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Habilidades profissionais – Prof. João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 1 Tipos: 1. Abdome agudo inflamatório; *Apendicite aguda; *Dor: 36 horas; 2. Abdome agudo perfurativo; *Tabagismo; *Uso excessivo de anti-inflamatório; *Ulcera gástrica/péptica perfurada; *Dor: aguda rápida; 3. Abdome agudo obstrutivo; *Tabagismo; *Etilismo; *Dieta com sódio e gorduras excessivos (ingestão excessiva de carne vermelha); *Câncer de colo esquerdo; *Dor: em cólica gradual, levando dias para obstrução; *Vômitos fecalóides; 4. Abdome agudo vascular isquêmico; *Tabagismo; *Fibrilação atrial; *Dor: progressiva e forte, 2 horas, desproporcional ao exame físico (coagulo causador da dor ao passar pelo ventrículo e chegar na veia mesentérica – causando isquemia mesentérica); 5. Abdome agudo hemorrágico; *Atraso menstrual; *Dor: súbita mais de pequena intensidade; *Gravidez ectópica rota. Características do abdome agudo Dor abdominal: uma das queixas mais comuns, evolução benigna ou fatal, pode ser causada por doenças intra abdominais mecânica ou funcionais, doenças extra- abdominais ou doenças sistêmicas; "A expressão abdome agudo refere-se a sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominal, uma manifestação clínica em que, em geral, requer terapia cirúrgica de emergência". *Contraindicação para videolaparoscopia: paciente instável hemodinamicamente. Abdome agudo inflamatório Etiologias: apendicite, colecistite aguda, pancreatite aguda, diverticulite, DIP (doença inflamatória pélvica – sendo os sintomas parecidos com apendicite) e abscessos; Exames de imagem: RX abdome agudo, ecografia abdominal e TC de abdome com contraste VO e EV (melhor opção de exame); *Exceção: colelitíase/colecistite aguda – ultrassom. Abdome agudo perfurativo Etiologias: Úlcera péptica, neoplasia gastrointestinal perfurada, divertículos do cólon e perfuração iatrogênica; *Sempre que tiver ulcera perfurada de estômago – biópsia; *Perfuração de ulceras ocas = pneumoperitôneo; Exames de imagem: RX abdome agudo, TC de abdome com contraste VO e EV (melhor opção de exame) e ecografia abdominal; *Quando há gás = ultrassom não é recomendado. Abdome agudo hemorrágico Etiologias: gravidez ectópica rota, ruptura do baço, ruptura de aneurisma de aorta abdominal, cisto ovariano hemorrágico e necrose tumoral; *Dor do meio do ciclo: dor ao ‘’expulsar’’ o óvulo pelo ovário, ocorrendo uma micro fissura no ovário. *Adenomas acima de 5 cm em mulheres = cirurgia. em homens, opera-se todos; *Adenomas são dependentes de hormônios. Crescem por uso e anticoncepcional; Exames de imagem: RX de abdome agudo, TC de abdome agudo e ecografia abdominal (melhor opção de exame). Abdome agudo obstrutivo Etiologias: brida, neoplasia, hérnia estrangulada, obstrução pilórica e intussuscepção; Exames de imagem: RX de abdome agudo, TC de abdome com contraste VO e EV (melhor opção de exame) e acografia abdominal. Abdome agudo vascular/isquêmico Etiologias: isquemia intestinal, trombose mesentérica, torção do omento, torção de pedículo de cisto ovariano e infarto esplênico; *Apelangite epiploica: torção dos apêndices epiploicos; Exames de imagem: RX de abdome agudo, AngioTC (melhor opção de exame) e ecografia abdominal; *Tomografia com contraste + angioTC. *Íleo paralítico: é uma condição quase fisiológica, pois acontece com pacientes com laparotomia, onde ocorre ‘’lavagem’’ da região e o íleo estagna em consequência disso. Em suma, é uma condição pós-operatória; Abdome agudo Habilidades profissionais – Prof. João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 2 *’’Cólon paralítico/síndrome de obstrução do cólon’’ - não mecânica: ocorre em pacientes idosos internados por condições clinicas, ocorrendo distensão do cólon e estagnação. Apendicite aguda Fisiopatologia: obstrução da luz do apêndice (fecálito, hiperplasia placa de Peyer, neoplasia ou verminose); Localização: localizar tênia, seguindo-a até a