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Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 1 1 Cálcio O cálcio é considerado um segundo mensageiro, além disso, é o principal constituinte do esqueleto, estabilizando ossos e dentes. Em minerais e em solução, o cálcio encontra-se predominantemente em uma forma complexada, mais comumente em fosfato de cálcio, como exemplo, a hidroxiapatita a qual compõem cerca de 60% do peso do esqueleto, ou seja, o corpo de um homem contém entre1,0 e 1,3 kg de cálcio. Em fetos o cálcio constitui em entre 0,1 e 0,2% do peso livre de gordura. A concentração de cálcio livre no citosol de uma célula em repouso é de aproximadamente 100 a 300 nM, o que resulta no gradiente de concentração acentuado de cálcio ionizado nas membranas celulares, o qual é regulado por diversos canais, bombas e outros sistemas de transporte que controlam o influxo e o efluxo de cálcio nas células. A homeostase do cálcio nos fluídos extracelulares é mantida por meio de uma regulação endócrina altamente complexa e integrada, que envolve a interação entre um receptor de detecção das concentrações de cálcio (CaR) e dois hormônios polipeptídios antagonista – o hormônio da paratireoide (PTH) e a calcitonina, além da forma ativa da vitamina D. A partir dessa interação, ocorre a detecção de concentrações de cálcio no fluído extracelular pelo CaR e a regulação do influxo e do efluxo dele por meio da ação em células-alvo do intestino, dos rins e dos ossos. A ação do PTH consiste em inibir a redução do cálcio no fluido extracelular, enquanto a calcitonina previne aumentos anormais nas concentrações séricas de cálcio. Absorção O cálcio chega a esses fluidos a partir da absorção intestinal e da reabsorção óssea e deixa tais compartimentos pelo trato gastrointestinal, rins e pele, atuando na formação óssea. O cálcio livre está em troca constante e rápida dentro dos vários compartimentos, e é responsável por uma variedade de funções essenciais, tais como sinalização intra e extracelular, transmissão de impulso nervosos e contração muscular. Quando há ingestão elevadas de nutrientes, ocorre a difusão passiva (paracelular) ao longo de todo o intestino delgado, por meio das tight junction localizadas entre as células epiteliais. A quantidade de cálcio absorvida em cada um dos segmentos do intestino delgado é determinada pelo tempo de permanência do quimo em tais segmentos. O mecanismo moleculares-chave da passagem de cálcio do lúmen para dentro das células se dar por conta dos canais apicais de cálcio. Esses canais são controlados diretamente e indiretamente pela vitamina D e pelo cálcio proveniente da alimentação, e são controlados por feedback pelo cálcio intracelular. Intestino, rins e placenta são os três principais órgãos envolvidos no transporte de cálcio, sendo Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 2 2 responsável pela absorção do cálcio proveniente da alimentação, pela reabsorção tubular renal e pelo transporte do cálcio do leite materno para a circulação fetal. Função O cálcio tem papel essencial em muitos processos biológicos, apresentando função mais estática – como estabilizador de estruturas – ou função mais dinâmica – como segundo mensageiro nas vias de tradução do sinal celular. Essa versatilidade é essencial no controle de diversos processos, como fertilização, a proliferação celular, o desenvolvimento, a aprendizagem e a memória, a contração muscular e a secreção glandular. Podendo, assim, ser dividida em funções estruturais e regulatórias. As funções estruturais envolvem precipitados de cálcio nas matrizes extracelulares, na formação de ossos e dentes. Bem como envolvem o cálcio na forma não precipitada, na manutenção de estruturas intracelulares, tais como organelas e cromatina. Além de sua função estrutural, o esqueleto constitui-se em um importante reservatório de cálcio com objetivo de manter as concentrações plasmática de íons. O reservatório de cálcio ósseo em adultos se renova a cada 8 a 12 anos, em média. O remodelamento ósseo é contínuo por toda vida, sendo que durante o período de crescimento a formação óssea supera a reabsorção