Buscar

APOSTILA DE FARMACOBOTÂNICA E FARMACOGNOSIA

Prévia do material em texto

Disciplinas Digitais 
 
 
Farmácia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUÍMICA DE PRODUTOS NATURAIS III - 
FARMACOBOTÂNICA E FARMACOGNOSIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
Disciplinas Digitais 
 
 
 
 
 
 
 
QUÍMICA DE PRODUTOS NATURAIS III - 
FARMACOBOTÂNICA E FARMACOGNOSIA 
 
Dr. Tiago Gonçalves da Costa 
Professor (a) 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
Fabrício Alves Lopes – CRB1: 1936 
 
 
 
Faculdade LS. Núcleo Docente Estruturante. 
 Química de produtos naturais III : farmacobotânica e 
farmacognosia / Faculdade LS: Núcleo Docente Estruturante - 
NDE. – Brasília: FACELS, 2021. 
 
 1. Desenvolvimento de Conteúdo. 2. Ensino Superior. 3. 
Farmácia I. Título. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Apresentação da docente 
 
Me chamo Tiago Gonçalves da Costa, sou biólogo, mestre e doutor em Ciências Genômicas 
e Biotecnologia pela Universidade Católica de Brasília. Desde a graduação trabalho com 
biotecnologia vegetal, e tenho experiência em centros de pesquisa de referência, como o 
Centro de Análises Proteômicas e Bioquímicas (UCB-DF), Laboratório de Prospecção de 
Compostos Bioativos da EMBRAPA – Recursos Genéticos (DF), Institut National de 
Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement (França) e Institut de Chimie 
de Nice (França). Atualmente sou pesquisador bolsista na Embrapa Agroenergia, sócio e 
fundador de uma Startup de biotecnologia aplicada. Fui professor de farmacobotânica, 
fisiologia vegetal, sistemática vegetal I e II e anatomia vegetal na Faculdade LS entre 2014 e 
2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
 
Conversa inicial ........................................................................... 
 
Aula 01 
- Estrutura básica da célula vegetal 
 
Aula 02 
- Tecidos vegetais 
 
Aula 03 
- Estruturas e órgãos vegetais 
 
Aula 04 
- Compostos vegetais 
 
Aula 05 
- Alcaloides 
 
Aula 06 
- Óleos essenciais 
 
Aula 07 
- Saponinas 
 
Aula 08 
- Compostos fenólicos 
 
 
Referências Bibliográficas............................................ 
 
 
 
 
5 
 
Conversa Inicial 
 
Prezado (a) aluno (a): 
 
Seja bem-vindo à disciplina de Química de produtos naturais III - 
Farmacobotânica e Farmacognosia! 
A proposta desta disciplina é que você, caro aluno, entenda sobre os conceitos 
gerais que regem os aspectos diversos da botânica, inclusive como preparação 
para disciplinas mais voltadas para fitoterápicos e a própria fitoquímica. Espero 
que ao final desta disciplina, você possa entender como cada aspecto estudada 
se relaciona com o homem, com a saúde, e com o meio ambiente, no sentido 
mais amplo. Cada aspecto estudado, cada molécula ou grupo químico citado, 
cada tecido observado em imagens tem como objetivo pavimentar o 
conhecimento necessário para a progressão em seu processo de formação, 
como um profissional mais completo e de destaque. 
Bons estudos! 
 
 
 
6 
 
AULA 1 
 
Estrutura básica da célula vegetal 
 
Introdução 
 
Prezado (a) aluno (a), nesta primeira aula você vai ter uma visão ampla 
sobre os aspectos que definem uma célula vegetal, em uma breve introdução 
aos conceitos de anatomia e fisiologia vegetal, passando pelas estruturas e 
organelas mais importantes para diferenciação entre o modelo animas e vegetal. 
No final da aula, você terá acesso a indicações de vídeos e outros conteúdos 
que complementam seu estudo desta aula. 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula você será capaz de: 
● Entender as a diferença básica entre células vegetais e animais; 
● Compreender sobre as variedades de organelas e estruturas 
vegetais, e como cada uma impacta na fisiologia vegetal 
 
Seções de Estudo 
1 – A célula vegetal 
2 – Parede celular vegetal 
3 – Plastídios 
4 – Vacúolo 
 
1 – A CÉLULA VEGETAL 
As plantas são organismos fotossintetizantes multicelulares, ou seja, são capazes de 
produzir seu próprio alimento a partir da luz solar, água e dióxido de carbono (CO2), através 
de um processo conhecido como fotossíntese. Esse processo é extremamente importante, 
pois é aqui onde o carbono disponível no ar, na forma de CO2,, é incorporado na biomassa 
pela primeira vez na cadeia trófica, embora isso não seja exclusividade das plantas, podendo 
ser também desempenhado por outros microrganismos, como algas e alguns protozoários. 
Desde o início dos nossos estudos, aprendemos que as plantas podem apresentar raiz, caule, 
folhas, flores e frutos. Cada uma dessas estruturas apresenta o importante papel no 
desenvolvimento da planta, seja na geração de energia (Folhas), no papel reprodutivo (flores 
e frutos), na sustentação e absorção de nutrientes (caule e da raiz respectivamente). Embora 
possam ser a estrutura básica que conhecemos, pode haver grandes diferenças em grupos 
específicos, como por exemplo os cactos, que não apresentam folhas (TAIZ; ZEIGER; 
MØLLER; MURPHY, 2017). 
Embora as plantas representam um importante papel ecológico elas podem ser 
utilizadas para fins médicos, indústria, biotecnologia, além da agricultura. A nível celular, as 
plantas apresentam estruturas que permitem elas serem identificadas, caracterizadas e 
diferenciadas da célula animal (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). 
A célula vegetal é a unidade básica de todas as plantas. Ela constitui todas as 
estruturas, órgãos e sistemas que podem ser encontrados nestes organismos. Apesar desta 
célula compartilhar diversas estruturas e funções com a célula animal, ela apresenta diversas 
peculiaridades que lhe garantem a fácil identificação e entendimento de sua biologia. 
Diferenças entre a célula vegetal e a célula animal não são apenas estruturais, mas também 
fisiológicas. No caso, a célula vegetal pode apresentar o metabolismo diferenciado, 
apresentando o que nós chamamos de metabolismo secundário, bem como outras 
particularidades como ciclo celular diferenciado (TAIZ; ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 2017). 
A estrutura principal é formada pela parede celular vegetal e pelo protoplasto. O 
protoplasto nada mais é do que o conjunto de membranas, organelas e citoplasma presentes 
na célula vegetal. Por fim a célula vegetal bem como as plantas podem apresentar um sistema 
de resposta ao patógeno que pode ser constitutiva ou induzida. Um exemplo de resposta 
constitutiva é a presença de ráfides (Microagulhas de cálcio) no interior das células de plantas 
da família Asteraceae, muito conhecidas por serem tóxicas e que têm como principal 
representante a planta conhecida como "Comigo-ninguém-pode" (Dieffenbachia seguine) 
(LORENZI; MATOS, 2002; RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). 
 
8 
 
 
 
Figura: Planta conhecida como “comigo ninguém pode” e as ráfides encontras em algumas 
células especiais (Fonte: Google imagens) 
É importante lembrar que a célula vegetal também apresenta mecanismos de controle 
hormonal e sensorial, podendo apresentar respostas à gravidade, toque, calor, luminosidade, 
dentre outros. 
Nosso objetivo é caracterizar e identificar as principais estruturas presentes na célula 
vegetal como a parede celular, plastídios e vacúolo (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). 
 
2 - PAREDE CELULAR VEGETAL 
A principal estrutura capaz de ser identificada em microscópios é a parede celular 
vegetal. É importante lembrar que nas células animais, a membrana citoplasmática é uma 
9 
 
estrutura que limita externamente a célula. Já nas células vegetais, a membrana 
citoplasmática fica abaixo da parede celular vegetal sendo esta o limitante mais externo da 
célula (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007; TAIZ; ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 2017). Ela 
é composta basicamente de celulose e hemicelulose, mas também pode apresentar outros 
componentes como proteínas, lignina, ceras, entre outros. Tanto a celulose quanto a 
hemicelulose são moléculas complexas de carboidratos e são constituídas por uma longa 
cadeia que se ramifica portoda a estrutura da célula. Atualmente a celulose apresenta 
importante papel econômico na produção de papel e derivados. Outro importante componente 
da parede celular vegetal é a lignina, responsável pela rigidez da parede celular vegetal, e 
consequentemente, pelo endurecimento do tecido da planta, formando por exemplo, a 
madeira (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007; TAIZ; ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 2017). 
 
