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Estudo dirigido farmacologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE BIORREGULAÇÃO DISCIPLINA: ICS-013 FARMACOLOGIA II
PROFESSOR: RYAN COSTA E TATIANE OLIVEIRA
Estudo Dirigido – P02
Doping em medicina veterinária 
1. Defina doping e comente sobre o objetivo e situações que envolvem a prática deste em animais. 
A palavra doping exprime o uso ilícito de substâncias químicas, associadas ou não com técnicas, com o intuito de modificar o resultado em atividade esportiva. Esse termo surgiu pela primeira vez no dicionário inglês, em 1899, referindose a uma mistura de ópio e narcóticos usada para cavalos. Segundo o Oxford English Dictionary, acreditase que esse termo seja originário de doop, da língua holandesa, que significa imersão associada à cerimônia do “batismo cristão”. O fervor religioso desta cerimônia levou ao uso “cínico” e “desdenhoso” da palavra doop para descrever o estado de euforia induzido por certas substâncias químicas. A literatura relata que os atletas dos jogos olímpicos realizados na Grécia, bem antes da era Cristã, já faziam uso de todos os meios disponíveis, com a finalidade de aumentar seus desempenhos. Em Medicina Veterinária, há relatos de que na Roma Antiga, a mistura de água e mel (hidromel) era administrada aos cavalos para melhorar o desempenho destes animais nas corridas de biga. No século 17 relatase a utilização de sementes de anis, mel e outros ingredientes com intuito de melhorar o desempenho atlético dos animais. Mais tarde, citase também o uso de café, chá, champanhe e uísque antes das corridas equestres. Na América do Norte, em 1890, treinadores utilizaram pela primeira vez alguns alcaloides de origem vegetal em cavalos, com a mesma finalidade de aumentar a resposta atlética destes animais nas corridas. A referência pioneira relacionada com a tentativa de coibir o doping surgiu em 1666, na Inglaterra, com um regulamento que proibiu o uso de substâncias nas corridas. O primeiro caso positivo de controle antidopagem ocorreu em 1903, quando Bukowski, um químico russo, injetou saliva de cavalo em sapos e observou que estes apresentaram uma resposta de estímulo. Posteriormente, empregouse no controle antidopagem a prova de Straub, na qual extratos de fluidos biológicos dos cavalos eram injetados em animais de laboratório, em particular, os camundongos, e estes apresentavam respostas características, indicando o doping.
2. Quais as substâncias (classes farmacológicas) que são utilizadas no doping? Comente como os efeitos farmacológicos dessas substâncias estão relacionados com o aumento do desempenho dos animais.
As substâncias químicas envolvidas no doping podem ser classificadas em substâncias que elevam, diminuem ou restituem o potencial de desempenho do animal e como substâncias químicas de uso não intencional ou acidental. Substâncias químicas que elevam o potencial de desempenho 
Neste grupo encontramse as substâncias químicas de rápido efeito estimulante e aquelas que são administradas na forma de tratamento. Substâncias químicas de rápido efeito estimulante Geralmente são administradas cerca de duas horas antes da corrida. Esses estimulantes do SNC são classificados em: Estimulantes de ação predominante no córtex, como as xantinas (cafeína), a anfetamina, a metanfetamina, o metilfenidato e a cocaína. Essas substâncias diminuem a sensação de fadiga, aumentam a atividade motora e levam à excitação Estimulantes bulbares, como algumas xantinas (teofilina), a niquetamina e o doxapram, que são analépticos respiratórios. Essas substâncias não são seletivas: aumentam a ventilação pulmonar e também exercem efeitos estimulantes em outras áreas do SNC Estimulantes medulares, como estricnina, que é uma substância de uso proscrito no Brasil. Nesse grupo de substâncias que aumentam o desempenho, para os equinos devem ser considerados também os hipnoanalgésicos (opioides), como a morfina, a codeína, o butorfanol e a fentanila. Esses medicamentos, quando empregados em doses cerca de 10 vezes inferiores à dose terapêutica, provocam aumento da atividade motora nessa espécie animal. Substâncias químicas administradas terapeuticamente Têm o objetivo de fortalecer o animal, como os esteroides anabolizantes, empregados, em algumas situações, para auxiliar na recuperação dos animais acometidos de enfermidades debilitantes. 
