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201 1 FACUMINAS - FACULDADES DE MINAS NOME DO ALUNO TEMA DO TCC CIDADE - SIGLA ESTADO, 2020 FACUMINAS –FACULDADES DE MINAS Comentado [LSR1]: IDENTIFICAR COM NOME COMPLETO DOALUNO, E CPF. Comentado [LSR2]: TEMA DO TCC. Comentado [LSR3]: CIDADE E ESTADO DE RESIDÊNCIA DO ALUNO. 202 2 TEMA DO TCC Trabalho de conclusão de curso apresentado à FACUMINAS de Coronel Fabriciano – MG como requisito para obtenção do diploma do Curso NOME DO CURSO o da sob orientação do professora ORIENTADOR CIDADE - SIGLA ESTADO , 2020 Comentado [LSR4]: Bianca Yureidini Santos 203 3 FOLHA DE APROVAÇÃO Nome do aluno Tema do TCC BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________________ Prof. (a). Nome do Professor(a) _______________________________________________________________ Prof. (a). Nome do Professor(a) _______________________________________________________________ Prof. (a Nome do Professor(a) CIDADE, DATA, ANO 204 4 FICHA CATALOGRÁFICA Título Trabalho*: Nome e primeiro sobrenome Sobrenome autor. 2020 Páginas 000 f.: il.; 31 cm. Orientador: Nome do Orientador Orientador: Nome do segundo Orientador: TCC de Especialização (Engenharia de Produção) – FACUMINAS Faculdades de Minas 1. palavra-Chave . 2. palavra-Chave . 3. palavra-Chave . 4. palavra-Chave . 5. palavra-Chave . Orientador, Nome . FACUMINAS- Faculdades de Minas 205 5 1. INTRODUÇÃO Os trabalhos em Espaços Confinados requerem atenção devido ao seu elevado grau de risco. A entrada em Espaços Confinados pode ocorrer para: manutenção, limpeza, reparos, inspeção, entre outros. Entretanto os ambientes confinados não foram projetados para a convivência humana, o que torna os trabalhos ainda mais fadigosos, demandando ainda mais dos trabalhadores. Posições desconfortáveis com limitação de movimentos, dificuldade de entrada e saída, ar rarefeito ou atmosfera irrespirável, gases tóxicos ou poeiras explosivas são algumas das adversidades que os trabalhadores podem encontrar em um local confinado. Condigno à presença de inúmeros riscos, qualquer operação realizada em Espaços Confinados exige uma série de medidas preventivas visando promover a saúde e a segurança dos trabalhadores envolvidos. As empresas que possuem em sua planta locais confinados devem implementar um Plano de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados, com o propósito de planejar e programar todas as medidas pertinentes ao trabalho nesses ambientes. Segundo a Norma Regulamentadora 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados em Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados deve incluir “medidas técnicas, medidas administrativas, medidas pessoais e de capacitação para o trabalho em Espaços Confinados”. Independente do ramo da empresa sendo ela da área de naval, petrolífera, alimentícia, construção civil, química, entre outras. Apresentam alguns exemplos de Espaços Confinados: “Cisternas e poços, poços de válvulas, silos, tuneis, esgotos, tonéis, tanques, moegas, ciclones, lavadores de ar, elevadores de caneca, dutos, reatores, galerias, etc.” Comentado [LSR5]: PROIBIDO CÓPIA. CONTÉM INFORMAÇÕES FICTÍCIAS. 206 6 Os acidentes envolvendo Espaços Confinados, em sua grande maioria, produzem vítimas fatais. No entanto sabemos que o desconhecimento sobre os riscos existentes e as ações necessárias para seu efetivo controle visando a realização de uma entrada segura são os principais causadores de acidentes em ambientes confinados. Uma grande parcela de 16 acidentes em Espaços Confinados poderia ser evitada através do conhecimento de medidas eficientes. Por isso se determina que se realize a Análise Preliminar de Riscos (APR) a fim de detectar os riscos ocupacionais existentes nos locais confinados presentes na planta da empresa. Essa Norma Regulamentadora define a Análise Preliminar de Riscos (APR) como a “avaliação inicial dos riscos potenciais, suas causas, consequências e medidas de controle”. Em adição a riscos ambientais e ergonômicos, o trabalho em Espaços Confinados apresenta condições que exigem a avaliação e o monitoramento constante das condições atmosféricas, com o propósito de mantê-las aceitáveis para a entrada e realização do serviço por parte dos trabalhadores autorizados. Em nosso país a Norma Regulamentadora 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados estabelece os requisitos fundamentais para a realização de trabalhos em Espaços Confinados, contudo esta é predominantemente disciplinadora, deixando uma lacuna por não abordar os procedimentos de caráter técnico, necessários para a execução segura dos trabalhos nestes ambientes. Existem ainda, como referências normativas, a ABNT - NBR 14787- Espaço Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção, e a ABNT – NBR 14606 - Posto de Serviço – Entrada em Espaço Confinado. A primeira estabelece os procedimentos de segurança em Espaços Confinados de forma genérica, ao passo que a segunda aborda especificamente os tanques subterrâneos. Todavia 207 7 estas normas não são suficientes para suprir as necessidades técnicas para o complexo tema representado pelo trabalho em Espaços Confinados. O estudo sobre os Espaços Confinados é bastante amplo e, infelizmente, ainda pouco explorado pela literatura técnica, carecendo de fontes de pesquisa para o público interessado. Temos plena consciência que não supriremos completamente esse hiato, contudo sabemos que aqui está prestada uma importante contribuição para a segurança do trabalho. Sendo ainda fundamental o desenvolvimento de outras pesquisas sobre o tema, enfocando medidas específicas do trabalho em local confinado objetivando contribuir substancialmente com este tipo de atividade cujos riscos são iminentes. 1.1Objetivos Desenvolver um Programa de Gestão de Segurança e Saúde para o trabalho em Espaços Confinados, produzindo conhecimentos que possibilitem auxiliar os profissionais de segurança a tarefa de reconhecer, avaliar e controlar os riscos existentes em Espaços Confinados. Oferecer uma ferramenta de apoio que corrobore o conhecimento e a preparação dos profissionais envolvidos nos trabalhos em espaços confinados. Definir a metodologia mais adequada para a identificação e avaliação de Espaços Confinados. Identificar os riscos ocupacionais existentes em Espaços Confinados e suas Respectivas medidas preventivas. 208 8 1.2 Justificativa O presente projeto de pesquisa se justifica pela necessidade imperiosa de apresentar ao setor de segurança ocupacional uma produção textual que contribua com a preservação da segurança e saúde dos trabalhadores que realizam trabalhos em Espaços Confinados. A Norma Regulamentadora 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados, a ABNT NBR 14787- Espaço Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção e a ABNT NBR 14606 - Posto de Serviço – Entrada em Espaço Confinado, que compõem as referências normativas sobre o assunto no Brasil deixam uma lacuna em relação aos procedimentos de caráter técnico. O que torna estas normas insuficientes para suprir as necessidades técnicas para o complexo tema representado pelo trabalho em Espaços Confinados.209 9 1.3 Metodologia SEGUE MODELO: A presente pesquisa pode ser definida como exploratória que segundo Gil (1200) apud Silva e Menezes (1978) “visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses.” Conforme esses autores esta tipologia de pesquisa envolve levantamento bibliográfico, bem como entrevistas e análises de exemplos que possibilitem compreensão. Uma pesquisa exploratória geralmente “assume a Forma de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso” (Ibid. 2001 p.21). Os procedimentos técnicos utilizados para elaboração deste trabalho foram a Pesquisa Bibliográfica que segundo assevera Gil (1991) apud Silva e Menezes (2001 p. 22) ocorre “Quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet”. E a Pesquisa Documental que segundo define Gil (8888) apud Silva e Menezes (2001 p. 22) “quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico”. Utilizou-se de obras da literatura especializada, bem como documentos sobre o tema, como é o caso das Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho, Normas Brasileiras de Recomendação (NBR) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Manuais Técnicos. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Comentado [LSR6]: Apresentar de forma breve o tipo de metodologia que será usada na exploração do tema (pesquisa de campo ou pesquisa bibliográfica). o Especificar as técnicas a serem empregadas nas etapas previstas para o trabalho. 2010 10 2.1. Segurança do Trabalho A segurança do trabalho é fundamental para qualquer empresa, independentemente de seu tamanho ou setor econômico. Está intimamente ligada a aspectos humanos, sociais e econômicos, haja vista que sua observância é fundamental para a preservação da integridade física dos trabalhadores. A segurança é uma das funções complementares vitais que devem ser exercidas pelas organizações (AGUA 2007). Atuar de maneira preventiva em segurança no trabalho evita ou minimiza os riscos de acidentes, tornando-se uma medida fundamental à vida e à saúde do trabalhador (RANGEL et. al. 2010 p. 38). O conceito de segurança do trabalho pode ser entendido como uma série dê procedimentos que pretendem resguardar a integridade física e mental dos trabalhadores, ou seja, protegê-los de situações que possam causar danos a sua saúde. Para Cardella1 (1999 apud PENINA 2007) a segurança é um conjunto de ações executadas com o objetivo de prevenir perdas na força de trabalho provocada por agentes agressivos. Segundo Tavares (2010 p. 57) a segurança do trabalho possui caráter preventivo ou corretivo e tem como objetivo “proteger os trabalhadores dos riscos de acidentes implicados em um processo de trabalho ou na realização de uma tarefa”. Para a Organização Internacional do Trabalho - OIT (2011) trata da prevenção de acidentes e de doenças profissionais bem como da proteção e promoção da saúde dos trabalhadores. A segurança do trabalho preocupa-se com toda e qualquer ocorrência que interfira na continuidade de qualquer processo produtivo, independente se este tenha resultado lesão corporal, perda 2011 11 material, perda de tempo ou a combinação destes três fatores. (FIESP 2003). Segundo as palavras de Zocchio2 (1980 apud RAMOS 2009 p. 24): Segurança do trabalho é um conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas aplicadas para prevenir acidentes nas Atividades das empresas. Indispensável à consecução plena de qualquer trabalho, essas medidas têm por finalidade evitar a criação de condições inseguras e corrigidas quando existentes nos locais ou meios de trabalho, bem como preparar as pessoas para a prática de prevenção de acidentes. A segurança do trabalho pode ser considerada uma ciência porque conforme asseveram Anjos et. al. (2004 p.44): (...) está baseada em fatos comprováveis, empíricos e analisáveis por método, cientifico por meio da Física, Química, Bioquímica, Toxicologia, Medicina, Engenharia e Saúde Pública. Por outro lado também são consideradas a individualidade de cada trabalhador e as características da atividade e do local trabalho. 2.2. SESMT: Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho A promoção da segurança do trabalho dentro das empresas está a cargo do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, ou Comentado [LSR7]: São os elementos retirados dos documentos pesquisados que se mostraram relevantes para corroborar as ideias desenvolvidas pelo autor do trabalho. É a menção de uma informação colhida em outra fonte. Pode haver dois tipos de citação: Transcrição ou citação textual e, Paráfrase ou citação livre. 2012 12 SESMT. Este instrumento tem sua obrigatoriedade estabelecida pelo Artigo – 162 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943) 4. Sua instituição foi aprovada através da Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, que determinou a criação das Normas Regulamentadoras (NR), estando sua regulamentação presente na NR 4 (BRASIL 1978). O CEFET é uma organização vertical com acesso a todos os níveis hierárquicos, que lidera o desenvolvimento, a orientação, e o controle do programa de segurança, segundo as leis vigentes e a política da empresa. Está regido por normas e legislação, tendo por tanto atribuições claramente definidas do ponto de vista legal (TAVARES 2010 P. 59). Conforme a NR 4 (BRASIL 1978) todas as empresas, públicas ou privadas que possuam funcionários regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943), tem a obrigatoriedade de constituir um SESMT, formado por profissionais habilitados, com efetivo dimensionado conforme o grau de risco da atividade e número de funcionários. É conveniente ressaltar que algumas empresas poderão contratar os serviços de SESMT de sindicatos, associações de categoria de atividade ou empresas terceirizadas. O SESMT será formado por. Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho e Técnico de Segurança do Trabalho. Sendo obrigatório o registro profissional no órgão de classe da categoria ou no Ministério do Trabalho. 2013 13 2.3. CIPAC: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Ciclovia A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, ou CIPA é um grupo formado por representantes da empresa e dos trabalhadores, este instrumento tem o como objetivo a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, sua regulamentação prevista nos Artigos 162 a 165 da CLT (BRASIL 1943) e suas disposições estão contidas na NR 5 (BRASIL 1999) do Ministério do Trabalho, “a CIPA também é regida por legislação, de modo que deve atuar de acordo com ela” (TAVARES 2010p. 60). Segundo Chiavenato (2002 apud SANTOS 2008) a 24 CIPAC tem a função de apontar os atos inseguros e as condições de segurança, fiscalizando o que já existe enquanto o SESMT desenvolve as soluções. Tavares (op. cit. 2010 p. 60) destaca que a CIPA deve atuar “articuladamente com o programa de segurança do trabalho da empresa, estando e entrosamento pleno com o SESMT”.De constituição obrigatória para todas as entidades que mantenham trabalhadores como empregados a CIPA é composta por funcionários escolhidos entre seus companheiros através de processo eleitoral e por representantes da empresa, com número de membros dimensionado conforme especifica a NR 5 (BRASIL 1999). É conveniente ressaltar que a NR5 (BRASIL 1999) determina este dimensionamento a partir da atividade econômica da empresa e do número de funcionários.2014 14 2.4. EPI: Equipamento de Proteção Individual Equipamento de Proteção Individual (EPI) é a denominação aplicada a todos os equipamentos utilizados pelo trabalhador para garantir-lhe a segurança no exercício de determinada função, protegendo-o de um ou vários riscos simultâneos. Conforme Ayres e 25 Correa5 (2001 apud Ramos 2009) os EPIs desempenham importante papel na redução das lesões provocadas pelos acidentes do trabalho e das doenças profissionais. A NR 6 (BRASIL 2001) define Equipamento de Proteção Individual (EPI) como: “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Ainda conforme esta norma, Equipamento Conjugado de Proteção Individual é definido como “todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”(BRASIL 2011). Ou seja, equipamento fabricado para prevenção de mais de um risco concomitante, como os capacetes com óculos acoplados, ou os capacetes com protetores auriculares. A legislação determina que o empregador deve fornecer ao empregado os EPIs necessários ao exercício das suas atividades profissionais em segurança. Conforme assevera o 2015 15 Artigo 166 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943) e o item 6.3 da NR 6 (BRASIL 2001): A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Conforme a NR 6 (BRASIL 2001) existem circunstâncias específicas em que o empregador deve fornecer o EPI aos seus empregados. São elas as seguintes: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; c) para atender situações de emergência. O EPI deve atender as peculiaridades de cada atividade profissional, contudo, além de ser adequado aos seus riscos específicos, deverá também considerar a diversidade das características físicas de cada usuário, como a antropometria (dimensões dos segmentos corporais), o uso das mãos (destros e canhotos), dificuldades de visão e os riscos reais durante a execução da atividade (GONZAGA 2002). 2016 16 Os Equipamentos de Proteção Individual têm utilização contínua durante todo o período de trabalho, por isso a Organização Internacional do Trabalho - OIT6 (2001 apud Gonzaga 2002 p. 28) considera que: (...) é importante que o EPI seja apropriado, ou seja, adequado ao tamanho do trabalhador, pois muito apertado ou muito frouxo, por exemplo, causa desconforto e desencoraja o seu uso contínuo durante toda a jornada de trabalho. A determinação do EPI a ser utilizado é de competência do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), a partir dos relatórios da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA). Existem obrigações que devem ser cumpridas por empregadores, empregados e fabricantes/importadores em relação ao EPI para que haja a plena segurança durante a execução das atividades. Estas obrigações são apresentadas na NR 6 (BRASIL 2001), entretanto não vamos nos ater ao assunto por não fazer parte do escopo do presente trabalho. Contudo, deve-se destacar que o empregador tem por obrigação adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade, treinar o empregado sobre o uso correto deste, e exigir seu uso. Compete também ao empregador fornecer equipamento em conformidade com órgão nacional competente, e substituí-lo em caso de dano, bem como garantir sua higienização e manutenção. Ao passo que o empregado deve utilizá-lo apenas conforme a atividade a que se destina, deve cumprir as determinações do empregador sobre seu uso correto, zelar por sua 2017 17 guarda e conservação e, em caso de qualquer dano ou alteração que o torne impróprio para o uso, deve comunicar imediatamente ao empregador. É importante ressaltar que todo EPI fabricado no Brasil ou importado deve possuir o Certificado de Aprovação (CA), conforme o Artigo 167 da Consolidação das leis do Trabalho “O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.” O Certificado de Aprovação (CA) é expedido pelo Ministério do Trabalho e deve ser renovado após a expiração do seu prazo de validade, que pode ser de 5 (cinco) anos ou 2 (dois) conforme avaliação de qualidade do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SISNMETRO). 2.5. Riscos Ocupacionais É fundamental a realização da identificação e avaliação dos riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho. Afinal, o trabalhador exposto a agentes de riscos pode desenvolver uma doença, que o incapacitará para o trabalho; este será afastado e, ao retornar, poderá ser acometido novamente pela moléstia, caso não sejam controlados os agentes de risco presentes no ambiente de trabalho. Desta forma estaremos agindo na consequência e não na causa (BREVIGLIERO et. al. 2010). Para Hoffmann et. al. (2010 p. 165) “risco aceitável é aquele reduzido a um nível que pode ser tolerado pela organização 2018 18 levando em consideração suas obrigações legais e sua própria política de SST (Saúde e Segurança do Trabalho)” Na literatura técnica é recorrente a utilização do termo risco, embora alguns autores também mencionem o termo perigo. É importante elucidar a diferença entre ambos. Perigo é a fonte, circunstância, ato ou situação com potencial de provocar perdas em termos de danos à saúde, à integridade física, prejuízos à propriedade, prejuízos ao ambiente de trabalho ou uma combinação entre eles, enquanto risco é a combinação da frequência, da probabilidade, das consequências de ocorrência de uma situação de perigo, ou da exposição com gravidade da doença ou lesão que pode ser causada pela situação. (LAPA 2006; HOFFMANN et. al. 2010). O risco é, portanto, a combinação da probabilidade de ocorrência e a proporção de um evento indesejado (ANJOS et. al. 2004). Os riscos ambientais são classificados em riscos físicos, químicos e biológicos conforme sua natureza e suas características básicas (ANJOS et. al. 2004). A NR 9 - Programa De Prevenção de Riscos Ambientais (BRASIL 1978) caracteriza como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos ambientes de trabalho conforme sua função, natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição. Contudo além dos agentes citados na NR 9 (BRASIL 1978), existem outros fatores de risco presentes nos ambientes de trabalho que devem ser considerados. Como é o caso dos riscos ergonômicos contemplados pela NR 17 – Ergonomia (BRASIL 1978) que tem como objetivo estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características do trabalhador, de forma a lhe propiciar conforto, segurança e eficiência. De acordo com as palavras de (FANTAZZINI e OSHIRO 2007 p. 19). 2019 19 Os agentes ambientais que a higiene ocupacional tradicionalmente considera são os chamados agentes físicos, químicos e biológicos. Essa consideração pode ser ampliada, levando em conta outros fatores de estresse ocupacional, como aqueles considerados na ergonomia, por exemplo (que tambémpodem causar desconforto e doenças). É evidente que as duas disciplinas se interligam e sua interação deve ser sinergética, antes que antagônica; 2.6. Acidente do Trabalho A definição de Acidente do Trabalho segundo a NBR 14.280 Cadastro de acidente do trabalho - Procedimento e classificação (ABNT 2001 p.2) é: “Ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal”. Ainda de acordo com a NBR 14.280 (ABNT 2001), são acidentes as ocorrências resultantes de um determinado momento, quanto às provenientes de exposições continuas ou intermitentes, que só podem ser identificadas após um período de tempo. A Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) em seu Artigo 19 estabelece que: Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho (...) provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Contudo Ramos (2009) assevera que em Acidentes em local de trabalho também podem não ocorrer lesões e mesmo assim devem ser averiguados. 