 
Figura - Formação de madeira pela deposição de lignina na parede celular vegetal nos tecidos 
do caule e raiz de plantas em crescimento secundário (Fonte: Google Imagens) 
 
É na parede celular que acontecem os principais eventos de defesa da planta, na qual 
pode ocorrer pela produção de proteínas e outros compostos, como por exemplo as 
fitoalexinas (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). 
Em células jovens, a parede celular vegetal pode ser considerada uma parede primária, 
na qual apresenta menos de um micrômetro de espessura. No entanto, em células mais 
velhas, a parede celular vegetal pode apresentar o acúmulo de lignina e ser considerada uma 
parede celular secundária (TAIZ; ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 2017). 
10 
 
 
Figura: Esquema da estrutura da parede celular vegetal das plantas (Fonte: Google imagens) 
 
3 - PLASTÍDIOS 
Plastídios são pequenas vesículas com um espaço interno capaz de armazenar outros 
componentes. Estruturalmente os plastídios podem ser definidos como pequenas vesículas 
apresentando duas membranas e um espaço vazio interno, denominado estroma. Estas 
pequenas estruturas podem ser classificadas quanto ao seu conteúdo e função. O plastídio 
mais famoso é o cloroplasto responsável por realizar a fotossíntese através da clorofila 
presente em seu interior. Contudo existem outras moléculas que podem estar presentes. Se 
o plastídio armazena um pigmento, como a ficobilina ou carotenóide em seu interior, ele é 
considerado um cromoplasto (É Importante lembrar que embora o cloroplasto apresente em 
seu interior o pigmento clorofila, este não é considerado como um cromoplasto). Se ele 
armazena lipídios, ele é considerado um oleoplasto. Se armazena amido em seu interior ele 
é considerado um amiloplasto. Existem ainda plastídios que não armazenam nenhuma 
molécula e são considerados leucoplastos. Por fim existem plastídios conhecidos como 
proplastídios, nada mais são do que plastídios que ainda não se diferenciaram nos tipos 
citados acima (TAIZ; ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 2017). 
Combinação de plastídios que atribui diferentes características a planta como cores, 
compostos presentes em abundância em cada estrutura vegetal, como veremos mais à frente. 
11 
 
 
Figura: Esquema da estrutura do cloroplasto (Fonte: Brasil Escola) 
4 - VACÚOLO 
O vacúolo é uma grande estrutura central na célula capaz de ocupar até 80% do seu 
volume interno. Em células jovens é comum encontrar pequenos vacúolos dentro da célula, 
mas à medida que esta amadurece, os vacúolos se fundem formando um único e grande 
vacúolo central. Sua principal função é controlar a entrada e saída de água da célula pelo 
movimento de solutos. Adicionalmente, o vacúolo pode armazenar outras moléculas em seu 
interior, como proteínas, lipídios e outras moléculas de interesse da célula (TAIZ; ZEIGER; 
MØLLER; MURPHY, 2017). 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
✔ Artigo: “A célula vegetal”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=71iJh8T4NdE>. 
✔ Vídeo: “Resumo sobre o reino Plantae”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=l80Dqo4fLrE>. 
✔ Vídeo: “Células vegetais”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=faIuSJMJHm8>. 
 
 
 
Para que você entenda com maior clareza o conteúdo 
desta primeira aula, sugerimos alguns estudos adicionais, 
que você confere a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=l80Dqo4fLrE
AULA 2 
 
Tecidos vegetais 
 
Introdução 
 
Prezado (a) aluno (a), nesta segunda aula você vai ter uma visão ampla 
sobre os tecidos vegetais, simples e complexos, os sistemas que estes formam, 
suas importâncias e funções. No final da aula, você terá acesso a indicações de 
vídeos e outros conteúdos que complementam seu estudo desta aula. 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula você será capaz de: 
● Entender as a diferença básica entre os tecidos vegetais, suas 
funções e importância; 
 
 
 
Seções de Estudo 
1 – Tecidos vegetais 
2 – Sistema Fundamental 
3 – Sistemas de revestimentos 
4 – Sistema vascular 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1 - TECIDOS VEGETAIS 
 
Assim como os animais, as plantas também apresentam complexidade derivada dos 
tecidos presentes formados pelas células vegetais. Por definição, tecido é um agrupamento 
de células com uma determinada função, e nas plantas os tecidos podem ser classificados em 
simples ou complexos, dado os tipos de células presentes. Os únicos tecidos complexos 
presentes na planta são o xilema e o floema (TAIZ; ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 2017). 
 
Meristema 
 O meristema é um tecido que merece ser especialmente citado é o meristema. 
Basicamente ele corresponde a um conjunto de células não diferenciadas que podem a partir 
de diversos processos celulares, dar origem a todos os outros tecidos. 
Esse tempo especial pode ser encontrado no ápice da planta e na extremidade da raiz. 
Dado seu potencial de divisão celular é ele que é responsável pelo crescimento da planta, 
seja crescimento primário (Relacionado à altura/profundidade) ou secundário (Crescimento 
lateral - Formação de lenho/madeira). A técnica milenar chamada Bonsai explora a 
capacidade de crescimento da planta somente na presença do meristema. Uma vez que essa 
técnica poda a planta, os tecidos meristemáticos não estão mais presentes, logo a planta irá 
envelhecer, mas não terá ganho de altura (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). . 
O meristema pode ser classificado em primário ou secundário. Quando classificado 
como primário, o meristema pode ser nomeado como protoderme (Que origina a sistema de 
revestimento), meristema fundamental (Origina o sistema fundamental, Parênquima, 
Colênquima e Esclerênquima), e procâmbio (Origina o sistema vascular). Por fim quando 
classificado como meristema secundário e tecidos podem ser nomeados como câmbio 
vascular (Origina o sistema vascular em crescimento secundário) e felogênio (Origina os 
tecidos que revestem a planta, quando em crescimento secundário) (RAVEN; EVERT; 
EICHHORN, 2007). 
 
2 - SISTEMA FUNDAMENTAL 
O sistema fundamental compõe toda a estrutura básica da planta sendo basicamente 
formado por parênquima colênquima e esclerênquima. Estes três tecidos estão presentes 
apenas no crescimento primário da planta, ou seja, nas fases iniciais do crescimento. 
 
Parênquima 
14 
 
O parênquima forma grandes massas celulares em toda a planta. Este tecido pode 
estar presente nas polpas de frutos, córtex e medula caulinar, além do mesofilo foliar e sua 
distribuição pode se dar por cordões verticais e horizontais. 
É importante lembrar que este tecido apresenta divisão constante, o que garante a capacidade 
de cicatrização da planta em caso de algum dano mecânico (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 
2007). . 
Morfologicamente as células do parênquima são grandes, apresentam parede celular 
fina e protoplasto dilatado. Estas características estão diretamente relacionadas com sua 
função, dentre as quais podemos citar armazenamento de reserva de energia, secreção, 
fotossíntese, transporte de substâncias e armazenamento de água. 
 
 
Figura – Tecidos vegetais vistos por microscopia. Fonte: Google imagens 
 
Colênquima 
Juntamente com esclerênquima, o colênquima é um tecido que apresenta como sua 
principal função a sustentação da planta. Isso se dá pelo espessamento irregular da parede 
celular vegetal primária. Esse tecido apresenta redistribuído como cordões discretos ou 
cilindros abaixo da epiderme, sendo que suas células são alongadas longitudinalmente 
(RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). .15 
 
 
Figura – Tecidos vegetais vistos por microscopia. Fonte: Google imagens 
 
Esclerênquima 
O esclerênquima por sua vez é o segundo perfil de sustentação trata-se de células 
desprovidas de protoplastos em sua maturidade que apresentam parede celular secundária 
rica em lignina e outros compostos de resistência mecânica. Está correlacionada com a 
sustentação e resistência de regiões que cessarão o seu crescimento e podem ser 
encontrados na forma de cordões fibrosos ou fibras liberianas. Estruturas ricas em 
esclerênquima são exploradas comercialmente, formando o que conhecemos como cânhamo, 
a juta e o linho (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). . 
 
3 - SISTEMA DE REVESTIMENTO 
O sistema de revestimento da planta é composto por dois tecidos a epiderme e a 
periderme este aparecem respectivamente durante o crescimento primário da planta e durante 
o crescimento secundário. por definição trata-se da camada de células mais externa da planta 
que podem ser uma camada simples ou uma camada múltipla. 
 
Epiderme e periderme 
Pode ser definida como uma camada simples de células presente em toda a planta em 
crescimento primário. Ela é responsável por controlar a troca gasosa da planta através dos 
estômatos e no sistema de defesa inicial d contra patógenos. Alguns autores consideram a 
epiderme como um tecido complexo uma vez que ela apresenta mais de um tipo de célula 
neste tecido podemos citar a presença das células-guarda que formam os estômatos e a 
16 
 
presença dos tricomas, que formam espinhos e estruturas secretoras (RAVEN; EVERT; 
EICHHORN, 2007). . 
 
Figura: Tricomas secretores na epiderme foliar. Fonte: (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 
2007) 
Já a periderme substitui a epiderme nos caules e raízes que apresentam crescimento 
secundário Sua principal função é proteger a planta de desgastes mecânicos. E para isso ela 
conta com acúmulo de suberina, que aumenta sua resistência, além de atuar contra 
organismos invasores. 
 
4 - SISTEMA VASCULAR 
O sistema vascular da planta apresenta importantes para o desenvolvimento desta 
sendo responsável pelo transporte de água e nutrientes através de todas as estruturas 
vegetais. Os principais tecidos vegetais que podem ser encontrados nas plantas são o xilema 
e o floema, embora em plantas primitivas seja possível encontrar tecidos não especializados 
que realizam esta função. O xilema e o floema podem ser comparados às veias e artérias, e 
serão explicados melhor a seguir. 
 
