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@relatosdeumavett Controle farmacológico do ciclo estral dos bovinos A inseminação artificial da forma convencional apresenta diversos problemas, principalmente no que diz respeito a detecção do estro e anestro dos animais em pós-parto, em função desse tipo de situação, surgiram estratégias de controle farmacológico do ciclo para manipular, mimetizando o ciclo natural com administração de hormônios endógenos para realizar uma IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo). Mercado da Inseminação artificial no Brasil. Houve um crescimento expressivo com passar dos anos. A partir de 2005 o gado leiteiro superou o gado de corte na utilização de IA. Reduzido emprego da inseminação artificial Baixa taxa de serviço Baixa eficiência de detecção de estro Reduzido número de vacas ciclando no período pós-parto Comprometimento da eficiência reprodutiva A taxa de serviço são os animais que serão inseminados dentro do grupo de animais detectados em estro, como existe baixa taxa de eficiência de detecção e uma grande quantidade em anestro no período pós-parto, isso reduz a taxa de serviço e compromete eficiência reprodutiva. Comportamento estral em Bos Indicus Predominante no país; Fêmeas com cio de curta duração; Alta incidência de cios que iniciam e terminam a noite, difícil observação. Manejo da detecção de cio de maneira convencional Fatores que levam a uma dificuldade operacional da inseminação feita de maneira convencional: Dificuldade de manejo; Rodeios diários (manhã e tarde), (respeitando 40-60 minutos de observação); Taxa de serviço (eficiência de detecção de cio mais ciclicidade); Número de lotes em observação (escala); Degradação das pastagens nos centros de observação de cio, (lotação animal); Imprevisibilidade do resultado; Disponibilidade de mão de obra (treinamento e responsabilidade) Cada cio perdido ocorre atraso de no mínimo 21 dias no intervalo parto/concepção! Anestro pós-parto Preconiza-se um intervalo de 12 meses; Em bovinos de leite a média de retorno pós-parto é de 30 dias, já bovinos de corte amamentando a ciclicidade é baixa mesmo entre 60-70 dias pós-parto.Antes do parto a concentração de progesterona se mantem elevada durante gestação e nesse período final próximo ao parto, há uma alteração na conversão desse hormônio, elevando também, no período final, o estradiol, ambos em alta concentração bloqueiam liberação e pulsos de FSH e LH que são as gonadotrofinas, a retomada de pulso de FSH vai @relatosdeumavett acontecer ao redor de 5 dias pós-parto, normalmente os estoques de FSH estão restabelecidos entre 2-7 dias pós- parto, quando reestabelece é que acontece recrutamento de novo grupo de folículos com desenvolvimento até que FSH declina, se por ventura, já estiver reestabilizado o estoque de LH vai conseguir finalizar crescimento folicular e ter a primeira ovulação, mas em geral o LH demora mais que FSH para restabelecer o estoque e iniciar a pulsatilidade. Outro fator que colabora para anestro pós-parto, além da retomada do estoque, é o anestro lactacional, normalmente a diferença entre bovinos de corte e leite é observada de forma acentuada em gado de corte porque o desmame acontece tardio (7-8 meses ou mais), quando a fêmea está amamentando existe um bloqueio do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal pela produção de opióides endógenos, não só o contato do bezerro na glândula mamária, mas olfatório, visual e auditivo estimulam a liberação de opióide endógenos bloqueando o eixo, levando a fêmea a demora no retornoda ciclicidade. Outra condição e que normalmente bovinos de corte tem início de parto em período de seca, a condição nutricional é inadequada, para que adquiram condição corporal mínima pra entrar em reprodução. Animais de baixa condição corporal não consegue reproduzir. A baixa taxa de ciclicidade no pós-parto é fator limitante para o emprego da I.A. Formas para melhorar a eficiência reprodutiva de vacas de corte inseminadas artificialmente. 1. Indução da ciclicidade e do cio por técnicas de manejo 2. Indução da ciclicidade e a da ovulação por tratamentos hormonais. Hormônios utilizados para controle da reprodução: • Prostaglandinas; • Progesterona/progestágenos; • Estrógenos; • GnRH/ LH/ hCG; (indutores de ovulação) • FSH e eCG. (FSH mais usado em protocolos de superovulação e eCG mais usado em protocolos de IATF) Prostaglandinas F2 alfa, produzida no endométrio uterino. Base farmacológica de dinoprostone; Funções da prostaglandina: 1. Induz luteólise em animais com presença de CL (corpo lúteo) responsivo/maduro (entre o dia 6- 17 do ciclo estral); 2. Grande variação do intervalo entre a aplicação da prostaglandina e as manifestações do estro e