e, durante o desenvolvimento da osteoporose, o contrário acontece. O cálcio atua tanto como transmissor de sinais do meio extracelular para o meio intracelular quanto como ativador ou estabilizador de proteínas funcionais envolvidas em tais funções. Deficiência A remoção do cálcio impede a coagulação sanguínea ou ativação do sistema complemento, isso porque os íons cálcio são necessários para, pelo menos, quatro enzimas envolvidas no processo de coagulação e para o primeiro complexo enzimático do sistema complemento, ligando-se a um complexo antígeno- anticorpo. O cálcio pode ser considerado um regulador bioquímico dessas enzimas, mas não fisiológico. A deficiência em cálcio, entendida como concentrações séricas de cálcio ionizado abaixo dos valores normais de referência, ocorrera apenas em circunstâncias extremas, tais como desnutrição grave. Caso esse tipo de deficiência ocorra em adultos, por falhas no sistema que regula as concentrações séricas do cálcio ou por doenças associadas, os sintomas mais comumente: são dores e espasmos musculares, sensação de formigamento ao redor da boca e nos dedos das mãos e dos pés, maior incidência de cáries dentais, unhas quebradiças, cabelos e peles opacos, intolerância ao frio, insônia, hipertensão, convulsões e cólicas menstruais. A partir dos 50 anos de idade em homens e a partir da menopausa em mulheres, o balanço ósseo torna-se negativo, ocorrendo perda óssea em todos os locais do esqueleto. Essa perda associa-se a osteoporose. Em casos de desnutrição intrauterina ou nos primeiros anos de vida, crianças podem desenvolver o raquitismo. Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 3 3 Fontes As fontes alimentares para ingestão de cálcio têm sido alteradas ao longo da evolução humana, por exemplo, o homem primitivo obtinha cálcio a partir de raízes, tubérculos, nozes e feijões. Depois da domesticação dos grãos, a ingestão de cálcio foi sendo reduzida pelo fato de que os alimentos-base passaram a ser os frutos, partes das plantas que acumulam as menores porções de cálcio. Assim, a alimentação humana moderna geralmente não fornece a quantidade de cálcio o suficiente para que uma densidade óssea ótima seja mantida. A ingestão de cálcio prove não apenas das fontes alimentares, mas também dos suplementos. O consumo desses suplementos vem aumentando cada vez mais, principalmente mulheres na pós- menopausa. O grupo alimentar que fornece a maior quantidade de cálcio em um padrão alimentar ocidental é o grupo dos laticínios, como leite, iogurte e queijos. Em alguns países, como os Estados Unidos, os laticínios respondem por mais de 70% do cálcio ingerido. A absorção do cálcio contido em laticínios e em produtos fortificados, como suco de laranja, tofu e extrato de soja, é de cerca de 30%, a qual é aproximadamente duas vezes maior a partir de determinados vegetais verdes, como acelga japonesa, brócolis e couve-crespa, dando ênfase principalmente o espinafre e o ruibardo. Se um alimento contém compostos que se ligam ao cálcio oxálico e fítico, esse alimento é considerado uma fonte pobre de cálcio. Alimentos com teores altos de ácido oxálico: espinafre, couve-manteiga, batata- doce, ruibarbo e feijão. Alimentos com teores altos em ácido fítico: grãos integrais ricos em fibras, farelo de trigo, feijão sementes, nozes e isolados de sojas. A combinação de tais alimentos afeta a eficiência de absorçãototal. Além disso, fontes veganas de cálcio podem ser menos biodisponíveis e, por sua vez, problemática em assegurar ingestões adequadas do mineral. Toxicidade A ingestão de cálcio em excesso e a consequente alteração de seu metabolismo podem resultar em alguns efeitos adversos, uma vez que o mineral exerce papel fundamental no metabolismo de praticamente todas as células do organismo e interage com um grande número de outro minerais. A toxidade do cálcio refere-se um aumento de concentrações sanguíneas, conhecida por hipercalcemias, em razão do consumo excessivo ou do aumento da excreção urinária até um ponto em que os rins se calcificam ou que cálculos renais se desenvolvem. a hipercalcemia pode ser provocada pela ingestão excessiva de cálcio