC/15 fez em relação à flexibilização do Civil Law. Atenção: Os juízes devem acatar as súmulas, mesmo que não sejam as Quem pode ser ministro Civil Law X Common Law Súmulas – vinculantes vinculantes propriamente ditas. O único tribunal que tem, no Brasil, a autorização constitucional para editar sumula vinculante é o STF. Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Ou seja, são necessários, no mínimo, 8 ministros favoráveis para editar as súmulas vinculantes. A decisão de se editar uma súmula acontece para acabar com decisões reiteradas do supremo sobre determinada matéria, reunindo assim o pleno para pacificar o assunto. Atenção: Na frase “terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos” se EXCLUI o próprio Supremo, visto que a constituição quer vincular todos os tribunais do País, menos o STF. Questão: Supremo esta livre para contrariar uma súmula que ele mesmo editou? A resposta para essa questão esta no final do Artigo 103-A, CF, dizendo que o Supremo pode cancelar a súmula/alterar e decidir diferente. Essa é uma boa prática, visto que não “engessa” o sistema. Questão: O supremo não é vinculado e um ministro monocraticamente pretende decidir contra súmula. Ele poderá fazer isso? Não, a súmula não tem efeito vinculante em relação aos dois terços necessários para o cancelamento. A súmula vinculante também tem efeitos na Administração Pública direta e indireta. Recordando: Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 Art. 4° A Administração Federalcompreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c)Sociedades de Economia Mista. d)fundações públicas. Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987) Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) V -as demais entidades de caráter público criadas por lei. A lei que regulamentou o Artigo 103 – A da Constituição Federal foi a Lei de n° 9.784/1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. Livro III, Titulo I, Capítulo II. O Artigo 929 inaugura o andamento e julgamento dos processos pelo tribunal, disciplinando: Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição. Ou seja, os autos ao chegarem devem ser submetidos ao protocolo geral e só então a secretaria geral vai coordená-los e distribuírem imediatamente. Atenção: A Secretaria geral NÃO se confunde com as secretarias dos órgãos fracionários. Recordando: Autos são a forma pelo qual o processo se instrumentaliza. Procedimento, por sua vez, é a sequencia de atos praticados para chegar em um momento final do processo. A secretária é responsável por mandar os autos para o lugar certo, ou seja, dividir entra plenário, câmara/seção, etc. Questão: Por qual motivo a distribuição deve ser imediata? A distribuição deverá ser imediata, pois a eventual demora para a distribuição pode ser a diferença entre a vida e a morte de alguém, ou seja, a tutela de urgência pode estar sendo requerida em qualquer processo. Art. 929. Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau. A descentralização possibilita que um serviço que só poderia ser prestado na sede em Brasília possa ser prestado em outra localidade. Impugnação de decisão proferida em instancia inferior. Da ordem dos Processos no Tribunal O que chega no Tribunal Recurso A remessa necessária condiciona a eficácia da sentença à sua reapreciação pelo tribunal ao qual está vinculado o juiz que a proferiu. Enquanto não for procedida à reanálise da sentença, esta não transita em julgado, não contendo plena eficácia. Assim, a remessa necessária possui natureza jurídica de condição de eficácia da sentença. Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: Atenção: Apenas sentença! Não cabe remessa contra decisão interlocutória ou acórdão de tribunal! O tribunal ele não é ad strito a confirmar a sentença, mas ele também pode alterar e anular a sentença. I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; Haverá remessa contra pessoas jurídicas de direito publico interno quando integrantes da administração direta e indireta, DESDE QUE não haja recurso do ente público. II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. Execução fiscal é uma divida ativa da fazenda. A execução fiscal se destina a assegurar o pagamento da fazenda publica que tem a seu favor uma divida/crédito, inscrito na divida ativa. Atenção: Não necessariamente a execução fiscal se refere a impostos, pode ser também multas. Sendo a fazenda pública, seguirá o rito da lei n° 6.830 Pergunta: Quando um particular é réu da ação de divida ativa tem contestação? Não, nesses casos apenas se pode pagar ou leiloar/ penhorar algum bem, porém a lei prevê a possibilidade de embargos. Atenção: Nem todos os casos de condenação ou de julgamento de procedência dos embargos contra a fazenda justificam a remessa, pois às vezes o valor não é tão substancial. Se o prejuízo da união for abaixo de 1000 (mil) salários minismos § 1 o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. § 2 o Em qualquer dos casos referidos no § 1 o , o tribunal julgará a remessa necessária. § 3 o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; Remessa Necessária Atenção: Nem todos os casos de condenação ou de julgamento de procedência dos embargos contra a fazenda justificam a remessa, pois às vezes o valor não é tão substancial. Se o prejuízo da união for abaixo de 1000 (mil) salários mínimos não haverá remessa. Atenção: Se for mais de mil salários mínimos pra cima haverá remessa II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; Atenção: Os municípios referentes a este artigo são os municípios capitais (ex. São Paulo). Nesses casos só haverá remessa em valores acima de 500 salários. III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. Atenção: Aqui se trata dos municípios menores, que sentem mais a perda de valores menores, logo basta 100 salários para que haja a remessa. Sentença condena uma autarquia do Rio de Janeiro no valor de Quatrocentos Salários mínimos. Não houve apelação por parte do ente público. O juiz deverá oferecer remessa necessária? Justifique O juiz não deverá oferecer remessa necessária eis que o rio de janeiro se equipara a um município capital, obedecendo a regra do Artigo 496, §3°, II, CPC. Os processos de competência originária podem ser ações rescisórias, mandados se seguranças que vão direto para o STF, habeas corpus e reclamação. Atenção: Os tribunais realizam o primeiro grau de jurisdição também Trata-se de processo de competência originária dos tribunais que pode ter por finalidade a preservação de sua competência ou a garantia da autoridade de suas decisões. Sugestão de leitura: CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2017, p. 491/495. Atenção: A reclamação não vai ser apreciada em nenhuma Vara do país, apenas apreciada por Tribunais. A natureza jurídica da reclamação vêm sido muito discutida e foi objeto de uma decisão recente do STF RCL 24.417 (http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticia NoticiaStf/anexo/RCL24417.pdf ) Essa questão é dividida em duas correntes: Questão: Processos de competência originária Reclamação Natureza Jurídica da reclamação 1ª corrente: A primeira corrente (derrubada) entendia que a reclamação era o direito de petição aos órgãos públicos, aquele previsto no artigo 5°, XXXIV, A da CRFB/88. Existia uma lei que tratava dessa corrente, a Lei de n° 8.038/1990, porém esse entendimento não constava no CPC antigo. Essa lei trata de procedimentos noSTJ e STF e no artigo 15 não admitia o contraditório e essa ausência de contraditório levava uma parte da doutrina dizer que não há como haver direito de ação sem contraditório. Atenção: A natureza jurídica da reclamação como direito de petição não é mais entendida como a correta, porém é a base para o julgamento do julgamento da ADI 2.212-1 STF. Consequências desse entendimento: 1. Aqueles que adotavam este entendimento concluiriam que o julgamento da Reclamação não produz os efeitos da coisa julgada material. 