2020 20 Afinal que todo acidente causa perdas, e se não forem no campo das pessoas, será do campo material ou ambiental. A referida Lei em seu Artigo 20 considera Acidente do Trabalho todas as moléstias que podem ocorrer devido à atividade laboral, essa lei classifica estas moléstias em doença profissional e doença do trabalho. Sendo que doença profissional é compreendida como a “produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”. Enquanto doença do trabalho é compreendida como a “adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione 32 diretamente”. Cabe ressaltar que o funcionário em período de descanso ou refeição, bem como durante a satisfação de necessidades fisiológicas em local ou horário de trabalho está ainda em exercício de trabalho (ABNT 2001; BRASIL 1991). Durante o percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela qualquer acidente que ocorra com o trabalhador é denominado Acidente de Trajeto (ABNT 2001; BRASIL 1991). A legislação também considera Acidente de Trabalho situações de agressão, sabotagem, ofensa física, imperícia, negligência ou imprudência de companheiro de trabalho ou de terceiros, bem como atos de indivíduo privado da razão, além de inundações, desabamentos, incêndios e outros sinistros (BRASIL 1991). O conceito de Acidente do Trabalho é muito amplo, não se limitando apenas ao local de trabalho, mas compreendendo o trajeto e os acontecidos em função do trabalho (RAMOS 2009). 2021 21 É fundamental o conhecimento das causas dos Acidentes do Trabalho para que se possa evitá-los. Basicamente a literatura sobre o assunto aponta como causas para os Acidentes do Trabalho o ato inseguro ou a condição insegura. O ato inseguro é definido como a “ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente” (ABNT 2001 p. 2). O ato inseguro é atribuído ao fator humano, ou seja, a não observância das regras de segurança na execução de uma tarefa (RAMOS 2009). A condição insegura está relacionada ao ambiente de trabalho e engloba as falhas, defeitos ou irregularidades técnicas presentes no ambiente de trabalho que comprometam a segurança (ABNT 2001; RAMOS 2009). Cabe a empresa eliminar ou minimizar a possibilidade de ocorrência de Acidentes do Trabalho através da promoção da segurança do trabalho. Os Acidentes do Trabalho representam um grande problema social, econômico e de saúde pública (ALMEIDA & BRANCO 2011). De acordo com Brasil (2005 p. 13): Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças decorrentes do trabalho apresentam fatores extremamente negativos para a empresa, para o trabalhador acidentado e para a sociedade. 3. SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO Os sistemas de gestão são um conjunto de procedimentos e práticas adotados pelas organizações com finalidade de atingir seus objetivos de maneira eficiente. Para Hoffmann et.al. (2011) um sistema de gestão é uma ferramenta para estabelecer política e objetivos, e para atingir estes objetivos. “Sistemas de gestão são modelos administrativos que pretendem responder à necessidade de modernização das 2022 22 organizações” (RICHERS 2009 p.12). Os sistemas de gestão se apóiam em alguns princípios fundamentais para seu funcionamento. Entre estes se destacam o foco da organização em seus clientes, independente de sua área de atuação. Hoffmann et. al. (2010) destacam que as organizações não sobrevivem sem seus clientes, por esse motivo buscam de forma incessante o desenvolvendo de estratégias para identificar e suprir suas necessidades. A liderança também é um principio fundamental, haja vista que são os lideres os responsáveis por estabelecer a unidade dos propósitos e rumos da organização (HOFFMANN et. al. 2010). O envolvimento das pessoas de todos os níveis hierárquicos da organização é outro fator essencial para um sistema de gestão. Assim como o conhecimento das inter- relações existentes entre os diversos subprocessos que fazem parte do processo principal da organização. “Identificar e compreender essas inter- relações e interdependências amplia significativamente a eficácia de uma organização no que diz respeito ao alcance de seus objetivos (HOFFMANN et. al. 2010 p. 33). O desempenho do sistema depende de como cada parte interage entre si e não de como elas agem quando tomadas separadamente. Desse modo, quando se introduzem melhorias separadamente em uma das partes de um sistema, o desempenho do sistema pode não apresentar os resultados desejados (BARREIROS 2002 p. 17). A busca da melhoria contínua é outro ponto fundamental dentro dos sistemas de gestão. 2023 23 Alcançar patamares cada vez mais satisfatórios de desempenho da organização – é nisso que consiste a melhoria continua. Pode ser incremental, com melhoramentos pequenos e graduais; ou de ruptura, por meio da inovação que, em geral, mediante investimentos em tecnologia e equipamentos efetiva melhoramentos radicais (HOFFMANN et. al. 2010 p. 38). O sucesso de um sistema de gestão envolve a necessidade de determinar parâmetros de avaliação que abordem de forma sistêmica os aspectos operacionais, bem como a política, o gerenciamento e o comprometimento da alta administração com o processo e mudança e melhoria contínua dos processos (BORGES 2009). Um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) é a parte de um sistema global de gestão de uma organização que procura controlar de perigos e riscos inerentes à Segurança e Saúde e no Trabalho (SST), através de uma abordagem estruturada e planejada em suas dimensões: segurança industrial, higiene do trabalho, ergonomia, psicologia, sociologia e organização do trabalho, envolvendo toda a estrutura da organização e todos os influenciados pelas atividades, maquinários, produtos e processos da organização que possam provocar acidentes, implementando um processo proativo de melhoria contínua (HOFFMANN et. al. 2010). A existência do Sistema de Gestão da SST fundamental para alcançar melhorias no desempenho da SST, contudo, sua existência precisa ser permanentemente confrontada com a realidade, para que seus limites sejam perfeitamente compreendidos (BARREIROS 2002). 202424 De acordo com Hoffmam et. al. (2010), para o sucesso da implantação de um SGSST como parte de uma gestão organizacional é necessário: Incluir a gestão de SST nas prioridades corporativas; Identificar os requisitos legais e outros aplicáveis às atividades, produtos e serviços; Comprometer-se com práticas de SST; Avaliar e monitorar o desempenho da SST; Proporcionar os recursos necessários; Promover a harmonização do SGSST com os outros sistemas de gestão; Envolver todos da força de trabalho; Prover maior ênfase à pro atividade do que à reatividade; O foco do SGSST deve ser: Prevenir em vez de corrigir; Planejar todas as atividades, os produtos e processos; Estabelecer critérios; Coordenar e integrar partes; Monitorar continuamente; Melhorar sempre. 