e de vitamina D, podendo causar insuficiência renal, calcificação de tecido vascular, nefrocalcinose e nefrolitíase. Zinco O zinco contribui para o crescimento e o desenvolvimento normais, a integridade das membranas, a defesa antioxidante, a imunidade, a manutenção do apetite e da cicatrização e visão noturna. O zinco desempenha funções estruturais, enzimáticas e reguladoras. No que se refere a sua função estrutural, esse mineral possui relevância na determinação da forma e da disposição espacial de enzimas e proteínas, assim como na estabilização ligada ao DNA. Algumas dessas proteínas tem função na Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 4 4 regulação gênica, reforçando fatores de transcrição do DNA dentre os fatores não específicos, como o Sp1, e fatores específicos, como receptores de ácido retinóico e vitamina D. O zinco funciona não apenas como antioxidante, mas também como agente anti-inflamatório na redução de risco de alguns tipos de câncer, como próstata e cólon, e na aterosclerose. Absorção A absorção do zinco ocorre principalmente no segmento proximal do intestino delgado, e esse processo é dependente de sua concentração no lúmen. Após o processo de absorção, o zinco liberado dos enterócitos passa pelos capilares mesentéricos e pelo sangue portal, sendo captado pelo fígado e distribuído ao plasma e aos sítios celulares para desempenhar funções especificas. Deficiência A deficiência em zinco é normalmente caracterizada pela presença de anorexia, alterações no paladar com ingestão reduzida de alimentos e importantes implicações a saúde. Essa deficiência promove dificuldade na reparação de tecidos, favorece retardo no crescimento e na manutenção sexual e esquelética, disfunção imune, alopecia e as alterações cognitivas. As primeiras manifestações de deficiência em zinco clinicamente identificada foi a acrodermatite enteropática, uma alteração congênita que surge na infância, caracterizada por perda de cabelo, dermatite, diarreia e má absorção e tem como causa defeito genético nos mecanismos absortivos de zinco. Toxicidade O excesso de zinco está relacionado ao comprometimento do sistema imune, bem como as alterações do metabolismo lipoproteico por reduzir as concentrações de HDL – colesterol. Além disso, a ingestão excessiva favorece a anemia ferropriva e da deficiência em cobre. Os efeitos mais comuns de uma toxicidade aguda por ingestão de zinco incluem paladar metálico, náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreias. Fonte O zinco pode estar presente na alimentação associado a molécula orgânica, por exemplo, proteínas e fitatos, ou na forma de sais inorgânicos, como em suplementos e alimentos fortificados. Durante a digestão ocorre a degradação da matriz alimentar e, ocorre a dissociação dos sais inorgânicos, o que libera zinco do composto original. O zinco livre, pode se ligar novamente a outros compostos resultantes da digestão que estão no lúmen intestinal, os quais podem favorecer ou inibir sua absorção. O zinco é amplamente encontrado em alimentos de origem animal, ligado as proteínas, sobretudo em mariscos, peixe, ostras, ovos, fígado, miúdo e carnes vermelhas. Nozes, castanhas e cereais integrais e leguminosas são consideradas fontes relativamente boas de zinco. Já frutas e hortaliças são fontes pobres desse mineral. Ferro O ferro é um micronutriente essencial, dentre as funções vitais pode-se destacar a Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 5 5 eritropoiese, processo mais significativo da hematopoese possibilitando a manutenção do volume diário de hemácia. O volume de trocas de ferro entre os compartimentos de estoque e a circulação, para a manutenção da eritropoiese normal é de 20 a 30 mg por dia. A maior parte do ferro no organismo é destinada aos eritrócitos alocados na hemoglobina. O restante do metal é armazenado no fígado, em macrófagos do sistema reticulo endotelial e na medula óssea. Os ligantes mais comuns do ferro nos sistemas biológicos são oxigênios, nitrogênio e enxofre. Portanto, as funções mais importantes do ferro estão ligadas as funções dessas proteínas no organismo, como o transporte de