O Xilema 
O xilema é um tecido especializado no transporte de água e sais minerais no sentido 
ascendente da planta, ou seja, das raízes para as estruturas superiores. Este tecido, assim 
como o floema, está presente tanto no crescimento primário da planta quanto no crescimento 
secundário. A única diferença entre o xilema e o floema presentes no crescimento primário e 
secundário é sua disposição na planta e tecido meristemático de origem (RAVEN; EVERT; 
EICHHORN, 2007). 
Do ponto de vista celular, o xilema é formado por células mortas com grande 
espessamento da parede celular que é lignificada. Uma vez que a célula perdeu protoplasto 
17 
 
ele abre caminho para passagem de água que sobe para as partes superiores por diversos 
processos físicos e fisiológicos, incluindo aí a fotossíntese e a capilaridade. 
O xilema presente em crescimento primário se origina a partir do meristema 
denominado procâmbio e o xilema presente no crescimento secundário é originado a partir do 
meristema denominado câmbio vascular. Ambos apresentam células semelhantes como 
traqueídes (Xilema primário) e elementos de vaso (Xilema secundário) 
 
 
Figura – Células do xilema. Fonte: (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007) 
 
Floema 
O floema, por sua vez, apresenta como principal função a condução dos nutrientes 
provenientes dos processos fotossintéticos realizados nas folhas. Trata-se basicamente de 
células vivas que podem ser classificadas como células crivadas (Floema primário) ou 
elementos de tubo crivado (Floema secundário). Apesar de ser um tecido que passa, assim 
como o xilema, pela perda do protoplasto, este é considerado vivo pois possui ainda uma 
célula companheira (ou célula albuminosa) dentro da estrutura de transporte de nutrientes. 
 
18 
 
 
Figura – Tecidos vegetais vistos por microscopia. Fonte: Google imagens 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
✔ Vídeo: “A célula vegetal”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=71iJh8T4NdE>. 
✔ Vídeo: “Tecidos vegetais”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=zcog9e0AxMY>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para que você entenda com maior clareza o conteúdo 
desta primeira aula, sugerimos alguns estudos adicionais, 
que você confere a seguir: 
19 
 
AULA 3 
 
Estruturas e órgãos vegetais 
 
Introdução 
 
Prezado (a) aluno (a), nesta terceira aula você vai ter uma visão 
ampla e precisa sobre os aspectos que cada estrutura vegetal, da 
raiz até a flor e fruto, seus componentes, importância, funções e 
peculiaridades. No final da aula, você terá acesso a indicações de 
vídeos e outros conteúdos que complementam seu estudo desta 
aula. 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula você será capaz de: 
● Entender as a diferença entre as estruturas vegetais (flor, 
fruto, sementes, caule, raiz e folha); 
● Entender o papel de cada um no desenvolvimento vegetal 
 
Seções de Estudo 
1 – Estruturas vegetais 
2 – Folha 
3 – Caule 
4 – Flor 
5 – Fruto e semente 
6 – Raiz 
 
20 
 
 
 
 
1 - ESTRUTURAS VEGETAIS 
Nesta aula estudaremos as estruturas vegetais presentes em uma planta. 
Embora seja normal estudar plantas com estrutura básica contendo folha, caule, 
flor, raiz, fruto e semente, nem sempre estas estruturas estão necessariamente 
presentes ou evidentes. 
Numa angiosperma estão presentes todas as estruturas citadas acima, 
contudo alguns grupos de plantas são característicos pela ausência de uma 
determinada estrutura, como é o caso das gimnospermas, onde estão ausentes 
o fruto e a flor. Saber identificar as partes e estruturas vegetais é um importante 
passo para a identificação da planta. 
 
2- FOLHA 
A folha é basicamente a estrutura responsável pela produção de energia 
através da fotossíntese. Este processo ocorre no interior de células 
parenquimáticas especializadas no processo fotossintético e são denominadas 
clorênquima, que recebem este nome pela grande presença de pigmento 
clorofila no interior dos cloroplastos. Importante lembrar que a fotossíntese pode 
ocorrer também em outras estruturas vegetais, como o caule, em plantas 
jovens. 
A folha pode ser dividida em limbo, ápice, base, e margem, conforme 
imagem mostrada abaixo. Cada parte da folha pode apresentar uma morfologia 
própria recebendo este nome específico que auxilia na sua identificação. Por 
exemplo, o ápice das folhas pode ser aculminado, alongado, obtuso, dentre 
outros. Cada espécie de planta, cada grupo, cada gênero, cada família, pode 
apresentar diferentes combinações morfológicas na parte das folhas, e não só 
desta, mas como de outros órgãos vegetais. 
Não entraremos aqui na classificação de cada morfologia da estrutura 
vegetal, até porque são dezenas de classes apenas para o ápice foliar, mas 
focaremos na elucidação das principais partes presentes nestas. Principalmente 
nas folhas é onde são extraídos para fins médicos os compostos bioativos, 
21 
 
através de técnicas como extração, estes vão decocção, percolação, entre 
outras. 
 
3 - CAULE 
O caule apresenta como principal função a sustentação das partes 
aéreas, contudo é comum encontrar materiais de reserva presentes no caule, 
assim como a água, componentes bioativos associados à defesa da planta, 
proteção contra o fogo (Plantas do Cerrado). 
De modo geral o caule das plantas pode ser dividido em nó, entre entrenó 
e gema axilar. 
A região determinada como Nó, a qual apresenta fixada a folha, recebeesse 
nome por ser mais espessa do que a região do entrenó, localizada acima e 
abaixo, em um sistema de repetição (Nó - Entrenó - nó - entrenó…) 
22 
 
 
Figura – Estruturas vegetais detalhadas no corpo da plantas. Fonte: (TAIZ; 
ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 2017) 
Região determinada entre nós é responsável pelo alongamento do caule 
e passa por intenso processo de divisão celular. Por fim, a região denominada 
gema axilar é formada por um conjunto de células meristemáticas localizada bem 
acima da junção entre a folha e o caule. Como já vimos anteriormente, as células 
meristemáticas são capazes de originar qualquer tecido vegetal e o mesmo 
ocorre aqui. Se houver necessidade da formação de outras folhas, flores ou até 
mesmo raízes, as gemas axilares poderão se diferenciar na estrutura necessária 
23 
 
para a planta, mediante forte controle hormonal (TAIZ; ZEIGER; MØLLER; 
MURPHY, 2017). 
Geralmente a camada da periderme que reveste o caule pode apresentar 
importantes componentes com potencial biotecnológico e farmacêutico para o 
controle de doenças e outros males. 
4 - FLOR 
A principal função da flor é garantir a perpetuação da espécie, e trata-se 
da estrutura reprodutiva que está presente em todas as plantas do grupo 
Angiosperma. Existe grande diferenciação morfológica nestas estruturas, e 
juntamente com as folhas, são muito utilizadas para identificação de grupos 
botânicos como gênero, família e espécie. Ainda assim, é importante entender 
as principais partes presentes nas flores (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). 
Existem dois apêndices presentes nas flores: são os apêndices estéreis, 
formados pelas pétalas e sépalas, e recebe este nome por não apresentar em 
papel direto na função reprodutiva da espécie. Aqui o papel das pétalas e 
sépalas é basicamente promover a atração de agentes polinizadores como 
insetos e aves, quando necessário. 
Já os apêndices reprodutivos são responsáveis diretamente pela 
perpetuação da espécie. O gineceu, apêndice reprodutivo feminino, é composto 
pelo estigma, estilete, ovário e óvulo. Após a fecundação do óvulo pelo pólen 
produzido pela parte masculina é que o ovário se desenvolverá no fruto, como 
veremos a seguir. 
O androceu é o apêndice reprodutivo masculino nas flores, e é composto 
pelo filete e pelos estames que juntos formam a antera. É neste estame que é 
produzido o pólen, que nada mais é do que o portador do gameta 
masculino. (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007) 
Quando uma flor apresenta os quatro apêndices (androceu, gineceu 
pétalas e sépalas) esta flor é considerada completa. Na ausência de um destes 
ela é considerada uma flor incompleta. Todos os apêndices são unidos pelo 
receptáculo floral e este é suportado pelo pedúnculo, que liga a flor ao caule 
(RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007; TAIZ; ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 
2017). 
 
5 - FRUTO 
24 
 
Após a fecundação do óvulo, o ovário se desenvolve em um fruto que vai 
proteger a semente até a sua germinação. Este fruto apresenta como estrutura 
básica a formação baseada em três camadas: epicarpo (mais externa), 
mesocarpo (intermediária) e endocarpo (interna). A composição dos tecidos 
associa a epiderme para o epicarpo e parênquima para as outras duas camadas, 
e aqui em geral para frutos carnosos o parênquima armazena grande quantidade 
de água e carboidratos, o que torna o fruto palatável e atrativo. Em seu interior, 
o óvulo se desenvolve formando a semente, que é composta pelo endosperma 
e pelo embrião. O endosperma apresenta como função a nutrição do embrião 
durante a germinação até que este possa realizar sozinho a fotossíntese, pelo 
surgimento das folhas (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). 
 
