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Neoplasias Definição: Distúrbio do crescimento e da diferenciação celular caracterizada por proliferação celular autônoma e tendência a não diferenciação. A tendência a não se diferenciar é mais característica das neoplasias malignas. Sinonímia e nomenclatura: Sinónimo de neoplasia → câncer (neoplasia maligna) tumor e neoplasma (tanto maligna quanto benigna) Nomenclatura: tecido de origem + sufixo Na maioria dos casos – não é comum a todos! • Neoplasias benignas → tecido de origem + OMA (nem sempre quer dizer benigna) • Neoplasia maligna epitelial → tecido de origem + CARCINOMA • Neoplasia maligna mesenquimal → tecido de origem + SARCOMA • Neoplasia que reproduzem estruturas com características embrionárias → tecido de origem + BLASTOMA Classificação das neoplasias: A forma mais comum é de acordo com o comportamento clínico: Neoplasia benigna X neoplasia maligna. Parâmetros analisados para classificar em benigna ou maligna: • Taxa de crescimento • Tipo de crescimento • Diferenciação celular • Capacidade de gerar metástases Metástases → formação de um tumor secundário a partir de um tumor primário e não há comunicação entre eles. É mais comum necrose nas neoplasias malignas do que nas benignas. O tumor se prolifere bem mais rápido na neoplasia maligna e nem sempre os suprimentos sanguíneos acompanham esse crescimento. Geralmente quando a diferenciação celular é mal diferenciada o tumor maligno é bem mais agressivo. Os tumores malignos apresentam uma alteração celular que nós denominados de: atipia celular, essas alterações são: • Nucléolos proeminentes → é uma região de RNA ribossômico, então quando precisamos sintetizar muito RNA ribossômico (célula proliferando muito) ele aumenta e fica proeminente. • Hiper cromatismo nuclear → núcleo muito corado • Pleomorfismo celular → núcleo com vários tamanhos e formatos Essas alterações ocorrem, pois, as células da neoplasia maligna podem apresentar poliploidia (6n – 8n) ou aneuploidia (7n). Além disso tem-se o aumento no número de mitoses (atípicas) e aumento da cromatina. O processo de metástases: Metástase é a formação de um tumor secundário a partir de um primário e sem a ocorrência de uma comunicação entre eles. ➔ Se não existe comunicação, como que o primário faz acontecer um tumor secundário? Isso ocorre por meio das vias de disseminação. Nós temos 03 principais vias de metástases no corpo: • Via linfática – vai atingir primeiros os linfonodos, é chamada de metástase regional (os carcinomas tem preferência por metástase via linfática) • Via sanguínea – (os sarcomas tem preferência por essa via sanguínea) • Via transcavitária – menos comum. Hipótese de Paget s. → Hipótese da semente e do solo (para que uma neoplasia gere metástase, a semente e o solo têm de ter características adequadas). A metástase ocorre com distribuição não aleatória, cada neoplasia maligna tem preferencia de órgão para ocorrer a metástase. Etapas das metástases: • Angiogênese → formação de novos vasos sanguíneos. A própria célula tumoral vai secretar citocinas para estimular esse angiogênese. • Perda da adesão intercelular → para essa célula começar invadir, ela tem de perder a sua adesão com outras células. • Invasão da matriz extracelular → as células tem de ter a capacidade de invadir a matriz (rede complexa de macromoléculas que sustenta a pele) A célula faz essa invasão por meio de 03 passos principais: aderir a componentes da própria matriz extracelular → secretar enzimas para degradar essa matriz → emitir pseudópodes para poder caminhar. Ela fica fazendo esses passos em forma de ciclo e cada vez ela invade mais o tecido. • Invasão vascular → elas degradam o vaso para entrar. • Sobrevivência nos vasos → a célula tumoral tem de ser capaz de sobreviver ao choque mecânico e ao ataque imunológico Uma estratégia para sobreviver ao choque mecânico é fazer vários êmbolos de células tumorais e plaquetas ➔ Como essas células escapam do ataque do sistema imunológico? Elas evitam expressar alguns antígenos • Extravasamento vascular → saída do vaso para chegar ao órgão alvo. Ela vai se aderir as paredes do órgão e sair do vaso por meio de interação entre a célula tumoral e moléculas endoteliais da parede do órgão. • Formação do tumor secundário → elas vão invadir a matriz extracelular do órgão alvo e vão se estabelecer formando o tumor secundário. Não basta somente a célula tumoral chegar no órgão, ela tem de ser capaz de se estabelecer e de proliferar Os tumores tem dois componentes principais: o parênquima (célula tumoral que está se proliferando de forma autônoma) e o estroma (tecido conjuntivo que nutre o tumor) Anatomia patológica: ➔ Macroscópica: Nodular: quando ela cresce na intimidade de um órgão A maioria dos tumores nodulares são benignos! Ulcerados: tumor que cresce na superfície e essa superfície se encontra necrosada Geralmente ocorre mais nas neoplasias malignas! Vegetante: neoplasia em uma superfície de pele e de mucosas e esse tumor cresce para fora. Comum tanto na neoplasia maligna quanto na benigna. Infiltrativo: bordas do tumor ficam endurecidas Comum em neoplasias malignas! ➔ Microscópica: Nas neoplasias benignas o que temos é a observação de um