2. Outra consequência interessante da adoção do entendimento de que a natureza jurídica da reclamação é de mero exercício de direito de petição, é que não cabe a condenação em custas e honorários advocatícios (art. 5º, XXXIV, CF/88 e Rcl 2017/RJ, STJ). Este entendimento está totalmente superado, eis que baseado na Lei 8.038/1990 que não reconhecia a Reclamação como uma ação, pois nela não se evidenciavam todos os ângulos da relação processual. O CPC de 2015, entretanto, modificou esse cenário. LEI Nº 8.038, de 28 de maio de 1990 Art. 15 - Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015). Assim, se antes os precedentes do STF viam o beneficiário do ato reclamado somente como interessado (artigo 15 da Lei 8.038/1990), dispensando o contraditório prévio à decisão de mérito, o novo Código instituiu o contraditório obrigatório e tornou imprescindível a citação do beneficiário do ato reclamado (artigo 989, inciso III). Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável; III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação. Atenção: O relator é o responsável pela instrução do processo e todas as providencias cabíveis até a data de seu julgamento. 2ª corrente A reclamação reflete o exercício do direito de ação - entendimento adotado pelo STF nos julgamentos da Rcl 5470/PA e da Rcl 232. Aqui o polo passivo esta exercendo o contraditório. Consequências desse entendimento: 1. Aqueles que adotam este entendimento acabarão por concluir que a decisão nela proferida revestir-se-á da imutabilidade característica da coisa julgada material. Atenção: Pontes de Miranda é apontado como o primeiro a sustentar que a Reclamação teria natureza de ação. A doutrina moderna segue esse entendimento, apontando o julgamento da Rcl 532 no STF, em 01/08/1996, no qual se decidiu que "havendo sido julgada improcedente a Reclamação anterior, sem que os Reclamantes, no prazo legal, propusessem a ação rescisória, (...) não podem pleitear novo julgamento da mesma Reclamação, em face do obstáculo da coisa julgada". Porém hoje em dia entendemos que a reclamação faz coisa julgada material, conforme a prova da AGU. 2- Haverá condenação em custas e honorários, visto que é jurisdicional. Até o CPC atual a reclamação era conhecida como ação constitucional, pois sua competência estava prevista na Constituição e era apenas do STF e STJ. Não podendo nenhum outro tribunal julgar reclamação. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Então quando fosse afrontada a competência ou a autoridade do supremo, o insatisfeito poderia (ainda pode) ir ao supremo e propor uma reclamação. Por outro lado caso uma decisão ou um ato governamental afrontasse a competência do STJ ou colocasse de alguma forma em risco a garantia caberia ao prejudicado uma reclamação apenas ao STJ, sem haver possibilidade de contestar decisões do tribunal superior. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Atenção: Cada tribunal julgava suas próprias afrontas. O CPC ampliou a competência da reclamação para todos os tribunais do país: Art. 988. § 1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca Competência da Reclamação preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. Primeira Hipótese O primeiro caso de cabimento é para preservar a competência dos tribunais. Podemos achar essas competências na constituição Federal Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I.preservar a competência do tribunal; Ex1. Instaura-se um processo na justiça federal de 1º grau em que são partes, de um lado, a União e, de outro, um Estado da Federação. Ex2. Juízo de primeiro grau profere decisão inadmitindo recurso de apelação (ver CPC, art. 1010, §3º). Informações sobre o exemplo 2 1. Não cabe agravo de instrumento contra esta decisão 2. A reclamação será a única via processual adequada a impugnar tal decisão! ENUNCIADO 207 DO FÓRUM PERMANENTE DE PROCESSUALISTAS CIVIS Cabe reclamação, por usurpação da competência do tribunal de justiça ou tribunal regional federal, contra a decisão de juiz de 1º grau que inadmitir recurso de apelação. (CPC, arts. 988, I e 1.010, § 3º) Segunda Hipótese A segunda hipótese para o cabimento de uma reclamação é para garantir a autoridade das decisões de um tribunal. Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: II. garantir a autoridade das decisões do tribunal; Ex1: TJRJ deixa de conhecer de recurso por considerá-lo inadmissível, ou seja, STJ, em sede de recurso especial, reforma a decisão e determina ao TJRJ que julgue o mérito daquele recurso. Após isso o TJRJ retoma o julgamento do recurso e, uma vez mais, dele não conhece, por entendê-lo inadmissível, pelo mesmo motivo já afastado pelo STJ. Ex2: O juízo de primeira instância indefere inversão do ônus da prova requerida pelo autor. Desta decisão o prejudicado interpõe agravo de instrumento (CPC, art. 1.015, XI) que vem a ser provido, sendo determinada, pelo Tribunal, a inversão. O juízo de primeira instância emite novo pronunciamento em que comunica às partes que julgará o feito sem a inversão do ônus da prova, por entendê-la incabível. Este pronunciamento desrespeita a autoridade da decisão do tribunal, sendo cabível a reclamação. Ex3. O juízo de primeira instância indefere requerimento de tutela provisória no processo XX. Ocorre que o TJRJ, Hipóteses de cabimento da reclamação recentemente, em caso absolutamente semelhante no processo YY, havia deferido a tutela. A partir deste exemplo, questiona-se: Cabe reclamação nesse caso? Não cabe reclamação nesse caso, pois são processos diferentes. Ainda que TJ trate de casos semelhantes, mas não quer dizer que cada caso que o TJ julga vincula todos os juízes. Atenção: Se o TJ tivesse deferido uma tutela nesse processo, o juiz afrontaria a autoridade do TJ caso ele se negasse a cumprir ou cassasse a decisão do TJ. Terceira hipótese A reclamação poderá ser feita para garantir a observância de sumulas e de decisões do STF. Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: III. garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federalem controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) Quando o STF aprecia uma ADI, ADC ou ADPF, e se posiciona pela inconstitucionalidade/constitucionalidade de uma lei, nenhum outro juiz de órgão jurisdicional algum pode adotar entendimento diferente. Perceba: CF, 102, §2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Atenção: O STF, provocado ou não, após reiteradas decisões pode alterar súmulas vinculantes e após alterada vincula todos os demais órgãos jurisdicionais e toda a administração publica direita e indireta. Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) O Art. 103 – A apenas foi regulamentado dois anos após sua publicação, com a Lei n? 11.417/2006. Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. Atenção: O artigo ao dizer “aplica-lo indevidamente” refere a aplicação indevida da súmula, pois tão grave do que ignorar a súmula é aplicá-la de forma indevida. Atenção: RECLAMAÇÃO NÃO TEM NATUREZA DE RECURSO! Não há bis in idem de recurso após reclamação. O artigo 103-A e o parágrafo 2 do artigo 7 da lei n° 11.417/2006 falam que ao julgar uma reclamação improcedente o STF anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial, determinando que outra seja proferida COM OU SEM a aplicação da súmula. Art. 103-A. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 7° § 2 o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso. Lei n° 11.417/2006 Isso acontece, pois a súmula naquele caso pode ter sido aplicada de forma incorreta. Atenção: O parágrafo primeiro do artigo 7 da lei n° 11.417/2006 inclui uma exigência ao dizer que quando a administração publica se omite só poderá se fazer uma reclamação após o esgotamento das vias administrativas Artigo 7° §1 o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas. Lei n° 11.417/2006 A lei dispõe dessa forma para que não haja uma superlotação do judiciário com atos meramente administrativos, dando a administração, a possibilidade de rever seus atos. Quarta hipótese A quarta hipótese de reclamação é para garanti a observância de acórdão proferido em julgamentos de incidente de resolução de demandas que se repetem ou de assunção de competência. Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para IV. garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) Os tribunais quando verificam que determinada questão de direito vem chegando com muita intensidade, ou seja, discutindo a mesma questão em diversas demandas e que estão causando decisões divergentes, então o tribunal a fim de sanar a questão fixa uma tese, que deve ser obedecida por todos os órgãos vinculados ao tribunal. Atenção: Nesses casos cabe reclamação ao tribunal que julgou o ARDR ou a assunção de competência. Quinta hipótese Vai também justificar reclamação o fato de um juiz aplicar a tese jurídica inapropriadamente. Art. 988 § 4 o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam. Ex1. Em IRDR o STJ fixou a tese de que sob determinadas condições de trabalho, deve ser concedida aposentadoria especial ao trabalhador. Um juiz federal de primeiro grau, com base na referida tese jurídica, concede aposentadoria a uma pessoa que se submeteu a condições de trabalho distintas. Neste caso o juiz aplicou indevidamente a tese, cabendo reclamação no STJ. STF Súmula 734. Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal. Existem algumas hipóteses de inadmissibilidade de aplicação de reclamação. Primeira Hipótese É inadmissível reclamação após transito em julgado da decisão. Art. 988. § 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; Atenção: Já havia uma súmula que tratava sobre este assunto: STF Súmula 734. Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal Pergunta: Esse artigo que vem no CPC chove no molhado? Eis que já havia uma sumula dizendo a mesma coisa? A Súmula do supremo falava apenas sobre quando a decisão cuja autoridade desrespeitada fosse uma decisão do supremo, dando margem ao entendimento de que caso a decisão fosse de outro tribunal não valeria. Segunda Hipótese Antes de analisar a segunda hipótese vamos recordar alguns pontos. O recurso que costumeiramente era dirigido ao Supremo, quando alguma decisão de juízo ou tribunal superior é chamado de recurso extraordinário, e a única exigência que era feita como critério de admissibilidade desse recurso era a própria ofensa a constituição. Isso gerava uma quantidade enorme de recursos extraordinários de situações cotidianas. Inadmissibilidade de reclamação Desta forma o supremo passou a exigir como requisito de admissibilidade, específico do recurso extraordinário, a repercussão geral do assunto. Assim foi pacificado que como o requisito é a repercussão geral, a sentença do caso deve ser vinculante, não podendo então juízes decidir diferente. O recurso especial é um recurso dirigido ao STJ por violação à lei federal Esclarecido isso, a restrição da reclamação cabe em casos: Art. 988. § 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. De forma geral os autos chegam ao tribunal por protocolo geral, conforme dispõe o artigo 929 doCPC. Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição. O artigo subsequente diz que a distribuição vai ser de acordo com o regimento interno. Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. Atenção: A lei esta acima do regimento interno e a Lei diz que a distribuição deve respeitar a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. Sorteio Vai ser sorteado um órgão fracionário, ou seja, sortear qual câmara ou turma irá apreciar a demanda e dentro deste órgão fracionário sorteia-se também o Relator, pois ele cuida do processo até a data da sessão. Atenção: Quando a demanda for para o pleno há sorteio apenas do Relator. Atenção: Pode não ter sorteio quando ocorre prevenção, mas fora as hipóteses de prevenção o relator tem que ser sorteado, sob pena de nulidade. Primeira hipótese Processos no tribunal Exceções ao sorteio A primeira hipótese esta prevista no CPC e é sobre o relator prevento. Art. 930. Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo. Ou seja, se um relator já estiver cuidando de um processo, todos os eventuais recursos referentes a esse processo devem ser do mesmo relator. Recordação: A prevenção nada mais é do que a fixação de competência por meio de um ato concreto antecipado aos demais, ou seja, é a fixação de competência entre órgãos, cuja competência já estava determinada pela lei. Art. 83, CPP. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, (...) Atenção: O artigo 59 do CPC dispõe que o registro ou distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. Alternatividade O sorteio deve obedecer à alternatividade para proporcionar uma divisão equitativa de trabalho entre os órgãos. Isso serve para evitar que certo órgão fique congestionado, enquanto outros fiquem vazios. Atenção: A alternatividade também serve para o sorteio de relatores. Publicidade A publicidade significa informar, quem foi agraciado com os autos, tanto relator quanto órgão fracionário. Art. 931. Distribuídos, os autos serão de imediato conclusos ao relator, que, em trinta dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria. O prazo previsto neste artigo é impróprio, pois não há nenhuma represália caso o relator não restitua os autos no prazo estipulado. Atenção: A redação desse dispositivo não é boa, pois gera duvidas como: “Qual secretaria?” Para responder essa pergunta perceba o seguinte esquema: Prazo de restituição dos autos Quando o relator devolve os autos com relatório ele pede data para o julgamento, sendo função da secretaria verificar e agendar o julgamento para a data mais próxima. A partir do momento que o relator recebe os autos, ele precisa tomar uma serie de providencias para o bom andamento do feito, de forma instruída e pronto para receber uma decisão. As atribuições estão em sua maior parte no artigo 932, CPC. Atenção: Percebe-se no artigo 932 no inciso VIII que cabem outras atribuições, pela lei, regimento interno e pelo próprio CPC. Atenção: Algumas das atribuições do relator podem ser tomar decisões e estas serão monocráticas, pois em casos de recurso, salvo em casos excepcionais, a decisão monocrática será do relator. Primeira atribuição Art. 932. Incumbe ao relator: I. dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; Quando o código fala em “dirigir e ordenar o processo”, significa dizer que pode ser recurso, remessa ou competência originária. Os processos de competência originária chegam basicamente apenas com provas documentais, porém questiona-se: Cabe produção de provas em recurso? Sim, ressalvadas algumas exceções de recursos especiais e extraordinárias em que a produção de prova fica restrita, visto que se trata de matéria de direito (exceto algumas raras exceções), nos demais recursos é perfeitamente viável que o relator vislumbre uma prova que não foi produzida em primeiro grau. A fim de comprovar de que não há duvida acerca da produção de provas em recursos, o artigo 938, §3° dispõe: Art. 938. § 3 o Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução. Atenção: O relator pode presidir a produção da prova ou ele pode baixar o grau da jurisdição para a primeira instancia para que o juiz de primeiro grau produza a prova que ele deseja. Atribuições do relator Pergunta: Se o relator não identifica a necessidade de produção de prova e no dia do julgamento os demais percebem a ausência de uma prova necessária. Pode o órgão colegiado reverter o entendimento do relator? Sim, de acordo com o artigo 938,§4°, CPC. Art. 938. § 4º Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1º e 3º poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso. A parte final do inciso I determina que cabe ao relator homologar a autocomposição das partes. Pergunta: O que é autocomposição? A autocomposição é uma forma pacifica de solução de conflitos, ou seja, você evita um litígio dando uma solução. Ex. Arts. 485 e 487, CPC. Segunda atribuição: Art. 932. Incumbe ao relator: II. apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; Tutela provisória pode ser de urgência ou de evidência. Pergunta: Em recurso é possível tutela provisória? Sim, a tutela recursal, perceba: Terceira atribuição: Art. 932. Incumbe ao relator: III. não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha atacado especificamente os fundamentos da decisão ou sentença recorrida; Antes de analisar essas três hipóteses de não reconhecimento, precisamos entender dois pontos: I. Esse artigo se refere a RECURSO, não cabendo ampliação desse sentido a remessa ou processos de competência originária. II. A expressão “não conhecer” significa dizer que todo recurso sofre um juízo de admissibilidade e um juízo de mérito e no juízo de admissibilidade o relator conhece/admite (ou não) o recurso. Atenção: o juízo de admissibilidade é feito pelo relator, mas não é exclusivo do relator, pois pode ser revisto no colegiado ou pode ser requerido, por exemplo, durante o julgamento de alguma questão de admissibilidade. CONHECER OU NÃO CONHECER NÃO É PRERROGATIVA EXCLUSIVA DO RELATOR. Os recursos não serão reconhecidos quando forem: Inadmissíveis: Os recursos inadmissíveis são aqueles que têm vícios formais ou processuais, sendo observados os requisitos de admissibilidade do recurso. Atenção: O Relator é obrigado a dar a parte à oportunidade de sanar o vício: Art. 932. Incumbe ao relator: Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de cinco dias ao recorrentepara que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. Ex. Se o juiz verificasse a incapacidade processual ou irregularidade da representação o juiz deverá designar prazo razoável para que seja sanado o vicio, conforme o artigo 76, CPC. Atenção: Se o recorrente não atender a determinação o relator NÃO reconhece o recurso. Se o recorrido tiver algum vicio o relator não vai decidir por não conhecer o recurso, mas ele vai determinar o DESENTRANHAMENTO das contrarrazões, pois não se pode prejudicar o recorrente por um desleixo do recorrido. Art. 76. § 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I. não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; II.determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. Atenção: Não há preclusão ao pedido de gratuidade de justiça, conforme o artigo 99, §7° do CPC. Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. § 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento. Prejudicado A palavra prejudicada significa dizer que houve a perda do interesse superveniente. Ex. Entra uma inicial com pedidos de antecipação dos efeitos da tutela. O juiz Aprecia e em decisão interlocutória indefere a tutela provisória. O autor então peticiona um agravo ao juízo de primeiro grau, pugnando pela reconsideração da decisão. Assim, o juiz reconsidera e reforma inteiramente a decisão, ou seja, a tutela é deferida. Desta forma, a decisão Hipóteses de não conhecimento do recurso: que foi agravada não existe mais, tendo o recurso perdido o interesse, se tornando prejudicado. Art. 1018. § 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento. Recurso que não tenha atacado especificamente os fundamentos da decisão ou sentença recorrida Pergunta: Por que o recurso não ataca especificamente os fundamentos da decisão não pode ser conhecido? Quando você impugna uma decisão você deve atacar o que sustenta a decisão caso contrario você teria um recurso genérico O tribunal não poderá sozinho encontrar quais seriam as razoes se você, no seu recurso, não expor as razoes para a improcedência ou procedência de uma decisão. Atenção: Uma sentença mal fundamentada é nula! Quarta atribuição: Art. 932. Incumbe ao relator: IV. negar provimento a recurso que for contrário a: a. súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b. acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c. entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. Atenção: O presente artigo trata APENAS de recursos. Antes de ver as hipóteses de negação de provimento devemos recordar que cabe ao relator decidir o mérito da decisão, monocraticamente e quando o juízo de mérito é positivo dá-se provimento ao recurso e se é negativo nega-se o provimento do recurso. Isso acontece, pois o CPC da a possibilidade do relator julgar o mérito com o fim de evitar o congestionamento das pautas. Os casos do inciso IV são casos que não precisam ir ao órgão colegiado, eis que o mesmo nada de diferente poderá fazer em relação à decisão que o relator irá tomar. Atenção: O Juízo de mérito do recurso nem sempre será pelo colegiado, poderá ser pelo relator. Por outro lado o juízo de admissibilidade do recurso não é exclusivo do relator podendo ser feito pelo colegiado. Casos de negação monocrática de recursos: Recurso contrário à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal. Se o recorrente pede algo em contrario à sumulas do STJ, do STF ou do próprio tribunal seu recurso será negado monocraticamente, pois não há como receber um juízo favorável. Atenção: Se o recurso é contrario a uma súmula do STF ou STJ, isso quer dizer que o juiz de primeira instancia agiu de acordo com a súmula, conforme esperado. Então uma vez que a sentença se baseia na súmula e a parte apela o relator negará o recurso monocraticamente. Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I. enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; Recurso contrário a acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos. Nesse caso, semelhante ao primeiro, não será possível prover recurso que seja contrario a acórdãos do STF ou STJ em recursos repetitivos, pois os mesmos produzem efeitos vinculantes, não podendo nenhum tribunal desafiar a tese fixada. Recursos que contrariam entendimentos firmados em IRDR ou de assunção de competência. As hipóteses de IRDR e de assunção de competência se vincula os tribunais, não podendo o relator desafiar a tese, eis que o órgão fracionário não poderá falar nada diferente. Pergunta-se: Cabe recurso a decisão monocrática de relator? Sim, todas as decisões de relatores poderão ser recorridas, por agravo interno/agravo regimental salvo previsão em contrário especificas no CPC. Quinta atribuição: Art. 932. Incumbe ao relator: V. apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a. súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b. acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c. entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. Se as decisões recorridas forem contrarias aos aspectos supracitados é evidente que o recurso é cabível, eis que a decisão em primeira instancia não deveria ser decidida dessa forma. Fica facultado as contrarrazoes e só DEPOIS poderá julgar o recurso, sob pena de violação do contraditório Atenção: A fim de garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demanda repetitiva o artigo 988, IV, CPC determina que caberá reclamação nesses casos. Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: IV. garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) A primeira parte do inciso V, diz “depois de facultada a apresentação de contrarrazões”, porém pergunta-se: Em todos os casos? Não, não é atribuição do relator em recurso de apelação! Portanto, se o juiz decide contra súmula do STF, STJ ou do próprio Tribunal, cabe recurso que será julgado e provido monocraticamente, ou seja, pelo próprio relator. Sexta atribuição: Art. 932. Incumbe ao relator: VI. decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; Primeiramente, devemos esclarecer quando é cabível o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Segundo o Art. 134 o incidente é cabível em TODAS as fases do processo deconhecimento: Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. Porem os conseguintes desse artigo determinam que concluída a instrução o incidente será resolvido por decisão interlocutória e se a decisão for proferida pelo RELATOR cabe agravo interno, perceba: Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. Atenção: O incidente de desconsideração aplica-se em processos de competência dos juizados especiais, conforme dita o artigo 1.062, CPC. Sétima atribuição Art. 932. Incumbe ao relator VII. determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; Pergunta-se: Quando se deve intimar o Ministério Público? Segundo o artigo 178 do CPC, o ministério publico devera ser intimado: Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam: I - interesse público ou social; II - interesse de incapaz; III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. Oitava atribuição: Art. 932. Incumbe ao relator: VIII. exercer outras atribuições estabelecidas nos regimentos internos dos tribunais. Art. 995. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida, ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada, que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de cinco dias. Ex1 de fato superveniente: Ação de indenização proposta pelo pai de menor, vitima de acidente de trânsito, que esta hospitalizado. A sentença condena o acusado a pagar o tratamento medico e danos morais. A apelação é distribuída ao relator e, pouco tempo após o menor morre. Ex2 de fato superveniente: Em ação de anulação de crédito tributário o juiz profere sentença de improcedência do pedido, reconhecendo a existência do débito. O autor, inconformado, interpõe apelação. O procurador da fazenda peticiona nos autos do recurso comunicando e comprovando que o autor requereu parcelamento à Receita Federal. Ex. questão apreciável de oficio ainda não examinada. Prescrição, decadência, incompetência absoluta e coisa julgada. Art. 933. § 1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, este será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente. Atenção: O juiz não pode decidir em grau ALGUM de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não tenham as partes se manifestado, ou se trate de matéria sobre a qual deva decidir de oficio. Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se Efeito suspensivo concedido pelo relator tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. O Artigo 934 do CPC determina após apresentados os autos para o presidente o mesmo devera designar dia para o julgamento. Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial. Pergunta: Qual o prazo? O prazo é de até 5 dias, apesar de anterior ao CPC/15 ser de 48h Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de cinco dias, incluindo-se em nova pauta as causas que não tenham sido julgadas, salvo aquelas cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. Apesar de parecer simples existem algumas observações sobre o prazo. Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de cinco dias, incluindo-se em nova pauta as causas que não tenham sido julgadas, salvo aquelas cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. A data da publicação não é EXATAMENTE a data da publicação, pois segundo o art. 224, §2°: Art. 224. § 2 o Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. Perceba o seguinte exemplo: Prazo para julgamento Contagem do prazo em dias Não esta correto, pois o dia seguinte após a data no DJe é o dia 08/04/2021 e não o dia 15/04/2021 Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de cinco dias, incluindo-se em nova pauta as causas que não tenham sido julgadas, salvo aquelas cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. § 1º Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento. § 2º Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento. Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e as causas de competência originária serão julgados na seguinte ordem: I. em primeiro lugar, aqueles nos quais for realizada sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos; II. os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento; III. aqueles cujo julgamento tenha iniciado na sessão anterior; IV. por último, os demais casos. Atenção: No inciso III deve-se observar a parte final do artigo 935. Atenção: Essas preferências serão todas relativas, pois o regimento interno do tribunal pode inverter essa ordem, estabelecendo outras prioridades. Ex. Um regimento interno de tribunal dispõe que, ressalvadas as prioridades legais, a prioridade será de processos que tenham por objeto benefícios da seguridade social. Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: I. em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988; II. regulados pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Atenção: O artigo 6°, XIV da lei n° 7.713/19888 dispõe: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de Ordem do julgamento Prioridade de tramitação moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusãoda medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004). Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021: O presidente do órgão fracionário, após indicar o numero do processo e as partes, ele da à palavra ao relator para que o relator exponha a causa, ou seja, ele lê o relatório já juntado aos autos e em seguida devolve a palavra ao presidente e então o presidente verifica se há advogados presentes, e havendo advogados presentes, ele vai oferecer a sustentação oral, se for o caso, pois nem todos os processos admitem sustentação oral. Pergunta: Pelo artigo citar “recorrente” e “recorrido” só cabem sustentação oral nos recursos? Essa interpretação é ERRADA, o CPC diz que cabem sustentação oral em casos de recurso, competência originaria e remessa. Atenção: A sustentação oral, caso seja feita, deverá acontecer logo EM SEGUIDA a leitura do relatório. OS VOTOS NUNCA ACONTECERÃO ANTES DA SUSTENTAÇÃO ORAL. Isso acontece tendo em vista o seguinte julgado: ADI 1105 / DF - DISTRITO FEDERAL AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO Relator(a) p/ Acórdão: Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 17/05/2006 Órgão Julgador: Tribunal Pleno ART. 7º, IX, DA LEI 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994. ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. SUSTENTAÇÃO ORAL PELO ADVOGADO APÓS O VOTO DO RELATOR. IMPOSSIBILIDADE. (...) A sustentação oral pelo advogado, após o voto do Relator, afronta o devido processo legal, além de poder causar tumulto processual, uma vez que o contraditório se estabelece entre as partes. Após o voto do relator vai acontecer o voto dos demais, mas não há espaço, neste momento, para os advogados sustentarem oralmente. Após exposição de causa pelo relator A parte final do caput do 937 diz que cabe a sustentação oral nos termos da parte final do caput do art. 1021. Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, às regras do regimento interno do tribunal. Atenção: esse artigo não tem NADA A VER com o agravo interno, o caput apenas te manda para lá para que não precise escrever novamente. Caberá sustentação oral nos casos de: Recurso de apelação A apelação é um dos mais importantes recursos, pois se presta a impugnação de sentença (sendo estas de mérito ou não). É um recurso que tem uma abertura de apreciação enorme, pois tudo que foi apreciado e decidido no primeiro grau poderá ser apreciado e revisto no segundo grau, por causa do efeito devolutivo. É natural que os advogados possam levar aos julgadores, no momento de definir a sorte do apelante/apelado, algumas ideias por meio de sustentação oral. Recurso ordinário O recurso ordinário são aqueles que admitem a apreciação distinta de matéria de prova e matéria de fato, enquanto recursos excepcionais admitem apenas nova apreciação de matéria de direito. Pergunta-se: Quais seriam os recursos excepcionais? Os recursos especiais (STJ) e recursos extraordinários (STF). OS DEMAIS RECURSOS SÃO RECURSOS ORDINÁRIOS. Na hipótese de sustentação oral em recurso ordinário, trata-se de RECURSOS ORDINARIOS CONSTITUCIONAIS, que cabe tanto ao STF (art. 102, II,CRFB/88) quanto ao STJ (art. 105,II,CRFB/88). Cabe sustentação oral nos recursos ordinários, pois eles funcionam como se fossem uma apelação. Ele foi previsto justamente para casos em que a parte não teve direito a um segundo grau de jurisdição. Ex. Se o sujeito impetra um mandado de segurança no Tribunal de Justiça, por se tratar de processo de competência originária, e a decisão julga improcedente a pretensão. Nesse caso não há como apelar, pois já esta em instancia superior, podendo apenas recorrer ao STJ ou ao STF, caso os requisitos permitissem. A fim de não limitar o direito de defesa o recurso ordinário vai pro STJ como se fosse uma apelação. Atenção: NÃO é uma apelação. Recurso especial e Recurso Extraordinário De extrema relevância conforme já visto anteriormente. Nesses recursos podem ser fixadas teses de grande relevância para todo país. Hipóteses em que poderá ser feita sustentação oral (art. 937) Embargos de divergência Ex. Em um recurso especial de matéria de direito publico, julgado no STJ a decisão vem contraria ao postulado, tendo a decisão sido proferida pela 2ª Turma. Porem você percebe que a 1ª Turma julgou casos idênticos ao seu e julgou diferente, de forma favorável. Então você pega um desses julgamentos e instrui um embargo de divergência, demonstrando que as Turmas entendem diferente. Com os embargos você força a reunião das Turmas para que elas fixem um entendimento que não seja divergente. Atenção: Embargos de divergência valem APENAS para Turmas do STJ e para Turmas do STF. Atenção: O julgamento dos Embargos de divergência fica a cargo do regimento interno de cada tribunal, mas geralmente quem julga é a sessão. Ação rescisórias, no mandado de segurança e na reclamação. São causas de competência originária que tiram a interpretação de recorrente e recorrido do caput. Agravo interno - VETADO O agravo interno é aquele recurso que vai impugnar decisões monocráticas do relator e não é um recurso que tenha a necessidade de justificativa para que você possibilite sustentação oral. O veto foi dado para mostrar que estão dando celeridade processual. Atenção: O regimento interno pode admitir sustentação oral em agravo interno. Agravo de instrumento interposto de decisões interlocutórias sobre tutelas de urgência ou evidencia. Quando for julgado agravo de instrumento SÓ cabe sustentação oral se esse agravo impugnava decisões referentes a concessão ou negação de tutelas. Atenção: Nada impede que o Regimento interno amplie e introduza outros casos. Em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal O CPC estabeleceu um mínimo legal