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aula 11 literatura brasileira I CEL0637_11

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LITERATURA BRASILEIRA I - CEL0637
Semana Aula: 11
Literatura no Brasil do século XVIII
Tema
A poética de Cláudio Manuel da Costa
Palavras-chave
Objetivos
Ao final desta aula, o aluno deverá:
 
 Ter conhecimento da obra de Cláudio Manuel da Costa;
 Conhecer as características da poesia deste poeta;
 Reconhecer traços árcades na obra do poeta.
Estrutura de Conteúdo
 
Nas duas próximas aulas, trataremos da obra dos dois árcades importantes de nossa 
história literária Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga.
 
1. A poesia de Cláudio Manuel da Costa
 
 Dos poetas árcades mineiro, talvez seja ele o mais preso aos valores da terra, afirma 
Antonio Candido. 
 
 O poeta parece que permaneceu a vida toda ligado às primeiras emoções, 
manifestando uma "imaginação de pedra" em que se exprime a fixação com o 
cenário rochoso da terra natal.
 
 É possível afirmar que a presença da rocha em seus poemas aponta para um anseio 
profundo de encontrar alicerce, ponto básico de referência, que a forte lembrança da 
infância e adolescência o leva a buscar no elemento característico da paisagem natal.
 Diz Antonio Candido que quando o poeta quer localizar um personagem, é perto, ou 
sobre uma rocha que o situa:
 
Aqui entre estas penhas à porfia
Hei de chorar, Amigo, a tua morte
 (Ecl.XI)
 
Aqui sobre esta penha, onde murmura
A onda mais quebrada...(ECl.IV)
 
É na pedra que sujeito-lírico encerra os seus lamentos:
 
Aqui sobre esta pedra, áspera e dura,
Teu nome hei de estampar, ó Franceliza.
 (Son. XXXIII)
 
 Enquanto a maioria dos poemas pastoris, desde a Antiguidade, tem por cenários 
prados e ribeiras, nos poemas de Cláudio Manuel da Costa há grande proporção 
de montes e vales, mostrando que a imaginação não se separava da terra natal e, 
nele, a emoção poética possuía raízes autênticas, ao contrário do que pensam 
determinados críticos que o consideram um artífice.
 
Segundo Candido, o poeta cultuava o berço invocando sobretudo o Ribeirão do Carmo, o 
"pátrio ribeirão", outro tema central das Obras, em que é motivo par uma "metamorfose", 
que dialoga com Ovídio. Nela, e em outros poemas, juntam-se os temas centrais do seu 
amor localista, surgindo, em poesia, o rio do penhasco:
 
Aonde levantado
Gigante, a quem tocara,
Por decreto fatal de Jove irado,
A parte extrema e rara
Desta incluta região, veve Itamonte,
Parto da terra, transformado em monte;
 
De uma penha, que esposa
Foi do invicto Gigante,
Apagando Lucina a luminosa
A lâmpada brilhante,
Nasci; tendo em meu mal logo tão dura,
Como em meu nascimento, a desventura.
 (Fábula do Ribeirão do Carmo)
 
 
 A identificação do poeta com a paisagem nativa talvez tenha algo a ver, segundo 
Antonio Candido, com outra constante da sua obra, ou seja, o relativo 
dilaceramento interior, causado pelo contraste entre o rústico berço mineiro e a 
experiência intelectual e social da Metrópole, onde estudou e tornou-se poeta.
 
 Inclinado às normas estéticas e aos temas líricos sugeridos pela Europa, o poeta, 
não obstante, sentia-se ainda muito preso ao Brasil, cuja realidade devia algumas 
vezes fazê-los parecer inadequados, fazendo parecer inadequado ele próprio. 
Disso decorreria, de acordo com Candido, uma ambivalência que se manifesta de 
dois modos:
 
Primeiro pelas desculpas que pede da sua rusticidade, da "grosseria das gentes" de sua 
terra, longe de se aproximar da civilidade da Metrópole. Veja-se nos versos:
 
Tu, musa, que ensaiada
À sombra dos salgueiros,
Esta inculta região viste animada
Dos ecos lisonjeiros
 (Ecl. III)
 
Seus versos seriam, por outro lado, a contribuição que traz 
para alinhar com as produções dos poetas portugueses, 
embora filho da rude América. Veja-se:
 
E a vítima estrangeira, com que chego,
Em seus braços acolha o vosso agrado.
 
 (Fábula)
 
 Também a ambivalência do poeta pode ser sentida no do tema da chegada e da 
partida; da melancolia diante da transformação das coisas e das pessoas perpassa 
nos sonetos e pastorais, sublinhando a referida oscilação moral entre as duas 
terras e dois níveis de cultura.
 
Assim sendo, 
 
 A obra de Cláudio Manuel da Costa corresponderá a algo de mais fundo que a 
escolha de uma norma literária, pois sua poética alude à ambivalência de colonial, 
nascido nas montanhas de Minas e de intelectual, formado na Metrópole.
 
 O contraste natureza-cultura, presente no bucolismo literário da época, era uma 
linha adequada à expressão desses sentimentos cujo poeta se situa de modo vital 
entre a rusticidade de sua terra natal e a civilização de sua pátria intelectual.
 
Os pastores do poeta situam-se, com freqüência, entre essas duas realidades. Veja-se nos 
versos:
 
Torno a ver-vos, ó montes: o destino
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
 
 Percebe-se, finalmente, outra constante nos versos do poeta: a fixação à terra, a 
celebração dos seus encantos, conduzem ao desejo de exprimi-la em linguagem 
artística. Daí, passa à exaltação patriótica, e desta ao entendimento dos problemas 
sociais.
 
 De provinciano ao árcade; de árcade a ilustrado e deste ao inconfidente, sinais de 
rastro, que se observam em sua obra, inseparáveis.
 
 Em Cláudio Manuel da Costa se corporifica o movimento estético da Arcádia no 
que tem de profundo, pois tendo partido do Cultismo, chega ao neoclássico por 
um resgate do Quinhentismo português.
 
 formação do poeta é barroca. Cláudio, 
no entanto, quis ser também homem do seu tempo, exercitando-se na busca da 
verdade e da natureza por meio de uma dicção simples, com exceção dos versos 
escritos nos primeiros anos em Coimbra.
 
 A naturalidade do poeta, obtida por recuperação do passado, exprime-se pela 
espontaneidade do sentimento, inclinado ao didático e ao racional e à preocupação 
temática que se volta para temas civilizados como a Virtude, a justiça, a Pátria.
 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
O aluno deverá ler e resenhar o capítulo do livro Formação da Literatura Brasileira, de 
Antonio Candido, que trata sobre a obra do poeta
Considerações Adicionais

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