ponta; Epidemiologia: entre 10 a 30 anos; incidência similar entre os sexos; pico: segunda década da vida; causa mais comum de abdome agudo em crianças; 7% e todos indivíduos tem apendicite aguda; Diagnóstico: clínico (o exame é complementar) – sequencia de Murphy (dor inespecífica periumbilical, náuseas/vômitos e anorexia), sintomas tardios e indícios de apêndice perfurado: febre, leucocitose, desvio à esquerda; Exame físico: Blumberg + (fossa ilíaca direita, dor à descompressão brusca), sinal do psoas (paciente em decúbito lateral direito, ‘’esticar’’ a perna/psoas), sinal do obturador (rotação externa da coxa/distensão do músculo obturador interno), sinal de Rovsing (inserir gás de um lugar em outro/ceco); Exames complementares: leucocitose discreta, desvio a esquerda, EQU – piuria; Exames de imagem: RX de abdome agudo, US abdome (sinais ultrassonográficos: apêndice > 6 mm, apêndice não compreensível, adensamento da gordura apendicular) e TC de abdome com triplo contraste (se o apêndice não contrasta, indica que está obstruído, exame padrão ouro); Diagnóstico diferencial: em criança (linfadenite mesentérica), em mulheres (DIP, salpingite, abscesso túbulo-ovariano e ectopia a direita); Tto: cirúrgico (laparotomia ou laparoscopia); Complicações: infecção de parece abdominal, abscesso abdominal, mortalidade, extremos de idade, depende do tempo de evolução. Fisiopatologia Obstrução da luz do apêndice Produção de muco Diminuição da perfusão Isquemia Infecção Perfuração Fases evolutivas Catarral (1); flegmonosa (2); gangrenosa e perfurativa (3); Pancreatite aguda Inflamação estéril aguda secundária a autodigestão do pâncreas (parênquima); Classificação: leve e grave (não há a classificação ‘’moderada’’); Habilidades profissionais – Prof. João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 3 Quando há a obstrução do ducto principal do pâncreas, há a liberação de enzimas pancreáticas inativadas (que ainda não são enzimas pancreáticas), e elas viram enzimas pancreáticas. Exemplo: amilase pancreática. Sendo assim, ao invés de essas enzimas desembocarem no estomago, agem no próprio esôfago (autodigestão do esôfago); Etiologia: biliar, álcool (não causa pancreatite aguda, apenas faz lesões acinares no pâncreas com pancreatite crônica, realizando micro calcificações), hipercalcemia (hiperparatireoidismo), cirurgia abdominal, drogas e ACO (estrogênio), PAI (patologia auto imune; dosa-se FAN – fator antinuclear) e idiopática, hipertrigliceridemia. Principal forma de pancreatite aguda: biliar (cálculos), Fisiopatologia Lesão das células acinares Liberação intersticial de enzimas pancreáticas Digestão de tecidos pancreáticos e Peri pancreáticos Dano vascular – isquemia – lesão isquêmica Translocação – perda da barreira intestinal Quadro clínico Dor epigástrica em faixa; Irradiação para o dorso/costas; Náuseas/vômitos; Alívio parcial da dor com a flexão do tronco. Sinais clínicos Abdome distendido; Plastrão em abdome superior; RHA diminuído; MV diminuídos em base (o diafragma está me dificuldade); Choque ‘’sirético’’ (SIRS); Dois sinais: Cullen e Gray-Turner (equimose em flanco). *Tudo que sangra no peritônio pode dar sinal de Cullen e Gray-Turner, pois é uma ‘’hemorrágica’’. Exames complementares: lipase sérica e amilase sérica (3X – 500U/L) *O pâncreas é um órgão mal vascularizado, sendo assim, qualquer infecção pode causar aumento da amilase (porém, não se usa a amilase coo critério de gravidade para pancreatite). Outras causas não pancreáticas: glândulas salivares, tubas uterinas, isquemia intestinal, peritonite, insuficiência renal, hiper amilase (pode significar pancreatite aguda ou não); Critérios de gravidade: dosagem do LDH, desidrogenase lática,enzima (TGO ou AST), glicemia sanguínea, idade, leucocitose (macete: ‘’LEGAL’’) e macete ‘’fechou’’; Exames: RX de abdome (excluir outras causas de abdome agudo), RX de tórax e US (exame mais utilizado – aumento difuso do pâncreas e avaliação biliar); Indicações de TC: diagnóstico duvidoso, ranson > 3 (pancreatite grave ao momento do atendimento) e deteorização clínica; Diagnóstico diferencial: qualquer patologia cirúrgica (colecistite aguda, úlcera duodenal perfurada ou não etc); Tratamento: Jejum e hidratação (não se usa antibiótico em pancreatite grave). Além disso, usa-se nutrição enteral (sonda); Indicações de cirurgia: necrosectomia (realizar se tiver necrose infectada, secreção purulenta, abscesso pancreático). Na internação, realiza-se a colecistectomia. *Pancreatite biliar: a ‘’pedra’’ é excretada nas fezes. Abdome aguda perfurativo Sinal de Chilaiditi: interposição de uma alça do intestino simulando um pneumoperitoneo . Habilidades profissionais – Prof. João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 4 Causas: úlcera gástrica, úlcera duodenal, neoplasias ou iatrogenia. Peritonite RHA ausentes; Tosse; Blumberg +; Rigidez ou Defesa do peritônio; Fisiologia do peritônio prejudicada; Necessidade de dreno Abdominal; Tratamento: antibioticoterapia – germes gram e anaeróbios. Hemorragia digestiva Localização: local do sangramento HDA (hemorragia digestiva alta): acima do ângulo duodeno jejunal; HDM (hemorragia digestiva média): jejuno e íleo; HDB (hemorragia digestiva baixa): abaixo do ângulo duodeno jejunal; 90% das hemorragias digestivas: HDA (principal causa é úlcera péptica), 10% das hemorragias digestivas: HDB (principal causa é diverticulose colônica); Exteriorização: hematêmese e melena (alta), enterorragia (sangue vivo pelas fezes) e hematoquezia – sangue misturado às fezes (baixa); Quadro clínico: crônica (anemia devido sangramento crônico) e aguda (sinais de choque, palidez e distensão abdominal). Obstrução intestinal (abdome agudo obstrutivo) Etiologia: cólon (neoplasia, diverticulite, volvo) e delgado (brida, neoplasia e hérnia encarcerada); Quadro clínico: dor abdominal em cólica, náuseas/vômitos, distensão abdominal. Parada na eliminação de fezes e flatos (constipação) e sepse e desidratação; Exame físico: distensão, hipertimpanismo e RHA metálicos; Exames complementares: leucocitose e ira pré-renal; TC de abdome: maior acurácia, fator etiológico, grau de obstrução e altura da obstrução; Diagnósticos etiológicos: obstrução total, estrangulamento, íleo paralítico, volvo sigmoide e síndrome de Ogilvie; Tratamento: hidratação endovenosa, SNG (sonda nasogástrica), jejum, correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, antibioticoterapia precoce e laparotomia. Abdome agudo na gestação Diagnóstico difícil – alterações fisiológicas na gestante; Leucograma e métodos de imagem; Apendicite aguda na gestação: 25% das indicações cirúrgicas não-obstétricas; deslocamento do ponto e Mc Burney; Colicistite aguda na gestação: segunda causa não obstétrica de abdome agudo na gestação; para o tratamento deve-se considerar a época da gestação (tratamento conservador com melhor momento cirúrgico no 2º semestre de gestação). DIP: sintomas (dor a mobilização do colo uterino, dor a palpação, febre, hipertermia vaginal, secreção vaginal e sinais de irritação peritoneal); TTO: antibioticoterapia, hospitalização e tratamento cirúrgico; Gravidez ectópica rota: dor súbita, sangramento genital, sinais e sintomas de hipovolemia. Colecistite aguda na gestação Segunda causa não obstétrica de abdome agudo na gestante; TTO; considerar época da gestação (melhor momento cirúrgico: 2º trimestre). Isquemia mesentérica Etiologia: embolia arterial (50%), trombose arterial (20%), isquemia arterial não-oclusiva (25%) e trombose venosa (5%); Pode ser do tipo embólica ou trombótica; Quadro clínico: dor abdominal intensa, difusa, desproporcional ao exame físico, geleia de amoras/sangramento, RHA dim/abolidos.; Exames de imagem: RX de abdome agudo, TC de abdome, arteriografia; TTO: suporte. Ressuscitação volêmica, antibiótico de amplo espectro e tto cirúrgico. Habilidades profissionais – Prof. João Diedrich Rafaela Hadas – 2021 5
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