para o cabimento da sustentação oral. Atenção: NENHUM regimento interno pode reduzir os casos, sob pena de nulidade, O CPC admite que o Rol seja ampliado. § 2 o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais. O advogado que quiser ter a preferência do art.936 ele tem até o inicio da sessão para requerer a sustentação oral. Se o advogado chegar após o início da sessão Quando solicitar a sustentação oral nada impede que no momento em que o presidente, após a exposição da causa pelo relator, abra a palavra, ele peça pela sustentação oral. Atenção: Até o inicio da sessão é para garantir a preferência do Art 936, se o advogado não fizer isso até o inicio da sessão ele não terá a preferência, mas poderá fazer a sustentação oral. § 3 o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga. O inciso VII foi vetado, porém o parágrafo 3° está mantido e este estabelece o único caso, pelo CPC, em que cabe sustentação oral no agravo interno é aqueleque vai impugnar uma decisão do relator que extingue um processo de competência originaria, sendo estes: Ação rescisória, mandado de segurança e, reclamação. Atenção: Cabe sustentação oral no agravo interno quando o agravo interno é interposto contra decisão monocrática do relator que extingue processo de competência originária. Pergunta-se: A sustentação oral é no processo de competência originária ou no agravo interno? Cabe sustentação oral no AGRAVO INTERNO. § 4º É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão. A sustentação oral por meio de videoconferência desde que haja recurso. Ex. O tribunal federal da 1ª região vai de Belo Horizonte ao Acre, então o advogado que gostaria de fazer a sustentação oral em Brasília e não tem condições de viajar, desde que agende previamente com a secretaria poderá fazer a sustentação oral dele de forma remota. Atenção: Não cabe sustentação oral em embargos de declaração, ao não ser que o tribunal preveja em seu regimento interno em embargos de declaração. Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão. A questão preliminar é uma questão de natureza processual que se acolhida, via de regra, impedirá o julgamento do mérito. Ex. Litispendência e juízo incompetente. Atenção: Em casos de mera formalidade, documentos que podem ser trazidos depois ou qualquer coisa que não fira o Sustentação no agravo interno? Sustentação oral por meio de videoconferência Juízo de admissibilidade pelo colegiado contraditório e a ampla defesa ela não impede o feito. Antes do colegiado julgar o mérito ele poderá julgar a admissibilidade do recurso, da mesma forma em que um juiz faz em primeiro grau. Pergunta-se: Mas o relator já não haveria decidido sobre essa questão? Como essa questão pode ser arguida a qualquer tempo, ela pode ser suscitado a qualquer tempo, sendo a admissibilidade ou incompetência votada e nos casos de recursos o mesmo não será conhecido. Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o julgamento da matéria principal, sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na preliminar. O final do artigo traz a seguinte frase: “sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na preliminar”. O CPC/15 fez questão de colocar essa expressão para puxar a orelha dos vencidos, pois às vezes a vaidade do juiz fala mais alto. Ex. No julgamento de uma apelação ou agravo, seriam 3 juízes, o relator e mais dois, e após a votação de admissibilidade o relator admite o segundo juiz não admite e o terceiro admite. Seria 2x1 pela admissibilidade, passando então ao juízo de mérito. No mérito o segundo juiz diz que não conheceu o recurso e, portanto não poderá votar no mérito. Além disso, no juízo de mérito o 3° juiz nega e o relator segue admitindo, havendo então um empate. Então, o segundo juiz, que não tinha reconhecido a admissibilidade terá a possibilidade de desempatar o mérito. Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de dez dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução. Aquele juiz, que não foi o relator, na hora de ser chamado para votar às vezes só ouve a disposição da causa e o voto do relato. Se for uma matéria simples, não há grandes problemas, pois geralmente o juiz já tem seu próprio entendimento. No entanto, pela complexidade do processo, repercussão midiática, dentre outros, pode ser que o juiz não se sinta preparado para dar o seu voto sem que haja prévio estudo dos casos. Pergunta-se: Ele poderia ter feito isso antes? Sim, mas a pratica é diferente. Atenção: O prazo é de 10 dias, sendo prorrogável por mais 10. Pergunta-se: Por qual motivo o relator pediria os autos se ele supostamente teria estudado previamente os autos? O Relator, após expor a causa, em seguida há a sustentação oral, pode ser que na sustentação oral. O relator que já tinha seu voto pronto mude de ideia (pouco provável, porém pode acontecer) então o Juízo de mérito Pedido de vista relator deve preparar novo voto, podendo então pedir nova vista. Apesar do fim do artigo dizer “na sessão seguinte”, pode ser que seja em outra sessão que não a seguinte à data. § 1º Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou não for solicitada prorrogação de prazo pelo juiz pelo prazo máximo de mais dez dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído. Atenção: Requisitar NÃO É SINONIMO de solicitar, requisitar é imperativo! Na hora da votação pode ser que o juiz que pediu vista e que deveria trazer seu voto (chamado de voto vista) diz que não se sinta habilitado, então o presidente terá que solicitar a algum outro julgador para votar no lugar desse juiz. § 2º Quando requisitar os autos na forma do § 1º, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal. Pergunta-se: Quem será o outro juiz? O Regimento Interno definirá o tabelamento. Atenção: O substituto NÃO pode pedir vista Pergunta-se: No julgamento de três, o relator e o segundo juiz, no mérito, negam provimento e o terceiro juiz pede vista. O presidente poderia negar a vista pelo argumento de resultado já consolido? Apesar do resultado já estar consolidado, o presidente não pode negar a vista, pois mesmo que o resultado fique 2x1 o resultado não seria por unanimidade, seria por maioria. E isso já pode implicar, dependendo do recurso, num novo julgamento pelo incidente do artigo 942, CPC. O voto, mesmo minoritário e vencido, tem relevância pelo fato de criar uma situação de maioria. Ademais, também é possível que após o voto do terceiro juiz o segundo juiz mude seu voto. E se os autos não forem devolvidos? Art. 941. § 1º O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído. O CPC dispõe que o voto pode ser alterado até o momento da proclamação, além deste limite existe também o limite subjetivo referente ao juiz. Ex. Um juiz votou em uma sessão e o julgamento foi suspenso porque um dos juízes pediu vista, então na próxima sessão o primeiro juiz que já havia votado esta ausente. O voto deste juiz NÃO poderá ser alterado, nem pelo seu substituto. Atenção: APENAS o juiz que votou pode alterar o seu voto, juiz substituto nenhum poderá alterar o voto já proferido. Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais Ou seja, a decisão do colegiado, seja de mérito ou não, é o acórdão. Atenção: Decisão monocrática interlocutória NÃO faz acórdão ainda que julgue o mérito. Acórdão é um provimento do COLEGIADO. Trata-se de uma representação, resumida, da conclusão a que se chegou, não abrangendo toda a extensão e discussão em que se pautou o julgado, mas tão- somente os principais pontos da discussão. Art. 941. Proferidos os votos, o presidenteanunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor. Atenção: Uma vez anunciado o resultado não se pode mais alterar votos. A escolha do relator para escrever o acórdão é pela familiaridade dele com os autos. Porém a parte final do código estabelece uma exceção, passando essa incumbência para o autor do primeiro voto vencedor. Pergunta-se: O que é voto vencedor? Voto vencedor é aquele voto divergente do proferido pelo Relator que é tão bom que convence os outros juízes a votarem da mesma forma. Esse juiz é chamado de relator para acórdão. ADI 1105 / DF - DISTRITO FEDERAL AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO Relator(a) p/ Acórdão: Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 17/05/2006 Órgão Julgador: Tribunal Pleno ART. 7º, IX, DA LEI 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994. ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. (...). Ex. O relator vota pela procedência, juntamente com os dois próximos ministros. Após isso outro ministro vota pela improcedência, convencendo mais 5 ministros com seu voto. Nesse caso quem redige o acórdão é o ministro do voto divergente. Alteração de voto Proclamação do resultado do julgamento Acórdão Art. 941. § 2º No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de três juízes. Ainda que o órgão colegiado tenham mais de 3 ministros, se for julgar uma apelação ou agravo de instrumento interno apenas 3 votam, sendo estes o Relator e outros 2 ministros. Pergunta-se: Quem são os outros 2 ministros a votarem? O regimento interno que define, pois o CPC não trata desse assunto. Atenção: O regimento interno não pode, nesse caso, abrir para mais ministros julgarem. Art. 941. § 3º O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de prequestionamento. O prequestionamento é um requisito de admissibilidade especifico para recursos excepcionais, ou seja, recurso especial e recurso extraordinário. Atenção: O STF e STJ não admitem recursos especiais com matéria inédita, que nunca tenha sido apreciada. A matéria já deve ter sido julgada. Base legal na Constituição perceba: CF, art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III. julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: CF, art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III. julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: Definição:Trata-se de requisito de admissibilidade específico dos recursos excepcionais, que exige que a questão federal ou constitucional tenha sido suscitada e decidida nas instâncias inferiores. Atenção: Na apelação, o recorrente deve suscitar a questão federal (ou constitucional) a fim de que seja apreciada e decidida pelo tribunal. Pergunta-se: E caso o tribunal se omite? Você faz embargos de declaração.Para isso nos temos duas sumulas importantes. Perceba: Julgamento de apelação ou agravo de instrumento Prequestionamento STJ, Súmula 320: A questão federal somente ventilada no voto vencido não atende ao requisito do prequestionamento. STF, Súmula 356: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento. Atenção: A súmula 282 esta ultrapassada, pois hoje em dia questão federal NÃO é mais do STF e sim do STJ. STF, Súmula 282: É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada. Recurso é um meio voluntário de impugnar decisões judiciais, capaz de produzir, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração do pronunciamento impugnado. O recurso é definido pelo Câmara como uma medida voluntária, não existindo recurso ex officio. Atenção: A remessa necessária NÃO é recurso. O recurso não instaura novo processo, ele instaura novo procedimento (característica essencial do recurso) dentro de um mesmo processo. E pode produzir quatro possíveis resultados: 1)Reforma da decisão; 2)A invalidação da decisão; 3)Esclarecimento da decisão e; 4)Integração da decisão. De fato, em nosso sistema todo recurso ou impede o transito em julgado ou impede a preclusão. Se for impugnada uma decisão interlocutória ao recorrer se impede a preclusão, se há impugnação de decisão final, seja em sentença ou acórdão, o recurso impede que ela transite em julgado. Nem todos os atos do juiz podem ser recorridos, por exemplo a vedação de recurso a despachos fixada pelo art. 1001, CPC Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso. Atenção: As decisões EM REGRA são recorríveis, porém há casos em que a legislação não permite recurso, por exemplo o art. 1007, §6°, e art. 1031,§2°, ambos do CPC. Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. § 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. Art. 1.031. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos do art. 2.015 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, será homologada de plano pelo juiz, mediante a prova da Recurso quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas, com observância dos arts. 1.032 a 1.035 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.441, de 2007). § 2° Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou adjudicação, o respectivo formal, bem como os alvarás referentes aos bens por ele abrangidos, só serão expedidos e entregues às partes após a comprovação, verificada pela Fazenda Pública, do pagamento de todos os tributos. (Incluído pela Lei nº 9.280, de 30.5.1996) Atenção: A decisão do juízo que admite o amicus ciriae é irrecorrível. Muitas pessoas tem a falsa ideia de que o agravo de instrumento é um novo processo, porém isso não corresponde com a verdade, pois o agravo nada mais é do que um novo procedimento em autos apartados. Por outro lado, uma ação rescisória/ mandado de segurança e todas as outras impugnações autônomas formam novo processo e não tendo natureza recursal. Atenção: No nosso sistema, você apenas pode recorrer até o Transito em julgado. Formado o transito em julgado não há como recorrer. Você pode tentar reverter à decisão com ação rescisória, mas NÃO tem natureza de recurso. O recurso pode permitir que sejam alcançados quatro resultados. Sendo estes: Reforma: A reforma no sentido jurídico é, simplesmente, uma obra/atividade, que visa alterar aquilo que já existe. Mas não significa dizer que você vai destruir o que já existe e fazer algo novo. Atenção: A reforma se diferencia da invalidação porque na invalidação você começa do 0 e não acresce como na reforma. Quando se quer chegar à reforma afirma- se a existência, naquela decisão ocorrida, de um error in judicando (erro de julgamento). Error in judicando: É um tipo de erro que esta ligado ao conteúdo da decisão, ou seja,
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