oxigênio realizado pela hemoglobina nos eritrócitos, e pela mioglobina nos músculos. Na hemoglobina e na mioglobina o ferro está presente como ferro ferroso, quando é oxidado transforma- se em meta-hemoglobina, perdendo sua habilidade para o transporte de oxigênio. Essa meta-hemoglobina pode ser novamente reduzida por enzimas nos eritrócitos, voltando sua forma ferrosa ativa. Absorção A absorção de ferro da alimentação ocorre na superfície apical dos enterócitos duodenais. Para que o ferro na forma não heme seja absorvido, primeiro deve ser reduzido a forma ferrosa por uma ferrirredutase antes de se ligar em todo o epitélio intestinal a um transportador chamado de ¨transportador de metais bivalentes¨ A absorção pode ser comprometida pela coadministração de tetraciclinas, fármacos inibidores da bomba de prontos, medicamentos antiácidos, fitatos, cálcio e composto fenólicos presentes, por exemplo, no café e no chá preto. Dois modelos tem sidos proposto para explicar a absorção do ferro: o modelo de programação da cripta e o modelo da hepcidina. O modelo da cripta propõe que os enterócitos dispostos na nas criptas do duodeno assumam o controle homeostático do ferro plasmático. De acordo com essa teoria, a concentração de ferro intracelular das criptas seria diretamente proporcional ao ferro contido nos demais compartimentos do organismo e por sua vez seria capaz de regular a quantidade de ferro absorvido do lúmen intestinal. Para que haja interação entre a transferrina, proteína produzida pelo ficado, e seus receptores, é necessária a expressão de uma proteína chamada de HFE (human hemochromatosis protein). O receptor parece aumentar a absoção de ferro ligado a transferrina do plasma da célula. E pode inibir a liberação de ferro a partir do meio intracelular via ferroportina 1. Já o modelo hepcidina, trata-se de um peptídeo rico em cisteína, sintetizado no fígado, denominado hepcidina. Por ser sintetizado em um local e ter ação em vários outros, caracteriza por função endócrina e constitui-se em um hormônio. Os mecanismos pelos quais o hormônio parece afetar o metabolismo do ferro, consiste na regulação da absorção do ferro nos enterócitos, na regulação do turnover de ferro em macrófagos, controle de estoque de ferro hepático e, durante a gravidez, há evidencias que mostram a hepcidina como uma das principais evidencias de transferência de ferro para a placenta. Deficiência A anemia ferropriva tem sido associada a insuficiência cardíaca, apontando prejuízos causados pela desregulação do metabolismo do ferro. Existem uma forte correlação entre o estado nutricional do indivíduo relativo ao ferro e a aterosclerose. AnemiaAnemia diz respeito a diminuição do teor de hemoglobina total funcionante no sangue a valores inferiores das necessidades fisiológicas. Além disso, também pode ser definido como o estado clinico no qual há uma redução das taxas de hemoglobina e/ou eritrócitos. Os dois tipos de anemias mais frequente: a anemia ferropênica ou ferropriva e a anemia das doenças inflamatórias: A anemia ferropênica é causa pela deficiência em ferro proveniente da alimentação e tem como característica Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 6 6 microcítica (eritrócitos menores que o normal) e hipocrômica (há diminuição da quantidade de hemoglobina por unidade de eritrócitos , bem como tamanho e número reduzido. A anemia hipocrômica também pode se desenvolver em casos de deficiência de B6 ou na deficiência da vitamina C, em virtude da absorção do ferro. Outro tipo de anemia associado a mecanismo inflamatório do organismo em decorrência de uma série de estado patológico, como exemplo, infecções generalizadas, em alguns tipos de câncer, de doenças autoimunes e de afecções renais e do sistema cardiovascular. Vitamina A A vitamina A é um micronutriente essencial ao organismo humano, cuja função fisiológica mais conhecida é no processo visual e, além disso, sendo a cegueira noturna um dos primeiros sintomas de sua deficiência. Esta vitamina também age como reguladora e moduladora do crescimento, na diferenciação e da proliferação celular, na regulação gênica, na reprodução e no