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Ebook Reprodução Bovinos (1)

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1 
 
 
 
 
 
Ebook 
 
Atualização em Reprodução 
Ultrassonografia Vacas 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Sumário 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Genital da Vaca..................................................................3 
Ovários .....................................................................................................................................3 
Tubas Uterinas .........................................................................................................................5 
Útero ........................................................................................................................................6 
Fisiologia do Ciclo Estral ...............................................................................................................9 
Ciclo Estral ................................................................................................................................9 
Crescimento Folicular ...............................................................................................................9 
Hormônios ..............................................................................................................................10 
Seleção folicular e dominância ...............................................................................................11 
Diferenciação .........................................................................................................................12 
Seleção do folículo dominante ...............................................................................................13 
ULTRASSONOGRAFIA APLICADA A REPRODUÇÃO DE BOVINOS ..............................................16 
Bases biofísicas do ultrassom .....................................................................................................16 
TERMINOLOGIA ..........................................................................................................................17 
ARTEFATOS.................................................................................................................................17 
TRANSDUTORES .........................................................................................................................17 
CUIDADOS COM O APARELHO DE ULTRASSOM .........................................................................19 
LIMPEZA .....................................................................................................................................19 
Aplicações na reprodução animal ..............................................................................................21 
Seleção do aparelho ...................................................................................................................21 
Utilização da ultrassonografia na reprodução de bovinos .........................................................22 
Exame do trato genital ...............................................................................................................22 
Útero ......................................................................................................................................22 
Ovários ...................................................................................................................................23 
Dinâmica folicular...................................................................................................................23 
Monitoramento da involução uterina pós-parto ....................................................................23 
Diagnóstico de gestação .........................................................................................................23 
Sexagem fetal .........................................................................................................................24 
Guia para punção folicular de oócitos ....................................................................................25 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................26 
 
3 
 
Ultrassonografia aplicada à reprodução de bovinos 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Genital da Vaca 
 
O conhecimento exato da anatomia e fisiologia dos órgãos genitais é de suma 
importância para melhor compreensão da semiologia e patologias do trato reprodutivo 
feminino, bem como para as atividades relacionadas com sincronização do ciclo estral. 
Pode-se subdividir o aparelho genital em órgãos produtores de gametas (ovários) e 
hormônios sexuais (folículos e corpos lúteos), órgãos condutores e receptores dos 
gametas (tubas e útero) e órgãos copuladores (vagina, vestíbulo e vulva). 
 O aparelho reprodutivo feminino compõe-se de (Figura 01): 
 ovários 
 tubas uterinas 
 útero 
 cervix 
 vagina 
 vestíbulo e 
 vulva. 
 
 
Figura 01- Esquema representativo do sistema reprodutivo da fêmea bovina 
 
Os órgãos genitais internos (ovários, útero, tubas e cervix) são sustentados pelo 
ligamento largo do útero na cavidade pélvica e abdominal. O ligamento largo é 
subdividido em mesovário, mesosalpinge e mesométrio. Na vaca, a união do ligamento 
largo é dorsolateral na região do íleo, de modo que o útero fica disposto como os cornos 
do carneiro, com a convexidade dorsal e os ovários localizados próximos à pelve. 
 
Ovários 
O ovário (Figura 02), composto de medula e córtex, é circundado pelo epitélio 
germinativo. A medula ovariana consiste de tecido conjuntivo fibro-elástico 
irregularmente distribuído, de nervos extensivos e sistemas vasculares que atingem o 
ovário pelo hilo. O córtex ovariano contém folículos e/ou corpos lúteos em vários 
estágios de desenvolvimento e regressão. O tecido conjuntivo do córtex contém muitos 
4 
 
fibroblastos, algumas fibras colágenas e reticulares, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e 
nervos. 
Os ovários estão situados ao nível da entrada da pelve de cada lado dos cornos 
uterinos e conectam-se ao útero através da tuba uterina, possuindo duas funções 
principais: exócrina (gametogênica) e outra endócrina (produção de hormônios). A 
primeira é responsável pela produção de oócitos e liberação dos mesmos, enquanto a 
segunda responsável pela produção dos hormônios estrogênicos e progesterona 
principalmente. 
A forma dos ovários da vaca é ovoide e lembra uma amêndoa, embora a 
presença, ora de folículos, ora de corpos lúteos, ou mesmo de ambos, em diferentes 
estágios de ovulação, ou regressão possa modificá-la consideravelmente. 
Os folículos podem ser palpados no ovário bovino em todos os estágios do ciclo 
reprodutivo. Uma vesícula com parede fina (1,5 até 2,0 cm de diâmetro) e acompanhada 
por contractilidade pronunciada do útero é identificada como um folículo de “Graaf” 
(folículo pré-ovulatório). Uma vesícula palpável e com flutuação não pode ser 
diferenciada como folículo de “Graaf“, ou como um folículo de uma onda anovulatória. 
Os folículos são frequentemente palpáveis no final da primeira metade do ciclo 
estral – a primeira onda folicular. Neste estágio, o ovário apresentará um corpo lúteo 
relativamente grande, que em geral não está presente durante o estro. 
O ciclo estral alterado pode ser acompanhado por folículos que medem 1,5 a 2,5 
cm, às vezes com parede espessa ou múltiplas vesículas adjacentes. Estas alterações são 
diagnosticadas como degeneração macrocística, ou degeneração microcística quando, 
após um novo exame 8 a 14 dias depois, a condição se mantém inalterada. Entre o 
segundo e o quinto dia do ciclo, não são palpadas vesículas nem estruturas sólidas 
(corpo lúteo). Esta aparência pode ser confundida com anestro, problema a ser resolvido 
por um novo exame, alguns dias após (sobretudo em animais entre o segundo e o quarto 
dia do ciclo, que apresentam o útero ainda bem contraído e a mucosa vaginal levemente 
hiperêmica e úmida, em comparação com vacas com distrofia ovariana).Um corpo 
lúteo pequeno e macio (corpo lúteo em desenvolvimento) pode ser palpado do quinto 
dia do ciclo em diante; ele atinge seu tamanho máximo entre o oitavo e o 12º dia do 
ciclo, podendo alcançar o tamanho de uma noz. O próximo estágio é a formação de um 
pedúnculo e uma depressão no cálice, que sobressai da superfície do ovário. 
O corpo lúteo hemorrágico tem consistência elástica. Uma frequente falha de 
interpretação se dá quando se diagnostica apenas a parte que se encontra na superfície, 
ou se interpreta o tecido ovariano macio como sendo um corpo lúteo. A forma do corpo 
lúteo presente na superfície do ovário pode variar, tanto que não se podem tirar 
conclusões sobre o estágio funcional. 
Os corpos lúteos persistentes são aqueles que não demonstram alteração ao 
exame repetido em uma vaca que não tem apresentado estro por algum tempo (corpo 
lúteo gravídico, ou pseudogravídico). 
O diagnóstico de anestro exige, via de regra, um novo exame, pois sem ocorrer 
um novo ciclo estral, nenhuma estrutura é palpável durante vários dias. Nas seguintes 
condições, o diagnóstico pode ser correto, mesmo com apenas um exame: ovários 
pequenos e duros; ambos os ovários aproximadamente com o mesmo tamanho e a 
mesma superfície lisa; útero pequeno e flácido; mucosa vaginal pálida e seca. As 
principais causas de erro são falhas no reconhecimento de folículos e de pequenos 
cistos; a não percepção de um corpo lúteo e a confusão entre corpo lúteo, cisto e 
folículo. 
A palpação dos ovários é de fundamental importância para a verificação da fase 
do ciclo estral, juntamente com o exame vaginal. Deve-se observar seu tamanho, a 
5 
 
