Relatório estagio Michel Souto 2022

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Centro Universitário do Norte Paulista
 Curso de Engenharia Química
	
Michel da Silva Rodrigues Souto
RELATÓRIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO TINTAS BRENDA
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SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP 2021
MICHEL DA SILVA RODRIGUES SOUTO
RELATÓRIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO TINTAS BRENDA
Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado do 5° Ano do Curso de Engenharia Química da Centro Universitário do Norte Paulista 
– UNORP.
Estagiário: Michel da Silva Rodrigues Souto, RA: 40103993843; Supervisor: Nelson Leão, formado na UEL - Universidade Estadual de Londrina, ocupa o cargo de químico/gerente geral; Empresa: Tintas Brenda, atua no segmento de tintas e vernizes, localizada em Estr. Vicinal João Parise, Km 5, São José do Rio Preto - SP, 15062-000	site
https://www.tintasbrenda.com.br/Carga horária semanal do estágio: 30 horas Período do estágio: 720 horas ; Setor realizado no laboratório/produção
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	4
2 EMPRESA	4
2.1 História	4
2.2 Mercado	5
2.3 Processo de produção	6
2.3.1 Recebimento de Matéria-Prima	6
2.3.2 Moagem dos Pigmentos	7
2.3.3 Misturas da Base e aditivos	7
2.3.4 Tingimento	7
2.3.5 Filtrar e envasar	7
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS	7
3.1.1 Determinação de pH	8
3.1.2 Viscosidade	8
3.1.3 Densidade/Massa específica	9
3.1.4 Fineza da moagem	10
3.1.5 Medidor de brilho	10
3.1.6 Estabilidade das tintas/ Validade	11
3.1.7 Pot-life	11
3.1.8 Aderência	12
3.1.9 Poder de cobertura, secagem e cor	13
4 AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO	14
5 CONSIDERAÇÕE FINAIS	14
 PAGE 10
6 REFERÊNCIAS	15
1 INTRODUÇÃO
Com a razão social Silux Industria e Comercio de Tintas LTDA, com nome fantasia de Tintas Brenda, é uma empresa de fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, solventes e lacas. A posição de mercado é uma das dentre 50 melhores empresas de tinta na região de São José do Rio Preto, oferecendo a melhor qualidade nas tintas produzidas.
Querendo sempre renovar a Tintas Brenda, pode oferecer ao cliente uma variedade na produção de tinta, sendo a principal indústria regional na produção de tintas de qualidade superior com preços atrativos.
O processo da fabricação da tinta/solventes vai ser a partir da necessidade do cliente, tendo uma parceria de confiança com produtores de resina e aditivos consolidando o melhor para todos.
No estágio pude perceber como é a produção em grande escala de uma fábrica que é referência de mercado no ramo de tinta, neste pude aprender sobre a produção, formulação, o mercado, a qualidade de cada item proveniente na produção da tinta, assim como tudo a Tintas Brenda pode produzir.
2 EMPRESA
2.1 História
Fundada em 1997, está se estabilizando em São José do Rio Preto - SP. Nos dias de hoje a Tintas Brenda possui duas unidades, a unidade que produz solvente e as tintas e vernizes.
A empresa tem como investimento a automatização do processo de produção e sistema de gestão de qualidade. Está no mercado há 25 anos, sendo uma das empresas com uma variedade no ramo de tinta. Tem como missão desenvolver produtos e serviços de alta qualidade com o objetivo de se posicionar no mercado com sua própria marca e garantia. Para o sucesso e satisfação de nossos clientes, a empresa conta com um laboratório de alta tecnologia para pesquisa e desenvolvimento procurando oferecer o que existe de melhor no setor através de testes e ensaios rigorosos, além de contar com uma equipe treinada para excelência no atendimento. Composto por produtos das linhas imobiliária, industrial e especiais (automotiva).
