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MODELO DE TCC FACUMINAS (2)

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201 
 
 
 
 
1 
FACUMINAS - FACULDADES DE MINAS 
 
 
 
 
NOME DO ALUNO 
 
 
 
 
 
 
TEMA DO TCC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIDADE - SIGLA ESTADO, 
2020 
FACUMINAS –FACULDADES DE MINAS 
Comentado [LSR1]: IDENTIFICAR COM NOME 
COMPLETO DOALUNO, E CPF. 
 
Comentado [LSR2]: TEMA DO TCC. 
Comentado [LSR3]: CIDADE E ESTADO DE RESIDÊNCIA 
DO ALUNO. 
 
 
 
 
 
202 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
TEMA DO TCC 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado à FACUMINAS de 
Coronel Fabriciano – MG como 
requisito para obtenção do diploma 
do Curso NOME DO CURSO o da 
sob orientação do professora 
ORIENTADOR 
 
 
 
CIDADE - SIGLA ESTADO , 
2020 
Comentado [LSR4]: Bianca Yureidini Santos 
 
 
 
 
 
203 
 
 
 
 
3 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
Nome do aluno 
 
 
 
Tema do TCC 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_______________________________________________________________
Prof. (a). Nome do Professor(a) 
 
 
_______________________________________________________________
Prof. (a). Nome do Professor(a) 
 
 
_______________________________________________________________
Prof. (a Nome do Professor(a) 
 
 
 CIDADE, DATA, ANO 
 
 
 
 
204 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Título Trabalho*: 
 Nome e primeiro sobrenome 
 Sobrenome autor. 2020 
Páginas 000 f.: il.; 31 cm. 
Orientador: Nome do Orientador 
Orientador: Nome do segundo Orientador: 
TCC de Especialização (Engenharia de Produção) – FACUMINAS 
Faculdades de Minas 
1. palavra-Chave . 2. palavra-Chave . 3. palavra-Chave . 4. 
palavra-Chave . 5. palavra-Chave . 
 Orientador, Nome . 
FACUMINAS- Faculdades de Minas 
 
 
 
 
205 
 
 
 
 
5 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Os trabalhos em Espaços Confinados requerem atenção devido ao seu 
elevado grau de risco. A entrada em Espaços Confinados pode ocorrer para: 
manutenção, limpeza, reparos, inspeção, entre outros. Entretanto os ambientes 
confinados não foram projetados para a convivência humana, o que torna os 
trabalhos ainda mais fadigosos, demandando ainda mais dos trabalhadores. 
Posições desconfortáveis com limitação de movimentos, dificuldade de entrada 
e saída, ar rarefeito ou atmosfera irrespirável, gases tóxicos ou poeiras 
explosivas são algumas das adversidades que os trabalhadores podem 
encontrar em um local confinado. Condigno à presença de inúmeros riscos, 
qualquer operação realizada em Espaços Confinados exige uma série de 
medidas preventivas visando promover a saúde e a segurança dos 
trabalhadores envolvidos. As empresas que possuem em sua planta locais 
confinados devem implementar um Plano de Gestão de Segurança e Saúde no 
Trabalho em Espaços Confinados, com o propósito de planejar e programar 
todas as medidas pertinentes ao trabalho nesses ambientes. Segundo a Norma 
Regulamentadora 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 
em Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados deve 
incluir “medidas técnicas, medidas administrativas, medidas pessoais e de 
capacitação para o trabalho em Espaços Confinados”. 
 Independente do ramo da empresa sendo ela da área de naval, petrolífera, 
alimentícia, construção civil, química, entre outras. Apresentam alguns exemplos 
de Espaços Confinados: “Cisternas e poços, poços de válvulas, silos, tuneis, 
esgotos, tonéis, tanques, moegas, ciclones, lavadores de ar, elevadores de 
caneca, dutos, reatores, galerias, etc.” 
Comentado [LSR5]: PROIBIDO CÓPIA. CONTÉM 
INFORMAÇÕES FICTÍCIAS. 
 
 
 
 
 
206 
 
 
 
 
6 
 Os acidentes envolvendo Espaços Confinados, em sua grande maioria, 
produzem vítimas fatais. No entanto sabemos que o desconhecimento sobre os 
riscos existentes e as ações necessárias para seu efetivo controle visando a 
realização de uma entrada segura são os principais causadores de acidentes em 
ambientes confinados. Uma grande parcela de 16 acidentes em Espaços 
Confinados poderia ser evitada através do conhecimento de medidas eficientes. 
 Por isso se determina que se realize a Análise Preliminar de Riscos (APR) 
a fim de detectar os riscos ocupacionais existentes nos locais confinados 
presentes na planta da empresa. Essa Norma Regulamentadora define a Análise 
Preliminar de Riscos (APR) como a “avaliação inicial dos riscos potenciais, suas 
causas, consequências e medidas de controle”. 
 Em adição a riscos ambientais e ergonômicos, o trabalho em Espaços 
Confinados apresenta condições que exigem a avaliação e o monitoramento 
constante das condições atmosféricas, com o propósito de mantê-las aceitáveis 
para a entrada e realização do serviço por parte dos trabalhadores autorizados. 
 Em nosso país a Norma Regulamentadora 33 – Segurança e Saúde nos 
Trabalhos em Espaços Confinados estabelece os requisitos fundamentais para 
a realização de trabalhos em Espaços Confinados, contudo esta é 
predominantemente disciplinadora, deixando uma lacuna por não abordar os 
procedimentos de caráter técnico, necessários para a execução segura dos 
trabalhos nestes ambientes. Existem ainda, como referências normativas, a 
ABNT - NBR 14787- Espaço Confinado – Prevenção de Acidentes, 
Procedimentos e Medidas de Proteção, e a ABNT – NBR 14606 - Posto de 
Serviço – Entrada em Espaço Confinado. A primeira estabelece os 
procedimentos de segurança em Espaços Confinados de forma genérica, ao 
passo que a segunda aborda especificamente os tanques subterrâneos. Todavia 
 
 
 
 
207 
 
 
 
 
7 
estas normas não são suficientes para suprir as necessidades técnicas para o 
complexo tema representado pelo trabalho em Espaços Confinados. 
 O estudo sobre os Espaços Confinados é bastante amplo e, infelizmente, 
ainda pouco explorado pela literatura técnica, carecendo de fontes de pesquisa 
para o público interessado. Temos plena consciência que não supriremos 
completamente esse hiato, contudo sabemos que aqui está prestada uma 
importante contribuição para a segurança do trabalho. Sendo ainda fundamental 
o desenvolvimento de outras pesquisas sobre o tema, enfocando medidas 
específicas do trabalho em local confinado objetivando contribuir 
substancialmente com este tipo de atividade cujos riscos são iminentes. 
 
 
1.1Objetivos 
 
Desenvolver um Programa de Gestão de Segurança e Saúde para o trabalho em 
Espaços Confinados, produzindo conhecimentos que possibilitem auxiliar os 
profissionais de segurança a tarefa de reconhecer, avaliar e controlar os riscos 
existentes em Espaços Confinados. 
Oferecer uma ferramenta de apoio que corrobore o conhecimento e a preparação 
dos profissionais envolvidos nos trabalhos em espaços confinados. 
Definir a metodologia mais adequada para a identificação e avaliação de 
Espaços Confinados. 
Identificar os riscos ocupacionais existentes em Espaços Confinados e suas 
Respectivas medidas preventivas. 
 
