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A Importância da Literatura na Formação de Cidadãos Críticos

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LEITURA E LITERATURA
Padrão de resposta esperado
Explicaria aos pais que a escola tem uma função muito maior do que preparar os estudantes para o mercado de trabalho: ela deve formar cidadãos críticos e pensantes. A arte (e a literatura consequentemente) desempenha um papel extremamente importante nesse processo, pois é uma forma de olhar para o mundo e de dar sentido a ele – de torná-lo humanamente significativo. A escola também deve se preocupar com a dimensão socioafetiva da formação do aluno, e a literatura pode colaborar muito com isso. A leitura de textos literários é um exercício de alteridade: durante a leitura, o leitor entra na cabeça de personagens completamente distintos, vendo o mundo sob variados pontos de vista. Dessa forma, a literatura pode humanizar e tornar os alunos mais empáticos, mais preocupados com o outro e mais tolerantes ao diferente.
A prática da literatura no espaço escolar
O título e suas imaginações
Objetivos:
• Provocar a inventividade. 
• Despertar interesse pelo conteúdo de um livro.
- Material: Vários livros que possuam sinopse. 
- Sugestão: Coleção Veredas da editora Moderna.
Etapas da atividade:
1. Dizer que trouxe vários livros e gostaria que eles colocassem a imaginação para funcionar diante dos títulos que serão lidos.
2. Ler todos os títulos pausadamente.
3. Pedir que eles escolham o seu livro e advertir que eles não poderão manuseá-lo, a fim de evitar que leiam a sinopse.
4. Dar um tempo para que eles pensem no título.
5. Depois, cada um, em posse do livro que escolheu, deverá criar uma história: aquilo que acha que é o conteúdo do livro em questão.
6. Depois que todos concluírem seus textos, as sinopses serão lidas, constatando-se, assim, quem mais se aproximou do conteúdo do livro.
7. Dentro desse universo de livros, um deles deverá ser escolhido para ser lido com o grupo.
Sugestões:
• As crianças escreverão um texto a partir do título do livro que escolheram. Cabe ao mediador acompanhar que dificuldades os estudantes tiveram, mostrar as diferenças de textos entre um e outro (ninguém pensa igual a ninguém) e incentivar a continuidade da produção.
• Outra opção é comparar a história que eles escreveram com a do autor. Perguntar se acharam que a inventada por eles combina mais com o título, de qual delas gostaram mais. (LOIS, 2010, p. 108).
O estudo do espaço na literatura
Cronótopo (cronos = tempo, topos = lugar) foi um conceito usado por Mikhail Bakhtin (1895-1975) na literatura para mostrar que as categorias espaço e tempo se fundem na criação artística. O conto tem o cronótopo do deslocamento. Se há deslocamento, este ocorre no espaço e no tempo. No conto, temos o espaço casa dos tios e o tempo presente (agora) e o aeroporto como espaço e o tempo futuro (depois): "Levaram o menino a ver o aeroporto [...] De mão dada, ele entrou no chapa [transporte coletivo]. O tio desconferiu uma riqueza de notas. Tudo em sorrisos, como se tudo aquilo fosse cumprir de promessa." Outro cronótopo é o antigo (cidade da fronteira de onde o menino saiu por conta da guerra) e o atual do menino (casa dos tios na cidade), como na passagem: "O menino era desses que a guerra deslocou não só de endereço, mas de vida. Vinha de lá, onde a terra desfaz fronteira com outras terras. Nesse seu lugarinho tudo era sossegoso, até o tempo ali ganhava vastas preguiças. Agora, em casa dos tios, o menino só encontrava espantos no rumor da cidade".
Os clássicos universais da nossa literatura
A literatura brasileira é muito rica e variada. Há muitas obras e autores que já se transformaram em clássicos, mas o fato de serem clássicos não quer dizer que são extremamente sérios, difíceis de compreender ou distantes da nossa realidade.
Um exemplo de como os clássicos da literatura brasileira podem ser irônicos e irreverentes é o poeta Gregório de Matos, que viveu no século XVII, na Bahia. Ele ficou mais conhecido, em sua época, por Boca do Inferno, visto que seus poemas criticavam ferozmente tudo e todos: desde as pessoas do povo até os altos funcionários do Estado. Ninguém escapava da sua pena.