A tinta imobiliária é destinada à construção civil, podendo ser subdividida em produtos aquosos (látex acrílicos, vinílicos, vinil-acrílicos) e base solvente orgânico (óleo e
esmalte sintético). A tinta industrial é destinada no processo industrial de fabricação de um determinado produto como primers eletroforéticos, base solvente, esmaltes acabamento, tintas em pó e cura por radiação. As especiais são destinadas às tintas de repintura automotiva, demarcação de tráfego, manutenção industrial, marítima e madeira. Existe a classificação ao tipo de revestimento, formação do filme, secagem e cura. A laca é formada pela evaporação do solvente, látex a coalescência, termoconvertíveis a cura entre duas resinas presente a uma temperatura adequada, dois componentes acontecem em temperatura ambiente após a mistura de dois produtos de embalagens separadas e a secagem oxidativa, com a formação do filme devido à ação do ar (CETESB, 2006)
2.2 Mercado
A utilização da tinta deu como surgimento a necessidade dos povos pré-históricos se comunicarem até os dias de hoje para proteger bens materiais (POLITO, 2006). Nos dias de hoje a tinta é descrita como um produto que preserva e embeleza superfícies de matérias. O setor de tinta se encontra em um processo de consolidação significativa para o aumento do PIB nacional. Em 2012, o Brasil alcançou o quinto lugar no ranking global de vendas de tintas, porém o mesmo não configura entre os maiores exportadores, pelo fato que do mercado internacional se referir com o acordo a Nomenclatura Aduaneira internacional de produção de tinta, que apenas 90% atende aos requisitos mínimos de avaliados do Programa Setorial da Qualidade (FERREIRA, 2013), como demonstra o
gráfico de importações com a queda em 2014 (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Gráfico Importações - Evolução / Exportações – Evolução, Brasil
FONTE: Trade Nosis, 2013
A Tintas Brenda atende o mercado regional (Bauru, José Bonifácio, Ourinhos, Catanduva, Araçatuba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Votuporanga, Triângulo Mineiro) mantendo em seus produtos uma qualidade superior com os concorrentes, assim como a sua rapidez no preparo da tinta.
2.3 Processo de produção
A tinta é uma mistura de vários insumos na sua produção, sendo assim uma preparação. Combinando compostos voláteis e sólidos, podemos definir como será a tinta final, assim como o custo e a aplicação do mesmo. A empresa tem como processo um diferencial na ordem que é utilizada nas demais empresas como demonstra a figura 2. Todo processo na base solvente e látex são iguais, só diferenciando o processo de moagem e mistura da base.
Figura 1 - Fluxograma do processo produtivo da empresa
FONTE: Autoria própria, 2021
2.3.1 Recebimento de Matéria-Prima
A empresa recebe semanalmente tambores de resina, solventes de 200 Litros, que será classificado segundo suas características (sólido, tipo de resina, comprimento de óleo e tipo de solvente), pigmentos em sacas de 25 quilos (coloração) e aditivos em bombas de 20 ~ 50 Litros.
2.3.2 Moagem dos Pigmentos
A empresa primeiramente utiliza o método de moagem dos pigmentos, que são submetidos à dispersão no moinho denominado areia, que utiliza esferas de vidro para melhorar a fineza necessária da pasta do pigmento. Esses pigmentos são utilizados na base solvente, já o látex é feito a compra das pastas prontas em baldes de 20 litros.
2.3.3 Misturas da Base e aditivos
A empresa produz os tipos de cada base, sendo ela imobiliária e industrial e látex.
Acontece a mistura das resinas, solventes e sua emulsão.
2.3.4 Tingimento
De acordo com a linha e sua cor escolhida pelo cliente, a empresa começa o processo de tingimento, utilizando já a pasta pronta descrita no item 2.3.2, assim facilitando o tingimento.
2.3.5 Filtrar e envasar
Após final a tinta passa por um filtro com uma micragem de 400 µm para reter qualquer substância ou carga que não foi dispersada durante os processos anteriores e seu envase em latas, galões ou bombas vai depender da necessidade do cliente sendo feito em 900 mL, 3,6, 18, 20 e 50 litros.
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As atividades desenvolvidas estavam ligadas à área de Controle de Qualidade e tem como objetivo o aprendizado e a aplicação de análises físico-químicas. As análises físico-químicas realizadas foram: determinação de pH, viscosidade (Copo Ford), determinação da densidade (Picnômetro), fineza da moagem (Grindômetro), medidor de brilho (Gloss Meter), estabilidade das tintas/validade, pot-life,aderência, poder de cobertura e cor.