consistência superficial, a mobilidade e, principalmente as estruturas funcionais 
(folículos e corpos lúteos). O registro dos achados do exame ovariano é realizado como 
segue: 
 
 
Figura 02- Imagem do ovários com folículos e corpo lúteo 
 
 
Tamanho do ovário: 
 Deve-se incluir todas as estruturas presentes na superfície do ovário 
 
 E: ervilha N: noz 
 F: feijão G: ovo de galinha 
 A: azeitona Pa: ovo de pata 
 P: ovo de pomba Ga: ovo de gansa 
 
Consistência das vesículas: 
 1: firme e tensa, sem flutuação 
 2: flutuação tensa 
 3: flutuação nítida 
 4: flutuação intensa (folículo maduro) 
 5: plástica, flácida e macia (ruptura recente do folículo) 
 
Tubas Uterinas 
As tubas uterinas (Figura 03) são em número de duas, direita e esquerda, 
encontram-se em continuidade aos ovários e estão suspensas pela mesosalpinge, 
proveniente da dobra lateral do mesovário. As tubas estão envolvidas por uma prega 
peritoneal derivada do ligamento largo do útero, denominada mesosalpinge. Esta última, 
forma um saco peritoneal denominado bolsa ovárica, situada crânio-lateralmente ao 
ovário. 
São condutos sinuosos que partem dos cornos uterinos e terminam junto aos 
ovários em forma de funil (cálice). As tubas são subdivididas em três segmentos: 
infundíbulo, ampola e istmo, apresentando ao final do desenvolvimento corporal, em 
conjunto, comprimentos médios de 20 a 28cm, com diâmetro externo de 1 a 2mm. 
 
 
6 
 
 
Figura 03- Imagem da tuba uterina 
 
A porção cranial, denominada infundíbulo, apresenta forma caliciforme 
recoberta de cílios (fímbrias), com função de captação dos óvulos libertados pelos 
ovários. Em continuidade a esta, encontra-se o istmo de aspecto igualmente contorcido, 
no entanto com lúmen bastante reduzido que se continua até a extremidade cranial dos 
cornos uterinos. 
As tubas são estruturas difíceis de palpar quando saudáveis. Aumentos de 
diâmetro e alterações na consistência ocorrem na salpingite. As tubas tornam-se duras, 
espessas e endurecidas em vacas com tuberculose e flutuantes na hidrosalpinge e na 
piosalpinge. Elas são responsáveis pela captação dos óvulos liberados pelos ovários, 
recepção e capacitação dos espermatozoides e proporcionam ainda, condições para a 
permanência dos zigotos desde a fecundação do óvulo até o estágio de 16-células. A 
fecundação ocorre na ampola, na junção Ampola-Istmo. O transporte dos gametas é 
muito importante para que ocorra a fecundação e pode-se citar que: 
 
1. o movimento dos gametas viáveis é um item essencial para que a reprodução ocorra; 
2. o transporte dos gametas masculino e feminino ocorre em direções opostas; 
a) Oócitos: do ovário para o infundíbulo (ampola) e daí para a Junção Ampola-
Istmo 
b) Espermatozoide: da vagina para o cervix, direcionando-se para o útero, e deste 
ao Istmo e finalmente para a Junção Ampola-Istmo 
c) Complexo de transporte 
3. a fecundação ocorre na ampola, na junção Ampola-Istmo; 
4. o tempo é importante - o espermatozoide deve estar no oviduto quando o oócito 
alcança a junção ampola-istmo. 
 
Útero 
O útero (Figura 03) é dividido anatomicamente em três porções: cornos uterinos, 
corpo e cérvix. Os cornos uterinos são em número de dois e é neles que se desenvolve o 
embrião e o feto. A forma, tamanho e posição do útero variam de acordo com alguns 
fatores, como a idade e gestação. Assim, nas nulíparas, o útero é pequeno e encontra-se 
usualmente na cavidade pélvica, relacionando-se com o reto dorsalmente, e com a 
bexiga ventralmente. Nas multíparas, ele é maior e situa-se parte na cavidade abdominal 
e parte na cavidade pélvica. Nas vacas gestantes, o útero está alojado na cavidade 
abdominal a partir dos 90-120 dias. 
Histologicamente encontra-se no endométrio entre 30 e 160 carúnculas que são 
áreas desprovidas de glândulas e que se hipertrofiam durante a gestação. Sobre as 
7 
 
