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O PROCESSO DE DECISÃO A decisão dos médicos deveria sempre ter como base a ciência médica, frequentemente não é o que acontece. Desafios atuais da medicina: ✓ Quantidade de informações cientificas ✓ Qualidade das informações ✓ Viés de publicação – tem algum vício; conflito de interesses ✓ Práticas e performances clinica diversas ✓ Campo de múltiplos interesses ✓ Deterioração da performance com tempo Na necessidade de responder suas dívidas, muitas vezes o profissional utiliza informações coletadas de terceiros, como a opinião de algum especialista. Ainda não há correlação direta entre conhecimento cientifico e opiniões de grandes especialistas, que são “formadores de opinião” para outros médicos. EVIDÊNCIAS – são as pesquisas clinicamente relevantes, especialmente aquelas centradas em pacientes e que prezam pela acurácia de testes diagnósticos, pelo poder de marcadores prognósticos terapêuticos e preventivos. EXPERIENCIA CLÍNICA – é a capacidade de colocar em prática habilidades clínicas e experiencias anteriores para identificar rapidamente o estado de saúde de cada paciente, seu diagnostico, seus riscos individuais e os benefícios de intervenções potenciais. DESEJO DO PACIENTE – incluem nosso entendimento e nosso reconhecimento da individualidade de cada ser humano, com preferencias e expectativas únicas que ele traz à consulta médica e que devem ser integradas e respeitadas numa decisão clínica. Quando se fala em BEM o objetivo é resolver problemas clínicos. No formato tradicional, a decisão clinica é feita com base em intuição, experiencia clínica e em fisiopatologia. A BEM prega que não só esses elementos são suficientes e que é necessário incluir informações extraídas de pesquisas clinicas – evidencias durante a tomada de decisão. É UMA ABORDAGEM PARA A PRÁTICA DE CUIDADOS EM SAÚDE NA QUAL O MÉDICO ESTÁ CIENTE DA EVIDENCIA QUE APOIA SUA PRÁTICA CLÍNICA E DA FORÇA DESSA EVIDÊNCIA. ➔ MBE nada mais é que o uso intensivo de elementos de epidemiologia clinica com conhecimentos de informática ➔ Com algumas técnicas simples, é possível buscar o que se precisa em bases de dados, e encontrar de forma rápida e prática artigos de boa qualidade. ➔ Com roteiros de avaliação crítica, é possível refinar ainda mais a seleção de artigos para descartar aqueles tendenciosos ou de má qualidade, e usar apenas os de boa qualidade. ➔ É uma ferramenta que auxilia o médico a se manter atualizado sem enlouquecer PRATICAR MBE ➔ Definição clara de quem é o paciente e qual é a situação clínica envolvida. ➔ Construir a pergunta clínica adequada ➔ Condução de uma busca eficiente na literatura, utilizando as bases de dados informatizadas ➔ Conhecimentos básicos de metodologia cientifica para determinar, em cada estudo clinico, quais os melhores desenhos metodológicos, principais fontes de tendenciosidade e quais critérios utilizar para avaliação crítica de qualidade da publicação (conhecimentos desenvolvidos em epidemiologia e bioestatística). ➔ Compressão da validade interna e externa de um estudo cientifico e capacidade de aplica-lo a um paciente ou a um sistema de saúde. VANTAGENS Existe comprovação cientifica de que pacientes tratados de acordo com protocolos baseados em evidencias, tem melhor evolução do que aqueles tratados com base em protocolos baseados em consenso. Procura responder aos seguintes desafios presentes no exercício da prática clínica: ✓ Como se manter atualizado diante da crescente disponibilidade de informações em saúde; ✓ Como selecionar eficientemente as melhores fontes de informação; ✓ Como avaliar criticamente as informações científicas disponíveis; ✓ Como ler um artigo científico; ✓ Como sintetizar as evidências encontradas; ✓ Como integrar as evidências encontradas e a experiência clínica no manejo dos problemas dos pacientes; ✓ Como reduzir a utilização de procedimentos que podem ser danosos à saúde dos pacientes; ✓ Como dimensionar o caráter científico da prática clínica; ✓ Quais as evidências paras melhores decisões clínicas. 