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A Origem da Revolucao Industrial

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A Origem da Revolução Industrial
A Revolução Industrial e a Grã Bretanha:
 a 1ª nação industrial
Prof. Carlos Gabriel
GHT/UFF
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1. O problema da origem da R.I.
O problema da origem para Eric Hobsbawm: 
1. “A R.I. não foi uma mera aceleração do crescimento econômico (take off), mas uma aceleração em virtude das transformações econômicas e sociais, e através delas”;
2. A R. I. britânica foi a primeira.
A questão do take off resposta a Walt Whitman Rostow (economista norte-americano e assessor do governo John Kennedy) e seu livro, “Etapas do Desenvolvimento Econômico, um manifesto não comunista” (não marxista).
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Tabela 1: Crescimento da Inglaterra e País de gales no século XVIII
 (média percentual ano) – Mathias e Davies, p. 24
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Hobsbawm por ser a 1ª, a R. I. britânica não pode ser explicada por:
1º. Fatores externos, como por ex., imitação das técnicas mais avançadas, importação de capital, o impacto de uma economia mundial já industrializada;
2º. Não pode ser explicada, tampouco, em termos puramente britânicos, pois a economia britânica fazia parte de uma “Economia Européia” ou “Economia Mundial dos Estados Marítimos Europeus”.
3º. Não pode ser explicada por uma ética protestante (Max Weber).
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2. As pré-condições para a R.I.
As pré-condições para a R.I. já existiam ou podiam ser criadas facilmente na GB.
Hobsbawm “os vínculos econômicos, sociais e ideológicos que imobilizavam a maioria das sociedades pré-industriais (mercado) em situações e ocupações tradiconais já eram fracos, e podiam ser removidos (transferência do trabalho)”.
Hobsbawm “a GB acumulara capitais e tinha dimensões suficientes para permitir-se investimentos nos equipamentos necessários à tranformação econômica (não muito dipendiosos antes da ferrovia)” . 
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A GB não tinha escassez de capital e, embora sua economia não fosse (ainda) uma economia de mercado capitalista_ “aquela em que a maior parte dos bens e serviços fora do círculo familiar são comprados e vendidos”_ em muitos sentidos formava um único mercado nacional.
O setor manufatureiro era extensivo e bastante desenvolvido, assim como a sua estrutura comercial.
As principais pré-condições foram:
1ª. A expansão do mercado interno pré-industrial inglês;
2ª. A expansão do mercado externo;
3ª. A ação do governo e a política econômica.
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2.1 A expansão do mercado interno pré-industrial
O crescimento do mercado interno ocorre através de:
1. Crescimento da população, que cria mais consumidores (e também produtores);
2. Um transferência de pessoas, das rendas não monetárias para rendas monetárias, o que cria mais clientes;
3. Um aumento da renda per capita, o que cria melhores clientes;
4. O advento de bens produzidos industrialmente, em substituição a formas mais antigas de manufaturas ou importações.
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Mercado interno importante escoadouro para produtos manufaturados, que mais tarde se tranformaram em bens de produção, como o carvão vegetal e ferro.
Carvão vegetal consumido com o aumento das lareiras urbanas_crecimento urbano.
Ferro embora com um consumo menor, cresceu com a procura por panelas, caçarolas, pregos, fogões. 
A base pré-industrial da indústria do carvão era superior ao do ferro as máquinas a vapor foram frutos das minas_ em 1769, uma centena de caldeiras a vapor já estavam presentes em torno de Newscastle upon Tyne (Newcastle, no NE da Inglaterra)
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Máquinas a vapor nas minas de carvão
Máquina térmica de Newcomen - utilizada em minas profundas com menor risco de explosões e que, além de elevar a água, poderia elevar cargas.
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Maquina a Vapor
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2.2 A expansão do mercado externo
As atividades exportadoras “atuavam em condições muito diferentes, e potencialmente mais revolucionária”.
As flutuações do mercado externo chegavam até 50% num único ano, “de modo que o fabricante que fosse capaz de correr o suficiente para companhar as expansõoes podia ganhar fortunas”.
As atividades exportadoras a longo prazo, se expandiram com mais rapidez que as atividades voltadas para os mercados internos. 
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O mercado externo “a centelha para a Revolução Industrial”.
 O mercado interno “não proporcionou a centelha, mas supriu a fogueira de combustível e de ventilação para que a mesma continuasse ardendo”.
A produção de algodão foi a primeira a se industrializar, e estava vinculada essencialmente ao comércio ultramarino (a matéria prima importada dos trópicos ou sub-trópicos).
A razão da expansão das atividades exportadoras as atividades não dependiam da taxa modesta de crescimento “natural” da procura interna.
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Tabela 2: Crescimento das atividades para os mercados interno e externo
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2.3 A ação do governo
 A ação política do governo subordinar toda a política externa a objetivos econômicos.
 A conquista dos mercados através da guerra e da colonização em benefício dos manufatureiros.
Os objetivos econômicos “ao contrário da Holanda, não eram dominados exclusivamente por interesses comerciais e financeiros” “eram influenciados, também, e cada vez mais, pelo grupo de pressão formado pelos produtores manufatureiros (a princípio pelos produtores de lã) 
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A divergência entre a fabricação e o comércio (representado pela Cia das Índias Orientais) foi decidida em 1700, quando os produtores britânicos ganharam proteção contra as importações de têxteis indianos (fios e tecidos produzidos por milhões de artesãos indianos).
O protecionismo externo aconteceu após 1813, “quando a Cia das Índias Orientais foi privada de seu monopólio na índia e o sub-continente indiano aberto à importação em grande escala de panos de Lancashire.
A agressividade sistemática britânica das 5 grandes guerras do período (Sucessão Espanhola, Sucessão Austríaca, Guerra dos 7 anos, Independência dos EUA e Guerras Revolucionária e Napoleônicas), somente em uma estava na defensiva. 
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3. Por que a Grã Bretanha foi a 1ª nação industrial? Por que a R. I. ocorreu no último quarto do século XVIII (1775-1780)?
As respostas são:
1ª. A GB fazia parte da Economia Internacional (Pieter Emmer denominou de 2° Sistema Atlântico). 
. O comércio ultramarino repousava sobre:
I) O surgimento de um mercado (consumidor) para os produtos ultramarinos de uso cotidiano na Europa (para além das especiarias; commoditie_ açúcar, café);
II) A expansão do comércio de escravos no século XVIII; 
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Tabela 3: Volume de escravos africanos desembarcados por região de chegada nas Américas, 1701-1800 (em milhares)
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. A ampliação do comércio negreiro com as plantations no mundo colonial (Ex: no Estado do Brasil, a expansão das plantations em novas regiões, como no Centro-Sul)
III) A expansão dos Impérios, como o britânico e francês;
2ª) A participação crescente do comércio externo na economia (PIB ou GNP) dos Estados Nacionais.
3ª) A concentração dos mercados coloniais ( a ação das companhias monopolizadoras, como as Companhias das Índias Or. e Oc. Inglesas) 
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