4. ESPAÇOS CONFINADOS 4.1. Conceito de Espaço Confinado 2025 25 A literatura especializada sobre Espaço Confinado é bastante escassa e incipiente, havendo pouquíssimas referências sobre o assunto. No Brasil a definição mais recorrente para Espaços Confinados é a presente na NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados (BRASIL 2006): Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana continua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. Entendimento semelhante é apresentado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) através da NBR 14787 - Espaço Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção (2001 p. 3) que considera Espaço Confinado: Qualquer área não projetada para ocupação contínua, a qual tem meios limitados de entrada e saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam existir ou se desenvolver. Krzyzaniak (2010) considera a definição de Espaço Confinado presente na NBR14787 (ABNT 2001) mais ampla que a apresentada pela NR 33 (BRASIL 2006), devido a utilização do termo “desenvolver” que segundo este pesquisador torna mais abrangente a definição. Esta visão é reforçada pelo fato de atividades 2026 26 como soldagem, corte, pintura, ou utilização de solventes podem provocar alterações em certos espaços confinados. Santos e Brito (2008) observam certas semelhanças entre as definições de Espaço Confinado adotadas por diversas entidades normativas e fiscalizadoras de outras nações. Contudo a análise da bibliografia sobre Espaços Confinados revela a ausência de um consenso sobre sua definição, pois mesmo havendo semelhanças entre os conceitos existem alguns mais abrangentes e outros mais específicos (ARAUJO 2006). Segundo a Occupational Safety and Health Administration (OSHA) (apud SANTOS e BRITO 2008) os Espaços Confinados podem ser caracterizados pelos seguintes critérios: É grande o suficiente e configurado de tal forma que um trabalhador nele pode entrar e desempenhar uma tarefa que lhe foi atribuída; Tem meios limitados ou restritos para entrada e saída; Não foi previsto para ocupação humana contínua; Contém qualquer perigo a segurança ou saúde reconhecidamente sérios. De acordo com a American National Standards Institute (ANSI 1989) citado por Araújo (2006) Espaços Confinados são áreas fechadas com as seguintes características: Sua função principal é qualquer uma exceto a ocupação humana; Possui entrada e saída restrita; Pode conter potencial para riscos ou perigos conhecidos. 2027 27 Araújo (2006) e Santos e Bonfim (2008) destacam a definição apresentada pela National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1997) que considera os Espaços Confinados como áreas com limitações de entrada e saída, ventilação natural deficiente, que contem ou produz contaminantes no ar e não é projetado para a ocupação humana. É importante observar que NIOSH propõe uma classificação para gradação de riscos em Espaços Confinados: Classe A: São aqueles que apresentam situações que são imediatamente perigosos para a vida ou a saúde. Incluem os espaços que tem deficiência em oxigênio ou contêm explosivos, inflamáveis ou atmosferas tóxicas; Classe B: Não apresentam ameaça/perigo para a vida ou a saúde, mas têm o potencial para causar lesões ou doenças se medidas de proteção não forem usadas; Classe C: São aqueles onde quaisquer riscos apresentados são insignificantes, não requerendo procedimentos ou práticas especiais de trabalho. Muitas empresas da área industrial possuem normas internas e manuais de segurança para trabalhos em espaços confinados. Geralmente estas se utilizam do conceito presente na NR 33 (BRASIL 2006) ou NBR 14787 (ABNT 2001), porém algumas adotam sua própria definição. Como é o caso da empresa Petrobrás, que segundo sua Norma N 2637 (2002), Espaço Confinado é todo espaço. seja grande o suficiente e configurado de forma que o empregado possa entrar e executar um trabalho; 2028 28 Possua meios limitados ou restritos para entrada ou saída (por exemplo, tanques atmosféricos, vasos de pressão, torres de processo, reatores, silos, Caixas de passagem, tanques de carga e lastro, fornos, entre outros); Não seja projetado para a permanência contínua de pessoas. A empresa International Paper do Brasil em sua OSHSMT8- 200703: Trabalho em Espaços Confinados (2007) nos trás a seguinte definição para este tipo de ambiente laboral: (...) espaço com dimensões e aberturas limitadas para entrada e saída, ventilação natural desfavorável que pode conter ou produzir contaminantes de ar, pode conter produto que possa envolver ou sufocar quem nele se introduzir, e que não é recomendado para ocupação contínua de pessoas. O Grupo Mahle do Brasil em seu Procedimento de Segurança Ocupacional- Entrada em Espaço Confinado (2008 p. 1) apresenta uma definição bastante abrangente para os Espaços Confinados: É todo e qualquer local ou equipamento largo o suficiente e de tal forma configurado, em que existe a possibilidade de um trabalhador inserir a cabeça, o tórax ou o corpo inteiro, que possui meios limitados de entrada/saída, que não é projetado para ocupação contínua de um trabalhador. Ainda segundo o manual técnico desta empresa os Espaços Confinados possuem qualquer uma das características descritas: 2029 29 Contém ou possui potencial para conter atmosfera perigosa (contaminada por vapores, gases e/ou poeiras, inflamáveis, tóxicas e/ou explosivas, ou com deficiência ou excesso de oxigênio); Contém material capaz de encobrir totalmente seus ocupantes, causando asfixia; Possui configuração interna capaz de aprisionar ou asfixiar seus ocupantes; Possui potencial para sérios danos à saúde e à integridade física de seus ocupantes, tais como: choque elétrico, radiação, movimentação de equipamentos mecânicos internos ou stress calórico. A definição proposta pelo Grupo Mahle além de abordar os riscos atmosféricos, no tocante a explosividade e toxidade, também faz menção a riscos físicos e riscos mecânicos, como é o caso de aprisionamento que pode ocorrer retendo o trabalhador no interior do Espaço Confinado ocasionando lesão ou morte, enquanto as outras definições igualmente importantes omitem esta questão. A partir destas exposições é possível compreender os possíveis riscos existentes no trabalho em Espaços Confinados. No entanto é fundamental que se tenha em mente que não há Espaços Confinados iguais embora guardem semelhanças. Brevigliero et. al. (2010 p. 196) exemplificam algunsEspaços Confinados presentes no ambiente industrial: Reatores, tanques, vasos e outros equipamentos industriais, com acesso limitado, onde poderá haver contaminação por gases, vapores ou produtos asfixiantes, como consequência do uso ou condição do ambiente. 2030 30 Estes autores destacam ainda a presença de Espaços Confinados fora dos ambientes industriais como trabalhos de perfuração de poços e outros ambientes fechados como porões, valas de inspeção, dutos subterrâneos, espaços abertos com mais de 1,5 m de altura entre outros (op. cit. 2010 p. 196). Os Espaços Confinados também podem ser caracterizados em galerias subterrâneas de sistemas de esgoto, túneis, cisternas e caixas d’água. Segundo McManus9 (1998) apud AMBRÓSIO e FERREIRA (2007) o termo Espaço Confinado é tradicionalmente utilizado como referência a equipamentos específicos como tanques, vasos, poços, silos entre outros, o que torna esta definição restritiva por não contemplar uma série de instalações e equipamentos. Para este autor qualquer instalação ou equipamento onde haja pessoas trabalhando podem ser ou tornar-se um Espaço Confinado. Esta ideia é reforçada por Brevigliero et. al. (2010), estes autores asseveram que alguns locais domésticos, como banheiros podem se transformar em ambientes confinados, em casos de utilização de aquecimento a gás onde a tiragem de gases de combustão não é feita de 4.4. Riscos em Espaços Confinados A partir da leitura das definições de Espaços Confinados apresentadas por diversos autores e instituições e da observação dos dados sobre acidentes envolvendo este ambiente de trabalho é possível perceber que riscos são mais recorrentes. Como observa Scardino (1996 apud ARAÚJO 2006) a importância do conceito está diretamente ligada a análise de riscos e a identificação deste ambientes na planta da empresa. Os riscos atmosféricos são predominantes em Espaços Confinados os relacionados com a atmosfera do ambiente. 