No poema Descrevo que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia, o eu lírico critica aqueles que mandam, por exemplo, em versos recheados com extrema ironia: eles pretendem mandar no mundo, mas não são capazes de mandar na própria cozinha.
É interessante notar também a atualidade desse poema, levando em consideração os políticos, o despreparo destes e a corrupção de nosso tempo.
A abordagem da interrelação da literatura com outras áreas de conhecimento.
A obra literária A invenção de Hugo Cabret apresenta muitos aspectos interessantes: é composta de linguagem híbrida, que envolve imagens e palavras, o que remete à grafic novel, à HQ, ao cinema e às diferentes tecnologias de informação e comunicação.
Sua intenção, entretanto, não é simplificar o acesso à narrativa, mas tratar a imagem como recurso contemporâneo, capaz de exigir competências complexas de compreensão, decodificação e simbolização. A narrativa rompe com o cânone tradicional da leitura literária e se vincula ao tempo presente. Também pelos ingredientes de efabulação, a linguagem enreda o leitor na narrativa e atualiza, por meio da personagem principal, o interesse pelo passado, única forma de desvendar o mistério anunciado no capítulo primeiro.
Na sequência, à medida que evolui, a trama remete à realidade, pois dialoga com a história de Georges Méliès (1861-1938), um dos criadores do cinema, e propõe à discussão do que há de verdade e de ficção no enredo. Esse movimento, que atualiza uma forma de intertextualidade com a história real, supõe a possibilidade de discutir uma importante função da literatura: dar a conhecer um contexto social (a virada do século XIX/XX), especialmente os aspectos culturais e científicos de Paris, um dos mais importantes centros urbanos da época.
Tempo e espaço, além de elementos estruturais da narrativa, são explorados no texto como ícones de um tempo de busca e mudança, capaz de introduzir novas tecnologias, como o cinema, e de conduzir a descoberta/o crescimento pessoal do protagonista, bem como a atualização do passado, pelo resgate da memória de Méliès. Ao serem representados por imagens e por palavras, tempo e espaço valorizam a linguagem do receptor, capturam seu interesse para a efabulação e as relações que ela pode estabelecer com o mundo real.
Por outro lado, ao simular histórias de vida para apresentar aspectos do real, a narrativa cria personagens complexos, imersos em problemas que fazem sentido na contemporaneidade, representados por relações afetivas, perdas, vínculos pessoais com traumas do passado e a necessidade de resolvê-los para poder crescer, projetar o futuro e ser feliz. Nessa perspectiva, oferece ao leitor a oportunidade de vivenciar experiências intensas da vida humana, a partir da linguagem e por meio da ficção.
A leitura literária abre, então, perspectiva para estabelecer relações com diferentes situações de produção e recepção, pois dá conta do contexto social da época apresentada no texto com recursos que interessam o leitor hoje e habilita a estabelecer relações com outros textos, Tom Sawyer, por exemplo, explora recursos das novas tecnologias de comunicação e informação e abre perspectiva de refletir também sobre outras artes, colocando a experiência de criar em interação e diálogo.
Teoria da comunicação: elementos da comunicação
Emissor e receptor: como se trata de uma entrevista, os papéis de emissor e receptor vão se revezar entre você e o entrevistador, entretanto você será o principal emissor, pois aquilo que disser será avaliado pelo superintendente, que verificará a sua aptidão ou não para o cargo.
Mensagem: você deve transmitir ao entrevistador que seus conhecimentos, habilidades e competências são suficientes para assumir o cargo com o desempenho esperado por ele.
Canal: por se tratar de uma entrevista face a face, o canal é a fala. Caso fosse em videoconferência, por exemplo, além da fala, vocês contariam, também, com um equipamento tecnológico, um celular, por exemplo.Código: é a língua portuguesa oral. A situação pede formalidade e o uso da modalidade padrão da língua. Além disso, deve-se considerar que o modo de vestir, bem como as expressões faciais e gestuais também fazem parte da linguagem e devem ser zeladas para transmitir informações positivas sobre você.
Contexto: é um ambiente de trabalho, nos tempos atuais, em uma situação formal.
