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NUTRIÇÃO E METABOLISMO DE MICRONUTRIENTES Atividade Avaliativa - Magnésio Belo Horizonte – MG 2018 Bruna Gabriella de Souza Freitas Cheyenne Lanna Soares Ferreira Grazielle Fernanda de Souza Martins Leonardo Patrick Enéas da Silva Luana Cunha Barbosa Raquel Cristina Ferreira Prates Stephanie Fernanda Martins da Silva Thaiane de Souza Alacoque ATIVIDADE AVALIATIVA EM GRUPO - MAGNÉSIO Trabalho apresentado à disciplina de Nutrição e Metabolismo de Micronutrientes do curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Orientadora: Ariene Silva do Carmo Belo Horizonte – MG 2018 1. INTRODUÇÃO Após o potássio, o magnésio é o segundo cátion intracelular mais abundante no corpo. O corpo humano adulto contém aproximadamente de 20 a 28g de magnésio, do qual cerca de 60% é encontrado nos ossos, 26% nos músculos e restante nos tecidos moles e fluidos corporais. A principal função do magnésio é estabilizar a estrutura do ATP nas reações enzimáticas dependentes de ATP. O magnésio é um cofator para mais de 300 enzimas envolvidas no metabolismo dos componentes alimentares e na síntese de ácidos graxos e proteínas, na fosforilação da via de glicose e na promoção das reações de trancetolases. O magnésio é importante na formação do AMPC, o primeiro mensageiro citosólico a ser identificado como um mecanismo para transmissão de mensagens para fora das células em resposta aos hormônios, fatores locais semelhantes a hormônios ou outras moléculas. O mesmo desempenha um papel na transmissão e na atividade neuromusculares, atuando em conjunto e contra os efeitos do cálcio, dependendo do sistema envolvido. Em uma contração muscular normal, o cálcio é um estimulador e o magnésio é o relaxador. O magnésio atua como um bloqueador fisiológico de canal de cálcio. As altas ingestões de magnésio estão associadas a uma maior densidade óssea. A reatividade das células vasculares e de outras células musculares lisas depende da proporção de cálcio e magnésio no sangue. Ele desempenha um papel no aprendizado e na memória. Um novo produto (magnésio-L-treonato) ajuda no reforço da aprendizagem, na memória trabalho e memória de curto e longo prazo em ratos de todas as idades (Slatsky et al, 2010). A depleção de magnésio tem sido detectada em pessoas com enxaqueca, asma grave, dismenorreia, câimbras nas pernas, diabetes melito, insuficiência renal crônica, nefrolitíase, osteoporose, osteopatia aplástica e doenças cardíacas e vasculares (Guerrera et al, 2009; Musso, 2009). . 2. FONTES ALIMENTARES E INGESTÃO O magnésio é abundante em muitos alimentos. As boas fontes são sementes, nozes, leguminosas e grãos de cereais moídos, assim como vegetais e folhas verde-escuras, pois o mesmo é um constituinte essencial de clorofila. O leite é uma fonte moderadamente boa de magnésio, especialmente porque ele e outros laticínios são tão amplamente consumidos. As fontes alimentares de magnésio mais comumente consumida incluem leite, pão, café, cereais prontos para serem consumidos, carne bovina, batatas, feijões e lentilhas secos. Estudo exercido por COZZOLINO (2007 ) apresentou que à avaliação do consumo de minerais em dietas brasileiras, realizada mediante análise laboratorial dos minerais presentes em alimentos das diferentes regiões do país, preparados de acordo com as formas habituais, mostra que a ingestão de magnésio fica abaixo, mas em algumas regiões mantém um nível limítrofe.( Tabela 1 ). 3. CONTEÚDO DE MAGNÉSIO EM ALIMENTOS SELECIONADOS Alimento Quantidade (g) Conteúdo de Magnésio (mg) Espinafre Cozido 100 163 Feijão refogado 100 91 Arroz branco cozido 100 84 Castanha de caju 100 77 Nozes 100 67 Batata inglesa Assada 100 57 Uva passas 100 46 Pão de trigo integral 100 29 Fonte: TACO 4ª ed. Abreviaturas e Siglas utilizadas COL A CH: Colher de arroz cheia COL A R: Colher de arroz rasa COL S CH: Colher de sopa cheia CO M: Concha média COP M CH: Copo médio cheio FT: Fatia 4. BASEADO NAS PORÇÕES Leite 100 27 Carne bovina, moída 100 18 Alimento Consumo da população (Medida Caseira) Quantidade (g/ml) Quantidade de absorção (mg) Espinafre Cozido 2 COL S CH 50 81,5 Feijão refogado 1 CO M 80 72,8 Arroz branco cozido 2 COL A CH 90 75,6 Castanha de caju 1 PUNHADO 40 30,8 Nozes 1 PUNHADO 30 20,1 Batata inglesa cozida 2 COL A R 80 45,6 Uva passas 2 COL S CH 36 16,56 Fonte: Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras 5. CÁLCULOS Espinafre cozido 100g ----------- 163mg 50g ----------- x X= 81,5 mg Feijão refogado 100g ----------- 91mg 80g ---------- X X= 72,8 mg Arroz branco cozido 100g ----------- 84mg 90 g ---------- X X= 75,6 mg Castanha de caju 100g ----------- 77mg 40g ------------ X X= 30,8 mg Nozes 100g ------------ 67mg 30g ------------ X X= 20,1mg Batata inglesa cozida 100g ----------- 57mg 80g -----------X X= 45,6 mg Uva passas 100g -------------- 46mg 36g ------------- X X= 16,56 mg Pão de trigo integral 2 FT 50 14,5 Leite 1 COP M CH 240 64,8 Carne bovina, moída 