 
 
 
 
208 
 
 
 
 
8 
1.2 Justificativa 
 
O presente projeto de pesquisa se justifica pela necessidade imperiosa de 
apresentar ao setor de segurança ocupacional uma produção textual que 
contribua com a preservação da segurança e saúde dos trabalhadores que 
realizam trabalhos em Espaços Confinados. A Norma Regulamentadora 33 – 
Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados, a 
ABNT NBR 14787- Espaço Confinado – Prevenção de Acidentes, 
Procedimentos e Medidas de Proteção e a ABNT NBR 14606 - Posto de Serviço 
– Entrada em Espaço Confinado, que compõem as referências normativas sobre 
o assunto no Brasil deixam uma lacuna em relação aos procedimentos de caráter 
técnico. O que torna estas normas insuficientes para suprir as necessidades 
técnicas para o complexo tema representado pelo trabalho em Espaços 
Confinados.209 
 
 
 
 
9 
1.3 Metodologia 
 
 
 SEGUE MODELO: 
 
A presente pesquisa pode ser definida como exploratória que segundo Gil (1200) 
apud Silva e Menezes (1978) “visa proporcionar maior familiaridade com o 
problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses.” Conforme 
esses autores esta tipologia de pesquisa envolve levantamento bibliográfico, 
bem como entrevistas e análises de exemplos que possibilitem compreensão. 
Uma pesquisa exploratória geralmente “assume a 
Forma de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso” (Ibid. 2001 p.21). 
Os procedimentos técnicos utilizados para elaboração deste trabalho foram a 
Pesquisa Bibliográfica que segundo assevera Gil (1991) apud Silva e Menezes 
(2001 p. 22) ocorre “Quando elaborada a partir de material já publicado, 
constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com 
material disponibilizado na Internet”. 
E a Pesquisa Documental que segundo define Gil (8888) apud Silva e Menezes 
(2001 p. 22) “quando elaborada a partir de materiais que não receberam 
tratamento analítico”. 
Utilizou-se de obras da literatura especializada, bem como documentos sobre o 
tema, como é o caso das Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do 
Trabalho, Normas Brasileiras de Recomendação (NBR) da Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT) e Manuais Técnicos. 
 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
Comentado [LSR6]: Apresentar de forma breve o tipo de 
metodologia que será usada na exploração do tema 
(pesquisa de campo ou pesquisa bibliográfica). 
o Especificar as técnicas a serem empregadas nas 
etapas previstas para o trabalho. 
 
 
 
 
 
2010 
 
 
 
 
10 
 
 
2.1. Segurança do Trabalho 
 
 A segurança do trabalho é fundamental para qualquer empresa, 
independentemente de seu tamanho ou setor econômico. Está intimamente 
ligada a aspectos humanos, sociais e econômicos, haja vista que sua 
observância é fundamental para a preservação da integridade física dos 
trabalhadores. A segurança é uma das funções complementares vitais que 
devem ser exercidas pelas organizações (AGUA 2007). Atuar de maneira 
preventiva em segurança no trabalho evita ou minimiza os riscos de acidentes, 
tornando-se uma medida fundamental à vida e à saúde do trabalhador (RANGEL 
et. al. 2010 p. 38). 
 O conceito de segurança do trabalho pode ser entendido como uma série 
dê procedimentos que pretendem resguardar a integridade física e mental dos 
trabalhadores, ou seja, protegê-los de situações que possam causar danos a sua 
saúde. Para Cardella1 (1999 apud PENINA 2007) a segurança é um conjunto de 
ações executadas com o objetivo de prevenir perdas na força de trabalho 
provocada por agentes agressivos. 
Segundo Tavares (2010 p. 57) a segurança do trabalho possui caráter preventivo 
ou corretivo e tem como objetivo “proteger os trabalhadores dos riscos de 
acidentes implicados em um processo de trabalho ou na realização de uma 
tarefa”. Para a Organização Internacional do Trabalho - OIT (2011) trata da 
prevenção de acidentes e de doenças profissionais bem como da proteção e 
promoção da saúde dos trabalhadores. A segurança do trabalho preocupa-se 
com toda e qualquer ocorrência que interfira na continuidade de qualquer 
processo produtivo, independente se este tenha resultado lesão corporal, perda 
 
 
 
 
2011 
 
 
 
 
11 
material, perda de tempo ou a combinação destes três fatores. (FIESP 2003). 
Segundo as palavras de Zocchio2 (1980 apud RAMOS 2009 p. 24): 
 
Segurança do trabalho é um conjunto de medidas técnicas, administrativas, 
educacionais, médicas e psicológicas aplicadas para prevenir acidentes nas 
Atividades das empresas. Indispensável à consecução plena de qualquer 
trabalho, essas medidas têm por finalidade evitar a criação de condições 
inseguras e corrigidas quando existentes nos locais ou meios de trabalho, bem 
como preparar as pessoas para a prática de prevenção de acidentes. 
 
 A segurança do trabalho pode ser considerada uma ciência porque conforme 
asseveram Anjos et. al. (2004 p.44): 
 
(...) está baseada em fatos comprováveis, empíricos e analisáveis por método, 
cientifico por meio da Física, Química, Bioquímica, Toxicologia, Medicina, 
Engenharia e Saúde Pública. Por outro lado também são consideradas a 
individualidade de cada trabalhador e as características da atividade e do local 
trabalho. 
 
 
 
2.2. SESMT: Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e 
Medicina do Trabalho 
 
 
 A promoção da segurança do trabalho dentro das empresas está a cargo do 
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, ou 
Comentado [LSR7]: São os elementos retirados dos 
documentos pesquisados que se mostraram relevantes para 
corroborar as ideias desenvolvidas pelo autor do trabalho. É a 
menção de uma informação colhida em outra fonte. Pode 
haver dois tipos de citação: 
Transcrição ou citação textual e, Paráfrase ou citação livre. 
 
 
 
 
2012 
 
 
 
 
12 
SESMT. Este instrumento tem sua obrigatoriedade estabelecida pelo Artigo – 
162 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943) 4. Sua 
instituição foi aprovada através da Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 
1978, que determinou a criação das Normas Regulamentadoras 
(NR), estando sua regulamentação presente na NR 4 (BRASIL 1978). 
 
 
 
O CEFET é uma organização vertical com acesso a todos os níveis hierárquicos, 
que lidera o desenvolvimento, a orientação, e o controle do programa de 
segurança, segundo as leis vigentes e a política da empresa. Está regido por 
normas e legislação, tendo por tanto atribuições claramente definidas do ponto 
de vista legal 
(TAVARES 2010 P. 59). 
 
 Conforme a NR 4 (BRASIL 1978) todas as empresas, públicas ou privadas 
que possuam funcionários regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT) (BRASIL 1943), tem a obrigatoriedade de constituir um SESMT, formado 
por profissionais habilitados, com efetivo dimensionado conforme o grau de risco 
da atividade e número de funcionários. É conveniente ressaltar que algumas 
empresas poderão contratar os serviços de SESMT de sindicatos, associações 
de categoria de atividade ou empresas terceirizadas. O SESMT será formado 
por. Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do 
Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho e Técnico de Segurança do 
Trabalho. Sendo obrigatório o registro profissional no órgão de classe da 
categoria ou no Ministério do Trabalho. 
 
 
 
 
 
2013 
 
 
 
 
13 
 
2.3. CIPAC: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Ciclovia 
 
 
 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, ou CIPA é um grupo formado 
por representantes da empresa e dos trabalhadores, este instrumento tem o 
como objetivo a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, sua 
regulamentação prevista nos Artigos 162 a 165 da CLT (BRASIL 1943) e suas 
disposições estão contidas na NR 5 (BRASIL 1999) do Ministério do Trabalho, 
“a CIPA também é regida por legislação, de modo que deve atuar de acordo com 
ela” (TAVARES 2010p. 60). Segundo Chiavenato (2002 apud SANTOS 2008) a 
24 CIPAC tem a função de apontar os atos inseguros e as condições de 
segurança, fiscalizando o que já existe enquanto o SESMT desenvolve as 
soluções. 
 Tavares (op. cit. 2010 p. 60) destaca que a CIPA deve atuar “articuladamente 
com o programa de segurança do trabalho da empresa, estando e entrosamento 
pleno com o SESMT”.De constituição obrigatória para todas as entidades que 
mantenham trabalhadores como empregados a CIPA é composta por 
funcionários escolhidos entre seus companheiros através de processo eleitoral 
e por representantes da empresa, com número de membros dimensionado 
conforme especifica a NR 5 (BRASIL 1999). É conveniente ressaltar que a NR5 
(BRASIL 1999) determina este dimensionamento a partir da atividade econômica 
da empresa e do número de funcionários.2014 
 
 
 
 
14 
 
 
 
2.4. EPI: Equipamento de Proteção Individual 
 
 Equipamento de Proteção Individual (EPI) é a denominação aplicada a todos 
os equipamentos utilizados pelo trabalhador para garantir-lhe a segurança no 
exercício de determinada função, protegendo-o de um ou vários riscos 
simultâneos. Conforme Ayres e 25 Correa5 (2001 apud Ramos 2009) os EPIs 
desempenham importante papel na redução das lesões provocadas pelos 
acidentes do trabalho e das doenças profissionais. 
 A NR 6 (BRASIL 2001) define Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
como: “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, 
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde 
no trabalho”. 
 Ainda conforme esta norma, Equipamento Conjugado de Proteção Individual 
é definido como “todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante 
tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente 
e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”(BRASIL 
2011). 
 Ou seja, equipamento fabricado para prevenção de mais de um risco 
concomitante, como os capacetes com óculos acoplados, ou os capacetes com 
protetores auriculares. 
 A legislação determina que o empregador deve fornecer ao empregado os 
EPIs necessários ao exercício das suas atividades profissionais em segurança. 
Conforme assevera o 
 
 
 
 
2015 
 
 
 
 
15 
Artigo 166 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL 1943) e o item 
6.3 da NR 
6 (BRASIL 2001): 
 
 
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento 
de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação 
e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam 
completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos 
empregados. 
 
