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(the perpetual slavery of the working people); eles esquecem o provérbio de que all work and no play (apenas trabalho e ne- nhuma diversão) imbeciliza. Não se vangloriam os ingleses da genialidade e habilidade de seus artífices e trabalhadores em manufaturas, que até agora proporcionaram crédito e fama em geral às mercadorias britânicas? A que circunstâncias se deveu isso? Provavelmente a nenhuma outra, a não ser o modo peculiar como nosso povo trabalhador, com seus próprios meios, sabe se divertir. Se eles estivessem obrigados a trabalhar o ano inteiro, todos os 6 dias da semana, em constante repetição da mesma atividade, isso não sufocaria sua genialidade, não se tornariam estúpidos e lerdos em lugar de alertas e hábeis; não perderiam nossos trabalhadores, em conseqüência dessa eterna escravidão, seu renome, em vez de conservá-lo? (...) Que espécie de habilidade artística se poderia esperar de animais estafados (hard driven animals)? (...) Muitos deles realizam em 4 dias de trabalho o que um francês executa em 5 ou 6. Mas se os ingleses devem ser transformados em trabalhadores forçados, há de se temer que eles degenerem (degenerate) mais que os franceses. Se nosso povo é famoso por causa de sua valentia na guerra, não dizemos que isso é devido, por um lado, ao bom roastbeef e pudding471 ingleses em seu corpo, por outro lado não menos ao nosso espírito cons- titucional de liberdade? E por que não se deveriam a maior ge- nialidade, energia e habilidade de nossos artífices e trabalhadores de manufatura à liberdade com que se divertem à sua maneira? Eu espero que eles nunca mais percam esses privilégios e nem a boa vida, da qual decorrem, na mesma medida, sua engenho- sidade e sua coragem”.472 A isso responde o autor do Essay on Trade and Commerce: “Se se considera uma instituição divina descansar o sétimo dia da semana, isso implica que os demais dias pertencem ao trabalho” (ele quer dizer ao capital, como logo se verá) “e não pode ser considerado cruel obrigar-se o cumprimento desse man- damento de Deus. (...) Que a humanidade em geral tende, por natureza, para a comodidade e indolência, comprova a experiência fatal com o comportamento de nossa plebe da manufatura, que não trabalha, em média, mais que 4 dias por semana, salvo no caso de encarecimento dos meios de subsistência. (...) Suponha-se que 1 bushel de trigo represente todos os meios de subsistência do trabalhador e que custe 5 xelins, ganhando o trabalhador pelo seu trabalho diariamente 1 xelim. Ele precisa, então, trabalhar OS ECONOMISTAS 388 471 Rosbife e pudim. (N. dos T.) 472 POSTLETHWAYT. Op. cit. “First Preliminary Discourse”. p. 14.
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