crescimento expansivo, em alguns casos encapsuladas e essas neoplasias são bem diferenciadas (pouca atipia) Nas neoplasias malignas as células crescem de maneira infiltrativa e sem a presença de cápsulas, pode sem bem ou mal diferenciadas (na maioria são mal) Quando a neoplasia maligna é mal diferenciada, além dela não lembrar o tecido de origem ela vai apresentar atipia celular. É possível observar áreas necrosadas nas neoplasias malignas. Relação entre os genes e as neoplasias: Toda neoplasia (maligna ou benigna) é uma doença genômica (seja alterações genéticas ou epigenéticas). ➔ O que o dogma central da biologia tem a ver com as neoplasias? Existe genes que tem a função de codificar proteínas que estão envolvidas no processo/controle de divisão e proliferação celular. Se o gene está alterado, a proteína vai se alterar e a proliferação e diferenciação também (passa de fisiológica para autônoma) Existe 04 grupos principais de genes que estão envolvidos nas neoplasias: • Oncogenes • Genes supressores de tumor • Genes para apoptose • Genes de reparo de DNA Protocoongenes → genes cujos produtos (proteínas) estimulam a proliferação celular e fisiológica Oncogenes: Oncogenes → genes cujos produtos (proteínas) estimulam a proliferação celular autônoma – sem controle. São genes que promovem o surgimento de neoplasias Todo oncogene surge a partir de alterações nos protoocongenes. • Situação A – tudo acontecendo normalmente - fisiológico • Situação B – ocorreu uma mutação no DNA e no RNA mensageiro → gero uma proteína truncada (alterada) – estimulação proliferação celular autônoma • Situação C – foi inserido uma sequência promotora próximo ao protoocongenes (o promotor estimula a transcrição do protoocongene) Com essa estimulação teremos muito RNA mensageiro e muita proteína. A proteína está normal, não foi truncada, porém está em quantidade muito maior • Situação D – ocorreu o fenômeno de amplificação gênica (tinha só uma cópia do gene, aí passou a ter várias) Aumenta a quantidade de RNA mensageiro e de proteínas – proteínas normais, porém em muita quantidade O gene que sofreu aumento da expressão gênica (C e D) começa a produzir muitas cópias da proteína e causar a saturação do receptor. Essa causa que era fisiológica se torna agora autônoma. Genes supressores de tumor: São genes cujo proteínas expressam participam do controle fisiológico do ciclo celular. O gene e a proteína mais famosos são: proteína p53 (a guardiã do genoma) e o gene TP53 É na fase checkpointentre G1-S que será feita a verificação do genoma da célula que está indo se dividir, esse mecanismo barra e impede a proliferação de células mutadas e alteradas. Para formação dessa verificação temos a presença do: complexo ciclina – CDK (CDK tem concentração constante enquanto a ciclina só vai atingir altas concentração no final da fase G1. Esse complexo tem a função de fosforilar alvos → proteína pRB (ela fica segurando um fator de transcrição -E2F. Quando o complexo fosforila a pRB ela vai liberar o E2F. Esse E2F é um fator de transcrição que tem a capacidade de se ligar na molécula de DNA e estimular a transcrição de determinados genes que são importantes para que o ciclo avance para fase S Toda vez que ocorre uma mutação da célula, ocorre também um aumento na expressão da proteína p53 A p53 vai estimular a síntese da proteína p21 – inibidora do complexo ciclina – CDK – para impedir que ocorra a multiplicação da célula mutada Além disso, a p53 é capaz de liberar enzimas que fazem o reparo do DNA – se o reparo for Ok, a concentração de p53 cai e o ciclo celular volta a funcionar. Se o reparo não tiver dado certo, a p53 estimula a apoptose na célula mutada. Como nem tudo são flores, podemos ter mutações/alterações no nosso gene p53. Se a p53 não funciona não teremos a checagem das células e poderá a todo instante acontecer a proliferação de células mutadas. Genes para apoptose: A apoptose é de extrema importância para a renovação celular – a apoptose é regulada por proteínas • Proteínas da família bax → pro apoptóticas • Proteínas da família bcl-2 → anti apoptóticas Essas duas famílias sempre trabalham em equilíbrio Se temos mais bax do que bcl-2, teremos mais apoptose e até mesmo a morte de células boas. Se temos mais bcl-2, teremos acumulo de células Proliferação normal, mas apoptose inibida, teremos acúmulo de células de forma descontrolada e ter início de um processo de neoplasia. Genes de reparo de DNA: Genes que codificam enzimas para repararem o DNA Principais famílias de genes para reparo: • Família MMR → responsável por pequenas alterações na molécula de DNA • Família UVDR → dano envolvendo ação da radiação ultravioleta Esses genes estão sempre em funcionamento, pessoas que tem alteração nos genes de reparo do DNA não sintetizam enzimas responsáveis por fazer esse reparo. Fenótipo mutador → indivíduo que tem alteração nos genes de reparo de DNA e está hiper predisposto a ter alterações de protoocongenes, alteração em genes para apoptose e na proteína p53. Este resumo pertence a: Karla Karoline Santos Ramos O resumo é de uso pessoal, sendo proibida a sua comercialização ou distribuição sem autorização prévia da autora.
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