2031 31 No entanto há uma série de outros possíveis riscos presentes nos diversos tipos de Espaços Confinados existentes nas diversas atividades produtivas. Os principais riscos presentes em Espaços Confinados são “a deficiência de oxigênio, explosão e incêndio, riscos elétricos, soterramento e engolfamento, riscos ergonômicos, queda de objetos, riscos químicos e quedas” (KRZYZANIAK 2010 p. 32). Rekus (1994 apud ARAÚJO 2006; KRZYZANIAK 2010) divide os riscos presentes em Espaços Confinados em duas categorias distintas: riscos atmosféricos e riscos físicos. Os riscos atmosféricos citados por Rekus (1994) são a atmosfera deficiente ou enriquecido em oxigênio, existência de gases explosivos, vapores tóxicos ou contaminantes do ar. Enquanto os riscos físicos descritos são relacionados à movimentação de equipamentos mecânicos, contato com equipamentos e condutores elétricos energizados, radiações ionizantes e não-ionizantes, materiais sólidos finamente divididos que podem soterrar ou engolfar, líquidos ou fluidos, e também quedas de ferramentas e materiais que níveis mais elevados que podem atingir os trabalhadores. Alguns autores classificam os riscos existentes em Espaços Confinados em gerais e específicos (CAMPOS 2011; NUNES 2011). Campos (2011) destaca a presença de riscos gerais associados “às condições materiais do espaço e da execução do trabalho,” e de ricos específicos, que devem ser verificados antes da liberação da entrada em Espaço Confinado. Embora haja esta variação conceitual, ressaltamos que cara risco existente em um Espaço Confinado deve ser analisado de forma subjetiva. 4.4.1. RISCOS GERAIS EM ESPAÇOS CONFINADOS 2032 32 Riscos Gerais presentes em Espaços Confinados, identificados a partir de Campos (2011), Nunes (2011) e NR 33 (2006): a. Riscos mecânicos: b. Equipamentos que podem ser ligados intempestivamente; c. Choques e golpes, batidas, elementos salientes, dimensões reduzidas da boca de entrada, obstáculos no interior, etc.; B. Esmagamentos, soterramentos, afogamentos, engolfamento (envolvimento e captura de uma pessoa por líquidos ou sólidos finamente divididos); a. Riscos de choque elétrico por contato com partes metálicas, que acidentalmente podem estar com tensão; b. Quedas em diferentes níveis ou no mesmo nível; c. Quedas de objetos no interior enquanto se está trabalhando; d. Posturas incorretas; e. Iluminação deficiente; f. Espaço contendo água; g. Presença de animais peçonhentos no Espaço Confinado; h. Riscos de contaminação por agentes biológicos; i. Ambiente físico agressivo: quente ou frio; com ruídos e vibrações (martelos pneumáticos, esmeril, etc.); j. Fadiga dos trabalhadores; k. Riscos derivados de problemas de comunicação entre interior e exterior. 2033 33 4.4.2. RISCOS ESPECÍFICOS EM ESPAÇOS CONFINADOS Riscos relacionados às condições atmosféricas dos Espaços Confinados, sua verificação é fundamental para a autorização da qualquer entrada. São ocasionados pelo enriquecimento e deficiência de oxigênio; a presença de substâncias tóxicas; incêndio e explosão (CAMPOS 2011; NUNES 2011; SERRÃO et. al. 2000). Estes fatores são responsáveis pela criação de Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde (IPVS),também denominad Immediately Dangerous to Life of Health (IDLH), ou seja, qualquer condição de atmosfera que apresente risco imediato à vida ou produza imediato efeito debilitante à saúde (AMBRÓSIO e FERREIRA 2007; AZEVEDO e OLIVEIRA Junior 2009; BRASIL 2006). A maioria dos contaminantes presentes na atmosfera de locais confinados é composta por gases e vapores: “Gás é uma substância que nas condições normais de pressão e temperatura já está no estado gasoso (BREVIGLIERO et. al. 2010 p. 59). Enquanto: “Vapor é o estado gasoso de uma substância que nas condições normais de pressão e temperatura está no estado líquido (BREVIGLIERO et. al. 2010 p 59). 4.4.2.1. Deficiência e Enriquecimento de Oxigênio Em Espaços Confinados pode ocorrer deficiência de oxigênio devido a uma série de fatores. O oxigênio pode ser consumido por reações químicas como a abertura de chama acetilênica, fermentação ou oxidação de tubulações, gases inertes como nitrogênio e argônio também podem removê-lo, assim como 2034 34 também pode ser absorvido por superfícies porosas como carvão ativado (BREVIGLIERO et. al. 2010; CAMPOS 2011). Uma inspeção visual não é capaz de detectar a insuficiência de oxigênio, essa é maior causa de óbitos em espaços restritos. Este é um fenômeno tão inesperado que a própria vítima não tem tempo para reagir (NUNES 2011). A Tabela 5 expõe os limites recomendados no Brasil, e por entidades de higiene ocupacional dos Estados Unidos, considerando que abaixo desses limites o oxigênio encontras em situação Imediatamente Perigosa a Vida ou a Saúde (IPVS). Lembrando que 1% equivale a 10.000 ppm. (CAMPOS 2011). Brevigliero et. al. (2010) asseveram que em condições normais o teor de oxigênio no ar é de 21%, contudo a recomendação em ambientes de trabalho é compreendida entre 19, 5% e 23,5%. Segundo estes autores a adoção do limite de 19,5% se dá devido ao elevado consumo de oxigênio durante a realização de tarefas mais difíceis. A Tabela 6 apresenta os efeitos causados à saúde pela deficiência de oxigênio. 2035 35 4.4.2.2. Presença de Substâncias Tóxicas Em ambientes identificados como Espaços Confinados podem ser encontradas um grande diversidade se substâncias químicas e muitas delas são tóxicas. A presença destas substâncias contaminantes ocorre devido às consequências de uso ou condições ambientais (BREVIGLIERO et. al. 2010). Erros operacionais,vazamentos, oxidação, fermentação ou decomposição de matéria orgânica, são citados por Brevigliero et.al. (2010) como causas de atmosferas tóxicas em Espaços Confinados, estes autores lembram também que a introdução de gases inertes, como medida de proteção contra explosão de vapores/gases inflamáveis também produzem atmosferas tóxicas em locais confinados. Campos (2011) aponta dois parâmetros importantes em relação às substâncias químicas: Limite de Tolerância (LT)13 e Imediatamente Perigosa a Vida ou a Saúde (IPVS). A Tabela 7 apresenta algumas das substâncias mais comuns de serem encontradas em Espaços Confinados. 2036 36 Cada uma destas substâncias químicas possui características singulares. Produtosquímicos industrializados como amônia, benzeno e cloro possuem todas as informações pertinentes na Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) 14. “Nenhum produto deve ser utilizado sem que se conheçam todos os riscos associados ao seu uso, incluindo manuseio, armazenamento e descarte” (CAMPOS 2011 p. 256). Existem alguns fatores que de acordo com Campos (2011), influenciam na toxidade das substâncias químicas, estes estão relacionados às próprias substâncias (fórmula química, características, ponto de ebulição, taxa de vaporização, etc.); à exposição(dose, concentração, rota de entrada no organismo, ventilação, tempo de exposição, uso de EPI); pessoais (suscetibilidade individual, hereditariedade, imunologia, alimentação, hormônios, idade, sexo, asseio, estado de saúde, doenças anteriores, etc.); ambientais (meio ambiente, substâncias químicas adicionais presentes, temperatura, pressão atmosférica, umidade). As Tabelas 8 e 9 apresentam os sintomas e 2037 37 efeitos da exposição ocupacional a algumas substâncias químicas comuns em Espaços Confinados. 