Conforme a NR 6 (BRASIL 2001) existem circunstâncias específicas em que o 
empregador deve fornecer o EPI aos seus empregados. São elas as seguintes: 
 
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção 
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do 
trabalho; 
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; 
c) para atender situações de emergência. 
O EPI deve atender as peculiaridades de cada atividade profissional, contudo, 
além de ser adequado aos seus riscos específicos, deverá também considerar a 
diversidade das características físicas de cada usuário, como a antropometria 
(dimensões dos segmentos corporais), o uso das mãos (destros e canhotos), 
dificuldades de visão e os riscos reais durante a execução da atividade 
(GONZAGA 2002). 
 
 
 
 
2016 
 
 
 
 
16 
Os Equipamentos de Proteção Individual têm utilização contínua durante todo o 
período de trabalho, por isso a Organização Internacional do Trabalho - OIT6 
(2001 apud Gonzaga 2002 p. 28) considera que: 
 
 
(...) é importante que o EPI seja apropriado, ou seja, adequado ao tamanho do 
trabalhador, pois muito apertado ou muito frouxo, por exemplo, causa 
desconforto e desencoraja o seu uso contínuo durante toda a jornada de 
trabalho. 
 
 A determinação do EPI a ser utilizado é de competência do Serviço 
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
(SESMT), a partir dos relatórios da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes 
(CIPA). 
 
 Existem obrigações que devem ser cumpridas por empregadores, 
empregados e fabricantes/importadores em relação ao EPI para que haja a plena 
segurança durante a execução das atividades. Estas obrigações são 
apresentadas na NR 6 (BRASIL 2001), entretanto não vamos nos ater ao 
assunto por não fazer parte do escopo do presente trabalho. 
Contudo, deve-se destacar que o empregador tem por obrigação adquirir o EPI 
adequado ao risco de cada atividade, treinar o empregado sobre o uso correto 
deste, e exigir seu uso. Compete também ao empregador fornecer equipamento 
em conformidade com órgão nacional competente, e substituí-lo em caso de 
dano, bem como garantir sua higienização e manutenção. Ao passo que o 
empregado deve utilizá-lo apenas conforme a atividade a que se destina, deve 
cumprir as determinações do empregador sobre seu uso correto, zelar por sua 
 
 
 
 
2017 
 
 
 
 
17 
guarda e conservação e, em caso de qualquer dano ou alteração que o torne 
impróprio para o uso, deve comunicar imediatamente ao empregador. 
 
 É importante ressaltar que todo EPI fabricado no Brasil ou importado deve 
possuir o Certificado de Aprovação (CA), conforme o Artigo 167 da Consolidação 
das leis do Trabalho “O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda 
ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do 
Trabalho.” O Certificado de Aprovação (CA) é expedido pelo Ministério do 
Trabalho e deve ser renovado após a expiração do seu prazo de validade, que 
pode ser de 5 (cinco) anos ou 2 (dois) conforme avaliação de qualidade do 
Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
(SISNMETRO). 
 
 
 
2.5. Riscos Ocupacionais 
 
 
 É fundamental a realização da identificação e avaliação dos riscos 
ocupacionais presentes no ambiente de trabalho. Afinal, o trabalhador exposto a 
agentes de riscos pode desenvolver uma doença, que o incapacitará para o 
trabalho; este será afastado e, ao retornar, poderá ser acometido novamente 
pela moléstia, caso não sejam controlados os agentes de risco presentes no 
ambiente de trabalho. Desta forma estaremos agindo na consequência e não 
na causa (BREVIGLIERO et. al. 2010). Para Hoffmann et. al. (2010 p. 165) “risco 
aceitável é aquele reduzido a um nível que pode ser tolerado pela organização 
 
 
 
 
2018 
 
 
 
 
18 
levando em consideração suas obrigações legais e sua própria política de SST 
(Saúde e Segurança do Trabalho)” 
 Na literatura técnica é recorrente a utilização do termo risco, embora alguns 
autores também mencionem o termo perigo. É importante elucidar a diferença 
entre ambos. Perigo é a fonte, circunstância, ato ou situação com potencial de 
provocar perdas em termos de danos à saúde, à integridade física, prejuízos à 
propriedade, prejuízos ao ambiente de trabalho ou uma combinação entre eles, 
enquanto risco é a combinação da frequência, da probabilidade, das 
consequências de ocorrência de uma situação de perigo, ou da exposição com 
gravidade da doença ou lesão que pode ser causada pela situação. (LAPA 2006; 
HOFFMANN et. al. 2010). 
 O risco é, portanto, a combinação da probabilidade de ocorrência e a 
proporção de um evento indesejado (ANJOS et. al. 2004). 
Os riscos ambientais são classificados em riscos físicos, químicos e biológicos 
conforme sua natureza e suas características básicas (ANJOS et. al. 2004). A 
NR 9 - Programa De Prevenção de Riscos Ambientais (BRASIL 1978) 
caracteriza como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos 
presentes nos ambientes de trabalho conforme sua função, natureza, 
concentração, intensidade e tempo de exposição. Contudo além dos agentes 
citados na NR 9 (BRASIL 1978), existem outros fatores de risco presentes nos 
ambientes de trabalho que devem ser considerados. Como é o caso dos riscos 
ergonômicos contemplados pela NR 17 – Ergonomia (BRASIL 1978) que tem 
como objetivo estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições 
de trabalho às características do trabalhador, de forma a lhe propiciar conforto, 
segurança e eficiência. De acordo com as palavras de (FANTAZZINI e OSHIRO 
2007 p. 19). 
 
 
 
 
 
2019 
 
 
 
 
19 
Os agentes ambientais que a higiene ocupacional tradicionalmente considera 
são os chamados agentes físicos, químicos e biológicos. Essa consideração 
pode ser ampliada, levando em conta outros fatores de estresse ocupacional, 
como aqueles considerados na ergonomia, por exemplo (que tambémpodem 
causar desconforto e doenças). É evidente que as duas disciplinas se interligam 
e sua interação deve ser sinergética, antes que antagônica; 
 
2.6. Acidente do Trabalho 
 
 A definição de Acidente do Trabalho segundo a NBR 14.280 Cadastro de 
acidente do trabalho - Procedimento e classificação (ABNT 2001 p.2) é: 
“Ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o 
exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal”. Ainda de 
acordo com a NBR 14.280 (ABNT 2001), são acidentes as ocorrências 
resultantes de um determinado momento, quanto às provenientes de exposições 
continuas ou intermitentes, que só podem ser identificadas após um período de 
tempo. A Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, do Ministério da Previdência e 
Assistência Social (MPAS) em seu Artigo 19 estabelece que: 
 
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da 
empresa ou pelo exercício do trabalho (...) provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. 
 
 Contudo Ramos (2009) assevera que em Acidentes em local de trabalho 
também podem não ocorrer lesões e mesmo assim devem ser averiguados. 
 