Substâncias químicas que diminuem o potencial de desempenho do animal Deprimem o SNC, produzindo o denominado doping negativo. Estão contidos neste grupo os: Relaxantes musculares de ação central, como a guaifenesina, a xilazina e a detomidina Tranquilizantes maiores, como a acepromazina Tranquilizantes menores, como os benzodiazepínicos. Essas substâncias químicas, em doses terapêuticas, diminuem a capacidade atlética do animal e têm a finalidade de prejudicar seu desempenho, geralmente, visando à manipulação do jogo, no caso da corrida. Por outro lado, em doses menores, estes medicamentos podem auxiliar o desempenho do animal extremamente excitado, possibilitandolhe competir com maior eficiência no salto e até no adestramento.
 Substâncias que restituem o potencial de desempenho de um animal temporariamente afetado por acidente ou doença Nesse grupo incluem se: Medicamentos antiinflamatórios esteroidais, como a dexametasona, e os não esteroidais, como a fenilbutazona e a flunixino meglumina Analgésicos, como a dipirona Furosemida, um diurético de alça. Os antiinflamatórios e os analgésicos atuam diminuindo as dores articulares, musculares e ósseas, e a furosemida minimiza os episódios de epistaxe durante as provas. Há ainda anestésicos locais, como a lidocaína e a procaína, e agentes neurolíticos, como o álcool etílico e o fenol, que bloqueiam ou destroem as estruturas nervosas responsáveis pela condução do estímulo doloroso. 
As substâncias químicas de uso não intencional ou acidental associadas ao doping são aquelas, por exemplo, presentes na ração do animal ou na medicação, cuja presença se desconhece. É o caso da presença de teobromina em rações industrializadas que contêm torta de cacau como conteúdo de fibras em suas formulações. Outro exemplo seriam as contaminações causadas por substâncias químicas em baias, cochos, serragem da cama do animal, água etc. Isso acontece como o uso de isoxsuprina – medicamento que produz vasodilatação periférica por efeito direto na musculatura vascular lisa, primariamente apenas no músculo esquelético, com pouco efeito no fluxo sanguíneo cutâneo – quando misturada na ração, na forma de pó. Essa substância tornase alta fonte de contaminação da baia e de utensílios, detectandose sua presença por até 10 semanas após a interrupção de tratamento. Existem ainda outros procedimentos ilícitos, que atuariam por mecanismos mistos, como a autotransfusão de sangue (que promove o aumento artificial de captação, transporte e aporte de oxigênio para os tecidos) e o uso de bicarbonato de sódio. Neste último caso, o bicarbonato de sódio, quando empregado em grandes doses, aumenta a capacidade de tamponamento do sangue e dos fluídos extracelulares do tecido muscular, acelerando a remoção dos íons hidrogênio dos músculos, com consequente retardo da sensação de fadiga. O bicarbonato de sódio é fornecido para o animal por meio de sonda nasogástrica (vulgarmente chamado de milkshake), visando melhorar o desempenho do animal, especialmente em corridas de longa distância. 
3. Considera a prática de doping danosa aos animais? De que forma? Comente exemplificando com as classes de substâncias farmacológicas.
Considero. Cada classe de substancias farmacêuticas podem apresentar efeitos colaterais como por exemplo nos equinos alguns hipnoanalgésicos (opioides), como a morfina quando administrados acima da dose teraupêtica apresenta capacidade excitatória (utilizado como doping) e os efeitos de tal farmaco podem ser danosos como o risco de depressão respiratória, depressão circulatória, parada respiratória, choque e parada cardiaca. 
4. O doping está sempre relacionado ao aumento do desempenho dos animais? Nesse contexto, como odoping pode ser classificado? 
NÃO. O doping também está relacionado com a diminuição do potencial do animal ou a restituição do mesmo e chamamos de Doping negativo. No primeiro caso são utilizados depressores do sistema nervoso central como alguns relaxantes musculares com o intuito de prejudicar o desempnenho atlético do animal em questão. 
5. A análise de amostras biológicas pode ser alterada e o doping mascarado com o uso de outros fármacos? Explique de que forma essas substâncias agiriam. 
Sim, Algumas substâncias podem ser utilizadas para mascarar o doping. São exemplos a furosemida e outros diuréticos, a dipirona, as formulações medicamentosas contendo polietilenoglicol ou tiamina (vitamina B1), tanto de uso tópico como injetável, as sulfas, a trimetoprima etc. Os diuréticos podem “diluir” substâncias ilícitas presentes na urina, dificultando sua detecção no exame antidoping. O polietilenoglicol, por exemplo, está presente em diversas formulações medicamentosas disponíveis no comércio, inclusive em vários medicamentos proibidos ou controlados. Essa substância promove o aparecimento de uma mancha na placa de cromatografia em camada delgada (CCD), o que pode mascarar a presença de outras substâncias na amostra biológica.