Estratégias de Leitura: Texto e intertextualidade
O texto que inspirou Renato Russo foi o capítulo 13 do livro bíblico Coríntios, abaixo transcrito. 1 Coríntios 13:1-13:
"1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."
Com este texto, Renato Russo constrói uma intertextualidade positiva, dizendo o mesmo conteúdo bíblico, porém em estrutura diferente, passando de prosa para verso.
Tipos textuais - a descrição: elementos, estrutura e gêneros
Dependendo do foco adotado como expectador, poderemos ver, em um primeiro plano, um conjunto de cisnes nadando no lago, sob alguns galhos secos de árvores. Apurando um pouco mais o olhar, podemos ver que, refletidos na água, os cisnes se transformam em elefantes. Esta obra pertence ao pintor espanhol Salvador Dali, o mestre do Surrealismo, e se chama "Cisnes refletindo elefantes". Se a nossa perspectiva for mais panorâmica, ainda é possível verificar um homem em pé do lado esquerdo da tela, o qual, segundo os analistas, é um autorretrato do pintor. E se ainda nos autorizarmos brincar com nossa criatividade, poderemos identificar, em cada sombra ou risco, uma imagem diferente.
É perceptível que um mesmo objeto, uma mesma pessoa, um mesmo lugar podem ser vistos de maneiras diferentes por diferentes pessoas, ou seja, o sentido não está no texto lido ou no objeto da descrição, mas na interação entre este e o leitor, pois aí está envolvida, também, a bagagem de cada leitor.
Liberte-se de preconceitos e experimente reler um texto, rever uma questão! Faça isso de maneira aberta e verá como poderá mudar o seu jeito de ver o mundo.
Domínios e gêneros discursivos: definição e funcionalidades
Ao adquirir a aposentadoria, o senhor José não deveria encaminhar uma carta ao INSS, pois esse pedido, que se trata de um direito adquirido, deve ser feito por meio de um requerimento.
Tal gênero textual é utilizado sempre que for pedir algo que lhe seja de direito, por exemplo, trancar uma matrícula na faculdade, pedir licença-saúde etc.
GÊNEROS DISCURSIVOS LITERÁRIOS
Dentre as principais características que tornam este texto literário estão os recursos estilísticos, fonéticos e semânticos; a conotação, especialmente, com o uso da metáfora e da metonímia; o emprego adequado da metrificação, do ritmo, da rima, da articulação dos personagens, da estruturação do enredo, entre outros elementos; e a capacidade de emocionar o leitor, em sua função catártica.
Com relação à análise do texto do Mário Quintana, é possível perceber a exploração dos plurissignificados, com o emprego da conotação no termo "poemas", sendo empregado metaforicamente como pássaros. Essa metáfora é explorada no decorrer de todo o texto. Além disso, há o uso de versos livres, ritmo e musicalidade próprios do poema.
GRAMÁTICA
Para responder a essa pergunta, é preciso considerar que a linguagem apresenta duas dimensões: uma interna ao indivíduo e subjetiva, e uma externa ao indivíduo e objetiva. Por um lado, o português se localiza na própria mente do falante, sendo essa a dimensão interna. Por outro lado, o português é uma língua natural, compartilhada pelas comunidades de língua portuguesa, como Portugal, Brasil e alguns países de África, sendo essa a dimensão externa.
O ENSINO DA GRAMÁTICA
Poderia desenvolver um projeto de gramática contextualizada. Iria selecionar capítulos interessantes de livros que chamem atenção dos alunos, em seguida iria trabalhar a interpretação e posteriormente questões de linguística semiótica. Assim, eu iria trabalhar a gramática contextualizada.
Concepções de Linguística Aplicada, de Linguagem e de Gramática
Ao conversar com a diretora, você fala sobre a supervalorização da Gramática Normativa pela escola tradicional. Para sustentar a sua metodologia de ensino, menciona as pesquisas recentes em Linguística Aplicada que mostram que os alunos aprendem melhor por meio de um ensino contextualizado, com práticas significativas. A memorização de nomenclaturas gramaticais não torna os alunos melhores usuários da língua portuguesa, no que diz respeito à sua circulação em diferentes esferas letradas na sociedade. O que os torna usuários mais competentes é o trabalho com diferentes textos, diferentes gêneros do discurso que os possibilitem participar plenamente de diversas comunidades de prática.
