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Exercícios - Doação de Órgãos

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1- É admitida no Brasil a disposição onerosa de órgãos e tecidos? Fundamente.
A disposição onerosa de órgãos e tecidos não é permitida no Brasil. O art. 199, § 4 da Constituição Federal de 88 diz: A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Essa vedação decorre do princípio da dignidade da pessoa humana, uma vez que a integridade física compõe elemento inalienável e irrenunciável.
2- Diferencie, em detalhes, a disposição “post mortem” e “inter vivos” de tecidos, órgãos e partes do corpo humano para fins de transplante.
Post mortem: consiste na retirada de órgãos e tecidos após a morte do indivíduo. De acordo com o art. 3º da Lei 9.434/97, a retirada deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina. Após o diagnóstico, é necessária a autorização do cônjuge ou parente, sendo ele maior de idade e obedecendo a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau. Esta condição está prevista no artigo 4º da Lei 9.434/97. Os órgãos que podem ser doados após a morte são as córneas, o coração, os pulmões, os rins, o fígado, o pâncreas e ossos.
Inter vivos: conforme diz o art. 9º da Lei 9.434/97, é permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes. Parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores e no caso de não parentes, só com autorização judicial. A doação só será permitida quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade. Desta forma, o doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão.
3- Em seu sexto artigo, a Lei 9.434/97 assim estabelece: “É vedada a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não identificadas”. Investigue as razões de tal vedação.
Um dos quesitos necessários para a realização da doação de órgãos e tecidos post mortem é a autorização do cônjuge ou parente. Logo, se o indivíduo não for identificado, não será possível contatar seus familiares para que eles concedam a autorização.

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