carúnculas desenvolvem-se os cotilédones, união esta que se denomina placentoma, 
responsável pelas trocas feto-maternais. 
À palpação do útero observam-se o tamanho, a simetria, a consistência e a 
contractilidade, a motilidade e eventuais conteúdos. O tamanho do útero é estimado, 
podendo ser ou não abrangido pela mão. O diâmetro dos cornos pode ser medido 
comparando-os com o diâmetro dos dedos. A simetria é verificada inserindo-se o dedo 
médio na bifurcação e palpando-se os dois cornos, comparando-os. A assimetria dos 
cornos não gravídicos não é necessariamente patológica, pois pode ser consequência de 
uma gestação anterior. 
A consistência e a contractilidade fornecem informação sobre o estado dos 
tecidos uterinos (edema e contractilidade pronunciada = estro; consistência pastosa = 
inflamação aguda grave; tecido duro = fibrose devida a inflamação crônica, ou 
neoplasia; crepitação sob a serosa = flegmão gasoso). O útero involuído no período do 
puerpério precoce possuirá dobras longitudinais bem definidas. 
A mobilidade espontânea do útero pode ser limitada, ou impedida por aderência 
fibrinosas, ou fibrosas ao grande omento, à parede abdominal, ou aos órgãos adjacentes. 
Elas surgem após parto distócico e, particularmente, após cesariana. 
Os eventuais conteúdos do útero não gravídico, como muco, sangue, pus, gás e 
urina, podem ser sentidos palpando-se cuidadosamente os cornos e deixando-os passar 
entre os dedos. Se há um feto no útero, deve-se procurar determinar se está vivo ou 
morto (e se está mumificado, macerado ou enfisematoso). 
Os seguintes códigos podem ser usados para registrar os resultados da palpação 
do útero, em particular quando tem grande número de vacas para examinar: 
 
Tamanho onde G = espessura: 
 
 GI O útero pode ser recolhido dentro da mão e os cornos apresentam mais ou menos 
da espessura de um dedo. 
 GII O útero pode ser recolhido dentro da mão e os cornos são da espessura de 2 
dedos. 
 GIII O útero pode ser recolhido dentro da mão e os cornos são da espessura de 3 a 4 
dedos. 
 GIV O útero pode ser delimitado pela mão, com a curvatura maior do tamanho 
aproximado de um braço humano de porte médio até um pão grande. 
 GV O útero quase é delimitadopela mão e a curvatura maior apresenta-se do 
tamanho de um pão grande, não podendo ser mais totalmente palpado. 
 GVI O útero não pode ser mais delimitado com a mão, pois a curvatura maior está 
fora do alcance da mão. 
Simetria: 
 S  ambos os cornos do mesmo tamanho (simétricos) 
 As  os cornos são de tamanhos diferentes (assimétricos) 
 As+++  o corno direito é bem maior que o esquerdo 
 +As  o corno esquerdo é um pouco maior que o direito 
 
Consistência e contractilidade: 
 CI  útero macio e pouco contrátil 
 CII  contractilidade moderada 
 CIII  contractilidade forte 
 
8 
 
Eventuais conteúdos: Anotar a quantidade (pouca, média ou muita), bem como a 
consistência (mole ou flutuação tensa; firmeza). Se há presença de secreção vaginal, 
registrar sua coloração, viscosidade, odor e quaisquer conteúdos estranhos presentes. 
 
 
Figura 03- Imagem representativa do trato reprodutivo feminino, detalhados cornos e 
corpo uterino e cervix 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Fisiologia do Ciclo Estral 
Ciclo Estral 
O ciclo estral das vacas dura em média 21 dias, ou seja, um cio a cada 21 dias. 
Durante o ciclo existe uma cascata de hormônios que são liberados e que controlam 
todos os sinais que visualizamos nos animais. 
Podemos relacionar esta cascata de hormônios ao envolvimento também de 
diversos órgãos. O hipotálamo e a hipófise são estruturas presentes no cérebro dos 
animais. O hipotálamo deve liberar o Hormônio liberador de gonadotropinas (GnRH), 
um hormônio que age na hipófise, que por sua vez ao ser estimulada libera o Hormônio 
Folículo Estimulante (FSH) e o Hormônio Luteinizante (LH), estes dois últimos 
hormônios citados, FSH e LH irão agir nos ovários e assim ao final do ciclo estimular a 
ovulação. Após a ovulação do folículo, no ovário, forma-se o corpo lúteo, estrutura que 
é responsável pela secreção de progesterona, ou seja, se ocorrer um cio fértil e o óvulo 
for fertilizado, o corpo lúteo formado será responsável pela secreção de progesterona, 
hormônio vital para manutenção da gestação. Se após 21 dias não houver um embrião 
implantado no útero, o próprio útero secretará prostaglandina, hormônio que irá lisar o 
corpo lúteo e assim estimular um novo cio, o retorno ao cio. Ainda podemos citar o 
hormônio estradiol que é o estrógeno biologicamente ativo produzido pelo ovário, age 
sobre o Sistema Nervoso Central para induzir o cio comportamental na fêmea, sempre 
que há um folículo dominante, prestes a ovular, este secreta estrógeno e assim 
visualizamos os sinais de cio nas fêmeas bovinas. 
O controle do ciclo estral é mantido pela intima regulação dos hormônios 
hipotalâmicos, hipofisários e ovarianos. Altos níveis de progesterona inibem o cio e a 
onda ovulatória de LH, quando há uma queda nestes níveis há liberação de GnRH e 
assim liberação de FSH, LH e nova ovulação. 
Precisamos ainda esclarecer que dentro deste intervalo de 21 em 21 dias, entre 
um cio e outro, não há só uma mudança no perfil hormonal das vacas, mas também nas 
características anatômicas do trato reprodutivo, o que caracteriza as fases do ciclo estral 
(estro, metaestro, diestro e proestro). 
Crescimento Folicular 
O crescimento folicular em novilhas pré-púberes ocorre numa sequência de 
eventos organizados descritos como ondas. Cada onda é precedida por um pico de FSH 
sérico. As ondas foliculares estão presentes nas novilhas já na segunda semana de vida. 
10 
 