Propostas de atividades de leitura, produção textual e gramática
Cada gênero vai tratar de certos conteúdos, organizando o texto de maneiras específicas e prevendo seleções específicas de recursos da língua, em termos de vocabulário, estruturas, convenções, etc.
Os dois textos aqui reproduzidos pertencem aos seguintes gêneros: (1) receita e (2) post de notícia no Facebook. Reconhecemos que esses exemplos são bem cotidianos, pois os identificamos a ponto de nomeá-los. "Me manda aquela receita de bolo?", "Você viu aquele post no Facebook?". Leve os alunos a concluir que o que sabemos de um gênero tem relação direta com as nossas interpretações das formas: a organização do texto, seleção de imagens, diagramação, etc. Além disso, é importante que se construa um entendimento dos elementos de estilo, ligados ao modo como esse gênero de texto recorre aos recursos da língua - vocabulário, tamanho das frases, etc.
Práticas de ensino de escrita: ensino e avaliação
Ao olhar atentamente para a grade de avaliação, é possível perceber uma preocupação com o caráter dialógico do texto. Os alunos precisam escrever seus textos pensando no contexto de interlocução, adequando-se à situação de uso da linguagem. Podemos afirmar que essa grade está alinhada com a pedagogia discutida nesta unidade de aprendizagem: o objetivo é formar alunos que sejam capazes de usar a língua para atuar, por meio de textos, em contextos mais amplos.
Gêneros textuais/discursivos
Não, João não se comunicou da mesma maneira. Embora João tenha usado o mesmo gênero textual/discursivo – o e-mail – para se comunicar nas três situações comunicativas ilustradas, há diferenças significativas no e-mail final enviado. Isso se dá em virtude:
a) do contexto sócio-histórico de cada e-mail: cada e-mail foi escrito dentro de um tempo e espaço distintos;
b) do propósito comunicativo de cada e-mail: o primeiro e-mail foi feito para solicitar um boleto atrasado; o segundo, para pedir auxílioao seu chefe no tocante à resolução de um conflito interpessoal no trabalho; e o terceiro, para responder a sua amiga que está morando distante e saber notícias dela;
c) dos papéis/das funções dos sujeitos envolvidos: cada e-mail foi escrito para um sujeito participante diferente, cujas funções sociais são também distintas, isto é, o administrador do prédio, o seu chefe e a sua amiga;
d) do grau de formalidade ou informalidade requerido pela situação comunicativa: o primeiro e o segundo exigiram um certo grau de formalidade, enquanto o último não;
e) da composição ou estruturação linguística de cada texto: em virtude dos diferentes propósitos e das especificidades comunicativas de cada e-mail, os elementos textuais (estruturais linguísticos) mobilizados na sua escrita poderão variar.
Funcionalidade dos gêneros textuais/discursivos nos processos de letramento
A professora de Língua Portuguesa Mariana inicia de forma adequada a sua aula com base nos estudos dos gêneros textuais/discursivos, os quais se voltam majoritariamente para os usos e as funcionalidades comunicativas dessas práticas discursivas. Ela prepara a sua aula, tomando em consideração o interesse da turma pelo gênero notícia de jornal impresso, em especial, pelas notícias policiais que trazem temas próximos ao convívio dos alunos.
A professora, ainda, justifica a importância de um trabalho baseado na diversidade textual, o que é um ponto fundamental no ensino da Língua Portuguesa, a saber, oferecer possibilidades de leitura e compreensão crítica dos vários gêneros textuais/discursivos que circulam na sociedade.
No entanto, embora Mariana exponha a notícia para a turma, ofereça um determinado tempo de leitura para o texto e levante questões ligadas ao seu propósito e a sua autoria ((1) qual é o propósito comunicativo da notícia? e (2) por quem ela foi escrita?), é importante que a professora organize a sua aula (por meio de sequências didáticas) para aprofundar outros elementos que se ligam ao estudo do gênero textual/discursivo, tais como o seu modo de produção e circulação, o contexto social e histórico de sua publicação, a situação social dos sujeitos que estão sendo relatados na história, a relação entre o seu conteúdo (tema) e a sua construção composicional, as relações ideológicas em jogo no texto, entre outros elementos.