da ovulação (1 única dose leva a resposta de 2 a 6 dias), 3. Variabilidade da resposta depende do “status” folicular no momento da aplicação da prostaglandina. A variabilidade de resposta da prostaglandina F2 alfa (deve ser aplicada apenas em animais que estejam ciclando, ou seja, ovulou e tem CL presente no ovário). Ao administrar prostaglandina F2 alfa, as concentrações de progesterona caem e dependendo do tamanho de folículo presente no ovário no momento da administração a resposta do estro vai acontecer mais precoce, ao redor de dois dias, ou mais tardio se houver folículos pequenos, porque esses folículos precisam crescer para estimular hipotálamo com produção endógena de estradiol. No momento em que é administrado, se a fêmea tiver somente folículos pequenos a resposta ocorrerá em redor de 6 dias pós administração. Não esquecer: O tratamento somente com prostaglandina não sincroniza a ovulação e não permite a inseminação artificial em tempo fixo. A prostaglandina age apenas em animais que apresentam ciclicidade (presença de CL maduro). Ou seja, fêmeas em Metaestro, não tem condições de responder a prostaglandina. @relatosdeumavett Progesterona/progestágenos São comercializados em diversas apresentações farmacológicas, em geral progesterona é o termo usado para progesterona natural, que estará presente tanto nas formas injetáveis, quanto na forma de dispositivo intravaginal. Progestágenos são denominações das progesteronas sintéticas que estarão presentes no implante auricular, inseridos no subcutâneo do animal, e esponjas/ preçários (medroxiprogesterona) e das formas orais que são em geral a base de acetato de melengestrol. A forma mais empregada é os dispositivos intravaginal de progesterona (figura1), com auxílio de um aplicador são introduzidos no fundo vaginal dos animais e são mantidos de 7-9 dias (figura2). Figura 1 Figura 2 Ao término desse período o dispositivo é removido. Quanto aos dispositivos auriculares, são introduzidos com auxílio de aplicador, porém, na região da orelha no subcutâneo (terço médio onde é menos vascularizado) (figura 3). Após período de 7-9 dias, normalmente se retira com auxílio de pinça (figura 4). Figura 3 Figura 4 Função farmacológica do uso da progesterona/ progestágenos pro controle do cio: 1. A queda brusca nos níveis de progesterona provoca manifestação de estro com a ovulação do FD (folículo dominante). 2. Pode provocar atresia de folículos, com consequente emergência de nova onda de crescimento folicular. 3. Prolonga a fase luteínica de animais cíclicos; 4. Em animais em anestro sensibiliza o sistema reprodutivo e induz emergência de onda folicular e ovulação em animais que normalmente não estaria ciclando. Pode ser usado associado a uma fonte de estradiol, que leva a atresia folicular. Importante lembrar: se houver um folículo dominante em período pré-ovulatório durante a permanência do dispositivo o crescimento folicular continua, porém se LH para induzir ovulação. Naretirada, o FD é capaz de ovular. Esse mecanismo está relacionado ao bloqueio do LH durante presença do dispositivo, o LH esta em concentrações baixa, sendo liberada de forma tônica permitindo crescimento, mas sem pico pré-ovulatório de LH suficiente para ovular. @relatosdeumavett Ao retirar o dispositivo esse FD continua crescimento, o pico de estradiol leva a um pico de GnRH e consequentemente um pico de LH. Existe uma diferença de pico de LH entre animais em anestro ou animais ciclando, normalmente animais ciclando apresentam maior pulsatilidade de LH que animais em anestro. A mesma redução de pulso é observada durante o tratamento com progesterona, espera- se que durante tratamento ocorra redução de pulso de LH, que será retomada em maior amplitude e frequência no momento da retirada da fonte exógena de progesterona. Outro fator importante é que existe uma diferença de pulsatilidade quando usa um dispositivo intravaginal de progesterona novo e um implante auricular de progestágenos, também novo. Normalmente o dispositivo intravaginal bloqueia mais a pulsatilidade do LH se comparado ao auricular. Outros efeitos positivos da progesterona na reprodução são: 1. Aumentar a frequência dos pulsos de LH em vacas em anestro; 2. Evitar a ocorrência de ciclos de curta duração após a indução da ovulação em vacas em anestro; 3. Melhorar o desenvolvimento embrionário e a manutenção da gestação. Existe uma relação sobre desenvolvimento embrionário, normalmente embrião sinaliza permanência dentro do útero para que não ocorra luteólise prematura e a gestação seja mantida, quando o embrião cresce sobre altos níveis de progesterona, ele sinaliza melhor, assim tem altas taxas de prenhez @relatosdeumavett
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