desenvolvimento embrionário. Ácido retinóico O ácido retinóico é inativo na manutenção da reprodução e no ciclo visual, mas promove o crescimento e a diferenciação celular, enquanto o retinol é essencial para a fertilidade de animais. O mecanismo de ação na diferenciação celular foi esclarecido com a descoberta de seu primeiro receptor o RAR-alfa1 (receptor de ácido retinóico alfa1), o qual mostra que o fator de transcrição nuclear pode ser ativado por meio do ácido retinóico todo-trans. Vitamina A no ciclo visual A vitamina é um componente dos pigmentos visuais de cones e bastonetes, situados na retina. Os cones são responsáveis pela visão das cores em luminosidade intensa e os bastonetes pela visão baixa e no escuro. Nos processos de desintegração da rodopsina e isomerização do retinol, há liberação de energia que ativa o nervo óptico e resulta na excitação nervosa que propicia a visão. Portanto, o 11-cis- retinaldeido é a forma mais importante para iniciação do ciclo visual. Quando a diminuição do retinol circulante, a reconstituição da rodopsina torna-se mais lenta, provocando cegueira noturna, alteração mais grave da hipovitaminose A. Absorção A vitamina A pré-formada, bem como os retinoides, são substâncias lipossolúveis e, portanto, dependem da ingestão concomitante de lipídeos para que sejam adequadamente absorvidos. Primeiro ocorre a ruptura mecânica e enzimática da matriz alimentar na boca, no estomago e no duodeno, liberando as moléculas de ésteres de retinol ou carotenoides que são incorporados as gotículas de lipídeos em emulsão no estomago. Com ação das lipases gástricas e, posteriormente, das lipases pancreáticas e dos sais biliares secretados no duodeno, ocorre a formação de micelas mistas compostas por sais biliares e produtos da hidrolises de lipídios, que são responsáveis pelas solubilizações de nutrientes lipossolúveis no lúmen intestinal. Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 7 7 O retinol livre, em concentrações fisiológicas, é absorvido via difusão facilitada por transportador ainda não identificado, porém, em concentrações farmacológicas, é absorvido por difusão simples. O fígado é o principal local do metabolismo e do armazenamento de retinoides no organismo. O ácido retinóico liberado para a circulação pelo fígado é transportado ligado a albumina. Fontes Considerando que a vitamina A não é sintetizada pelo organismo humano, deve ser obtida por meio de alimentação, como o consumo de frutas, legumes e verduras, por exemplo, abricó, buriti, tucumã e pupunha, com teor elevado de carotenos. Os alimentos que fornecem vitamina A pré- formada na forma ativa são de origem animal, as fontes mais ricas incluem fígado, leite e derivados e ovos. Alimentos de origem vegetal contém precursores da vitamina A que são os retinoides, particularmente o betacaroteno, com atividade pró-vitamínica A de 100%. Deficiência A ingestão insuficiente de vitamina A ou de seus precursores, durante um longo período, origina diversas anormalidades, entre as quais, perda de apetite e de peso, alterações epiteliais, diminuição da resistência as infecções e hipovitaminose A, que acarreta uma síndrome ocular – a xeroftalmia-, a qual pode conduzir a um quadro de cegueira irreversível. A deficiência em vitamina A interfere no epitélio respiratório, diminuindo a multiplicação das células mucosas e das células basais, podendo levar a metaplasia escamosa com subsequente perda dos mecanismos de defesa contra invasão de microrganismo. Toxicidade Quando a ingestão de retinol cresce e a concentração hepática atinge valores acima de 70 µmol/kg, uma via diferente aumenta em importância no catabolismo que permite a excreção do excesso de retinol. A Hipervitaminose A pode causar efeitos sobre o sistema nervoso central, anormalidades hepáticas, alterações ósseas e anormalidade congênita, característica conhecida como teratogenia. A vitamina A em excesso estimula absorção óssea e inibe a formação óssea. Esses efeitos podem produzir perdas ósseas e contribuir para o desenvolvimento de osteoporose e fraturas. Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 8 8 Vitamina D Fontes A vitamina D pode ser obtida de várias fontes: exposição solar, alimentação ou suplementos. Existem poucas fontes naturais para obtenção de vitamina D, com destaque para peixes, cogumelos e gema de ovos. Existem dois tipos de vitaminas D (D1 e D2) ambas apresentam potencial de suprir a demanda fisiológica. Já a capacidade de síntese cutânea de vitamina D é menor quando há o impedimento exposição da pele a radiação solar, principalmente pelo uso de roupas e de protetores solares. Além disso, com o avanço da idade, o conteúdo do precursor da vitamina D na pele diminui. Apesar dos fatores, sugere de forma geral, que 15 minutos de exposição solar, três vezes por semana, seriam suficientes para suprir as necessidades de vitamina D em crianças, jovens, adultos e idosos. Após a ingestão de alimentos fontes ou fortificados em vitamina D ou após a exposição solar, a vitamina D se liga a sua proteína transportadora e é transportado até o fígado, onde ocorre sua conversão a 25- hidroxicolecalciferol. Função A função da vitamina D é participar do controle da homeostase do cálcio e do fosforo. Nessa condição, ocorre um estímulo para a glândula paratireoide secretar seu hormônio, o qual tem objetivo de normalizar as concentrações séricas de cálcio, por meio de reabsorção óssea (liberação de cálcio para o sangue). Descreve-se que sem vitamina D, apenas 10 a 15% do cálcio é absorvido, enquanto na presença desse mineral aumenta para cerca de 30% a 40%. Desse modo, a redução de vitamina D pode reduzir significativamente o risco de osteoporose e de fraturas ósseas em idosos. Vitamina B1 (Tiamina) Fontes O organismo humano não tem capacidade de sintetizar a tiamina, logo essa vitamina deve ser fornecida pela alimentação. Todos os tecidos animais e vegetais contêm tiamina. No entanto, as principais fontes são os alimentos não processados, como pães,cerais, amêndoas, sementes e a maioria dos vegetais. Por ser uma vitamina hidrossolúvel, cerca de 30% das quantidades de tiamina são perdidas em processo de cocção (cozimento) Absorção A absorção da tiamina depende de um transporte ativo especifico, e acontece principalmente na parte proximal do intestino delgado. Após a absorção, a tiamina é transportada até o fígado pelo sangue portal. Armazenamento A tiamina é encontrada em maiores concentrações nos tecidos musculares, no coração e no cérebro. No entanto, por apresentar um turnover muito acelerado, o organismo humano não dispõem de reservas significativas dessa vitamina, Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 9 9 determinando assim a necessidade de ingestão continua de tiamina. Deficiência A principal causa da deficiência em tiamina é a ingestão inadequada desse nutriente, principalmente se ingerido o arroz polido. No entanto, a deficiência em tiamina pode ser causada também pelo alcoolismo, pela hemodiálise e por doenças disabsortivas graves. A deficiência em tiamina tem como principais consequências o beribéri e a encefalopatia de wernick, e outras alterações metabólicas como diminuição de enzimas TDP-dependentes e algumas doenças metabólicas e neurodegenerativas. Beribéri Apresenta-se de três formas: beribéri seco, úmido e beribéri infantil. • O beribéri seco é caracterizado por uma neuropatia periférica, comprometendo funções sensitivas, motoras e reflexas, principalmente nas partes distais. • O beribéri úmido tem as mesmas características do beribéri seco, porém também apresenta sinais, como edema, taquicardia, cardiomegalia e insuficiência cardíaca congestiva. • O beribéri infantil ocorre geralmente em bebês amamentados por mães com deficiência assintomática em tiamina. No entanto, os efeitos nas crianças são mais devastadores, pois essa deficiência afeta o desenvolvimento cerebral. O beribéri infantil é mais prevalente entre o segundo e o sexto mês de vida. Pode apresentar vomito, choro agudo, taquicardia e convulsões. Encefalopatia de Wernicke A WE é caracterizada por sintomas como paralisia ocular, nistagmo, ataxia de marcha e distúrbios da atividade mental. Cerca de 80% dos pacientes com WE apresentam neuropatia periférica. Os grupos mais afetados são pacientes alcoolistas, portadores