 
 
 
2020 
 
 
 
 
20 
Afinal que todo acidente causa perdas, e se não forem no campo das pessoas, 
será do campo material ou ambiental. 
 
 A referida Lei em seu Artigo 20 considera Acidente do Trabalho todas as 
moléstias que podem ocorrer devido à atividade laboral, essa lei classifica estas 
moléstias em doença profissional e doença do trabalho. Sendo que doença 
profissional é compreendida como a “produzida ou desencadeada pelo exercício 
do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação 
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência 
Social”. Enquanto doença do trabalho é compreendida como a “adquirida ou 
desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado 
e com ele se relacione 32 diretamente”. Cabe ressaltar que o funcionário em 
período de descanso ou refeição, bem como durante a satisfação de 
necessidades fisiológicas em local ou horário de trabalho está 
ainda em exercício de trabalho (ABNT 2001; BRASIL 1991). Durante o percurso 
da residência para o local de trabalho ou deste para aquela qualquer acidente 
que ocorra com o trabalhador é denominado Acidente de Trajeto (ABNT 2001; 
BRASIL 1991). A legislação também considera Acidente de Trabalho situações 
de agressão, sabotagem, ofensa física, imperícia, negligência ou imprudência de 
companheiro de trabalho ou de terceiros, bem como atos de indivíduo privado 
da razão, além de inundações, desabamentos, incêndios e outros sinistros 
(BRASIL 1991). 
 O conceito de Acidente do Trabalho é muito amplo, não se limitando apenas 
ao local de trabalho, mas compreendendo o trajeto e os acontecidos em função 
do trabalho (RAMOS 
2009). 
 
 
 
 
2021 
 
 
 
 
21 
 É fundamental o conhecimento das causas dos Acidentes do Trabalho para 
que se possa evitá-los. Basicamente a literatura sobre o assunto aponta como 
causas para os Acidentes do Trabalho o ato inseguro ou a condição insegura. O 
ato inseguro é definido como a “ação ou omissão que, contrariando preceito de 
segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente” (ABNT 2001 p. 
2). O ato inseguro é atribuído ao fator humano, ou seja, a não observância das 
regras de segurança na execução de uma tarefa (RAMOS 2009). A condição 
insegura está relacionada ao ambiente de trabalho e engloba as falhas, defeitos 
ou irregularidades técnicas presentes no ambiente de trabalho que 
comprometam a segurança (ABNT 2001; RAMOS 2009). 
 Cabe a empresa eliminar ou minimizar a possibilidade de ocorrência de 
Acidentes do Trabalho através da promoção da segurança do trabalho. Os 
Acidentes do Trabalho representam um grande problema social, econômico e de 
saúde pública (ALMEIDA & BRANCO 2011). De acordo com Brasil (2005 p. 13): 
 
Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças 
decorrentes do trabalho apresentam fatores extremamente negativos para a 
empresa, para o trabalhador acidentado e para a sociedade. 
 
3. SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 
 
 Os sistemas de gestão são um conjunto de procedimentos e práticas adotados 
pelas organizações com finalidade de atingir seus objetivos de maneira eficiente. 
Para Hoffmann 
et.al. (2011) um sistema de gestão é uma ferramenta para estabelecer política e 
objetivos, e para atingir estes objetivos. “Sistemas de gestão são modelos 
administrativos que pretendem responder à necessidade de modernização das 
 
 
 
 
2022 
 
 
 
 
22 
organizações” (RICHERS 2009 p.12). Os sistemas de gestão se apóiam em 
alguns princípios fundamentais para seu funcionamento. 
Entre estes se destacam o foco da organização em seus clientes, independente 
de sua área de atuação. Hoffmann et. al. (2010) destacam que as organizações 
não sobrevivem sem seus clientes, por esse motivo buscam de forma incessante 
o desenvolvendo de estratégias para identificar e suprir suas necessidades. A 
liderança também é um principio fundamental, haja 
vista que são os lideres os responsáveis por estabelecer a unidade dos 
propósitos e rumos da organização (HOFFMANN et. al. 2010). O envolvimento 
das pessoas de todos os níveis hierárquicos da organização é outro fator 
essencial para um sistema de gestão. Assim como o conhecimento das inter-
relações existentes entre os diversos subprocessos que fazem parte do 
processo principal da organização. “Identificar e compreender essas inter-
relações e interdependências amplia significativamente a eficácia de uma 
organização no que diz respeito ao alcance de seus objetivos (HOFFMANN et. 
al. 2010 p. 33). 
 
O desempenho do sistema depende de como cada parte interage entre si e não 
de como elas agem quando tomadas separadamente. Desse modo, quando se 
introduzem melhorias separadamente em uma das partes de um sistema, o 
desempenho do sistema pode não apresentar os resultados desejados 
(BARREIROS 
2002 p. 17). 
 
 A busca da melhoria contínua é outro ponto fundamental dentro dos sistemas 
de gestão. 
 
 
 
 
 
2023 
 
 
 
 
23 
Alcançar patamares cada vez mais satisfatórios de desempenho da organização 
– é nisso que consiste a melhoria continua. Pode ser incremental, com 
melhoramentos pequenos e graduais; ou de ruptura, por meio da inovação que, 
em geral, mediante investimentos em tecnologia e equipamentos efetiva 
melhoramentos radicais 
(HOFFMANN et. al. 2010 p. 38). 
 
 
 O sucesso de um sistema de gestão envolve a necessidade de determinar 
parâmetros de avaliação que abordem de forma sistêmica os aspectos 
operacionais, bem como a política, o gerenciamento e o comprometimento da 
alta administração com o processo e mudança e melhoria contínua dos 
processos (BORGES 2009). 
 Um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) é a 
parte de um sistema global de gestão de uma organização que procura controlar 
de perigos e riscos inerentes à Segurança e Saúde e no Trabalho (SST), através 
de uma abordagem estruturada e planejada em suas dimensões: segurança 
industrial, higiene do trabalho, ergonomia, psicologia, sociologia e organização 
do trabalho, envolvendo toda a estrutura da organização e todos os influenciados 
pelas atividades, maquinários, produtos e processos da organização que 
possam provocar acidentes, implementando um processo proativo de melhoria 
contínua 
(HOFFMANN et. al. 2010). 
 A existência do Sistema de Gestão da SST fundamental para alcançar 
melhorias no desempenho da SST, contudo, sua existência precisa ser 
permanentemente confrontada com a realidade, para que seus limites sejam 
perfeitamente compreendidos (BARREIROS 2002). 
 
 
 
 
202424 
 De acordo com Hoffmam et. al. (2010), para o sucesso da implantação de 
um SGSST como parte de uma gestão organizacional é necessário: 
 
 Incluir a gestão de SST nas prioridades corporativas; 
 Identificar os requisitos legais e outros aplicáveis às atividades, produtos 
e serviços; 
 Comprometer-se com práticas de SST; 
 Avaliar e monitorar o desempenho da SST; 
 Proporcionar os recursos necessários; 
 Promover a harmonização do SGSST com os outros sistemas de gestão; 
 Envolver todos da força de trabalho; 
 Prover maior ênfase à pro atividade do que à reatividade; 
 
 O foco do SGSST deve ser: 
 
 Prevenir em vez de corrigir; 
 Planejar todas as atividades, os produtos e processos; 
 Estabelecer critérios; 
 Coordenar e integrar partes; 
 Monitorar continuamente; 
 Melhorar sempre. 
 
 
4. ESPAÇOS CONFINADOS 
 
4.1. Conceito de Espaço Confinado 
 
 
 
 
2025 
 
 
 
 
25 
 
 
 A literatura especializada sobre Espaço Confinado é bastante escassa e 
incipiente, havendo pouquíssimas referências sobre o assunto. No Brasil a 
definição mais recorrente para Espaços Confinados é a presente na NR 33 – 
Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados (BRASIL 2006): 
 
Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação 
humana continua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja 
ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa 
existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. 
 
Entendimento semelhante é apresentado pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT) através da NBR 14787 - Espaço Confinado – Prevenção de 
Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção (2001 p. 3) que considera 
Espaço Confinado: 
 
 
Qualquer área não projetada para ocupação contínua, a qual tem meios limitados 
de entrada e saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para remover 
contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que 
possam existir ou se desenvolver. 
 
 Krzyzaniak (2010) considera a definição de Espaço Confinado presente na 
NBR14787 (ABNT 2001) mais ampla que a apresentada pela NR 33 (BRASIL 
2006), devido a utilização do termo “desenvolver” que segundo este pesquisador 
torna mais abrangente a definição. Esta visão é reforçada pelo fato de atividades 
 
 
 
 
2026 
 
 
 
 
26 
como soldagem, corte, pintura, ou utilização de solventes podem provocar 
alterações em certos espaços confinados. 
Santos e Brito (2008) observam certas semelhanças entre as definições de 
Espaço Confinado adotadas por diversas entidades normativas e fiscalizadoras 
de outras nações. Contudo a análise da bibliografia sobre Espaços Confinados 
revela a ausência de um consenso sobre sua definição, pois mesmo havendo 
semelhanças entre os conceitos existem alguns mais abrangentes e outros mais 
específicos (ARAUJO 2006). 
 