O número de pequenos, médios e grandes folículos (3 a 5; 6 a 8 e > 9mm de diâmetro, 
respectivamente), bem como o diâmetro dos folículos grandes aumenta da 2ª para a 14ª 
semana de idade. Entre a 6 e 24ª semanas de vida, há aumento marcado, porém 
transitório, da concentração sérica de FSH e LH. No entanto, somente 30 a 80 dias antes 
da primeira ovulação o aumento da frequência dos pulsos de LH resulta no aumento do 
diâmetro folicular e da concentração de estradiol sérico culminando com a primeira 
ovulação. O FSH sérico permanece relativamente estável. As novilhas usualmente não 
demonstram o estro antes da primeira ovulação, o corpo lúteo é pequeno e pode ser 
ativo por pequeno período de tempo. Este ciclo curto é usualmente seguido de estro e de 
fase lútea fisiológica longa. Embora o crescimento dos folículos ovarianos na bezerra 
parece ser estimulado pelas gonadotrofinas, o mecanismo de controle gonadotrófico 
ainda não está bem esclarecido. 
Hormônios 
A secreção de gonadotropinas hipofisárias (LH/FSH) é o principal fator que 
regula a função ovariana. O controle do ciclo estral é mantido pela intima regulação dos 
hormônios hipotalâmicos, hipofisários e ovarianos. O GnRH regula a síntese de 
gonadotrofinas e a liberação de LH. Os esteróides ovarianos regulam a liberação de 
GnRH e consequentemente a de LH. No entanto, a regulação de FSH é realizada pelo 
estradiol e inibina, sendo que o GnRH parece não ter influência na liberação de FSH 
pela hipófise, mas somente por sua síntese. Neurônios hipotalâmicos especializados 
produzem e secretam o hormônio liberador de gonadotropinas (GnRH) que controla a 
função hipofisária. O GnRH é secretado em pulsos discretos, que através do sistema 
porta hipotalâmico-hipofisiário, alcançam a adeno-hipófise. Os pulsos de GnRH 
determinam a secreção típica de pulsos de gonadotropinas hipofisárias (LH/FSH). 
Os hormônios esteróides são secretados pelo ovário, testículos, placenta e córtex 
adrenal e os esteróides que estão diretamente ligados ao controle da reprodução são o 
estrógeno, progesterona e testosterona. Sua atividade secretora pelas gônadas está sob 
controle da hipófise anterior. O estradiol é o estrógeno biologicamente ativo produzido 
pelo ovário, age sobre o Sistema Nervoso Central para induzir o cio comportamental na 
fêmea e apresenta um controle retrógrado negativo e positivo através do hipotálamo 
sobre a liberação de LH e FSH. 
A progesterona é produzida pelo corpo lúteo, pela placenta e pela adrenal. A 
secreção de progesterona é principalmente estimulada pelo LH. A progesterona também 
11 
 
atua na pré-sensibilização dos centros hipotalâmicos em relação à ação do estradiol no 
desencadeamento dos sinais de cio. Altos níveis de progesterona inibem o cio e a onda 
ovulatória de LH. 
A inibina é um hormônio proteico produzido pelas células da granulosa (do 
folículo). Sua função é inibir a secreção pituitária de FSH exercendo um feed back 
negativo na hipófise, mas sem interferência na produção e liberação de LH. 
 
Seleção folicular e dominância 
Sabe-se que os estágios iniciais da foliculogênese ocorrem independentemente 
dos hormônios gonadotróficos. Folículos antrais respondem inicialmente ao FSH e 
posteriormente tornam-se dependentes deste. 
No bovino, a emergência de uma onda folicular é caracterizada pelo repentino 
crescimento (de 1 a 2 dias) de mais de 20 pequenos folículos que só poderão ser 
detectados por ultrassonografia com um diâmetro de 3 a 4mm. Durante 
aproximadamente 2 dias, a taxa de crescimento é similar entre os folículos da mesma 
onda e, a partir daí, um folículo é selecionado (recrutamento) para continuar a crescer 
(folículo dominante), enquanto os demais tornam-se atrésicos e regridem (folículos 
subordinados). 
Em ciclos estrais de 2 ou 3 ondas, a emergência da primeira onda folicular 
ocorre consistentemente no dia da ovulação (dia 0). A emergência da segunda onda 
ocorre no 9º ou 10º dia para ciclos de duas ondas, e no 8º ou 9º dia para ciclos de 3 
ondas (ou seja, 1 ou 2 dias mais cedo). Em ciclos de 3 ondas, a terceira onda emerge no 
15º ou 16º dia. Sucessivas ondas foliculares permanecerão anovulatórias até que a 
luteólise ocorra. O folículo dominante presente no início da luteólise se tornará o 
folículo ovulatório e a emergência da próxima onda é atrasada até o dia da ovulação. O 
corpo lúteo começa a regredir mais cedo nos ciclos de duas ondas (dia 16) que nos 
ciclos de 3 ondas (dia 19), resultandoconsequentemente num ciclo estral mais curto (20 
dias vs. 23 dias, respectivamente). Portanto, a duração do ciclo estral pode fornecer uma 
ideia do número de ondas foliculares que uma determinada vaca tem em cada ciclo. 
A supressão folicular periódica de FSH preserva as reservas do ovário, evitando 
contínuo recrutamento de folículos antrais, 99% dos quais são perdidos pela atresia. O 
aumento transitório de FSH permite crescimento folicular suficiente de forma que 
alguns folículos adquiram responsividade ao LH. A responsividade ao LH propicia a 
12 
 
habilidade para sobreviver sem o FSH. No momento que os perfis de crescimento dos 
folículos dominantes e subordinados começam a divergir (momento da seleção), 2 ou 3 
dias depois da emergência da onda, o FSH sofre rápido declínio. O folículo destinado a 
se tornar dominante aparentemente adquire receptores para LH e tem vantagem 
competitiva sobre os folículos destinados a se tornarem subordinados. O FSH na 
circulação é subsequentemente suprimido pela retroalimentação negativa de produtos 
dos folículos emergentes (estradiol e inibina) e a queda no FSH evita a emergência de 
uma nova onda folicular. 
 A dominância parece ter dois aspectos: a habilidade do folículo dominante em 
inibir o crescimento dos folículos menores e de ovular sob condições hormonais 
apropriadas. De acordo com a concepção de dominância, os folículos selecionados 
sobrevivem, ao menos transitoriamente, na medida que apenas um folículo em cada 
onda folicular se tornará dominante. Adicionalmente, este folículo dominante suprime o 
desenvolvimento dos folículos subordinados. 
Diferenciação 
 No início do ciclo estral ocorre o recrutamento de uma população de folículos do 
pool de folículos antrais menores (2 a 4 mm), sendo que 2 a 4 dias após detecta-se por 
meio de ultrassonografia vários folículos com diâmetro médio entre 6 a 9mm. 
Imediatamente após este período inicia-se a fase de seleção no qual um folículo emerge 
do pool de folículos recrutados e continua crescendo. Posteriormente, este folículo se 
transforma em dominante (período de dominância) inibindo o crescimento dos demais. 
A diferenciação é caracterizada pelo crescimento contínuo do maior folículo, sendo o 
único com capacidade de ovular e de suprimir os folículos subordinados. Os dois 
maiores folículos crescem em velocidade semelhante por alguns dias, até que o folículo 
maior atinja aproximadamente 8,5mm. 
 O folículo dominante parece regular o crescimento dos folículos subordinados. 
Os folículos subordinados podem tornar-se dominante se o folículo dominante original 
for removido, ou se houver uma suplementação exógena de FSH. A remoção do maior 
folículo no momento esperado do início da diferenciação, ou poucos dias após, é 
seguido pelo incremento das concentrações de FSH circulante seguido pelo crescimento 
do segundo maior folículo em poucas horas. Este novo folículo torna-se dominante, mas 
continua sendo menor do que o folículo dominante que foi removido. 
13 
 