2038 38 4.4.2.3. Atmosferas Inflamáveis Atmosferas inflamáveis podem surgir devido aos níveis de oxigênio, ou dos gases, vapores ou poeiras inflamáveis presentes na composição atmosférica do Espaço Confinado. Muitas substâncias encontradas em Espaços Confinados são inflamáveis ou explosivas, gases, vapores e poeiras são inflamáveis e podem explodir em caso de ignição (MAHLE 2008). Cada substância química possui limites de explosividade, o que somado a uma atmosfera rica em oxigênio pode causar combustão (ARAUJO 2006). De acordo com Campos (2011), para que ocorra fogo deve haver três elementos: combustível, oxigênio e calor. O combustível são as substâncias químicas presentes nos ambientes confinados. Em relação a essas substâncias devemos observar alguns parâmetros importantes. São eles o ponto de fulgor, o limite inferior de explosividade, o limite superior de explosividade, a densidade do vapor e a temperatura de auto-ignição. O Ponto de Fulgor (Flash Point), que é a “temperatura mínima na qual o líquido produz vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável” (BREVIGLIERO et. al. 2010 p. 190). O Limite Inferior de Explosividade – LIE (Lower Explosive Limit – LEL) é a mínima concentração em volume na qual a mistura se torna inflamável (ABNT 2001; AZEVEDO e OLIVEIRA 2009; BREVIGLIERO et. al. 2010; CAMPOS 2011). Gases, vapores e névoas explosivas que excedam em 10% o Limite Inferior de Explosividade 2039 39 (LIE) e poeiras explosivas em concentração que exceda seu LIE acarretam risco de explosão (ABNT 2001; ARAUJO 2006; BONFIM e BRITO 2006). O Limite Superior de Explosividade – LSE (Upper Explosive Limit – UEL) é “a máxima concentração em volume na mistura, abaixo da qual ela pode se inflamar” (CAMPOS 2011 p. 291). O LSE ocorre quando alta concentração de gases e vapores e a baixa quantidade de oxigênio presentes na mistura impossibilitam uma eventual ignição (ARAUJO 2006). A densidade do vapor é em relação ao ar, apenas vapores de hidrogênio, metano, acetileno, e etileno têm a densidade de vapor menor que o ar, ao passo que todos os outros vapores são mais pesados que o ar (BREVIGLIERO et. al. 2010). A Figura 4 representa graficamente os limites Inferior e Superior de Explosividade. A Temperatura de auto-ignição, ou temperatura de ignição é a temperatura mínima em que um produto ao entrar em contato com o ar do ambiente se inflama. Geralmente este índice está em torno de 400 °C e 500 °C, entretanto há produtos que podem entrar em ignição com temperaturas inferiores em contato com equipamentos aquecidos ou vapores (BREVIGLIERO et. al. 2010). Para que 2040 40 ocorra fogo é necessário que haja uma atmosfera rica em oxigênio, sendo que sua proporção no ar é de 20% de volume médio (CAMPOS 2011). Oxigênio em níveis de concentração acima de 23,5% pode resultar em queima espontânea de materiais combustíveis em caso de ignição (MAHLE 2008). Todavia o elemento deflagrador do processo é o calor, que de acordo com Campos (2011) discorre que sua geração pode ocorrer das seguintes formas: Corrente elétrica: centelhas, faíscas, ligar interruptores, etc., qualquer um desses pode provocar o início do processo; Eletricidade estática: no transvazamento de líquidos inflamáveis, ou quando o própriotrabalhador (carregado eletrostaticamente) pode deflagrar o processo; Combustão espontânea: nesse caso atinge-se a temperatura de auto- ignição; Mistura de produtos químicos: as reações químicas podem ficar explosivas; Fricção (atrito): provenientes do atrito entre duas superfícies; Calor radiante: proveniente de superfícies quentes, fornalhas, etc. A Tabela 10 apresenta as propriedades das substâncias químicas mais comuns. 2041 41 5. GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS Planejar medidas para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que desenvolvem atividades em Espaços Confinados é responsabilidade das empresas. Para assegurar a adoção de procedimentos adequados é de fundamental importância que se implante um Programa de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados conforme determina a NR 33 (BRASIL 2006) em seu subitem 33.3.1: A gestão de segurança e saúde deve ser planejada, programada, implementada e avaliada, incluindo medidas técnicas de prevenção, medidas administrativas e medidas pessoais e capacitação para trabalho em espaços confinados. Esta NR entende a Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços 2042 42 Confinados como um conjunto de medidas preventivas, administrativas, coletivas e de pessoal necessárias para garantir o desenvolvimento seguro das atividades laborais em Espaços Confinados. A Tabela 11 apresenta os procedimentos elencados por Campos (2007) para Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados de acordo com a NR 33. 5.1. Análise Preliminar de Riscos (APR) A Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma técnica aplicada na fase inicial da concepção de um projeto, produto ou sistema quando se utilizam tecnologias ou sistemas novos quando a experiência em riscos na operação ainda é carente (ALBERTON 1996; BENTES 2007; SESTREM 2009). Alberton (1996) lembra que a APR foi desenvolvida na área militar com a função de revisão de sistemas de mísseis devido as suas características de alto risco por operarem com combustíveis líquidos perigosos. Esta pesquisadora ressalta que esta técnica foi implementada com intuito de verificação de possibilidade de utilização de materiais e procedimentos de alto risco. A APR é uma análise pouco aprofundada dos riscos realizada na fase inicial do projeto que permite a realização das mudanças necessárias sem gastos expressivos e com maior facilidadede execução (BENTES 2007). Contudo mesmo com este caráter inicial esta ferramenta é bastante útil para a revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando aspectos que às vezes passam despercebidos (SESTREM 2009). A análise de riscos é 2043 43 qualitativa, seu objetivo é identificar os perigos e propor medidas para eliminar ou reduzir sua frequência e possíveis consequências (ALBERTON 1996). Segundo Sestrem (2009) metodologia de APR compreende a execução das seguintes etapas: Definição dos objetivos e do escopo da análise; Definição das fronteiras do processo/ instalação analisada; Coleta de informações sobre a região, a instalação e os perigos envolvidos; Subdivisão do processo/ instalação em módulos de análise; Realização da APR propriamente dita (preenchimento da planilha); Elaboração das estatísticas dos cenários identificados por Categorias de risco frequência e severidade); Análise dos resultados e preparação do relatório. Para execução da técnica de APR, o processo/instalação deve ser fracionado em módulos de análise, onde cada módulo receberá uma análise individual (SESTREM 2009). A execução da análise é realizada através da revisão dos aspectos de segurança de maneira padronizada e descrição dos riscos identificados em categorização especifica (ALBERTON 1996). A efetuação da análise propriamente dita se dá através do preenchimento de uma planilha dividida em colunas com os seguintes campos: Perigos: todo evento acidental com potencial para causar danos às pessoas, instalações ou meio ambiente; Causas: fatores responsáveis pelo perigo podendo envolver tanto falhas de equipamentos quanto falhas humanas; 2044 44 Consequências: são os efeitos dos acidentes; Frequência: período de possível repetição da ocorrência. Dividida em cinco categorias (extremamente remota; remota; improvável; provável; frequente;) Severidade: está relacionada às consequências dos riscos, dividida em quatro categorias (desprezível; marginal; crítica; catastrófica;); Risco: possui três categorias de classificação a partir das quais será determinada a elaboração de estudos mais aprofundados (NC – não critico; M – moderado; C – critico;) Recomendações: são as propostas de caráter preventivo e/ou mitigador dos