É bem possível que a professora precise de várias aulas para fazer esse trabalho de forma aprofundada, contudo, o que ocorre é que a professora parte de duas questões relacionadas ao estudo do gênero textual/discursivo para uma análise linguística descontextualizada, em que não há um preparo dos alunos para esse tipo de trabalho.
A exemplo de Mariana, a simples exposição a um gênero textual/discursivo não é suficiente para que o aluno o aprenda — tal situação, infelizmente, ainda é comum entre alguns professores. A análise linguística pode e deve ser trabalhada sim, contudo, esse é um trabalho a ser feito posteriormente de forma articulada com o trabalho contextual e comunicativo a partir do gênero textual/discursivo, uma vez que o que propôs a professora parece ser, à primeira vista, um exercício normativo de cópia e memorização do uso da vírgula.
Domínios e gêneros discursivos: definição e funcionalidades
Ao adquirir a aposentadoria, o senhor José não deveria encaminhar uma carta ao INSS, pois esse pedido, que se trata de um direito adquirido, deve ser feito por meio de um requerimento.
Tal gênero textual é utilizado sempre que for pedir algo que lhe seja de direito, por exemplo, trancar uma matrícula na faculdade, pedir licença-saúde etc.
Formação Discursiva: Enunciado, História, Interdiscurso e os Gêneros do Discurso
Em uma perspectiva foucaultiana, é possível pensar nas condições históricas que permitiram a emergência desse enunciado: ele emerge em um momento posterior à revolução sexual, em um momento em que a liberdade sexual feminina conquistada se confronta com discursos moralistas ainda vigentes.
Já em uma perspectiva pecheutiana, sabendo que as palavras não têm um sentido literal, mas, sim, recebem seu sentido da formação discursiva nas quais são enunciadas, o movimento da palavra "vadias" é uma demonstração desses diferentes sentidos que uma mesma palavra pode assumir. Assim, na formação discursiva na qual se encaixaria a primeira declaração, a palavra era pejorativa, ofensiva.
Na formação discursiva em que se inscrevem as Marchas das Vadias, o sentido deixa de ser ofensivo e assume ares de uma identidade reivindicada: as mulheres se assumem como tal e não veem nisso um demérito, tampouco uma justificativa para violência e desrespeito.
Produção de textos de diferentes tipos através de estratégias discursivas
a) O uso da palavra welcome mostra de imediato o posicionamento do jornal em relação ao tema abordado: uma abordagem positiva e receptiva. Ambos os editoriais começam com a expressão The Guardian view on (A visão do The Guardian sobre), marcando o caráter opinativo do gênero. Essa expressão marca também a ideia de posicionamento coletivo, pois deixa explícito que não se trata da opinião de uma pessoa só, mas sim da visão do jornal como um todo.
Na linha de apoio do primeiro exemplo, pode-se identificar uma tentativa de desqualificar o governo do presidente Donald Trump. Inicialmente, os autores apresentam um argumento que parece favorável ao presidente, mas, em seguida, o refutam, apresentando dados que invalidam a expectativa criada na abertura da frase (The Democrats’ advances were essential and will check Donald Trump’s power, but disappointments show how far there is to go). Já o segundo lide mostra uma postura mais firme por parte dos autores. Afirmações veementes como “Protesters (...) are right to be infuriated” mostram a força do caráter opinativo do editorial.
b) Os editoriais do The Telegram apresentam títulos mais curtos; porém, muito sugestivos. In oil we trust remete à famosa assertiva In God we trust, fazendo uma alusão irônica ao aumento no preço do petróleo e seu impacto fiscal, tema apresentado no título e no lide. Já Making us pay é um título provocativo que procura conduzir o leitor à ideia de que está sendo enganado (Fazendo-nos pagar). O lide faz uma provocação ainda mais forte, dialogando diretamente com o leitor por meio do uso de pronomes da 2.ª pessoa (you).
c) Os títulos do The Guardian tem a apresentar maior formalidade em função da estrutura vocabular e da quantidade de informações oferecidas no curto espaço que o título e o lide proporcionam. Já os títulos do The Telegram têm um tom mais irônico e dialogam mais o leitor, o que se observa a partir do uso de pronomes de 1.ª e 2.ª pessoas (we/you).

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