1° PASSO O processo de BEM começa com a elaboração de uma pergunta cínica relevante e passível de resposta Elaboração de uma pergunta clinica ➔ Paciente: é preciso definir adequadamente o paciente ou a situação clínica de interesse. Quanto mais informações incluirmos sobre o paciente, isto é, quanto mais precisa a descrição, mais direcionada se torna a pergunta. ➔ Intervenção: a qual o paciente se submeterá; deve ser sempre colocada de forma explícita. ➔ Comparação: em medicina, qualquer intervenção deve ser avaliada em termos comparativos. É extremamente importante definir adequadamente contra qual comparação nossa intervenção deve mostrar-se melhor. ➔ Outcome (desfecho clinico): Qual desfecho clinico é importante para o nosso cenário clinico? Na elaboração da pergunta é preciso definir qual é o resultado de interesse. Principais desfechos orientados aos pacientes: sobrevida, qualidade de vida, cura. Depois de elaborada a pergunta é importante classificá-las: Exemplos Achados clínicos: perguntas que estejam relacionadas à interpretação adequada de achados da história e do exame clínico. ➔ Etiologia: perguntas direcionadas para saber a causa de uma doença ou estado clínico. ➔ Manifestações clínicas da doença: perguntas sobre como, com que frequência e quando uma doença causa manifestações clínicas e como usar esse conhecimento na classificação da doença de nosso paciente. ➔ Exames diagnósticos: perguntas sobre como selecionar e interpretar exames complementares para confirmar ou excluir um diagnóstico. ➔ Prognóstico: nessa categoria estão as perguntas sobre a evolução de uma doença ou de um estado clínico. ➔ Tratamento: são as mais utilizadas no dia a dia e questionam se determinada intervenção é superior a outra. ➔ Prevenção: perguntas que buscam como diminuir a chance de doença mediante a identificação dos fatores de risco e como diagnosticar a doença precocemente através de rastreamento. É extremamente importante classificar a pergunta, pois o melhor desenho metodológico do estudo que a responderá varia conforme essa classificação. Exemplos Tipos de estudos epidemiológicos de acordo como foco da pergunta a ser respondida 2° PASSO Depois de determinada pergunta, começa o processo de busca por informações de qualidade, adequadas para responde-la. ✓ Preciso localizar estudos de sensibilidade, especificidade? Coortes? Ensaios, etc. Estratégias de busca de artigos – 6S 3° PASSO Uma vez encontrada a informação, é necessário avaliá-la criticamente para determinar sua validade, sua importância e sua aplicabilidade a um paciente individual ou ao cenário clínico. Para cada pergunta clínica há um tipo de estudo com menor possibilidade viés. CEBM-Oxford (Centre for Evidence-Based Medicine) ➔ Existem graus de recomendação e forças de evidências que são atualmente utilizados pelas diferentes sociedades especializadas • Níveis de evidência científica para cada tipo de estudo que norteiam a MBE. ➔ Nível de evidencia cientifica por tipo de estudo: Metaanalises – revisões sistemáticas; junção de vários estudos ➔ A HIERARQUIA dos níveis de evidências é válida para estudos sobre tratamento e prevenção. SE a questão formulada for relacionada a fatores de risco, prevalência de uma doença ou sensibilidade e especificidade de um teste diagnóstico, a ordem nos níveis de evidencia apresentada será modificada em virtude da questão clínica ➔ Hierarquia dos níveis de evidencias não é estática, é dinâmica. ➔ O grau de evidencia surge devido a questão de que alguns delineamentos de pesquisa são mais efetivos em sua função de solucionar questões sobre as intervenções, trazendo a ideia de hierarquia de evidências 4° PASSO Nessa etapa, após a avaliação dos estudos: ✓ Se foi encontrada uma evidência válida e importante; ✓ Com significânciaestatística e clínica; ✓ Aplicável ao paciente; ✓ Próximo passo aplicá-la. Porém, algumas vezes a evidência externa de excelente qualidade pode ser inaplicável ou inadequada para um paciente individualmente. 5° PASSO Consiste na avaliação do desempenho no processo de busca da literatura e na descoberta de uma resposta à questão clínica, bem como, na avaliação da resposta do paciente ao tratamento empregado. Lembrar -> A decisão clínica baseada nos resultados das pesquisas é importante e deve levar em conta os desejos dos pacientes e as circunstâncias do atendimento, devendo a conduta resultar em mais benefícios do que malefícios.
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