riscos verificados. Para cada perigo identificado, deve ser realizado o comparativo das categorias de frequência de ocorrência (F) e de severidade das consequências (S), e a categoria de risco (R) correspondente. Ao término desta etapa é possível montar a matriz de riscos (MARTINS e NATACCI 2011). Depois de elaborada a matriz de riscos será possível identificar quais os riscos que devem passar por investigações mais aprofundadas a fim de introduzir melhorias ao processo. É importante a realização do Brainstorming15 entre os membros da equipe durante cada etapa do processo visando discutir e propor as medidas mais adequadas para eliminar e/ou controlar cada risco (ALBERTON 1996; MARTINS e NATASSI 2011; SESTREM 2009). Entre as vantagens da utilização da APR está sua abrangência, conforme Sestrem (2009) esta técnica é capaz de informar as “causas que ocasionaram a ocorrência de cada um dos eventos e as suas respectivas consequências, obtenção de uma avaliação qualitativa da severidade das consequências e frequência de 2045 45 ocorrência’. Contudo deve-se salientar que a APR é uma técnica que muitas vezes deve ser complementada por outras técnicas mais detalhadas e apuradas (ALBERTON 1996). 5.2.5. Permissão de Entrada e Trabalho (PET) Permissão de Entrada e Trabalho (PET) é um documento que contém as medidas a serem tomadas para a entrada e realização de trabalho em Espaços Confinados de maneira segura. Segundo a ABNT (2001) a Permissão de Entrada é uma autorização escrita fornecida pela empresa para permitir e controlar a entrada em um espaço confinado. “A permissão de entrada que documenta a conformidade das condições locais e autoriza a entrada em cada espaço confinado” (ABNT 2001 p. 6). Nenhuma entrada deverá ser autorizada sem liberação mediante Permissão de Entrada e Trabalho. Nela devem ser registrados, os procedimentos adotados, os riscos existentes e as medidas de controle, a formas de comunicação, os planos de emergência e resgate em caso de acidentes. A Permissão de Entrada e Trabalho tem validade apenas para uma entrada no ambiente confinado, se por algum motivo for determinada a paralisação do trabalho deverá ser emitida outra permissão com todas as medidas tomadas para garantir a segurança no ambiente. É de importante a realização da descriminação das diversas atividades realizadas no interior dos Espaços Confinados, como solda, inspeção, manutenção, limpeza, etc. A NR 33 (BRASIL 2006) determina a PET seja emitida em três vias e permaneça arquivado por prazo de cinco anos. Cabe a empresa acondicioná-la em perfeitas condição para eventuais consultas ou fiscalizações. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 2046 46 O referencial teórico sobre Espaços Confinados ainda é incipiente e escasso no Brasil, o que dificulta a realização de qualquer pesquisa sobre o tema, obrigando o pesquisador e recorrer às entidades estrangeiras, informações primárias como relatórios e normas de empresas e algumas raras produções científicas sobre o assunto. A falta de dados estatísticos sobre acidentes ocorridos em Espaços Confinados também dificulta qualquer análise ou levantamento comparativo entre empresas de diferentes segmentos econômicos, portes, ou regiões. O presente trabalho procurou desenvolver um Programa de Gestão de Segurança no Trabalho em Espaços Confinados produzindo conhecimentos que possibilitem auxiliar os profissionais de segurança a tarefa de reconhecer, avaliar e controlar os riscos existentes em Espaços Confinados. Oferecendo uma ferramenta de apoio que corrobore o conhecimento e a preparação dos profissionais envolvidos nos trabalhos em Espaços Confinados. A compilação de informações presente nesta pesquisa pretende prestar sua contribuição ao tema Espaços Confinados, ainda bastante carente de informações. A NR 33 (MTE 2006) que disciplina o trabalho em ambientes confinados determina a implantação da Gestão de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados, com medidas preventivas, administrativas e de pessoal. Muitas empresas de diferentes setores econômicos possuem ambientes confinados em sua planta. Por este motivo em nossa pesquisa não abordamos um setor específico de atividades. 2047 47 Primeiramente procuramos embasar o trabalho em um sólido referencial teórico a fim de apresentar certos elementos da segurança do trabalho. Posteriormente apresentamos elementos do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (OHSAS 18001:2007), tendo em vista que os requisitos para o SGSST são fundamentais para a elaboração de qualquer programa de segurança, não sendo diferente em relação aos locais confinados. E a partir do conceito de Espaços Confinados procuramos identificar os riscos pertinentes. Assim foi constatado que os riscos que envolvem contaminantes atmosféricos, atmosferas explosivas e deficiência e enriquecimento de oxigênio são os com maior potencial de vitimar trabalhadores. Contudo deve-se ter em mente que além desta tipologia de riscos existem outros perigos nos ambientes confinados que não podem ser vilipendiados pelos gestores de segurança, sob pena de provocar sérios acidentes. Ressaltando que em locais confinados, os acidentes podem ser fatais. A partir da identificação dos riscos presentes no ambiente confinados identificados através de técnica de Análise Preliminar de Riscos cabe aos responsáveis técnicos planejar e implementar medidasnecessárias para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores. Desenvolvendo e definindo a metodologia mais adequada para a identificação e avaliação de Espaços Confinados. A realização de entrada e permanência seguras no Espaço Confinado depende dessas medidas. Os controles de riscos são fundamentais para o Programa de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados, estas medidas serão responsáveis pela preservação da vida dos trabalhadores que adentram os ambientes enclausurados. Em nossa pesquisa procuramos discorrer de forma sucinta, porém atenciosa, sobre cada controle de riscos e medida de segurança necessária para a realização segura de qualquer atividade que envolva trabalho confinado. 2048 48 É fundamental que após a implementação do programa de Espaços Confinados, este seja revisado periodicamente e aperfeiçoado com intuito de mantê-lo sempre atualizado para que atenda as necessidades da organização em matéria de segurança em ambientes confinados. E possibilite preservar de maneira eficiente a segurança e a saúde dos trabalhadores. A segurança dos trabalhadores, sobretudo quando se realiza atividades em condições de elevado grau de risco, nunca deve se postergada. REFERÊNCIAS Os elementos essenciais de uma referência bibliográfica são: Para legislação e normas técnicas, seguem os exemplos: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 10520 – Informação e Documentação – Citações em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 7p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica Saúde da Mulher. Norma técnica: prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes. 2.ed. Brasília, DF, 2002. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/nta2edi%E7%E3o.pdf> Acesso em: 20 ago. 2005. Comentado [LSR8]: APRESENTAR AQUI AS FONTES DE PESQUISAS USADAS PARA A CONFECÇÃO DO TCC. 2049 49 BRASIL. Congresso. Senado. Resolução nº 17, de 1991. Coleção de Leis da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1156-1157, maio/jun. 1991. ESTE TCC É DE CUNHO ILUSTRATIVO, PROIBIDO A REPRODUÇÃO DO MESMO.
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