6. Quais são as técnicas utilizadas para a triagem e análise das amostras?
As técnicas mais utilizadas internacionalmente com o propósito de triagem pelos laboratórios de controle de dopagem de cavalos são os testes imunológicos, em particular, o ELISA (enzymelinked immunosorbent assay) e as técnicas de cromatografia a gás (CG) com detector espectrométrico de massas (CGMS) e cromatografia a líquido de alta eficiência (CLAE ou HPLC – high performance liquid chromatography). Atualmente, também se utiliza a técnica de cromatografia a líquido com detector espectrométrico de massa (CLMS).
O teste de ELISA no processo de triagem tem as vantagens de ser altamente sensível, necessitar de pequeno volume de material biológico, dispensar processos prévios de tratamento da amostra, permitir automação e ser de baixo custo. Quanto à cromatografia, é um método físicoquímico de separação, que com a introdução do detector de massas, permitiu que houvesse um grande avanço na etapa de identificação em análises químicas. 
7. Existem substâncias cuja presença é permitida nas amostras biológicas? Quais seriam essas substâncias? 
Existe uma curta lista de medicações que não são consideradas substâncias proibidas, desde que seja obtida uma autorização prévia. Esta lista inclui antimicrobianos (exceto a penicilina procaína); medicamentos antiparasitários (exceto o levamisol); e três agentes em geral usados para prevenir ou tratar úlceras gástricas: o omeprazol, a ranitidina e a cimetidina. São permitidos também fluidos de reidratação (atualmente é autorizado volume mínimo cinco litros) e oxigênio. No mesmo sentido, o altrenogest (Regumate ® – marca registrada da Intervet), que é um medicamento comumente empregado em éguas com distúrbios comportamentais; este pode ser empregado em éguas com prévia comprovação de problemas comportamentais devido ao ciclo estral, seguindo a dosagem e a duração do tratamento recomendadas pelo fabricante. Em eventos oficiais, regulados pela FEI, é indispensável o médicoveterinário responsável pelo animal comunicar à comissão de médicosveterinários oficiais, por meio de formulário específico (Figura 65.5), o uso do altrenogest e também o uso da ciclosporina (implante e oftálmico).
8. Substâncias contaminantes, de origem alimentar, ilícita ou seu metabólito interferem no desempenho do animal atleta? De que forma poderia ser diferenciada uma substância administrada e a naturalmente ingerida (“limite sem efeito”)? 
Sim, há interferencia. A CBH disponibiliza, ainda, em seu regulamento, alertas para a presença de substâncias, tais como a cafeína e a teobromina, que podem estar presentes no alimento. Assim, devese atentar à importância do controle da alimentação e do manejo desses animais, bem como a ocorrência regular de isoxsuprina nos exames antidoping. 
Os cavalos podem competir com a presença de algumas substâncias em seu organismo, desde que abaixo dos limites estabelecidos. O limite se aplica apenas às seguintes substâncias: Substâncias endógenas do cavalo, substâncias naturalmente encontradas nas plantas tradicionais utilizadas nos pastos ou coletadas como alimento equino e substâncias encontradas na alimentação do cavalo provenientes da contaminação durante cultivo, processamento ou tratamento, estocagem ou transporte. 
A confederação estalece um quadro com limites toleraveis de determinada substancia exemplo a teobromina que pode ser encontradas naturalmente em alimentos é permitida em até 2 μg/mℓ de urina. 
9. Comente sobre a tolerância e as penalidades presentes nos regulamentos das competições e aplicadas pela Federação Equestre Internacional (FEI), no caso de doping comprovado em equinos. 
Penalidades: A detecção de substância proibida acarretará punições, não importando o momento em que foi administrada a medicação. Como já assinalado, o emprego de algumas substâncias é permitido, no entanto há de se observar o limite máximo. Por outro lado, existem algumas substâncias que são consideradas proibidas, independentemente da quantidade detectada, que têm penalidades diferenciadas. Em relação às corridas de cavalo, estas são regidas pelo Código Nacional de Corridas (CNC), sendo as substâncias proibidas separadas em quatro grupos. Após a inscrição, o animal não poderá receber qualquer tipo de medicamento contido nesta lista. No caso de haver alterações no estado de saúde do cavalo, o treinador deverá contatar o órgão de assistência veterinária para acompanhar e fiscalizar o tratamento instituído, e, se necessário, realizar a retirada do animal.

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