 Segundo a Occupational Safety and Health Administration (OSHA) (apud 
SANTOS e BRITO 2008) os Espaços Confinados podem ser caracterizados 
pelos seguintes critérios: 
 
 É grande o suficiente e configurado de tal forma que um trabalhador nele 
pode entrar e desempenhar uma tarefa que lhe foi atribuída; 
 Tem meios limitados ou restritos para entrada e saída; 
 Não foi previsto para ocupação humana contínua; 
 Contém qualquer perigo a segurança ou saúde reconhecidamente sérios. 
 
De acordo com a American National Standards Institute (ANSI 1989) 
citado por Araújo (2006) Espaços Confinados são áreas fechadas com as 
seguintes características: 
 
 Sua função principal é qualquer uma exceto a ocupação humana; 
 Possui entrada e saída restrita; 
 Pode conter potencial para riscos ou perigos conhecidos. 
 
 
 
 
 
2027 
 
 
 
 
27 
 Araújo (2006) e Santos e Bonfim (2008) destacam a definição apresentada 
pela National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1997) que 
considera os Espaços Confinados como áreas com limitações de entrada e 
saída, ventilação natural deficiente, que contem ou produz contaminantes no ar 
e não é projetado para a ocupação humana. É importante observar que NIOSH 
propõe uma classificação para gradação de riscos em Espaços Confinados: 
 
Classe A: São aqueles que apresentam situações que são imediatamente 
perigosos para a vida ou a saúde. Incluem os espaços que tem deficiência em 
oxigênio ou contêm explosivos, inflamáveis ou atmosferas tóxicas; 
 
Classe B: Não apresentam ameaça/perigo para a vida ou a saúde, mas têm o 
potencial para causar lesões ou doenças se medidas de proteção não forem 
usadas; 
 
Classe C: São aqueles onde quaisquer riscos apresentados são insignificantes, 
não requerendo procedimentos ou práticas especiais de trabalho. 
Muitas empresas da área industrial possuem normas internas e manuais de 
segurança para trabalhos em espaços confinados. Geralmente estas se utilizam 
do conceito presente na 
NR 33 (BRASIL 2006) ou NBR 14787 (ABNT 2001), porém algumas adotam sua 
própria definição. Como é o caso da empresa Petrobrás, que segundo sua 
Norma N 2637 (2002), Espaço Confinado é todo espaço. seja grande o suficiente 
e configurado de forma que o empregado possa entrar e executar um trabalho; 
 
 
 
 
 
2028 
 
 
 
 
28 
 Possua meios limitados ou restritos para entrada ou saída (por exemplo, 
tanques atmosféricos, vasos de pressão, torres de processo, reatores, 
silos, 
 Caixas de passagem, tanques de carga e lastro, fornos, entre outros); 
 Não seja projetado para a permanência contínua de pessoas. 
 
 A empresa International Paper do Brasil em sua OSHSMT8- 200703: 
Trabalho em Espaços Confinados (2007) nos trás a seguinte definição para este 
tipo de ambiente laboral: 
 
(...) espaço com dimensões e aberturas limitadas para entrada e saída, 
ventilação natural desfavorável que pode conter ou produzir contaminantes de 
ar, pode conter produto que possa envolver ou sufocar quem nele se introduzir, 
e que não é recomendado para ocupação contínua de pessoas. 
 
 O Grupo Mahle do Brasil em seu Procedimento de Segurança Ocupacional-
Entrada em Espaço Confinado (2008 p. 1) apresenta uma definição bastante 
abrangente para os Espaços Confinados: 
 
É todo e qualquer local ou equipamento largo o suficiente e de tal forma 
configurado, em que existe a possibilidade de um trabalhador inserir a cabeça, 
o 
tórax ou o corpo inteiro, que possui meios limitados de entrada/saída, que não é 
projetado para ocupação contínua de um trabalhador. 
 
 Ainda segundo o manual técnico desta empresa os Espaços Confinados 
possuem qualquer uma das características descritas: 
 
 
 
 
2029 
 
 
 
 
29 
 
 Contém ou possui potencial para conter atmosfera perigosa (contaminada 
por vapores, gases e/ou poeiras, inflamáveis, tóxicas e/ou explosivas, ou 
com deficiência ou excesso de oxigênio); 
 Contém material capaz de encobrir totalmente seus ocupantes, causando 
asfixia; 
 Possui configuração interna capaz de aprisionar ou asfixiar seus 
ocupantes; 
 Possui potencial para sérios danos à saúde e à integridade física de seus 
ocupantes, tais como: choque elétrico, radiação, movimentação de 
equipamentos mecânicos internos ou stress calórico. 
 
 A definição proposta pelo Grupo Mahle além de abordar os riscos 
atmosféricos, no tocante a explosividade e toxidade, também faz menção a 
riscos físicos e riscos mecânicos, como é o caso de aprisionamento que pode 
ocorrer retendo o trabalhador no interior do Espaço Confinado ocasionando 
lesão ou morte, enquanto as outras definições igualmente importantes omitem 
esta questão. A partir destas exposições é possível compreender os possíveis 
riscos existentes no trabalho em Espaços Confinados. No entanto é fundamental 
que se tenha em mente que não há Espaços Confinados iguais embora guardem 
semelhanças. Brevigliero et. al. (2010 p. 196) exemplificam algunsEspaços 
Confinados presentes no ambiente industrial: 
 
 Reatores, tanques, vasos e outros equipamentos industriais, com acesso 
limitado, onde poderá haver contaminação por gases, vapores ou produtos 
asfixiantes, como consequência do uso ou condição do ambiente. 
 
 
 
 
 
2030 
 
 
 
 
30 
 Estes autores destacam ainda a presença de Espaços Confinados fora dos 
ambientes industriais como trabalhos de perfuração de poços e outros ambientes 
fechados como porões, valas de inspeção, dutos subterrâneos, espaços abertos 
com mais de 1,5 m de altura entre outros (op. cit. 2010 p. 196). Os Espaços 
Confinados também podem ser caracterizados em galerias subterrâneas de 
sistemas de esgoto, túneis, cisternas e caixas d’água. 
 Segundo McManus9 (1998) apud AMBRÓSIO e FERREIRA (2007) o termo 
Espaço Confinado é tradicionalmente utilizado como referência a equipamentos 
específicos como tanques, vasos, poços, silos entre outros, o que torna esta 
definição restritiva por não contemplar uma série de instalações e equipamentos. 
Para este autor qualquer instalação ou equipamento onde haja pessoas 
trabalhando podem ser ou tornar-se um Espaço Confinado. 
Esta ideia é reforçada por Brevigliero et. al. (2010), estes autores asseveram que 
alguns locais domésticos, como banheiros podem se transformar em ambientes 
confinados, em casos de utilização de aquecimento a gás onde a tiragem de 
gases de combustão não é feita de 
 
 
4.4. Riscos em Espaços Confinados 
 A partir da leitura das definições de Espaços Confinados apresentadas por 
diversos 
autores e instituições e da observação dos dados sobre acidentes envolvendo 
este ambiente de trabalho é possível perceber que riscos são mais recorrentes. 
Como observa Scardino (1996 apud ARAÚJO 2006) a importância do conceito 
está diretamente ligada a análise de riscos e a identificação deste ambientes na 
planta da empresa. Os riscos atmosféricos são predominantes em Espaços 
Confinados os relacionados com a atmosfera do ambiente. 
 
 
 
 
2031 
 
 
 
 
31 
 No entanto há uma série de outros possíveis riscos presentes nos diversos 
tipos de Espaços Confinados existentes nas diversas atividades produtivas. Os 
principais riscos presentes em Espaços Confinados são “a deficiência de 
oxigênio, explosão e incêndio, riscos elétricos, soterramento e engolfamento, 
riscos ergonômicos, queda de objetos, riscos químicos e quedas” (KRZYZANIAK 
2010 p. 32). Rekus (1994 apud ARAÚJO 2006; KRZYZANIAK 2010) divide os 
riscos presentes em Espaços Confinados em duas categorias distintas: riscos 
atmosféricos e riscos físicos. 
 