Seleção do folículo dominante 
 Entre o surgimento do pico de FSH e o início da divergência, todos os folículos 
da onda, continuam necessitando de FSH e alguns destes contribuem para a diminuição 
do FSH. Associado com o início da divergência a relação folículo/FSH muda, apesar de 
vários folículos necessitarem de FSH, somente o folículo dominante continua a crescer, 
mesmo em baixas concentrações de FSH. A queda do FSH é necessária para que se 
estabeleça a divergência; o aumento do FSH endógeno ou a administração de FSH 
precoce em uma onda faz com que vários folículos tornem-se dominantes. Com a 
diminuição das concentrações séricas de FSH, os folículos modificam-se, a produção de 
estrógenos reduz, os níveis de inibina de alto peso molecular reduzem e há aumento das 
quantidades de IGF-BP de baixo peso molecular, culminando com apoptose das células 
da granulosa. Neste ambiente, somente o folículo dominante é capaz de continuar a 
crescer e produzir esteróides. O FSH estimula a produção de estradiol, ativina-A e 
inibina-A. Estes fatores FSH-estimulados tem papel intrafolicular na divergência. 
Ambos, estradiol e inibina, suprimem as concentrações circulantes de FSH. 
 O mecanismo ligado à diferenciação folicular não está bem definido, mas está 
relacionado com a indução de receptores para LH nas células da granulosa, aumento do 
17β-estradiol circulante, decréscimo plasmático do FSH e aumento de IGF-1 livre no 
liquido folicular. A seleção do folículo dominante é um processo no qual o primeiro 
folículo a adquirir receptores para LH nas células da granulosa é selecionado como 
dominante, ou seja, o folículo dominante é capaz de responder, tanto ao FSH quanto ao 
LH para crescer. 
 O folículo selecionado para tornar-se dominante, é apto a continuar seu 
crescimento sob influência hormonal que é supressiva aos folículos menos 
desenvolvidos. O início de cada onda folicular é precedido (1 ou 2 dias) pelo 
incremento transitório nas concentrações de FSH que atinge seu pico no tempo 
aproximado da emergência folicular. Entretanto, as concentrações atingem valores 
baixos antes da diferenciação folicular. Durante o declínio das concentrações de FSH, as 
concentrações de LH aumentam, atingindo um platô aparente 24 horas antes da 
diferenciação e declínio 16 a 24 horas após a diferenciação. 
O folículo quando atinge 5mm de diâmetro adquire a capacidade de diminuir as 
concentrações circulantes de FSH. Apesar disso, os níveis decrescentes de FSH 
continuam a exercer efeito positivo no requerimento dos folículos. No momento em que 
o folículo maior atinge o diâmetro de 8,5mm (o início esperado da diferenciação), 
14 
 
aumenta o declínio contínuo das concentrações de FSH. A redução da concentração de 
FSH no momento da diferenciação é inferior ao mínimo requerido pelos folículos 
subordinados, mas suficiente para o crescimento contínuo do folículo dominante. 
 Fatores intra-ovarianos como inibina, ativina e IGF-1 estão relacionados no 
estabelecimento da dominância folicular em associação com a atresia dos folículos 
subordinados. O aumento das concentrações de inibina deve estar ligado à produção de 
estrógenos pelo folículo. Estudos sugerem que o estradiol e a inibina atuam 
sinergicamente na supressão da secreção do FSH e bloqueio do recrutamento de outros 
folículos, enquanto que a progesterona é o maior regulador do pulso e frequência do 
LH. 
Coincidentemente, as concentrações de LH aumentam e têm função no 
crescimento do maior folículo selecionado (ovulatório, ou não) após o início da 
diferenciação. O futuro folículo dominante adquire receptores para o LH nas células da 
granulosa e as concentrações de estradiol no líquido folicular começam a aumentar para 
estabelecer a dominância, privando os folículos subordinados do crescimento. 
A atresia do folículo dominante está relacionada com a frequência lenta dos 
pulsos de LH (em decorrência da presença de um corpo lúteo secretor de progesterona). 
A maturação final e ovulação estão associadas com rápida frequência dos pulsos de LH 
que só ocorrem se as concentrações de progesterona decrescem (<1ng/ml), como 
consequência da luteólise provocada por uma onda endógena ou exógena de 
prostaglandina. O folículo dominante desta onda produz estradiol suficiente para 
desencadear o comportamento do cio, estimular a liberação de GnRH induzindo pulsos 
de LH e o subsequente pico final de LH que é o responsável pela ovulação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
16 
 
ULTRASSONOGRAFIA APLICADA A REPRODUÇÃO DE BOVINOS 
 
Desde a descoberta do efeito dos cristais piezoelétricos pelos irmãos Curie em 
1880, ocorreu um intenso aperfeiçoamento para a utilização destes na medicina. Sendo 
aplicado pela primeira vez na medicina humana em 1950. Em medicina veterinária 
intensificou-se o seu uso após o lançamento do primeiro livro tratando da 
ultrassonografia aplicada à reproduçãoequina em 1986. E em 1990 já se faz uso da 
ultrassonografia no manejo de éguas Puro Sangue de Corrida, biometria testicular e uso 
em reprodução de ovinos e bovinos. 
 Bases biofísicas do ultrassom 
 