2 COL A CH 120 21,6 Pão de trigo integral 100g -------- 29mg 50g -------- X X= 14,5 mg Leite 100ml ------------ 27mg 240ml ----------- X X= 64,8 mg Carne bovina, moída 100g ------------ 18mg 120g -------- X X= 21,6 mg É importante ressaltar que a biodisponibilidade também é aquacionada com a absorção de um elemento mineral após a sua ingestão a partir do alimento antes de seu uso nos tecidos e células. Vários fatores podem afetar a biodiponibilidade do mineral ingerido. No magnésio perda aumentada de eletrólitos ou a mudança no balanço de eletrólitos, especialmente o potássio pode resultar na baixa absorção do mesmo. Muitas moléculas orgânicas nos alimentos influenciam, seja por intensificar a absorção ou por inibi-la. Os exemplos de inibidores incluem a ligação de fitos, oxalatos, fibras, terapia com diuréticos, doença renal insuficiência de proteína, diabetes, entre outros. Fatores fisiológicos também podem influenciar muito na biodisponibilidade tais como acidez gástrica, adaptações homeostáticas e estresse. 6. INGESTÃO DIETÉTICA DE REFERÊNCIA EM CADA CICLO DA VIDA A análise feita pelo grupo foi a DRIs: Ingestão Dietética Recomendada e ingestão adequada, elementos. A Ingestão Diária Recomendada (DRI) é a quantidade de proteína, vitaminas e minerais que deve ser consumida diariamente para atender às necessidades nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma população sadia. (ANVISA, 2004). A RDA É o nível de ingestão diária suficiente para atender a necessidade de 97% a 98% dos indivíduos saudáveis em um grupo de determinada faixa etária e gênero. Fases da vida Grupo Idade Mg/d Bebês 0 a 6 meses 6 a 12 meses 30* 75* Crianças 1 a 3 anos 4 a 8 anos 80 130 Meninos 9 a 13 anos 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 51 70 anos >70 anos 240 410 400 420 420 420 Meninas 9 a 13 anos 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 51 70 anos >70 anos 240 360 310 320 320 320 Gravidez 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 400 350 360 Lactantes 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 360 310 320 Fonte: RDA Segundo a POF (2008-2009), o consumo alimentar de magnésio teve uma das maiores inadequações para a faixaetária de 19 a 59 anos e acima de 60 anos, para ambos os gêneros, sendo que essa inadequação foi superior para mulheres com idade acima de 14 anos (85%). O consumo reduzido de magnésio nessa população pode ser explicado pela baixa ingestão de alimentos fonte, como vegetais verdes escuros, cereais integrais e oleaginosas. Resultados similares foram encontrados por Araújo et al, os quais observaram prevalência de inadequação da ingestão de magnésio maior que 70% para ambos os gêneros. MANSOUR et al (2014) avaliaram o consumo de minerais em mulheres pós- menopausa e observaram que estas consumiam 242,4 ± 115,5 mg de magnésio por dia. De forma semelhante, CRUZ et al.(2014) encontraram inadequação da ingestão de magnésio em mulheres com idade entre 20 e 50 anos, sendo 162,87±46,49 mg do mineral por dia, entretanto as concentrações plasmáticas desse mineral encontravam-se dentro da faixa de normalidade O mesmo estudo descrito anteriormente exercido por COZZOLINO (2007), mostra os dados avaliados de consumo de minerais em diferentes grupos de crianças brasileiras, apontou que o magnésio é limítrofe. (Tabela 2) 7. CONCLUSÃO Embora alguns estudos já tenham demonstrado a importância do magnésio no organismo, pesquisas referentes à ingestão desse micronutriente ainda são exíguo. Com isso, dificulta o dimensionamento da prevalência de inadequação na ingestão dietética de magnésio na população brasileira. O complexo metabólico desse mineral não está completamente elucidado, bem como suas interações com outros nutrientes ou substâncias da dieta. Correlacionando, é evidente a presença de inadequação no consumo de magnésio, o que auxilia para a manifestação de sua deficiência na população. REFÊNCIAS BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro, p. 150, 2011. COZZOLINO, S. M. F. Deficiências de minerais. Estud. av. v.21, n.60, p.119- 126, 2007. CRUZ, K. J. C, et al. Influence of Magnesium on Insulin Resistance in Obese Women. Biol Trace Elem Res, p.160-170,2014. MAHAN, L.k; STUMP, S. E; L.RAYMOND, J. KRAUSE Alimentos, nutrição e dietoterapia. 13. ed. Rio de Janeio: Elsevier, 2012. MANSOUR, A, et al. Association between dietary intake and seasonal variations in postmenopausal women. J Diabetes Metab Disord, p.1-6, 2014. MUSSO, C. G. Magnesium metabolism in health and disease. Int Urol Nephrol. p.41-157, 2009. GUERRERA, M. P, et al. Therapeutic uses of magnesium. Am Fam Physcian. p.80-157, 2009. PINHEIRO, A. B. V, et al. Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras. 4.d. Atheneu, 2004. PHILIPPI, S. T, Tabela de composição de alimentos. 4. Ed. São Paulo, 2013. SLATSKY, I, et al. Enhancement of learning and memory by elevating brain magnesium. Neuron. p.65-165, 2010.
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