 
Figura – Semente de milho. Fonte : (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007) 
6 - RAIZ 
A função principal da raiz é absorção de nutrientes, água, além da fixação 
da planta no substrato. Ela pode ser dividida em três grandes zonas 
denominadas: Zona meristemática; Zona de alongamento celular; e Zona de 
maturação. 
A zona meristemática é onde ocorre o crescimento da raiz. Em sua 
extremidade encontra-se a coifa, que nada mais é do que uma estrutura de 
proteção para o tecido meristemático que se encontra em extrema atividade por 
divisão celular, formando enfim os novos tecidos. 
25 
 
A próxima região é a zona de alongamento celular onde as células 
originadas pelo meristema radicular se desenvolvem. Nesta região não há 
presença de pelos absorventes (estruturas especializadas em absorver água e 
sais minerais no solo) contudo os tecidos floemáticos estão presentes, levando 
nutrientes da parte aérea da planta até o tecido meristemático, provendo-lhe 
energia para divisão celular (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2007). (TAIZ; 
ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 2017) 
Por fim a zona de maturação é onde ocorre o desenvolvimento final dos 
tecidos, formação de raízes laterais e amadurecimento do sistema vascular da 
planta, na qual agora é funcional para absorção de água e nutrientes do solo em 
direção às folhas. 
 
 
 
Figura – Estrutura da raíz. Fonte (TAIZ; ZEIGER; MØLLER; MURPHY, 2017) 
 
26 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
✔ Vídeo: “Reino das plantas”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=MwHbbwG8p1I>. 
✔ Vídeo: “Resumo sobre o reino Plantae”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=l80Dqo4fLrE>. 
 
Para que você entenda com maior clareza o conteúdo 
desta primeira aula, sugerimos alguns estudos adicionais, 
que você confere a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=l80Dqo4fLrE
27 
 
AULA 4 
 
Compostos vegetais 
 
Introdução 
 
Prezado (a) aluno (a), nesta primeira aula você vai ter uma 
visão ampla sobre os aspectos de biomoléculas de origem vegetal, 
suas classes e características. Cada aspecto químico será abordado 
posteriormente nas disciplinas que virão, como fitoquímica. No final 
da aula, você terá acesso a indicações de vídeos e outros conteúdos 
que complementam seu estudo desta aula. 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula você será capaz de: 
● Entender as a diferença básica diferentes grupos de 
moléculas vegetais; 
● Compreender sobre as variedades de biomoléculas, suas 
possíveis funções e possíveis interações com a saúde 
humana. 
 
Seções de Estudo 
1 – Compostos vegetais e sua importância 
2 – Glicosídeos cianogênicos 
3 – Glicosinolatos 
4 – Aminoácidos não proteicos 
5 – Isoprenoides 
28 
 
6 – Fenilpropanoides 
7 – Alcaloides 
 
1 - COMPOSTOS VEGETAIS E SUA IMPORTÂNCIA 
 
O metabolismo vegetal pode ser dividido em duas categorias denominadas 
primário e secundário. O primeiro é formado por compostos como carboidratos, 
lipídios, proteínas e ácidos graxos, e tem como principal função a manutenção 
da vida por meio de processos associados ao crescimento, respiração, 
reprodução e fotossíntese. Já o segundo é formado por processos diversos, que 
podem ser sinalização, defesa, comunicação, alelopatia, entre outros e é 
basicamente formado por moléculas diversas, denominadas metabólitos 
secundários. Dentre as principais classes de metabólitos secundários podemos 
citar alcaloides flavonoides isoprenóides ou terpenoides entre outros. É 
importante citar que a classificação varia conforme o critério utilizado, seja 
presença ou não de átomos em específico, origem biosintética, classificação 
estrutural, entre outros (CROTEAU; KUTCHAN; LEWIS, 2000). 
Muitas plantas desenvolveram ao longo da evolução do metabolismo 
secundário em resposta a agentes bióticos e abióticos estes mecanismos de 
defesa podem ser constitutivos ou induzidos, a depender do estímulo (TIKU, 
2018) (ZHAO; WANG; NORRIS; CHEN et al., 2013). 
29 
 
 
Fonte: Desenvolvida pelo autor 
 
Existem algumas classes de metabólitos secundários de importância 
farmacêutica como por exemplo os glicosídeos cianogênicos. 
2 - GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS 
Esta classe de compostos baseia-se em uma estrutura conjugada de um 
carboidratoassociado à outra molécula, no caso, HCN. essa composição pode 
ser encontrada em aproximadamente 10% nas plantas terrestres em forma 
inativa, como a amidalina. Em geral, após o processo de hidrólise enzimática, o 
ácido prússico é liberado na sua forma ativa. Ao entrar em contato com uma 
célula, o HCN pode inibir a enzima citocromo oxidase, no final da cadeia 
respiratória, podendo matar a célula. Uma planta característica que apresenta 
esta molécula é conhecida como mandioca brava (Manihot utilissima) e tem seu 
potencial de toxicidade associado a esta molécula (HELDT; PIECHULLA, 2011). 
3 - GLICOSINOLATOS 
Os glicosinolatos são moléculas encontradas principalmente na família 
Brassicaceae e estão intimamente associados aos mecanismos de defesa das 
30 
 
plantas essas moléculas são liberadas a partir de dano mecânico causado, por 
onde a planta o libera, e este rapidamente se acumula no corpo do predador, 
levando a intoxicação. De maneira similar aos glicosídeos cianogênicos, esta 
molécula é armazenada na forma inativa na planta e por ação de enzimas 
hidrolíticas é liberada para defesa desta (HELDT; PIECHULLA, 2011). 
 
Figura - Ativação de glicosinolatos e glicosídeos cianogênicos. Fonte (HELDT; 
PIECHULLA, 2011). 
4 – AMINOÁCIDOS NÃO PROTEICOS 
 
É comum encontrar moléculas que mimetizam aminoácidos e estes Ao serem 
consumidos na biomassa da planta vou te levar a pessoa que o ingeriu sim 
toxicar. Isso ocorre porque o aminoácido liberado pela planta é inserido nas 
proteínas sintetizadas pelo organismo que consumiu no lugar do aminoácido 
verdadeiro. Podemos observar esse exemplo citando a canavanina isolada de 
Canavalia ensiformis e comparada com seu análogo arginina (TIKU, 2018) 
(HELDT; PIECHULLA, 2011). (Figura) 
31 
 
 
Fonte (HELDT; PIECHULLA, 2011) 
5 - ISOPRENOIDES 
Isoprenóides configuram uma das maiores classes químicas e estão 
presentes não só em plantas, mas em diversos organismos. Atualmente mais 
de 50.000 isoprenóides foram identificados e elucidados quanto às suas funções 
biológicas e apresentam importante papel tecnológico (GAO; LI; LI; SONG et al., 
2018; XU; MOGHE; WIEGERT-RININGER; SCHILMILLER et al., 2018). 
Biologicamente os isoprenóides podem incluir diversas funções vegetais 
como defesa, sinalização, membrana celular, indução hormonal e fotossíntese 
(GÜBITZ; MITTELBACH; TRABI, 1999; HELDT; PIECHULLA, 2011; PEANA; 
D'AQUILA; PANIN; SERRA et al., 2002; QIANG; ZHONG; JING; JIN, 2002; 
SUHAJ, 2006).. 
 
Fonte (HELDT; PIECHULLA, 2011) 
32 
 
 
A sua classificação varia baseada na sua cadeia carbônica e leva em 
consideração o número de unidades de isopreno presentes, conforme tabela 
abaixo: 
 
Classe Unidades de isoprenos Carbonos Exemplo Efeitos 
Hemiterpeno 1 5 Piretroides Inseticida 
Monoterpeno 2 10 Pineno e Linalol Defesa 
Sesquiterpeno 3 15 Capsidiol Defesa 
Diterpeno 4 20 Forbol Defesa 
Triterpeno 6 30 Sitosterol Estrutural 
Politerpeno +6 >30 Borracha Defesa 
 
 
FENILPROPANOIDES 
Os fenilpropanóides, também conhecido como composto fenólicos, são outra 
grande classe de compostos vegetais. Esta classe é facilmente identificada pela 
presença de um anel fenil associado a uma cadeia carbônica com 3 carbonos. 
sua principal via biossintética é a via do ácido chiquímico. diversos compostos 
que já citamos e estudamos durante nossas aulas pertencem a esta classe, 
como a suberina, quitina, flavonóides, taninos, ligninas, lignanas, entre outros 
(HELDT; HELDT, 2005). 
 
33 
 
 
7 - ALCALOIDES 
 
Outra grande classe de moléculas vegetais de importância farmacêutica são os 
alcaloides estas estruturas são características por apresentar em um átomo de 
nitrogênio inserido em heterociclos e podem ser sintetizados por diversas vias 
metabólicas. Atualmente mais de 10.000 alcaloides já foram identificados e 
tiveram suas estruturas químicas elucidadas (HELDT; PIECHULLA, 2011).. 
 