Um aparelho de ultrassonografia é composto por um transdutor, também 
conhecido por sonda ou probe, um monitor e um software. 
A ultrassonografia se baseia na produção de imagens pelo uso de ondas sonoras de 
alta frequência As ondas acústicas do ultrassom são ondas de pressão, produzidas pela 
compressão e descompressão alternadas das moléculas dos tecidos adjacentes. Estas ondas 
de pressão são geradas pela vibração de cristais com propriedades piezoelétricas, presentes 
no transdutor do aparelho, quando submetidas a correntes elétricas alternadas. Estas ondas 
têm a propriedade de se propagar pelos tecidos orgânicos. À medida que uma onda 
atravessa um determinado corpo, parte é refletida na forma de um eco e parte prossegue 
interagindo com tecidos mais profundos. 
 A densidade e a organização de um tecido determinam que proporção da onda 
ultrassonográfica será refletida. Líquidos não refletem as ondas, sendo caracterizados como 
anecóicos ou não-ecogênicos, originando imagens escuras; tecidos muito densos refletem a 
maior parte da onda, sendo caracterizados como hiperecóicos ou hiperecogênicos, 
produzindo imagens mais claras. Cada tecido apresenta um padrão ultrassonográfico 
próprio. Tecidos de diferentes resistências acústicas, quando em contato, produzem 
interfaces que permitem diferenciá-los. 
 Os cristais agem, ao mesmo tempo, como transmissores e como receptores. As 
ondas refletidas pelos tecidos são reconvertidas pelos cristais do transdutor em pulsos 
elétricos. Os pulsos são amplificados, compensados para diferenças de intensidade e 
utilizados por um receptor na geração de uma imagem bidimensional. O tempo entre a 
emissão do pulso elétrico e o retorno do eco é utilizado no cálculo da distância entre a 
estrutura e o transdutor. Um tecido mais distante do transdutor, no momento da análise, 
apresenta imagem na porção inferior da tela. A imagem é representada por uma escala de 
tonalidades cinza. 
A profundidade que o som alcança depende da frequência do transdutor. 
A frequência é definida como o número de vezes que uma onda é repetida 
(ciclos) por segundo. 
O comprimento de onda é a distância que a onda percorre 1 ciclo. A frequência e 
o comprimento de onda são inversamente relacionados. Quanto menor o comprimento 
de onda, maior a frequência e melhor a resolução. 
17 
 
 A profundidade que o som penetra no tecido é inversamente proporcional à 
frequência empregada. Sons de alta frequência são mais atenuados que sons de baixa 
frequência, atingindo menor profundidade. 
A posição do ultrassom na superfície do órgão do animal irá determinar a 
orientação da imagem, podendo ser longitudinal (sagital) ou transversal. 
 
TERMINOLOGIA 
 
Anecóico-Anecogênico-Transônico: ausência de eco, cor preta. 
Ecóico-ecogênico: presença de ecos. 
Hiperecóico-Hiperecogênico: ecos brilhantes. Estruturas altamente reflexivas 
(cor branco). 
Hipoecóico- Hipoecogênico: ecos esparsos, reflexão intermediaria (cinza). 
Isoecóico: estruturas com a mesma ecogenicidade. 
 
ARTEFATOS 
 
REVERBERAÇÃO: imagem de linhas ecogênicas sucessivas, paralelas à 
superfície da pele, determinadas pela repetição do eco devido a ar ou gás na trajetória do 
ultrassom. A reverberação externa ocorre quando o contato entre transdutor e pele não é 
total. A reverberação interna é determinada quando existe gases no interior do corpo do 
paciente. 
SOMBRA ACÚSTICA: Zona anecóica determinada por estrutura hiperecóica 
que impede a progressão do ultrassom nos tecidos, refletindo-o completamente. 
REFORÇO ACÚSTICO: uma estrutura anecóica (conteúdo líquido) conduz 
muito bem o som, fazendo com que este chegue com muita intensidade nos tecidos 
posteriores à mesma, determinando imagem hiperecóica. 
 
TRANSDUTORES 
É a parte do aparelho que merece maior cuidado e também é a mais frágil e cara, 
justificando este cuidado. 
 
Deve-se adequar ao tipo principal de uso. 
 
Deve ser acoplado e desacoplado do aparelho somente com este desligado. 
 
 
 
 
18 
 
 
 
Transdutor linear: os cristais são arranjados em filas. A imagem é tipicamente 
retangular. Este estilo de transdutor é bem adequado para visualização reprodutiva 
transrretal. 
 
Transdutor setorial: possuem sondas com uma cabeça móvel e são 
particularmente adequada para visualização transvaginal (aspiaração foliular-OPU e 
outras aplicações com imagens feitas por esta via). Fornecem uma imagem triangular 
(formato de pedaço de pizza). 
 
Transdutor convexo: são adequados para visualização esterna (ex. através da 
parede abdominal-diagnóstico de gestação em ovelhas) ou do tórax (entre costelas), 
também pode ser utilizado para obtenção de imagem ultrasonográfica dos testículos. 
Possuem formato que facilita o contato com a pele. Fornecem imagem triangular. 
A seguir esquema reprentativo do transdutor e imagem ultrasonografica obtida 
de transdutor convexo. 
19 
 
 
 
CUIDADOS COM O APARELHO DE ULTRASSOM 
 
Transportar em caixa ou bolsa com espuma de proteção. 
Evitar quedas, altas temperaturas ou umidade. 
Realizar a limpeza após o trabalho. 
Cuidado com o manuseio da probe evitando dobrar o fio ou conectar/desconectar 
com o aparelho ligado. 
Ao ligar sempre observar a voltagem do aparelho e da rede. É aconselhável o 
uso de estabilizador. 
 
LIMPEZA 
 
Item fundamental para funcionamento de qualquer equipamento eletrônico, 
particularmente o ultrassom que possui uma série de componentes sensíveis ao acúmulo 
de poeira. 
A limpeza correta e constante permitirá vida longa ao aparelho e melhor preço 
de revenda na troca por outro equipamento. 
Gabinete e Teclado: a limpeza destes componentes poderá ser feita com um 
pano levemente umedecido somente com água, sabão neutro. Não utilizar dentro do 
teclado ou partes elétricas. 
 Transdutores: devem ser limpos com pano úmido ou papel toalha a cada fim de 
exame; nunca deixar o gel secar no transdutor. Não utilizar álcool e nenhum produto 
que contenha ácido, pois tais produtos podem danificar e corroer a película que recobre 
os cristais do transdutor. 
 Frente do Monitor: geralmente de acrílico; deve ser limpo com água, pois o uso 
de outro produto pode manchar ou prejudicar a transparência deste material. 
 Cabos dos Transdutores: podem ser limpo com produto tipo sabão neutro ou 
outro produto de limpeza similar. 
20 
 
Painel de Controle: deve ser limpo também com um pano umedecido somente 
com água; é preciso muito cuidado com o painel, pois o gel pode e infiltrar-se nas 
placas e danificá-lo. 
Filtro: o filtro do equipamento merece um cuidado especial, pois têm a função 
de filtrar o ar que entra para refrigeração do aparelho impossibilitando um 
superaquecimento. Durante a limpeza, não utilizar papéis ou materiais que soltem fiapos 
ou se desmanchem – isto poderá ocasionar um entupimento do filtro e um 
superaquecimento das placas do equipamento. 
Todas as entradas de ar existentes no aparelho devem a ser aspiradas; o acúmulo 
de poeira e sujeira nestas seções com superaquecimento decorrente do equipamento é o 
principal causador de danos em aparelhos de ultrassonografia. 
 
