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NOVA CONSTITUIÇÃO E ORDEM JURÍDICA ANTERIOR Recepção: - O que acontecerá com as normas infraconstitucionais elaboradas antes do advento da nova Constituição? As que não contrariam a nova ordem serão RECEPCIONADAS. Podem, inclusive, adquirir uma “nova roupagem” (como o CTN, que foi elaborado com quórum de LO e foi recepcionado pela nova ordem como LC). - As que forem incompatíveis serão REVOGADAS, POR AUSÊNCIA DE RECEPÇÃO. Não é caso de inconstitucionalidade (e a ADI não é ação idônea). Repristinação: - Situação: uma norma produzida durante a vigência da CF/46 não é recepcionada pela CF/67. Promulgada a CF/88, verifica-se que essa lei (revogada pela CF/67) em tese poderia ser recepcionada pela CF/88. Essa lei pode voltar a produzir efeitos? Não. Como regra geral, o Brasil adotou a IMPOSSIBILIDADE DA REPRISTINAÇÃO, SALVO SE A NOVA ORDEM JURÍDICA EXPRESSAMENTE ASSIM SE PRONUNCIAR. Não confundir com o efeito repristinatório do controle de constitucionalidade. Desconstitucionalização: - É o fenômeno pelo qual AS NORMAS DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR, DESDE QUE COMPATÍVEIS COM A NOVA ORDEM, PERMANECEM EM VIGOR, MAS COM STATUS DE LEI INFRACONSTITUCIONAL. - Apesar da adesão de alguns doutrinadores pátrios (Manoel Gonçalves Filho, Pontes de Miranda, José Afonso da Silva), a desconstitucionalização NÃO É VERIFICADA NO BRASIL (A ANTIGA CONSTITUIÇÃO É GLOBALMENTE REVOGADA), evitando-se que convivam, num mesmo momento, a atual e a anterior expressão do poder constituinte originário. Todavia, nada impede, no entanto, que a nova Constituição ressalve a vigência de dispositivos isolados da constituição anterior, até mesmo por algum lapso de tempo, já que o poder constituinte originário pode o que quiser. - Quando do surgimento de uma nova Constituição, apenas a Constituição propriamente dita (a anterior) é revogada, e as normas constitucionais compatíveis materialmente com o novo diploma são recepcionadas com status infraconstitucional (desconstitucionalizadas). Recepção material de normas constitucionais: - É a persistência de normas constitucionais anteriores que guardam, se bem que a título secundário, a antiga qualidade de normas constitucionais. Contudo, como a nova Constituição rompe por completo com a antiga ordem jurídica, o fenômeno da recepção material só será admitido se houver expressa manifestação da nova Constituição; caso contrário, as normas da Constituição anterior, como visto, serão revogadas. Retroatividade da norma constitucional: - O STF vem se posicionando no sentido de que as normas constitucionais fruto da manifestação do poder constituinte originário têm, por regra geral, RETROATIVIDADE MÍNIMA, ou seja, aplicam-se a FATOS QUE VENHAM A OCORRER APÓS SUA PROMULGAÇÃO, mesmo que relacionados a negócios celebrados no passado, ou seja, alcançam os efeitos futuros de fatos passados. Ex.: a EC 35 acabou com a necessidade de prévia licença da Casa para o processamento dos parlamentares. O STF entendeu que a nova regra alcança todos os fatos que aguardavam manifestação das Casas, vale dizer, referentes a fatos ocorridos antes do advento da nova EC. - Sendo regra a retroatividade mínima, nada impede que a nova norma constitucional tenha retroatividade média ou máxima, desde que exista expresso pedido na Constituição.
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