 Os riscos atmosféricos citados por Rekus (1994) são a atmosfera deficiente 
ou enriquecido em oxigênio, existência de gases explosivos, vapores tóxicos ou 
contaminantes do ar. Enquanto os riscos físicos descritos são relacionados à 
movimentação de equipamentos mecânicos, contato com equipamentos e 
condutores elétricos energizados, radiações ionizantes e não-ionizantes, 
materiais sólidos finamente divididos que podem soterrar ou engolfar, líquidos 
ou fluidos, e também quedas de ferramentas e materiais que níveis mais 
elevados que podem atingir os trabalhadores. 
 Alguns autores classificam os riscos existentes em Espaços Confinados em 
gerais e específicos (CAMPOS 2011; NUNES 2011). Campos (2011) destaca a 
presença de riscos gerais associados “às condições materiais do espaço e da 
execução do trabalho,” e de ricos específicos, que devem ser verificados antes 
da liberação da entrada em Espaço Confinado. 
Embora haja esta variação conceitual, ressaltamos que cara risco existente em 
um Espaço Confinado deve ser analisado de forma subjetiva. 
 
 
4.4.1. RISCOS GERAIS EM ESPAÇOS CONFINADOS 
 
 
 
 
2032 
 
 
 
 
32 
 
 Riscos Gerais presentes em Espaços Confinados, identificados a partir de 
Campos (2011), Nunes (2011) e NR 33 (2006): 
a. Riscos mecânicos: 
b. Equipamentos que podem ser ligados intempestivamente; 
c. Choques e golpes, batidas, elementos salientes, dimensões 
reduzidas da boca de entrada, obstáculos no interior, etc.; 
B. Esmagamentos, soterramentos, afogamentos, engolfamento 
(envolvimento e captura de uma pessoa por líquidos ou sólidos finamente 
divididos); 
a. Riscos de choque elétrico por contato com partes metálicas, que 
acidentalmente podem estar com tensão; 
b. Quedas em diferentes níveis ou no mesmo nível; 
c. Quedas de objetos no interior enquanto se está trabalhando; 
d. Posturas incorretas; 
e. Iluminação deficiente; 
f. Espaço contendo água; 
g. Presença de animais peçonhentos no Espaço Confinado; 
h. Riscos de contaminação por agentes biológicos; 
i. Ambiente físico agressivo: quente ou frio; com ruídos e vibrações 
(martelos pneumáticos, esmeril, etc.); 
j. Fadiga dos trabalhadores; 
k. Riscos derivados de problemas de comunicação entre interior e 
exterior. 
 
 
 
 
 
 
 
2033 
 
 
 
 
33 
4.4.2. RISCOS ESPECÍFICOS EM ESPAÇOS CONFINADOS 
 
 
 Riscos relacionados às condições atmosféricas dos Espaços Confinados, sua 
verificação é fundamental para a autorização da qualquer entrada. São 
ocasionados pelo enriquecimento e deficiência de oxigênio; a presença de 
substâncias tóxicas; incêndio e explosão (CAMPOS 2011; NUNES 2011; 
SERRÃO et. al. 2000). Estes fatores são responsáveis pela criação de Atmosfera 
Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde (IPVS),também denominad 
Immediately Dangerous to Life of Health (IDLH), ou seja, qualquer condição de 
atmosfera que apresente risco imediato à vida ou produza imediato efeito 
debilitante à saúde (AMBRÓSIO e FERREIRA 2007; AZEVEDO e OLIVEIRA 
Junior 2009; BRASIL 2006). A maioria dos contaminantes presentes na 
atmosfera de locais confinados é composta por gases e vapores: “Gás é uma 
substância que nas condições normais de pressão e temperatura já está no 
estado gasoso (BREVIGLIERO et. al. 2010 p. 59). Enquanto: “Vapor é o estado 
gasoso de uma substância que nas condições normais de pressão e temperatura 
está 
no estado líquido (BREVIGLIERO et. al. 2010 p 59). 
 
4.4.2.1. Deficiência e Enriquecimento de Oxigênio 
 
 Em Espaços Confinados pode ocorrer deficiência de oxigênio devido a uma 
série de fatores. O oxigênio pode ser consumido por reações químicas como a 
abertura de chama acetilênica, fermentação ou oxidação de tubulações, gases 
inertes como nitrogênio e argônio também podem removê-lo, assim como 
 
 
 
 
2034 
 
 
 
 
34 
também pode ser absorvido por superfícies porosas como carvão ativado 
(BREVIGLIERO et. al. 2010; CAMPOS 2011). 
 
Uma inspeção visual não é capaz de detectar a insuficiência de oxigênio, 
essa é maior causa de óbitos em espaços restritos. Este é um fenômeno tão 
inesperado que 
a própria vítima não tem tempo para reagir (NUNES 2011). 
 
 
A Tabela 5 expõe os limites recomendados no Brasil, e por entidades de higiene 
ocupacional dos Estados Unidos, considerando que abaixo desses limites o 
oxigênio encontras em situação Imediatamente Perigosa a Vida ou a Saúde 
(IPVS). Lembrando que 1% equivale a 10.000 ppm. (CAMPOS 2011). 
 
 
 
 
 Brevigliero et. al. (2010) asseveram que em condições normais o teor de 
oxigênio no ar é de 21%, contudo a recomendação em ambientes de trabalho é 
compreendida entre 19, 5% e 23,5%. Segundo estes autores a adoção do limite 
de 19,5% se dá devido ao elevado consumo de oxigênio durante a realização de 
tarefas mais difíceis. A Tabela 6 apresenta os efeitos causados à saúde pela 
deficiência de oxigênio. 
 
 
 
 
2035 
 
 
 
 
35 
 
4.4.2.2. Presença de Substâncias Tóxicas 
 
 Em ambientes identificados como Espaços Confinados podem ser 
encontradas um grande diversidade se substâncias químicas e muitas delas são 
tóxicas. A presença destas substâncias contaminantes ocorre devido às 
consequências de uso ou condições ambientais (BREVIGLIERO et. al. 2010). 
Erros operacionais,vazamentos, oxidação, fermentação ou decomposição de 
matéria orgânica, são citados por Brevigliero et.al. (2010) como causas de 
atmosferas tóxicas em Espaços Confinados, estes autores lembram também que 
a introdução de gases inertes, como medida de proteção contra explosão de 
vapores/gases inflamáveis também produzem atmosferas tóxicas em locais 
confinados. Campos (2011) aponta dois parâmetros importantes em relação às 
substâncias químicas: Limite de Tolerância (LT)13 e 
Imediatamente Perigosa a Vida ou a Saúde (IPVS). A Tabela 7 apresenta 
algumas das substâncias mais comuns de serem encontradas em Espaços 
Confinados. 
 
 
 
 
2036 
 
 
 
 
36 
 
 
 Cada uma destas substâncias químicas possui características singulares. 
Produtosquímicos industrializados como amônia, benzeno e cloro possuem 
todas as informações pertinentes na Ficha de Informações de Segurança de 
Produtos Químicos (FISPQ) 14. “Nenhum produto deve ser utilizado sem que se 
conheçam todos os riscos associados ao seu uso, incluindo manuseio, 
armazenamento e descarte” (CAMPOS 2011 p. 256). 
 Existem alguns fatores que de acordo com Campos (2011), influenciam na 
toxidade das substâncias químicas, estes estão relacionados às próprias 
substâncias (fórmula química, características, ponto de ebulição, taxa de 
vaporização, etc.); à exposição(dose, concentração, rota de entrada no 
organismo, ventilação, tempo de exposição, uso de EPI); pessoais 
(suscetibilidade individual, hereditariedade, imunologia, alimentação, hormônios, 
idade, sexo, asseio, estado de saúde, doenças anteriores, etc.); ambientais 
(meio ambiente, substâncias químicas adicionais presentes, temperatura, 
pressão atmosférica, umidade). As Tabelas 8 e 9 apresentam os sintomas e 
 
 
 
 
2037 
 
 
 
 
37 
efeitos da exposição ocupacional a algumas substâncias químicas comuns em 
Espaços Confinados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2038 
 
 
 