 
21 
 
ULTRA-SONOGRAFIA EM REPRODUÇÃO BOVINA 
Aplicações na reprodução animal 
 
 A ultrassonografia tem diversas aplicações como método de diagnóstico em 
várias espécies, especialmente no exame do aparelho reprodutor. Dentre as vantagens da 
técnica está o fato de não ser invasiva, relativamente simples de ser efetuada, segura 
tanto para o animal como para o operador, pode ser realizada à campo e fornecer 
diagnósticos imediatos na maioria dos casos. Até o início da utilização da 
ultrassonografia em medicina veterinária, a avaliação semiológica do trato reprodutivo, 
e particularmente dosovários de grandes animais, estava limitada aos achados oriundos 
da técnica de palpação retal e de técnicas invasivas, como a laparotomia e laparoscopia. 
As limitações destas técnicas são evidentes. 
No caso da palpação retal, pela subjetividade ou inexatidão na avaliação dos 
parâmetros e pela eventual lesão tecidual ocasionada pelos processos de laparotomia e 
laparoscopia. O estudo da atividade folicular e luteal, com base em achados realizados 
após o abate ou retirada do órgão, impossibilitava o monitoramento sequencial das 
estruturas ovarianas ao longo do ciclo estral. A ultrassonografia transrretal, por ser uma 
técnica não-invasiva e permitir a visualização de estruturas de maneira bem correlata à 
imagem de seu corte anatômico, permitiu a superação de grande parte destas limitações. 
 A técnica de ultrassonografia transrretal demonstrou ter múltiplas aplicações na 
avaliação morfológica e funcional do aparelho reprodutor feminino em equinos e 
bovinos e também em outras espécies. 
 O uso do ultrassom possibilitou grandes avanços no estudo da fisiologia 
ovariana, particularmente na caracterização do padrão de crescimento folicular, 
desenvolvimento, manutenção e regressão luteal, e ocorrências durante a fase inicial da 
gestação. As principais aplicações da ultrassonografia em reprodução animal são: 
 
- Estudo da fisiologia ovariana e uterina durante o ciclo estral e gestação; 
- Avaliação das gônadas do macho e estruturas de acesso pélvico; 
- Auxílio no diagnóstico de alterações patológicas de útero e ovário; 
- Avaliação ginecológica de animais destinados à reprodução; 
- Diagnóstico de gestação precoce; 
- Monitoramento da gestação inicial para verificação de perdas embrionárias; 
- Sexagem fetal; 
- Guia para punção folicular de oócitos. 
 
Seleção do aparelho 
 
 Antes de se adquirir um aparelho deve-se ter em mente que embora exista um 
grande potencial de aplicações, na maioria das vezes um único aparelho não é capaz de 
executar da forma mais adequada todas estas atividades, principalmente sem alguns 
acessórios. Assim é importante verificar a utilização principal do mesmo e direcionar a 
22 
 
compra para um equipamento que possa executar um maior número de atividades 
previstas. As principais características são: 
1. Resolução: primeira característica a ser considerada. 
2. Tipo de transdutor: 
3. Frequência de onda 
4. Características do software 
5. Tipo de uso: Fixo ou móvel; 
6. Fonte de energia própria e auxiliar (bateria de automóvel); 
7. Tamanho da tela; 
8. Garantia, assistência técnica, peças de reposição e outros; 
9. Relação custo benefício 
 
Utilização da ultrassonografia na reprodução de bovinos 
 
A relação custo-benefício é a principal variável a ser observada na incorporação 
de novas tecnologias, em qualquer setor produtivo. Sem as informações corretas sobre 
esta condição, a aplicação de certas técnicas, em determinadas situações pode trazer 
resultados diferentes dos esperados, o que ás vezes faz com que diminua a credibilidade 
e o interesse para a mesma. 
 
Ultrassonografia aplicada a reprodução de fêmeas bovinas 
Exame do trato genital 
 
Útero: 
Deve-se ajustar a posição do transdutor para obter uma boa imagem do corno 
uterino. Em geral, uma visão do corno é mais útil em seções sagitais, pois seções 
angulares são mais difíceis de interpretar. Seções transversais podem auxiliar no 
diagnóstico de algum conteúdo na luz. Um exame sistemático dos cornos uterinos é 
recomendado iniciando-se pela cervix e progredindo distalmente ao longo de cada um 
dos cornos uterinos. A aparência ultrassonográfica do útero e das estruturas presente nos 
ovários auxilia a determinação do estágio do ciclo estral. Os fluidos intrauterinos 
começam a aumentar três a quatro dias antes do estro, atingindo o máximo por volta do 
estro, e então declinando. A eco textura uterina é relativamente uniforme durante o 
diestro, mas torna-se muito mais grosseira próxima ao momento do estro. Os fluidos 
intrauterinos nos casos de metrite ou endometrites tem graus variados de eco densidade 
variando de um aspecto floculento até intensamente branco. Pelo contrário, fluido 
intrauterino fisiológico é totalmente não-ecoico. 
23 
 