 
 
Para ilustrar a importância desta classe química, podemos citar a cafeína 
encontrada em plantas consumidas no mundo inteiro como as plantas da família 
Rubiaceae e Sapindaceae. Sua estrutura química é formada a partir de uma 
Purina como heterociclo e possui forte efeito estimulante no sistema nervoso. 
Atualmente é consumida pelo homem em diversos produtos como café, 
34 
 
chocolate e refrigerantes (CHAVES; MIYAZAWA; BLOCH; YAMAKAMI, 2004; 
KOPCAK, 2003). 
Outro importante alcaloide é a nicotina, encontrada em plantas do gênero 
Nicotiana, e é extremamente tóxica. Boa parte do potencial cancerígeno 
associado ao consumo do cigarro advém desta molécula. Estruturalmente trata-
se de um anel pirrolidina e piridina (FRIEDMAN, 2006; GRIFFIN; LIN, 2000; 
SHEN; HUNG; CHANG; WENG et al., 2017; SMITH; GIESBRECHT; 
THOMPSON; NELSON et al., 2008; THODEN; BOPPRÉ, 2010; YANG; 
STÖCKIGT, 2010).. 
 A quinina, outro alcaloide importante encontrado no gênero Chinchuna 
apresenta forte efeito antimalárico e pode ser utilizado como base de 
medicamentos específicos para este fim como a cloroquina e a hidroxicloroquina. 
Por fim podemos citar importantes alcaloides como a escopolamina, 
extraída de plantas da família Solanaceae, e atualmente utilizada como princípio 
ativo do medicamento Buscopan devido ao seu potencial de interferir nos 
processos celulares da fenda sináptica entre os neurônios. 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
✔ Artigo: “A célula vegetal”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=71iJh8T4NdE>. 
✔ Vídeo: “Resumo sobre o reino Plantae”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=l80Dqo4fLrE>. 
 
 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS 
 
Para que você entenda com maior clareza o conteúdo 
desta primeira aula, sugerimos alguns estudos adicionais, 
que você confere a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=l80Dqo4fLrE
35 
 
 
CHAVES, J. C. D.; MIYAZAWA, M.; BLOCH, M. d. F. M.; YAMAKAMI, J. K. 
Estimativa do teor de cafeína nas sementes de café baseada na sua 
concentração nas folhas de mudas e de plantas adultas. Acta Scientiarum. 
Agronomy, 26, n. 3, p. 287-292, 2004. 
 
CROTEAU, R.; KUTCHAN, T. M.; LEWIS, N. G. Natural products (secondary 
metabolites). Biochemistry and molecular biology of plants, 24, p. 1250-
1319, 2000. 
 
FRIEDMAN, M. Potato glycoalkaloids and metabolites: roles in the plant and in 
the diet. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 54, n. 23, p. 8655-
8681, 2006. 
 
GAO, Y.; LI, J.; LI, J.; SONG, Z. et al. High add valued application of turpentine 
in crop production through structural modification and qsar analysis. Molecules, 
23, n. 2, p. 356, 2018. 
 
GRIFFIN, W. J.; LIN, G. D. Chemotaxonomy and geographical distribution of 
tropane alkaloids. Phytochemistry, 53, n. 6, p. 623-637, 2000. 
 
GÜBITZ, G. M.; MITTELBACH, M.; TRABI, M. Exploitation of the tropical oil 
seed plant Jatropha curcas L. Bioresource technology, 67, n. 1, p. 73-82, 
1999. 
 
HELDT, H.; HELDT, F. Phenylpropanoids comprise a multitude of plant 
secondary metabolites and cell wall components. In: Plant Biochemistry (3rd 
eds). Elsevier Academic, New York, 2005. p. 448. 
 
HELDT, H.-W.; PIECHULLA, B. 16 - Secondary metabolites fulfill specific 
ecological functions in plants. In: Plant Biochemistry (Fourth Edition). San 
Diego: Academic Press, 2011. p. 399-408. 
 
KOPCAK, U. Extração de cafeína das sementes da planta do guaraná 
(Paullinia cupana) com dióxido de carbono supercrítico e co-solventes. 2003. 
 
LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais no Brasil: nativas e 
exóticas. 2002. 8586714186. 
 
PEANA, A. T.; D'AQUILA, P. S.; PANIN, F.; SERRA, G. et al. Anti-inflammatory 
activity of linalool and linalyl acetate constituents of essential oils. 
Phytomedicine, 9, n. 8, p. 721-726, 2002. 
 
QIANG, H. Z.; ZHONG, X. L.; JING, R. X.; JIN, G. Y. Progress of pyrethroids 
insecticides. Journal of Qingdao Institute of Chemical Technology, 1, p. 
011, 2002. 
 
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. In: Biologia 
vegetal,2007. p. 830-830. 
 
36 
 
SHEN, K.-H.; HUNG, J.-H.; CHANG, C.-W.; WENG, Y.-T. et al. Solasodine 
inhibits invasion of human lung cancer cell through downregulation of miR-21 
and MMPs expression. Chemico-biological interactions, 268, p. 129-135, 
2017. 
 
SMITH, S. W.; GIESBRECHT, E.; THOMPSON, M.; NELSON, L. S. et al. 
Solanaceous steroidal glycoalkaloids and poisoning by Solanum torvum, the 
normally edible susumber berry. Toxicon, 52, n. 6, p. 667-676, 2008. 
 
SUHAJ, M. Spice antioxidants isolation and their antiradical activity: a review. 
Journal of food composition and analysis, 19, n. 6-7, p. 531-537, 2006. 
 
TAIZ, L.; ZEIGER, E.; MØLLER, I. M.; MURPHY, A. Fisiologia e 
desenvolvimento vegetal. Artmed Editora, 2017. 8582713673. 
 
THODEN, T. C.; BOPPRÉ, M. Plants producing pyrrolizidine alkaloids: 
sustainable tools for nematode management? Nematology, 12, n. 1, p. 1-24, 
2010. 
 
TIKU, A. R. Antimicrobial compounds and their role in plant defense. In: 
Molecular Aspects of Plant-Pathogen Interaction: Springer, 2018. p. 283-
307. 
 
XU, H.; MOGHE, G. D.; WIEGERT-RININGER, K.; SCHILMILLER, A. L. et al. 
Coexpression analysis identifies two oxidoreductases involved in the 
biosynthesis of the monoterpene acid moiety of natural pyrethrin insecticides in 
tanacetum cinerariifolium. Plant Physiology, 176, n. 1, p. 524-537, 2018. 
 
YANG, L.; STÖCKIGT, J. Trends for diverse production strategies of plant 
medicinal alkaloids. Natural product reports, 27, n. 10, p. 1469-1479, 2010. 
 
ZHAO, N.; WANG, G.; NORRIS, A.; CHEN, X. et al. Studying plant secondary 
metabolism in the age of genomics. Critical reviews in plant sciences, 32, n. 
6, p. 369-382, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 5 
 
Alcaloides 
 
Introdução 
 
Prezado (a) aluno (a), nesta aula você vai ter uma visão ampla 
sobre os aspectos farmacológicos e fitoquímicos dos alcaloides, 
incluindo sua classificação e alguns exemplos de plantas e moléculas 
para fixação do conteúdo. No final da aula, você terá acesso a 
indicações de vídeos e outros conteúdos que complementam seu 
estudo desta aula. 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
38 
 
Ao término desta aula você será capaz de: 
• Entender os principais grupos de alcaloides; 
• Compreender sua classificação, conceito e como estes 
permeiam o reino vegetal. 
Seções de Estudo 
1 Conceito e propriedades 
2 Classificação 
3 Drogas e plantas 
 
 
 
39 
 
CONCEITO E PROPRIEDADES 
Com o brevemente introduzido no capítulo anterior, diversas classes de 
moléculas vegetais podem ser isoladas e utilizadas para benefício humano. O 
primeiro alcaloide foi isolado em 1806 a partir de matéria orgânica vegetal, e esta 
molécula foi denominada ópio. A partir de então os avanços no isolamento de 
moléculas vegetais, em especial os alcaloides, tem avançado de forma 
significativa (RITTO; DE OLIVEIRA; AKISUE, 2019). 
Alcaloides podem ser definidos como compostos orgânicos nitrogenados 
que podem ser obtidos a partir do metabolismo secundário de plantas, embora 
também esteja presentes em outros grupos de seres vivos. Trata-se de 
moléculas de natureza básica na qual está presente um nitrogênio heterocíclico 
em sua estrutura com atividade fisiológica bem determinada (RITTO; DE 
OLIVEIRA; AKISUE, 2019). 
Vale lembrar que nem todo composto que apresenta um anel heterocíclico 
contendo nitrogênio é considerado um alcaloide, a exemplo dos peptídeos, 
aminoácidos, proteínas, ácidos nucleicos, vitaminas entre outros. Os alcaloides 
podem apresentar-se em grupos químicos diferentes e assim não apresentar 
comportamento semelhante do ponto de vista bioquímico e farmacodinâmico. 
Isso está intimamente associado à sua variedade química, que pode beirar mais 
de 10.000 compostos já identificados e isolados (ANISZEWSKI, 2015; RITTO; 
DE OLIVEIRA; AKISUE, 2019) . 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Existem diversas classificações possíveis entre elas a classificação 
botânica, farmacodinâmica, biossintética baseada no nitrogênio presente, a qual 
não entraremos em detalhes, isso porque as classificações são em geral 
arbitrárias segundo o seu próprio critério. Classificação eficiente do ponto de 
vista da farmacognosia e fitoquímica é baseada na presença do núcleo químico 
pré presente em cada estrutura. segundo este critério os alcaloides em geral 
podem ser divididos em não heterocíclicos e heterocíclicos e recebem A 
nomenclatura baseada neste núcleo (ANISZEWSKI, 2015). 
 
