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CARDIOTOCOGRAFIA Prática- LHabSim Dra. Mariana Semedo É um exame para avaliação da vitalidade fetal, que pode ser realizado no anteparto, durante toda a gestação, e no intraparto. COMO REALIZAR? Tem duração de 20 minutos. Paciente: ● Decúbito lateral esquerdo OU ● Posição de Fowler (45º) com apoio para as costas Aparelho: são 03 transdutores ● O transdutor liso é colocado no dorso do feto, avalia os bcf ● O transdutor com uma bolinha é colocado no fundo do útero, avalia as contrações ● O transdutor mais comprido fica na mão da gestante e ela aciona quando o feto se mexer Para determinar onde será colocado cada transdutor, a gente faz a manobra de Leopold para conseguir detectar o fundo uterino e o dorso do feto. REGISTRO GRÁFICO INTERPRETAÇÃO 1) Linha de Base: média aproximada dos batimentos cardíacos fetais ● Normalidade: ○ Se < 37 semanas: 120 a 160 bpm ○ Se > 37 semanas: 110 a 160 bpm 2) Variabilidade: oscilação da FC fetal para cima da linha de base. 3) Aceleração Transitória: ascensão abrupta da FC fetal cujo pico é de pelo menos 15 bpm que a linha de base e a duração é de pelo menos 15 segundos (pelo menos 2 em 10 minutos) 4) Desaceleração: queda transitória do bcf, formando um “vale” na linha de base. Nunca é normal, mas nem sempre é patológica. ● Classificação: ○ DIP I ⇒ desaceleração fisiológica: a desaceleração é simultânea à contração ■ Também chamada de desaceleração precoce, decorre da compressão da cabeça do feto no momento da contração ○ DIP II ⇒ desaceleração patológica: a desaceleração ocorre logo após a contração ■ Também chamada de desaceleração tardia, é indicativa de hipóxia/sofrimento fetal. ■ Um DIP II sempre acende um alerta: se nada for feito, o feto vai morrer! Então sempre é indicação para cesárea? Não, a gente vai optar pelo parto mais rápido, se a mãe já estiver dilatada, por exemplo, é muito mais rápido continuarmos o parto natural, do que levar a paciente para o centro cirúrgico, preparar campo, esperar anestesista e etc. ○ DIP III ⇒ desaceleração umbilical: desacelerações abruptas sem relação fixa com as contrações uterinas. ■ Também chamada de desaceleração variável, é decorrente da compressão do cordão umbilical e consequente interrupção do fluxo sanguíneo através do mesmo. Pode ser favorável ou desfavorável. ■ DIP III Favorável: a obstrução do cordão umbilical é transitória. No cardiotoco vai aparecer como uma desaceleração localizada entre “dois ombros” e seguida de um retorno do registro gráfico para os parâmetros normais. ■ DIP III Desfavorável: decorre do prolapso do cordão umbilical, quando o cordão umbilical avança sobre o canal de parto e é comprimido pela cabeça fetal contra o arcabouço ósseo, determinando risco iminente de morte fetal. No cardiotoco, é determinado por uma desaceleração abrupta sem retorno ao parâmetros normais. CATEGORIZAÇÃO DO CARDIOTOCO Categoria I: é o cardiotoco 100% bom → linha de base dentro da normalidade, variabilidade e aceleração transitória presentes. Categoria II: é o cardiotoco inconclusivo → linha de base dentro da normalidade, variabilidade e aceleração transitória podem estar presentes e presença de desaceleração fisiológica ou favorável (DIP I ou DIP III favorável). ● Nestes casos a gente vai intervir e repetir o exame depois, sendo que a intervenção depende da situação. Podendo ser: oferta de O2, hidratação venosa, oferta de alimento, etc. ● Se depois de intervir o cardiotoco permanecer inconclusivo, o ideal é solicitar USG. Categoria III: é o cardiotoco em que há risco iminente de morte fetal → DIP II e DIP III desfavorável. ● No DIP II a gente vai optar pela via de parto mais rápida, seja natural ou cesárea. ● No DIP III desfavorável a única possibilidade é a cesariana - assim que for feito o diagnóstico (pelo toque é possível sentir o cordão) é preciso fazer uma manobra para segurar a cabeça do feto, evitando que ela comprima o cordão e a paciente deve ser encaminhada imediatamente para a cesárea. EXEMPLOS /