Ovários: 
A ultrassonografia é o principal método de avaliação da dinâmica de 
desenvolvimento folicular. Os folículos ovarianos aparecem como estruturas não eco-
ecoícas, geralmente como uma borda delgada. Os folículos podem parecer irregulares 
devido à compressão por outras estruturas ovarianas. O corpo lúteo é facilmente 
detectável um ou dois dias após a ovulação. Numa fêmea ciclando, o corpo lúteo regride 
alguns dias antes do estro. 
O corpo lúteo (CL) é geralmente visível aproximadamente até a ovulação 
subsequente (às vezes até dois ou três dias após a próxima ovulação). Daí em diante, o 
CL não pode ser distinguido do estroma ovariano. Uma cavidade central se forma em 
aproximadamente 70% dos CL. As cavidades centrais não possuem efeito significativo 
sobre fertilidade, duração do ciclo ou concentração plasmática de progesterona. 
Folículos ovarianos císticos têm paredes de espessura variável, desde muito finas (cisto 
folicular) até vários mm de espessura (cisto luteínico). Um folículo ovariano cístico 
pode ser difícil de distinguir de um folículo ou de um CL com uma grande cavidade. 
Geralmente, um cisto terá pelo menos 20mm de diâmetro. Folículos ovarianos císticos 
não são estruturas estáticas. Pode haver mais do que um folículo cístico presente e, ao 
longo do tempo, um folículo cístico regredir enquanto que outro aumenta em tamanho. 
Geralmente não existe corpo lúteo presente. 
Dinâmica folicular: 
Em pesquisas para conhecimento das ondas foliculares. Acompanhamento do 
desenvolvimento do corpo lúteo após aspiração folicular. 
Monitoramento da involução uterina pós-parto: 
É possível avaliar a involução uterina no período pós-parto e com base na 
quantidade de líquido e características deste verificar a ocorrência de metrite e 
endometrites de grau I, II ou III. 
Diagnóstico de gestação: 
Em qualquer método de diagnóstico de gestação em bovinos, o que 
principalmente interessa ao técnico na prática, ou seja, a maior atenção deve ser sempre 
dispensada às fêmeas não gestantes. É imprescindível que para cada um destes animais 
seja feito um exame minucioso de todo o genital seguido de uma recomendação de qual 
procedimento executar para tornar esta fêmea gestante o mais rápido possível. Neste 
quesito, a ultrassonografia é insuperável, pois além de permitir um diagnóstico acurado 
e precoce, permite naquelas fêmeas não gestantes uma excelente avaliação de todo o 
genital. 
O diagnóstico de prenhez com ultrassom geralmente não é acurado antes do 22º 
dia. Antes do 20º dia é difícil detectar conteúdo característico de gestação no interior do 
útero. O próprio embrião dificilmente pode ser detectado antes do 25º dia. Em 
condições de campo, um operador experiente com um bom equipamento deve ser capaz 
de detectar o embrião ao 28º dia, na maioria das vacas. O embrião localiza-se na base da 
24 
 
primeira curvatura do corno uterino. Neste período embrião está acoplado à face dorsal 
do lume uterino. Entre o 20º e 25º dia, o embrião está em íntima aposição ao endométrio 
e encontra-se circundado por uma pequena área circular de fluido. Após o 25º dia, a 
detecção do fluido cório-alantóico é fortemente sugestiva de prenhez. No entanto, a 
detecção do próprio embrião, com o batimento cardíaco é o método mais confiável de 
verificar a viabilidade do feto. Acima de 30 dias de gestação é possível a clara 
visualização do feto, que nesta fase se encontra mais distante (solto) do endométrio. 
Com aparelhos de boa resolução é fácil a percepção dos batimentos cardíacos e com isto 
identificar a viabilidade fetal. 
 
Sexagem fetal: 
 A sexagem fetal tem apresentado um demanda crescente com o desenvolvimento 
da ultrassonografia embovinos. Ela pode ser utilizada para eliminação da prenhez de 
um sexo indesejável, geralmente machos em rebanhos leiteiros, comercialização de 
receptoras de embrião com prenhez de determinado sexo, programação de formação de 
planteis etc. O diagnóstico do gênero fetal baseia-se na determinação da localização do 
tubérculo genital (TG). Esta estrutura existe nos fetos de ambos os sexos. Na fêmea dará 
origem ao clitóris e no macho originará o pênis. O TG é uma estrutura bilobulada, eco-
densa de aparência muito característica. Localiza-se inicialmente sobre a linha média, 
entre os membros posteriores, detectada a partir do 50º dia de gestação. Até esta idade 
não é possível detectar diferenças em fetos macho ou fêmea. A partir do 55º dia de 
gestação inicia a migração do tubérculo. Na fêmea o TG migra a uma pequena 
distância em sentido posterior (ventral à base da cauda) e torna-se o clitóris. No macho, 
o TG migra uma distância maior em sentido anterior, até imediatamente posterior ao 
cordão umbilical, e torna-se o pênis. O acurado diagnóstico do sexo fetal é possível 
aproximadamente entre o 55º e o 75º dia ou mais tarde, desde que se tenha acesso para 
visualizar as áreas corretas. 
25 
 
 
Guia para punção folicular de oócitos: 
 Outra aplicação importante da ultrassonografia. Com o crescimento da técnica 
de fecundação in vitro, houve maior demanda para aspiração folicular de oócitos via 
ultrassonografia. Potencialmente podem ser aspirados todos os folículos visíveis de 
acordo com a resolução do equipamento. Utiliza-se uma probe geralmente setorial, ou 
mais recentemente micro-convexa colocada via vaginal, acoplada a uma guia de 
punção. Requer muita habilidade do técnico que manuseia o equipamento, a fim de 
evitar lesões nos órgão genitais, principalmente ovários. Vários trabalhos têm procurado 
adequar o ritmo de coleta de oócitos no sentido de maximizar a produção e minimizar as 
lesões que a técnica provoca na fêmea doadora. 
Na aspiração guiada por ultrassom o transdutor é inserido na vagina e o ovário é 
fixado por palpação retal. Quando a imagem ultrassonográfica do folículo é alinhada 
com a linha de punção no monitor, a cânula de aspiração é introduzida via vaginal para 
aspirar o conteúdo folicular 
 
26 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 A ultrassonografia revolucionou a avaliação do genital de fêmeas de grande 
porte. Com esta técnica foi determinado o padrão de desenvolvimento folicular que 
auxiliou o desenvolvimento de procedimentos mais avançadas de manipulação da 
fisiologia, como superovulação, sincronização de cio, Inseminação Artificial em Tempo 
Fixo (IATF) e outras. Além disto permitiu-se melhorar a avaliação de várias patologias 
e a realização do diagnóstico de outras, antes impossível. É capaz de avaliar de 
estruturas muito pequenas, a partir de 1mm, não somente na superfície dos órgãos, mas 
também no interior dos mesmos. Aumentaram sobremaneira as informações que podem 
ser obtidas, porém não diminuiu a necessidade de conhecimentos sólidos de anatomia, 
fisiologia e endocrinologia, imprescindíveis para interpretar esta maior gama de 
achados. Quanto maior o número de informações a serem relacionadas, maior a 
necessidade de conhecimentos para a elaboração do diagnóstico preciso. A 
ultrassonografia auxilia na geração e necessita de conhecimentos para quem utiliza a 
técnica.

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