40 
 
 
Figura - Alguns tipos de núcleos químicos (Fonte: Chemspider) 
 
DROGAS E PLANTAS 
Ópio 
Embora muitos pensem que o ópio é uma molécula química isolada, trata-
se de um conjunto de alcaloides extraídos de algumas plantas, em geral do 
gênero Papaver, pertencentes à família Papaveraceae (RITTO; DE OLIVEIRA; 
AKISUE, 2019). Seus principais componentes são a morfina, a codeína e a 
papaverina, embora estejam presentes outras moléculas inclusive sem ação 
farmacológica (LORENZI; MATOS, 2002). 
Pirrol Pirrolidina 
Nicotina 
Imidazol 
Isoquinolina 
Indol 
Quinolina 
Piperidina 
Tropano 
Atropina 
41 
 
 
Figura – Papaver somniferum – Família Papaveraceae (Fonte – Google 
Imagens) 
 
A morfina é conhecida por sua forte atuação no sistema nervoso central 
onde atua como depressor e analgésico potente. Além disso sobre o sistema 
respiratório ela pode atuar seletivamente diminuindo a frequência e a amplitude 
respiratória. Contudo seus efeitos podem ser estender ao sistema urinário 
músculos lisos em geral globo ocular e aparelho digestivo (LORENZI; MATOS, 
2002).. 
 
Figura – Estrutura química da morfina (Fonte – Chemspider). 
 
A codeína apresenta algumas características presentes na morfina, mas 
com menor intensidade e com menos efeito analgésico a sua principal forma de 
atuação. É sobre o trato gastrointestinal e urinário além de poder afetar o sistema 
respiratório (ANISZEWSKI, 2015). 
42 
 
 
Figura – Estrutura química da codeína (Fonte – Chemspider). 
 
Por fim, a papaverina não apresenta os efeitos citados acima para 
codeína e a morfina, ou seja, ela não tem ação analgésica, não é narcótico nem 
sedativa. Contudo, efeito bronco dilatador e antiespasmódico da musculatura lisa 
(LORENZI; MATOS, 2002; RITTO; DE OLIVEIRA; AKISUE, 2019). 
 
Figura – Estrutura química da papaverina (Fonte – Chemspider). 
 
Bella donna (Atropa belladonna L) 
Outra planta amplamente conhecida é a Beladona (Atropa belladonna L). 
Esta planta pertence à família Solanaceae e seus principais compostos ativos 
estão presentes nas folhas e raízes (ANISZEWSKI, 2015). 
 
43 
 
 
Figura - Atropa belladonna L (Fonte - 
https://jb.utad.pt/especie/Atropa_belladonna ) 
 
Seus componentes mais marcantes são a hiosciamina e a escopolamina. 
Em geral os alcaloides presentes na Beladona atuam no sistema parassimpático 
onde conseguem inibir os estímulos dos nervos colinérgicos. Como resultado 
essas moléculas podem apresentar efeito depressor do sistema nervoso central, 
antiespasmódico da musculatura lisa e efeito broncodilatador (LORENZI; 
MATOS, 2002; RITTO; DE OLIVEIRA; AKISUE, 2019).. 
 
Figura – Estrutura química da escopolamina (Fonte – Chemspider). 
 
Guaraná (Paulinia cupana) 
Outra planta extremamente conhecida pela presença de alcaloides é o 
guaraná (Paulinia cupana). Além do seu uso comercial essa planta se destaca 
https://jb.utad.pt/especie/Atropa_belladonna
44 
 
pela presença de compostos com uma cafeína, teofilina, teobromina (LORENZI; 
MATOS, 2002). 
 
Figura – Planta Paulinia cupana, conhecida como guaraná (Fonte - 
https://www.fundep.ufmg.br/novas-aplicacoes-terapeuticas-do-guarana/) 
 
Suas principais ações farmacológicas estão focadas no sistema nervoso 
central onde estimulam a atividade e o potencial objetivo vasodilatador coronário 
estimulante respiratório e diurético (ANISZEWSKI, 2015). 
 
 
 
RELEMBRANDO 
 
 Dentre os principais pontos estudadosnesta aula, destacam-se: A 
diversidade química dos alcaloides, associada a presença deste grupo em 
diversos grupos de plantas. Cada grupo tem seu próprio critério de classificação, 
Teobromina Teofilina Cafeína 
https://www.fundep.ufmg.br/novas-aplicacoes-terapeuticas-do-guarana/
45 
 
e o potencial farmacológico destes compostos é intensamente explorado pelo 
homem. 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
✓ Livro: “Farmacognosia – Básica e aplicada”, disponível no link < 
encurtador.com.br/cryDW>. 
✓ Vídeo: “Imersão – Farmacognosia - alcaloides”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=JNIS3Jx4xKg>. 
 
 
 
 
 
 
Para que você entenda com maior clareza o conteúdo 
desta primeira aula, sugerimos alguns estudos adicionais, 
que você confere a seguir: 
46 
 
AULA 6 
 
Óleos essenciais 
 
Introdução 
 
Prezado (a) aluno (a), nesta aula você vai ter uma visão ampla 
sobre os aspectos farmacológicos e fitoquímicos dos óleos 
essenciais, incluindo sua classificação e alguns exemplos de plantas 
e moléculas para fixação do conteúdo. No final da aula, você terá 
acesso a indicações de vídeos e outros conteúdos que 
complementam seu estudo desta aula. 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula você será capaz de: 
• Entender os principais grupos de óleos essenciais 
• Entender a grande diversidade de moléculas deste grupo; 
• Compreender sua classificação, conceito e como estes 
permeiam o reino vegetal. 
Seções de Estudo 
1 Conceito e propriedades 
2 Classificação 
3 Drogas e plantas 
 
 
 
CONCEITO E PROPRIEDADES 
47 
 
 
Óleos essenciais são produtos de origem vegetal com odor característico 
lipossolúveis podendo ser voláteis geralmente líquido, de composição 
extremamente complexa, viscosidade ou acentuada e densidade maior ou 
menor que a água. 
Embora esteja basicamente sendo identificado em plantas superiores A 
exemplo das gimnospermas e angiospermas esse grupo de moléculas também 
pode ser encontrado em fungos, através de compostos terpenicos presentes em 
sua parede celular. 
Do ponto de vista anatômico os óleos essenciais podem ser encontrados 
em qualquer tecido especializado com função secretora, como por exemplo o 
fruto de anis pertencente à família Magnoliaceae 
 
Figura - Comparação estrutural de diferentes terpenoides. A estrutura em 
vermelho indica as unidades de isopreno. (HELDT; PIECHULLA, 2011) com 
modificações. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
O grande problema sobre a classificação dos óleos essenciais está 
associada a grande variedade de moléculas que podem ser encontradas 
neste. Alguns estudos indicam que esta variedade pode alcançar 200 moléculas 
diferentes com funções, biossíntese e origem variadas. 
Isopreno 
Limoneno (Monoterpeno) 
β-caroteno (Tetraterpeno) 
 
Borracha (Politerpeno) 
48 
 
A exemplo do que vimos com os alcaloides, a qual podem existir diversas 
classificações, os óleos essenciais também podem ser classificados quanto a 
sua taxonomia botânica, de acordo com sua atividade farmacológica ou com sua 
composição química. Esta última será o que mostraremos a seguir. 
 Enquanto a classificação botânica se restringe apenas a divisão dos 
óleos essenciais baseados nas famílias vegetais de onde foram extraídos, e a 
classificação farmacológica separa baseado nos efeitos interações com corpo 
humano, classificação química é a que mais se apresenta de forma racional 
sendo amplamente aceita. Os critérios se baseiam nas funções químicas de um 
ou mais componentes presentes em maior concentração, caráter fenólico, 
terpênico, cíclico ou ainda alifático. 
No que diz respeito aos derivados terpenicos essa classificação baseia-
se na condensação de unidades de isopreno conforme mostrado na tabela 
abaixo. Esta classificação nos permite separar estes derivados em 
monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos, triterpenos e politerpenos. 
Já os derivados benzênicos recebem essa nomenclatura por apresentar em um 
núcleo fundamental derivado do benzeno e fenilpropanos. Como resultado esses 
podem ser subclassificados em derivados benzênicos ou fenilpropânicos 
(RITTO; DE OLIVEIRA; AKISUE, 2019). 
Hoje, o principal grupo são os hidrocarbonetos alifáticos na qual se 
encontram em sua maioria saturados com cadeia carbônica variando entre 7 e 
37 geralmente de número ímpar e com diferentes graus de oxidação. Exemplos 
de hidrocarbonetos alifáticos deste grupo são o metanol, butanol, n-heptano, 
dentre outros (RITTO; DE OLIVEIRA; AKISUE, 2019).. 
 