3.1 Análises físico-químicas
As seguintes análises são feitas no laboratório de físico-química da Tintas Brenda, os materiais analisados são os diversos tipos de tinta que são produzidos nesta empresa, sendo que várias análises
3.1.1 Determinação de pH
O pH baseia-se na medida de potencial de eletrodo, a partir da concentração de um íon ativo (H+), com um eletrodo. O pH é uma característica fundamental, pois um muito baixo (ácido) ou muito alto (alcalino), pode causar corrosão no material e quebra de emulsão. Tintas que possuem a água como solvente, podem proliferar microrganismos a e as medidas são realizadas através do peagâmetro entre 8,5 e 9,0 (FAZENDA, 2005)
3.1.2 Viscosidade
A resina utilizada na produção das tintas possui uma característica de líquido viscoso, porém quando é adicionado pigmentos e aditivos, a viscosidade aumenta. É utilizado solvente para o controle da alta viscosidade. A análise consiste em medir a resistência que o produto apresenta ao escoamento, tão verificação é utilizado o Copo de Ford Nº 4 que é muito utilizado em produtos não tixotrópicos. O método utiliza a contagem do tempo de escoamento do produto através de um orifício de numeração e sua medida é utilizado em segundos (FAZENDA, 2005)
Figura 2 – Escoamento da tinta
FONTE: Autoria própria, 2021
3.1.3 Densidade/Massa específica
De acordo com a norma técnica ABNT NBR 5.829 (1984), a massa é determinada por um produto dividido pelo volume ocupado pelo mesmo. Determinando a massa específica dos produtos produzidos, é possível converter o volume vendido em massa para o momento da produção, sendo imprescindível para o controle de qualidade. Para determinar a massa é necessário deixar a amostra a uma temperatura de 25 ºC e completar o picnômetro e utilizar a tampa para retirar o excesso do produto extravasado pelo orifício na parte superior (FAZENDA, 2005). O resultado da massa é obtido pela fórmula 1
𝑀. 𝐸 =
𝑃 − 𝐴
𝑉	(1)
Onde:
M.E = Massa específica do produto (g/cm³) P = Massa do picnômetro com o produto (g) A = Massa do picnômetro vazia (g)
V = Volume real do picnômetro
Figura 3 – Picnômetro
FONTE: Autoria própria, 2021
3.1.4 Fineza da moagem
Após cada passagem no moinho de areia é necessário determinar a fineza da pasta, pois pode acontecer aglomeramento dos pigmentos, impossibilitando a formação de um filme uniforme durante a secagem final da tinta, levando a diversos problemas. O método consiste em espalhar a amostra da tinta em um grindômetro e examinar a película e suas deformidades, verificando a finura na escala Hegman de 0 a 8 (FAZENDA, 2008). Segundo Gneeco (2005) as partículas têm um diâmetro de 0,5 e 5 µm, e com a dispersão não muito eficiente, é possível determinar a deformação na película no grindômetro.
Figura 4 – Tinta aplicada ao grindômetro.
FONTE: Autoria própria, 2021
3.1.5 Medidor de brilho
É utilizado o equipamento Gloss Meter (figura 5), que possui um sensor de 60 graus na parte inferior que vai de 0 ~ 96.6. Com o tipo de desvio é possível determinar o brilho da tinta (fosco, semi-fosco e brilhante) que será obtido em uma escala determinada em unidades de brilho (UB) (FAZENDA, 2008).
Figura 5 – Gloss Meter
FONTE: Autoria própria, 2021
3.1.6 Estabilidade das tintas/ Validade
É necessário verificar a validade de uma tinta através do processo de aquecimento e resfriamento, pois se o mesmo não estiver estável, pode ocorrer a separação aquosa das demais frações, sendo não possível utilizar o produto. O método acontece em deixar a tinta em uma estufa a 60 ºC por 24h e na geladeira a 4 ºC por 24 h, e a cada 12 horas sem alguma modificação é possível garantir 6 meses de validade. (FAZENDA, 2008)
3.1.7 Pot-life
É utilizado em tintas bicomponentes, verificando o tempo de vida útil durante a catalise. Essa técnica permite saber se o processo pode ser utilizado em tempos de aplicação. Assim o produto determina o limite de tempo durante o uso, sem danificar os equipamentos. A tinta é catalisada e colocada em uma tampa e a cada 1 hora é verificado se a tinta atingiu o tempo de cura total (FAZENDA, 2008)
3.1.8 Aderência
O teste se baseia pelo método ABNT NBR 11.003, verificando a condição aderente da tinta através de um corte sobre a película do filme ao substrato. Após a secagem total da película, utiliza-se uma lâmina para efetuar um corte em X ou em formato de grade com um tamanho de no máximo 2mm. É colocado uma fita adesiva paralela a um dos sentidos do corte, após um curto tempo é puxada de maneira uniforme até a sua total remoção. Após o processo é verificado com a norma da ABNT a condição do mesmo, utilizando o Gr 0 para ótimo e Gr 4 para péssimo conforme é mostrado na figura 6 (GNECCO, 2005).