de doenças disabsortivas e soropositivo para HIV. toxicidade Assim como as demais vitaminas hidrossolúveis, a toxicidade de tiamina é incomum. Para se alcançar uma dosagem que cause efeitos deletérios ao organismo seria necessária uma suplementação centenas de vezes superiores as recomendações. Os efeitos da superdosagem de tiamina são principalmente choque anafilático, distúrbio respiratórios, náuseas, dores abdominais e, em algumas ocasiões, morte. Vitamina B2 Fontes O organismo humano não tem a capacidade de sintetizar a riboflavina, por isso há necessidade de se obter a vitamina por alimentação. As principais fontes são ovos, carnes, farelo de trigo, leite e derivados. Absorção A absorção da riboflavina ocorre principalmente no jejuno, porém o duodeno e o íleo tem participação nesse processo. A riboflavina absorvida pelo cólon é principalmente sintetizada pela microflora intestinal. Alimentação baseada em vegetais promovem a maior formação de Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 10 10 riboflavina pela microflora intestinal quando comparadas àquelas baseadas em carnes. Armazenamento Assim como as demais vitaminas hidrossolúveis, a riboflavina é pouco armazenada pelo organismo. O principal estoque ocorre no fígado. Deficiência A deficiência da riboflavina é principalmente causada pela baixa ingestão dessa vitamina por um longo período. A ingestão de galactoflavina, antagonista da riboflavina, também pode ser uma causa da deficiência. A deficiência se dá por conta da diminuição da enzima dela dependentes. Por conta da diminuição da atividade dessas enzimas, ocorre glossite, inflamação no trato respiratório, edema de mucosas estomatites, anemias e dermatites. A deficiência por muito tempo em crianças pode afetar o desenvolvimento corporal e cognitivo. Toxicidade A toxicidade da riboflavina originada por ingestão de suplemento ainda não foi confirmada. Assim como outras vitaminas hidrossolúveis, a riboflavina é rapidamente excretada pela urina, evitando risco a saúde. Vitamina B6 Absorção A absorção da vitamina B6 proveniente da alimentação ocorre principalmente no jejuno. O fígado é o principal destino da vitamina B6 absorvida, embora outros tecidos, como o cérebro, também possam captar formas não fosforiladas presentes na circulação. Deficiência A deficiência isolada em vitamina B6 é rara, pois geralmente é acompanhada de deficiência em outras vitaminas do complexo B. a deficiência em B6 não tem como principal causa o consumo insuficiente, visto que essa vitamina é encontrada em uma ampla variedade de alimentos. Na maioria das situações a deficiência de ocorre por má absorção, fatores genéticos, interação com drogas ou necessidades aumentadas, como caso de doença celíaca, hepatopatias, problemas renais crônicos, consumo exagerado de álcool e tabagismo. O uso prolongado de drogas, como isoniazida, cicloserina, hidralazina, penicilamina e levodopa pode acarretar depleção de vitamina B6. Os sintomas clássicos da deficiência em B6 incluem alterações de pele, como dermatite seborreica e glossite, além de distúrbio no sistema nervoso central, como depressão e neuropatia periférica, como convulsões e confusão mental. Essas alterações neurológicas ocorrem em razão da alteração na síntese de neurotransmissores, em especial o GABA, maior neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central. Toxicidade Não há efeitos colaterais a respeito da vitamina B6. Entretanto, altas doses são utilizadas na forma de suplementação para muitas condições, como síndrome pré- Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – Unifamaz @rdrigo_j 11 11 menstrual, hiperêmese da gestação, hiper-homocisteinemia, síndrome do túnel do carpo e neuropatias. Nesse sentido, os efeitos toxico da vitamina B6 se referem ao consumo de piridoxina, principal componente dos suplementos. O consumo excessivo de piridoxina está associado a neuropatia sensorial, em que o indivíduo apresenta ataxia, fraqueza muscular, redução de reflexo límbicos, ausência de potencial de ação em nervos sensoriais, dores óssea e fraqueza muscular.
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