Tabela - Classes de isoprenoides encontrados em plantas e suas respectivas 
atividades. 
Classe 
Unidades de 
isoprenos 
Carbonos Exemplo Efeitos Referência 
Hemiterpeno 1 5 Piretroides Inseticida 
(QIANG; ZHONG; 
JING; JIN, 2002) 
Monoterpeno 2 10 
Pineno e 
Linalol 
Defesa 
(PEANA; 
D'AQUILA; 
49 
 
PANIN; SERRA et 
al., 2002) 
Sesquiterpeno 3 15 Capsidiol Defesa 
(HELDT; 
PIECHULLA, 
2011) 
Diterpeno 4 20 Forbol Defesa 
(GÜBITZ; 
MITTELBACH; 
TRABI, 1999; 
HELDT; 
PIECHULLA, 
2011) 
Triterpeno 6 30 Sitosterol Estrutural 
(HELDT; 
PIECHULLA, 
2011; SUHAJ, 
2006) 
Politerpeno +6 >30 Borracha Defesa 
(HELDT; 
PIECHULLA, 
2011) 
 
Vale ressaltar que existem diversas metodologias e técnicas para a 
identificação e caracterização dos componentes dos óleos essenciais, dentre 
elas cromatografia de camada delgada, extrações focadas em grupos 
específicos, destilação de escala analítica e análises qualitativas . 
 
DROGAS E PLANTAS 
Valeriana (Valeriana officinalis L. ) 
A planta conhecida como Valeriana pode ser encontrado em zonas 
temperadas principalmente na Europa e na Ásia sua composição química 
apresenta importante função terapêutica onde podem ser encontrados óleos 
essenciais alcaloides compostos fenólicos entre outros (LORENZI; MATOS, 
2002; RITTO; DE OLIVEIRA; AKISUE, 2019). 
 
50 
 
 
Figura - Foto de Valeriana officinalis L. (Fonte – Google imagens) 
 
 
 
Figura - Exemplos de terpenos presentes no óleo essencial de Valeriana 
officinalis L. (Fonte – Chemspider) 
 
Capim Limão (Cymbopogon citratus) 
Outra importante planta na qual podemos encontrar óleos essenciais é o 
capim limão. Esta planta cresce em diferentes condições de solo, sendo 
originária da Índia. o principal componente presente nesta planta é o Citral e 
pode ser encontrado em outras plantas desse gênero e é utilizado para diversos 
fins como Confeitaria Perfumaria entre outros. Além do citral existem 
componentes como citronelal, geraniol e mirceno (RITTO; DE OLIVEIRA; 
AKISUE, 2019).. 
Mirceno Pineno Cariofileno 
51 
 
 
Figura - Foto de Cymbopogon citratus (Fonte – Google imagens) 
 
 
 
Figura - Exemplos de terpenos presentes no óleo essencial de Cymbopogon 
citratus. (Fonte – Chemspider) 
 
Cravo da índia (Syzygium aromaticum) 
Outro grande exemplo de planta que tem seu uso atribuído à presença de 
óleos essenciais é o cravo-da-índia. Esta planta é intensamente produzida no 
estado da Bahia e seu princípio ativo mais importante representa até 20% da 
parte extraída. seus principais componentes são o eugenol, acetato de eugenila, 
humuleno e cariofileno, E em menor quantidade podemos encontrar também 
taninos mucilagem resinas e ceras (LORENZI; MATOS, 2002; RITTO; DE 
OLIVEIRA; AKISUE, 2019).. 
Citronelal 
Geraniol 
Citral 
52 
 
 
Figura - Foto de Syzygium aromaticum (Fonte – Researchgate.com) 
 
 
 
Figura - Exemplos de terpenos presentes no óleo essencial de Syzygium 
aromaticum. (Fonte – Chemspider) 
 
 
Erva-doce (Pimpinella anisium) 
A planta conhecida como erva doce apresenta-se originária da região do 
mediterrâneo e atualmente cultivado em diversas partes do mundo. Seu 
principal componente do óleo essencial é o atenol, que responde por 80% de 
sua composição. (LORENZI; MATOS, 2002). 
Humuleno 
Eugeniol 
53 
 
 
 
Figura - Foto de Pimpinella anisium (Fonte – Google imagens) 
 
 
RELEMBRANDO 
 
 Dentre os principaispontos estudados nesta aula, destacam-se: A 
variedade química dos óleos essenciais, sua distribuição no reino vegetal e sua 
aplicação nos aspectos farmacológicos. Assim como outros grupos, o uso de 
plantas na obtenção e aplicação destas moléculas é antiga e de ampla 
variedade, mediante pesquisa e validação científica. 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
✓ Livro: “Farmacognosia – Básica e aplicada”, disponível no link < 
encurtador.com.br/cryDW>. 
✓ Vídeo: “Terpenos – Blocos estruturais dos óleos essenciais”, 
disponível no link < https://www.youtube.com/watch?v=6NfyQkOZx_M>. 
 
 
Para que você entenda com maior clareza o conteúdo 
desta primeira aula, sugerimos alguns estudos adicionais, 
que você confere a seguir: 
54 
 
 
 
55 
 
AULA 7 
 
Saponinas 
 
Introdução 
Prezado (a) aluno (a), nesta aula você vai ter uma visão ampla 
sobre os aspectos farmacológicos e fitoquímicos das saponinas, 
incluindo sua classificação e alguns exemplos de plantas e moléculas 
para fixação do conteúdo. No final da aula, você terá acesso a 
indicações de vídeos e outros conteúdos que complementam seu 
estudo desta aula. 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula você será capaz de: 
• Entender os principais grupos de saponinas 
• Entender a grande diversidade de moléculas deste grupo; 
• Compreender sua classificação, conceito e como estes 
permeiam o reino vegetal. 
 
 
Seções de Estudo 
1 Conceito e propriedades 
2 Classificação 
3 Drogas e plantas 
 
 
 
56 
 
CONCEITO E PROPRIEDADES 
 
Segundo a farmacologia existe um grupo de moléculas que são 
adicionadas é um carboidrato e esse são denominados heterosídeos ou 
glicosídeos. As saponinas em especial configuram um dos grupos mais bem 
estudados e é classificado baseado em características ou propriedades físico-
químicas. seu nome deriva do latim sapo que significa sabão (RITTO; DE 
OLIVEIRA; AKISUE, 2019). 
Saponina na ausência do carboidrato é denominada aglicona 
(genina), que nada mais é do que foi escrito a química na ausência da ligação 
glicosídica. Sua estrutura química é ligada ao açúcar através da hidroxila 
presente no carbono C3. Vale lembrar que o glicósido pode se apresentar em 
cadeia na qual suas principais unidades podem ser a glicose arabdose, ramnose, 
xilose, galactose, entre outros (RITTO; DE OLIVEIRA; AKISUE, 2019). 
Em geral essas moléculas possuem a propriedade de emocionar óleo em 
água além de poder formar precipitados insolúveis e etanol quando adicionados 
de esteróides. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Essas moléculas também podem ser classificadas, A exemplo dos 
alcaloides de acordo com o núcleo químico presentes nesta. atualmente essa 
classificação compreende dois grandes grupos as saponinas esteroidais na qual 
podem apresentar 27 átomos de carbono formando quatro Anéis (Tetracíclicas); 
e a saponinas triterpênicas, na qual podem ser constituídas de 30 átomos de 
carbono formando Cinco Anéis (pentacíclicas) (RITTO; DE OLIVEIRA; AKISUE, 
2019). 
57 
 
 
Figura - Estrutura química da saponina tomatina (Fonte – Chemspider) 
 
Essas moléculas são amplamente distribuídas no reino vegetal e podem 
ser encontradas principalmente em estruturas vegetais como a raiz e folhas. 
Saponinas podem apresentar diversos usos farmacológicos. Estas moléculas 
apresentam forte interação com as vias respiratórias, podendo atuar como 
agentes irritantes e no trato digestivo, sendo possível efeito hemolítico, se em 
contato com sangue (LORENZI; MATOS, 2002; RITTO; DE OLIVEIRA; 
AKISUE, 2019). 
 
PLANTAS E DROGAS 
Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) 
 
 
58 
 
 
Figura – Inflorescência da planta conhecida como alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) 
(Fonte – Google imagens) 
 
Alcaçuz também conhecido como raiz doce é atualmente produzido na 
Turquia, Grécia, Ásia e Europa e apresenta grande quantidade de saponinas, 
flavonoides e cumarina (RITTO; DE OLIVEIRA; AKISUE, 2019). Esta planta 
apresenta fraca ação hemolítica e tóxica e pode ser utilizada devido à sua 
atuação inflamatória, calmante de tosse, e efeito sedativo do peristaltismo 
intestinal. Seu principal componente é a glicirrizina, que pode corresponder a até 
15% das saponinas encontradas na planta (LORENZI; MATOS, 2002). 
 
Figura – Estrutura química da glicirrizina, demonstrando dois carboidratos 
ligados em cadeia (Fonte – Chemspider) 
 
59 
 
Ginseng do Brasil (Pfaffia paniculata) 
Embora possam existir variedades e espécies de ginseng, no Brasil 
atualmente são comercializadas duas espécies que diferem totalmente das 
espécies importadas comercialmente. Na espécie conhecida como Ginseng do 
Brasil, é possível encontrar saponinas de núcleo triterpenoide, como o ácido 
pfático, pfafósidos, entre outros (LORENZI; MATOS, 2002).. 
 