Figura 6 – Grau de aderência a ABNT.
FONTE: Gnecco (2005)
Figura 7– Corte em grade
FONTE: Autoria própria, 2021
3.1.9 Poder de cobertura, secagem e cor
O procedimento é feito para verificar a capacidade de cobertura e cor da tinta através do deslizamento em uma superfície contendo cores brancas e pretas. Para o deslizamento utiliza-se um extensor com quatro lados com diferentes tipos de micragem sendo eles: 50, 75, 100 e 125 µm. No processo é colocado no lado esquerdo a cor padrão e no direito a nossa amostra em analise conforme a figura 8. Após um determinado tempo é determinado o tempo de secagem ou cura, através do toque percebendo se houve a marcação das digitais na película.
Figura 8 – (a) Extensor, (b) Micragem
(a) (b)
FONTE: Autoria própria, 2021
Figura 9 – (a) Amostras depositadas, (b) Formando a película
(a)	(b)
FONTE: Autoria própria, 2021
4 AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO
Durante o estágio pude contribuir e ajudar, nos mais variados processos, formulando ou auxiliando nos métodos organizacionais já utilizados que seriam empregados a partir de então, assim utilizando das minhas aulas de controle de qualidade e das metodologias aprendidas no curso.
5 CONSIDERAÇÕE FINAIS
Com este estágio foi possível aprender uma área da atuação da engenharia química/química, tanto no controle de qualidade onde o estágio foi focado, como também o processo completo da empresa, desde o recebimento dos materiais utilizados até o processo de envase final da empresa.
Este estágio tem pontos positivos para minha formação, já que pude ter o contato direto com metodologias utilizadas no mundo inteiro para obter um alto padrão de produção com alta eficiência necessária, além de ter aprendido com profissionais de uma empresa que cada dia tem a crescer mais.
6 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO	BRASILEIRA	DE	NORMAS	TÉCNICAS.	NBR	11.003:	Tintas	—
Determinação da aderência. 2009
ASSOCIAÇÃO	BRASILEIRA	DE	NORMAS	TÉCNICAS.	NBR	5829:	Tintas	–
Determinação do peso específico de Tintas e Similares. 1984
CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Guia técnico ambiental tintas e vernizes – série P+L. São Paulo, 2006. 70 p. e seus derivados; pigmentos e outras matérias corantes; tintas e vernizes; mastigues; tintas de escrever, 2014.
FAZENDA, J. M. et al. Tintas e vernizes. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. p. 6-8
FAZENDA, Jorge M. R. et al. Tintas e Vernizes: Ciências e Tecnologia, São Paulo: EDGARD BLÜCHER, 2009.
FAZENDA, Jorge M. R. Tintas Imobiliárias de Qualidade: Livro de Rótulos da ABRAFATI. São Paulo: EDGARD BLÜCHER, 2008.
FERREIRA, D. Números do setor: O SETOR DE TINTAS NO BRASIL. 2013.
GNECCO, C. Ensaios para determinação da composição e caracterização de tintas. In: FAZENDA, Jorge M. R. (Coord). Tintas & Vernizes Ciência e Tecnologia. 3ª Ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005, p. 943-1004
POLITO, G, Principais Sistemas de Pinturas e suas Patologias. Apostila. Departamento de Engenharia de Materiais e Construção. Escola de Engenharia. UFMG, 2006.
TRADE NOSIS. Comércio Exterior Mundial: Extratos tanantes e tintoriais; taninos