 
38 
 
4.4.2.3. Atmosferas Inflamáveis 
 
 Atmosferas inflamáveis podem surgir devido aos níveis de oxigênio, ou 
dos gases, vapores ou poeiras inflamáveis presentes na composição atmosférica 
do Espaço Confinado. 
Muitas substâncias encontradas em Espaços Confinados são inflamáveis ou 
explosivas, gases, vapores e poeiras são inflamáveis e podem explodir em caso 
de ignição (MAHLE 2008). 
Cada substância química possui limites de explosividade, o que somado a uma 
atmosfera rica em oxigênio pode causar combustão (ARAUJO 2006). De acordo 
com Campos (2011), para que ocorra fogo deve haver três elementos: 
combustível, oxigênio e calor. 
 O combustível são as substâncias químicas presentes nos ambientes 
confinados. Em relação a essas substâncias devemos observar alguns 
parâmetros importantes. São eles o ponto de fulgor, o limite inferior de 
explosividade, o limite superior de explosividade, a densidade do vapor e a 
temperatura de auto-ignição. 
 O Ponto de Fulgor (Flash Point), que é a “temperatura mínima na qual o 
líquido produz vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura 
inflamável” (BREVIGLIERO et. al. 2010 p. 190). 
 O Limite Inferior de Explosividade – LIE (Lower Explosive Limit – LEL) é a 
mínima concentração em volume na qual a mistura se torna inflamável (ABNT 
2001; AZEVEDO e 
OLIVEIRA 2009; BREVIGLIERO et. al. 2010; CAMPOS 2011). Gases, vapores 
e névoas explosivas que excedam em 10% o Limite Inferior de Explosividade 
 
 
 
 
2039 
 
 
 
 
39 
(LIE) e poeiras explosivas em concentração que exceda seu LIE acarretam risco 
de explosão (ABNT 2001; ARAUJO 2006; BONFIM e BRITO 2006). 
 O Limite Superior de Explosividade – LSE (Upper Explosive Limit – UEL) é 
“a máxima concentração em volume na mistura, abaixo da qual ela pode se 
inflamar” (CAMPOS 2011 p. 291). O LSE ocorre quando alta concentração de 
gases e vapores e a baixa quantidade de oxigênio presentes na mistura 
impossibilitam uma eventual ignição (ARAUJO 2006). A densidade do vapor é 
em relação ao ar, apenas vapores de hidrogênio, metano, acetileno, e etileno 
têm a densidade de vapor menor que o ar, ao passo que todos os outros vapores 
são mais pesados que o ar (BREVIGLIERO et. al. 2010). A Figura 4 representa 
graficamente os limites Inferior e Superior de Explosividade. 
 
 
 
 A Temperatura de auto-ignição, ou temperatura de ignição é a temperatura 
mínima em que um produto ao entrar em contato com o ar do ambiente se 
inflama. Geralmente este índice está em torno de 400 °C e 500 °C, entretanto há 
produtos que podem entrar em ignição com temperaturas inferiores em contato 
com equipamentos aquecidos ou vapores (BREVIGLIERO et. al. 2010). Para que 
 
 
 
 
2040 
 
 
 
 
40 
ocorra fogo é necessário que haja uma atmosfera rica em oxigênio, sendo que 
sua proporção no ar é de 20% de volume médio (CAMPOS 2011). Oxigênio em 
níveis de concentração acima de 23,5% pode resultar em queima espontânea 
de materiais combustíveis em caso de ignição (MAHLE 2008). 
Todavia o elemento deflagrador do processo é o calor, que de acordo com 
Campos (2011) discorre que sua geração pode ocorrer das seguintes formas: 
 Corrente elétrica: centelhas, faíscas, ligar interruptores, etc., qualquer um 
desses pode provocar o início do processo; 
 Eletricidade estática: no transvazamento de líquidos inflamáveis, ou 
quando o própriotrabalhador (carregado eletrostaticamente) pode 
deflagrar o processo; 
 Combustão espontânea: nesse caso atinge-se a temperatura de auto-
ignição; 
 Mistura de produtos químicos: as reações químicas podem ficar 
explosivas; 
 Fricção (atrito): provenientes do atrito entre duas superfícies; 
 Calor radiante: proveniente de superfícies quentes, fornalhas, etc. 
 
A Tabela 10 apresenta as propriedades das substâncias químicas mais comuns. 
 
 
 
 
 
2041 
 
 
 
 
41 
 
 
5. GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS 
CONFINADOS 
 
 Planejar medidas para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que 
desenvolvem atividades em Espaços Confinados é responsabilidade das 
empresas. Para assegurar a adoção de procedimentos adequados é de 
fundamental importância que se implante um Programa de Gestão de Segurança 
e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados conforme determina a NR 33 
(BRASIL 2006) em seu subitem 33.3.1: 
 
A gestão de segurança e saúde deve ser planejada, programada, implementada 
e avaliada, incluindo medidas técnicas de prevenção, medidas administrativas e 
medidas pessoais e capacitação para trabalho em espaços confinados. 
 
 Esta NR entende a Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços 
 
 
 
 
2042 
 
 
 
 
42 
Confinados como um conjunto de medidas preventivas, administrativas, 
coletivas e de pessoal necessárias para garantir o desenvolvimento seguro das 
atividades laborais em Espaços Confinados. A Tabela 11 apresenta os 
procedimentos elencados por Campos (2007) para Gestão de Segurança e 
Saúde no Trabalho em Espaços Confinados de acordo com a NR 33. 
 
 
 
 
5.1. Análise Preliminar de Riscos (APR) 
 
 A Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma técnica aplicada na fase inicial 
da concepção de um projeto, produto ou sistema quando se utilizam tecnologias 
ou sistemas novos quando a experiência em riscos na operação ainda é carente 
(ALBERTON 1996; 
BENTES 2007; SESTREM 2009). Alberton (1996) lembra que a APR foi 
desenvolvida na área militar com a função de revisão de sistemas de mísseis 
devido as suas características de alto risco por operarem com combustíveis 
líquidos perigosos. Esta pesquisadora ressalta que esta técnica foi 
implementada com intuito de verificação de possibilidade de utilização de 
materiais e procedimentos de alto risco. 
 A APR é uma análise pouco aprofundada dos riscos realizada na fase inicial 
do projeto que permite a realização das mudanças necessárias sem gastos 
expressivos e com maior facilidadede execução (BENTES 2007). Contudo 
mesmo com este caráter inicial esta ferramenta é bastante útil para a revisão 
geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando aspectos que às 
vezes passam despercebidos (SESTREM 2009). A análise de riscos é 
 
 
 
 
2043 
 
 
 
 
43 
qualitativa, seu objetivo é identificar os perigos e propor medidas para eliminar 
ou reduzir sua frequência e possíveis consequências (ALBERTON 1996). 
Segundo Sestrem (2009) metodologia de APR compreende a execução das 
seguintes etapas: 
 
 Definição dos objetivos e do escopo da análise; 
 Definição das fronteiras do processo/ instalação analisada; 
 Coleta de informações sobre a região, a instalação e os perigos 
envolvidos; 
 Subdivisão do processo/ instalação em módulos de análise; 
 Realização da APR propriamente dita (preenchimento da planilha); 
 Elaboração das estatísticas dos cenários identificados por Categorias de 
risco frequência e severidade); 
 Análise dos resultados e preparação do relatório. 
 
Para execução da técnica de APR, o processo/instalação deve ser fracionado 
em módulos de análise, onde cada módulo receberá uma análise individual 
(SESTREM 2009). A execução da análise é realizada através da revisão dos 
aspectos de segurança de maneira padronizada e descrição dos riscos 
identificados em categorização especifica (ALBERTON 1996). A efetuação da 
análise propriamente dita se dá através do preenchimento de uma 
planilha dividida em colunas com os seguintes campos: 
 
 Perigos: todo evento acidental com potencial para causar danos às 
pessoas, instalações ou meio ambiente; 
 Causas: fatores responsáveis pelo perigo podendo envolver tanto falhas 
de equipamentos quanto falhas humanas; 
 
 
 
 
2044 
 
 
 
 
44 
 Consequências: são os efeitos dos acidentes; 
 Frequência: período de possível repetição da ocorrência. Dividida em 
cinco categorias (extremamente remota; remota; improvável; provável; 
frequente;) 
 Severidade: está relacionada às consequências dos riscos, dividida em 
quatro categorias (desprezível; marginal; crítica; catastrófica;); 
 Risco: possui três categorias de classificação a partir das quais será 
determinada a elaboração de estudos mais aprofundados (NC – não 
critico; M – moderado; C – critico;) 
 Recomendações: são as propostas de caráter preventivo e/ou mitigador 
dos riscos verificados. 
 