 
 
Figura – Planta de Pfaffia paniculata cultivada no solo (Fonte – Google 
imagens) 
 
 
Figura – Estrutura química de alantoína (Fonte – Google imagens) 
 
 
RELEMBRANDO 
60 
 
 
 Dentre os principais pontos estudados nesta aula, destacam-se: As 
saponinas são glicosídeos, e apresentam forte efeito farmacológico. Sua 
distribuição em diversos grupos vegetais é tão marcante quanto o seu uso na 
antiguidade. Essa variedade química constitui potencial quase ilimitado para uso 
de moléculas de origem vegetal, mediante pesquisa e validação científica. Cada 
grupo será abordado em disciplina posterior, bem como suas aplicações, e 
características físico-químicas 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
✓ Livro: “Farmacognosia – Básica e aplicada”, disponível no link < 
encurtador.com.br/cryDW>. 
✓ Vídeo: “Imersão – Farmacognosia - Glicosídeos”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=VhS5VdUTOGY>. 
 
 
 
Para que você entenda com maior clareza o conteúdo 
desta primeira aula, sugerimos alguns estudos adicionais, 
que você confere a seguir: 
61 
 
AULA 8 
 
Compostos fenólicos 
 
Introdução 
Prezado (a) aluno (a), nesta aula você vai ter uma visão ampla 
sobre os aspectos farmacológicos e fitoquímicos dos compostos 
fenólicos, incluindo sua classificação e alguns exemplos de plantas e 
moléculas para fixação do conteúdo. No final da aula, você terá 
acesso a indicações de vídeos e outros conteúdos que 
complementam seu estudo desta aula. 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula você será capaz de: 
• Entender os principais grupos de compostos fenólicos 
• Entender a grande diversidade de moléculas deste grupo; 
• Compreender sua classificação, conceito e como estes 
permeiam o reino vegetal. 
 
Seções de Estudo 
1 Conceito e propriedades 
2 Classificação 
3 Drogas e plantas 
 
 
 
CONCEITO E PROPRIEDADES 
Trata-se de moléculas formadas por um anel fenil, associado a 3 carbonos. Entre as 
funções dos compostos fenólicos, podemos citar defesa contra microrganismos e animais, 
estruturação da parede celular e sinalização para organismos simbiontes (HELDT; HELDT, 
2005). 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Os fenilpropanoides podem ser subdividir em diversas subclasses, dentre elas 
podemos citar a lignina, taninos, cumarinas, furanocumarinas e flavonoides. 
A lignina é um polímero ramificado de fenilpropanoides existente na parede celular 
vegetal secundária. Este composto está relacionado à defesa e estruturação da planta, 
atuando como uma barreira insolúvel, rígida e de baixa palatabilidade. O processo de 
lignificação na planta previne o desenvolvimento e colonização de microrganismos em um 
determinado tecido vegetal (TIKU, 2018). 
 
 
 
Figura – Exemplo de lignana (Fonte – Chemspider) 
 
Taninos podem se encontrados principalmente em partes da planta como casca, 
madeira, raiz, frutos e folhas. São compostos capazes de interagir com proteínas e atuar como 
parte do sistema de defesa da planta e podem se subdividir em hidrolisáveis – baseados em 
ácido gálico, e condensados- baseados em monômeros de flavonoides. Sua síntese depende, 
além desses fatores, da incorporaçãodo malonil CoA à cadeia carbônica (COWAN, 1999; 
TIKU, 2018). 
As cumarinas são encontradas vastamente difundidas nas plantas vasculares, muitas 
vezes associadas ao sistema de defesa destas contra fungos e insetos. Sua estrutura decorre 
da fusão entre anéis benzeno e α-pirona, e são sintetizados a partir da via do ácido chiquímico 
(BROOKER; WINDORSKI; BLUML, 2008; TIKU, 2018). 
 
63 
 
 
Figura – Exemplo de Psoraleno, uma furanocoumarina (Fonte – Chemspider) 
 
Por sua vez, as furanocumarinas são compostos tóxicos ativados por luz ultra violeta, 
causando interações nas bases pirimidinas do DNA, levando à morte celular pelo bloqueio do 
mecanismo transcricional e de reparo (TIKU, 2018). 
Os flavonoides estão diretamente envolvidos em mecanismos de defesa e pigmentação 
na planta, atuando inclusive como bloqueadores de radiação UV-B. Um exemplo de composto 
de defesa pertencente à classe dos flavonoides é a antocianina, que além de atuar como 
proteção contra radiação solar, é produzido em resposta à infecção por microrganismos. 
 
Figura – Exemplo de antocianina (Fonte – Chemspider) 
b 
Por fim, os isoflavonoides apresentam como precursor a naringenina, e atuam 
diretamente no sistema de defesa da planta. Os principais representantes dos isoflavonoides 
são as fitoalexinas, que são produzidos em resposta a infecção por microrganismos, em 
especial fungos e se depositam na parede celular vegetal. A medicarpina, richitina e 
camalexinas são outros exemplos de isoflavonoides com função de defesa (SREEVIDYA; 
SRINIVASA RAO; SULLIA; LADHA et al., 2006; TIKU, 2018). 
64 
 
 
 
Figura – Exemplo de uma isoflavona (Fonte – Chemspider) 
 
DROGAS E PLANTAS 
 
Sabugueiro (Sambucus nigra) 
 
Esta planta apresenta distribuição focada na Europa, embora possa ser encontrada no 
Brasil. Uma das principais características farmacológicas dos extratos de sabugueiro é a 
presença de propriedades diaforéticas, laxativas e antinevrálgicas, e contra nefrite aguda. 
 
Figura - Infrutescência de sabugueiro (Fonte – Google imagens) 
 
Principais compostos encontrados no sabugueiro são rotina isoquercitrina e quercetina, 
conforme demonstrado na figura abaixo. As principais diferenças químicas entre esses três 
compostos é basicamente o grupo radical ligado ao oxigênio (LORENZI; MATOS, 2002).. 
 
65 
 
 
Figura – Estrutura química de flavonoides presentes no sabugueiro (Fonte – Chemspider) 
 
 
RELEMBRANDO 
 
 Dentre os principais pontos estudados nesta aula, destacam-se: Os compostos 
fenólicos, ou fenilpropanoides, são moléculas com possivelmente a maior ramificação de 
grupos, baseado nos critérios de estruturação química e síntese. Isso garanta ampla 
distribuição e potencial farmacêutico robusto, sendo obtidos por diversos grupos vegetais. 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
✓ Livro: “Farmacognosia – Básica e aplicada”, disponível no link < 
encurtador.com.br/cryDW>. 
✓ Vídeo: “Imersão – Farmacognosia – Compostos fenólicos”, disponível no link < 
https://www.youtube.com/watch?v=puvdufJK7Ug>. 
 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS 
 
 
ANISZEWSKI, T. Alkaloids: chemistry, biology, ecology, and applications. Elsevier, 
2015. 0444594620. 
 
Quercetina 
Hiperina 
Para que você entenda com maior clareza o conteúdo 
desta primeira aula, sugerimos alguns estudos adicionais, 
que você confere a seguir: 
66 
 
BROOKER, N.; WINDORSKI, J.; BLUML, E. Halogenated coumarin derivatives as novel 
seed protectants. Communications in agricultural and applied biological sciences, 73, n. 
2, p. 81-89, 2008. 
 
COWAN, M. M. Plant products as antimicrobial agents. Clinical microbiology reviews, 12, 
n. 4, p. 564-582, 1999. 
 
GÜBITZ, G. M.; MITTELBACH, M.; TRABI, M. Exploitation of the tropical oil seed plant 
Jatropha curcas L. Bioresource technology, 67, n. 1, p. 73-82, 1999. 
 
HELDT, H.; HELDT, F. Phenylpropanoids comprise a multitude of plant secondary 
metabolites and cell wall components. In: Plant Biochemistry (3rd eds). Elsevier 
Academic, New York, 2005. p. 448. 
 
HELDT, H.-W.; PIECHULLA, B. 16 - Secondary metabolites fulfill specific ecological 
functions in plants. In: Plant Biochemistry (Fourth Edition). San Diego: Academic Press, 
2011. p. 399-408. 
 
LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2002. 
8586714186. 
 
PEANA, A. T.; D'AQUILA, P. S.; PANIN, F.; SERRA, G. et al. Anti-inflammatory activity of 
linalool and linalyl acetate constituents of essential oils. Phytomedicine, 9, n. 8, p. 721-726, 
2002. 
 
QIANG, H. Z.; ZHONG, X. L.; JING, R. X.; JIN, G. Y. Progress of pyrethroids insecticides. 
Journal of Qingdao Institute of Chemical Technology, 1, p. 011, 2002. 
 
RITTO, J. L. A.; DE OLIVEIRA, F.; AKISUE, G. Farmacognosia - Básica e Aplicada. Et 
Cetera, 2019. 
 
SREEVIDYA, V.; SRINIVASA RAO, C.; SULLIA, S.; LADHA, J. K. et al. Metabolic 
engineering of rice with soybean isoflavone synthase for promoting nodulation gene 
expression in rhizobia. Journal of experimental botany, 57, n. 9, p. 1957-1969, 2006. 
 
SUHAJ, M. Spice antioxidants isolation and their antiradical activity: a review. Journal of 
food composition and analysis, 19, n. 6-7, p. 531-537, 2006. 
 
TIKU, A. R. Antimicrobial compounds and their role in plant defense. In: Molecular Aspects 
of Plant-Pathogen Interaction: Springer, 2018. p. 283-307.

Continue navegando