 
 Para cada perigo identificado, deve ser realizado o comparativo das 
categorias de frequência de ocorrência (F) e de severidade das consequências 
(S), e a categoria de risco (R) correspondente. Ao término desta etapa é possível 
montar a matriz de riscos (MARTINS e 
NATACCI 2011). Depois de elaborada a matriz de riscos será possível identificar 
quais os riscos que devem passar por investigações mais aprofundadas a fim de 
introduzir melhorias ao processo. É importante a realização do Brainstorming15 
entre os membros da equipe durante cada etapa do processo visando discutir e 
propor as medidas mais adequadas para eliminar e/ou controlar cada risco 
(ALBERTON 1996; MARTINS e NATASSI 2011; SESTREM 2009). Entre as 
vantagens da utilização da APR está sua abrangência, conforme Sestrem (2009) 
esta técnica é capaz de informar as “causas que ocasionaram a ocorrência de 
cada um dos eventos e as suas respectivas consequências, obtenção de uma 
avaliação qualitativa da severidade das consequências e frequência de 
 
 
 
 
2045 
 
 
 
 
45 
ocorrência’. Contudo deve-se salientar que a APR é uma técnica que muitas 
vezes deve ser complementada por outras técnicas mais detalhadas e apuradas 
(ALBERTON 1996). 
 
5.2.5. Permissão de Entrada e Trabalho (PET) 
 
 Permissão de Entrada e Trabalho (PET) é um documento que contém as 
medidas a serem tomadas para a entrada e realização de trabalho em Espaços 
Confinados de maneira segura. Segundo a ABNT (2001) a Permissão de Entrada 
é uma autorização escrita fornecida pela empresa para permitir e controlar a 
entrada em um espaço confinado. “A permissão de entrada que documenta a 
conformidade das condições locais e autoriza a entrada em cada espaço 
confinado” (ABNT 2001 p. 6). Nenhuma entrada deverá ser autorizada sem 
liberação mediante Permissão de Entrada e Trabalho. Nela devem ser 
registrados, os procedimentos adotados, os riscos existentes e as medidas de 
controle, a formas de comunicação, os planos de emergência e resgate em caso 
de acidentes. A Permissão de Entrada e Trabalho tem validade apenas para uma 
entrada no ambiente confinado, se por algum motivo for determinada a 
paralisação do trabalho deverá ser emitida outra permissão com todas as 
medidas tomadas para garantir a segurança no ambiente. É de importante a 
realização da descriminação das diversas atividades realizadas no interior dos 
Espaços Confinados, como solda, inspeção, manutenção, limpeza, etc. A NR 33 
(BRASIL 2006) determina a PET seja emitida em três vias e permaneça 
arquivado por prazo de cinco anos. Cabe a empresa acondicioná-la em perfeitas 
condição para eventuais consultas ou fiscalizações. 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 
 
2046 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 O referencial teórico sobre Espaços Confinados ainda é incipiente e escasso 
no Brasil, o que dificulta a realização de qualquer pesquisa sobre o tema, 
obrigando o pesquisador e recorrer às entidades estrangeiras, informações 
primárias como relatórios e normas de empresas e algumas raras produções 
científicas sobre o assunto. A falta de dados estatísticos sobre acidentes 
ocorridos em Espaços Confinados também dificulta qualquer análise ou 
levantamento comparativo entre empresas de diferentes segmentos 
econômicos, portes, ou regiões. 
 O presente trabalho procurou desenvolver um Programa de Gestão de 
Segurança no Trabalho em Espaços Confinados produzindo conhecimentos que 
possibilitem auxiliar os profissionais de segurança a tarefa de reconhecer, avaliar 
e controlar os riscos existentes em 
Espaços Confinados. Oferecendo uma ferramenta de apoio que corrobore o 
conhecimento e a preparação dos profissionais envolvidos nos trabalhos em 
Espaços Confinados. A compilação de informações presente nesta pesquisa 
pretende prestar sua contribuição ao tema Espaços Confinados, ainda bastante 
carente de informações. 
 A NR 33 (MTE 2006) que disciplina o trabalho em ambientes confinados 
determina a implantação da Gestão de Segurança e Saúde nos Trabalhos em 
Espaços Confinados, com medidas preventivas, administrativas e de pessoal. 
Muitas empresas de diferentes setores econômicos possuem ambientes 
confinados em sua planta. Por este motivo em nossa pesquisa não abordamos 
um setor específico de atividades. 
 
 
 
 
2047 
 
 
 
 
47 
 Primeiramente procuramos embasar o trabalho em um sólido referencial 
teórico a fim de apresentar certos elementos da segurança do trabalho. 
Posteriormente apresentamos elementos do Sistema de Gestão de Segurança 
e Saúde no Trabalho (OHSAS 18001:2007), tendo em vista que os requisitos 
para o SGSST são fundamentais para a elaboração de qualquer programa de 
segurança, não sendo diferente em relação aos locais confinados. E a partir do 
conceito de Espaços Confinados procuramos identificar os riscos pertinentes. 
Assim foi constatado que os riscos que envolvem contaminantes atmosféricos, 
atmosferas explosivas e deficiência e enriquecimento de oxigênio são os com 
maior potencial de vitimar trabalhadores. Contudo deve-se ter em mente que 
além desta tipologia de riscos existem outros perigos nos ambientes confinados 
que não podem ser vilipendiados pelos gestores de segurança, sob pena de 
provocar sérios acidentes. Ressaltando que em locais confinados, os acidentes 
podem ser fatais. A partir da identificação dos riscos presentes no ambiente 
confinados identificados através de técnica de Análise Preliminar de Riscos cabe 
aos responsáveis técnicos planejar e implementar medidasnecessárias para 
garantir a segurança e saúde dos trabalhadores. Desenvolvendo e definindo a 
metodologia mais adequada para a identificação e avaliação de Espaços 
Confinados. A realização de entrada e permanência seguras no Espaço 
Confinado depende dessas medidas. Os controles de riscos são fundamentais 
para o Programa de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços 
Confinados, estas medidas serão responsáveis pela preservação da vida dos 
trabalhadores que adentram os ambientes enclausurados. Em nossa pesquisa 
procuramos discorrer de forma sucinta, porém atenciosa, sobre cada controle de 
riscos e medida de segurança necessária para a realização segura de qualquer 
atividade que envolva trabalho confinado. 
 
 
 
 
2048 
 
 
 
 
48 
 É fundamental que após a implementação do programa de Espaços 
Confinados, este seja revisado periodicamente e aperfeiçoado com intuito de 
mantê-lo sempre atualizado para que atenda as necessidades da organização 
em matéria de segurança em ambientes confinados. E possibilite preservar de 
maneira eficiente a segurança e a saúde dos trabalhadores. 
 A segurança dos trabalhadores, sobretudo quando se realiza atividades em 
condições de elevado grau de risco, nunca deve se postergada. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
Os elementos essenciais de uma referência bibliográfica são: 
 
 
 Para legislação e normas técnicas, seguem os exemplos: 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 10520 – 
Informação e Documentação – Citações em documentos – Apresentação. Rio 
de Janeiro: ABNT, 2002. 7p. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica 
Saúde da Mulher. Norma técnica: prevenção e tratamento dos agravos 
resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes. 2.ed. Brasília, 
DF, 2002. Disponível em: < 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/nta2edi%E7%E3o.pdf> Acesso em: 
20 ago. 2005. 
Comentado [LSR8]: APRESENTAR AQUI AS FONTES DE 
PESQUISAS USADAS PARA A CONFECÇÃO DO TCC. 
 
 
 
 
 
 
 
2049 
 
 
 
 
49 
 
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução nº 17, de 1991. Coleção de Leis da 
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1156-1157, maio/jun. 
1991. 
 
 
 
 
 
 
ESTE TCC É DE CUNHO ILUSTRATIVO, PROIBIDO A REPRODUÇÃO DO 
MESMO.

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