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RCC 08-02- ALTERAÇÕES UROLOGICAS NA PED

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RCC 08 Carolina Ferreira 
 
“Um adolescente de 17 anos chega ao serviço de emergência (SE) após ter desenvolvido 
manifestação aguda de uma dor intensa no testículo direito, há cerca de 4 horas, enquanto jogava 
futebol. O paciente nega ter sofrido traumatismo recente na área, febre, disúria ou secreção peniana. 
Embora ele esteja nauseado, não há dor abdominal nem vômito. Ao exame, sua temperatura é de 
37,5oC, a pressão arterial está 138/84 mmHg, a frequência cardíaca é de 104 bpm e a frequência 
respiratória é de 22 mpm. O paciente apresenta desconforto agudo em consequência da dor. Sua 
condição abdominal é benigna. À inspeção visual, o paciente apresenta inchaço e eritema escrotal de 
lado direito, na ausência de secreções ou lesões penianas. Devido à sensibilidade escrotal intensa e 
difusa, é difícil examinar a região de forma mais detalhada. Entretanto, não ocorre subida testicular 
quando a porção interna da coxa do paciente é golpeada. O exame de urina mostrou a presença de 3 a 5 
leucócitos sanguíneos/campo de maior aumento (CMA).” 
“Um menino não circuncisado de 6 meses de idade é trazido à clínica pediátrica com história de 
24 horas de edema peniano. Os pais observaram que estava difícil retrair o prepúcio. Durante o banho 
na noite anterior, a mãe finalmente conseguiu retrair o prepúcio por completo. Na clínica, o prepúcio 
permanece retraído atrás da glande, que está edematosa e ingurgitada. O lactente parece sentir dor 
quando o pênis é manipulado” 
PONTOS IMPORTANTES 
-Adolescente, 17 anos chega ao SE, manifestação aguda de uma dor intensa no testículo direito, há 
cerca de 4 horas, enquanto jogava futebol→Escroto agudo? 
-À inspeção visual, o paciente apresenta inchaço e eritema escrotal de lado direito, na ausência de 
secreções ou lesões penianas→Torção testicular? 
-Entretanto, ñ ocorre subida testicular quando a porção interna da coxa do paciente é golpeada→Redux 
testis? 
-O exame de urina mostrou a presença de 3 a 5 leucócitos sanguíneos/campo de >  (CMA)→ 
-Menino ñ circuncisado de 6 meses de idade, vem a clínica pediátrica c/ história de 24 horas de edema 
peniano→Parafimose? 
-Os pais observaram que estava difícil retrair o prepúcio→ sinais do exame físico da parafimose 
-Na clínica, o prepúcio permanece retraído atrás da glande, que está edematosa e 
ingurgitada→parafimose? 
-O lactente parece sentir dor quando o pênis é manipulado.→Sinais de parafimose 
LISTA DE PROBLEMAS 
1. Dor aguda intensa no testículo direito há cerca de 4 horas 
2. Nega trauma, febre, disuria e secreção peniana 
3. Na inspeção apresenta inchaço e eritema escrotal de lado direito 
4. Ñ ocorre subida testicular quando a porção interna da coxa do paciente é golpeada 
1. Menino, ñ circuncidado, 6 meses, apresenta 24 horas de edema peniano 
2. Dificuldade em retrair o prepúcio e o lactante parece sentir dor quando o pênis é manipulado 
3. O prepúcio permanece retraído atrás da glande, que está edematosa e ingurgitada 
HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS 
1. Parafimose? 
2. Torção testicular? 
3. Escroto agudo? 
 
FIMOSE 
-É a incapacidade de realizar a retração do prepúcio, impedindo a exposição da glande, por 
aderências balanoprepuciais ou estenose do meato prepucial. 
-Embriologia: a formação do prepúcio ocorre a partir do 3º mês de gestação nos sentidos 
distal e ventral, encerrando em torno do 5º mês, após o fechamento da uretra glandular. Após, 
inicia-se uma epitelização da glande, que acarreta a separação da glande do prepúcio, e que 
geralmente se completa após o nascimento. 
RCC 08 Carolina Ferreira 
-Epidemiologia: nos RN, o prepúcio é retrátil 
somente em 4%, aos 6 meses, em 20%, aos 3 anos, 
em 90% e, aos 17 anos, em 99% 
-Basicamente, são 2 entidades: a congênita e a 
adquirida, com base na idade e na fisiopatologia. 
Ambas se referem à dificuldade ou à incapacidade de 
retrair o prepúcio distal sobre a glande, esta última 
em decorrência de repetidos episódios de infecção 
local (postites) ou ferimentos secundários associados 
à retração prepucial forçada. 
-Classificação: 
• Fisiológica: ocorre em meninos RNs até 4 anos de idade sem complicações, em que há 
persistência das aderências balanoprepuciais 
• Ñ fisiológica: acontece por estenose do meato prepucial, sendo complicada quando ocorre 
balanite, balanopostite, obstrução urinária, infecção urinária e parafimose.Pode ser complicada 
ou ñ complicada 
-Classificação de Kayaba et al.: 
1. Grau I: leve retração sem que se veja a glande; 
2. Grau II: exposição apenas do meato uretral; 
3. Grau III: exposição da glande até sua parte média; 
4. Grau IV: exposição da glande até sulco coronal; 
5. Grau V: exposição total da glande. 
-Diagnóstico:é feito pelo exame físico 
-Diagnóstico diferencial: aderência balanoprepucial e de prepúcio redundante. 
-Tratamento clínico: até os 4 anos, se o paciente ñ apresentar nenhuma complicação, ñ há 
indicação p/ se realizar retração forçada do prepúcio, fato que pode provocar lesões com 
consequentes fibrose e fimose permanente. A higiene adequada é a única conduta até os 4 
anos. Após essa idade, ou em casos c/ complicações, o tratamento clínico pode ser adotado c/ 
uso de cremes de esteroides tópicos por 1-2 meses. Existem, à disposição, cremes c/ 
betametasona a 0,05%, hidrocortisona a 1 ou 2% ou triancinolona a 0,1-1%. Nos pacientes 
refratários ao uso de corticoides tópicos, é necessária intervenção cirúrgica, c/ realização de 
postoplastia ou postectomia. 
-Tratamento cirúrgico: denominado postectomia, deve 
ser considerado eletivamente p/ casos de fimose 
persistente após os 3 anos de vida. Consiste na retirada 
total ou parcial do prepúcio. Na reduzida, opta-se pela 
retirada da porção do prepúcio que contém o anel 
fimótico, mantendo-se a glande parcialmente 
encoberta pelo prepúcio. Já na postectomia clássica, ou 
circuncisão, todo o prepúcio é removido, expondo, 
assim, permanentemente, o sulco balanoprepucial. 
Esse último procedimento é indicado nos pacientes c/ 
infecção urinária. Na cirurgia, podem ser utilizados 
dispositivos p/ facilitar a técnica cirúrgica, tais como Plastibell, Gomco e Mogen. Pacientes que 
apresentam parafimose na Urgência ñ devem ser operados imediatamente, deve-se sempre 
diminuir o grau de inflamação local e as lesões. Crianças c/ balanopostites recorrentes ou 
infecção do trato urinário de repetição c/ anomalia do trato urinário têm indicação de 
tratamento cirúrgico em qualquer idade 
 Postoplastia é a incisão longitudinal do anel prepucial estreitado com sutura transversal da 
pele, realizando-se, assim, um “relaxamento” da estenose do meato prepucial. Sua indicação é 
reservada para pacientes com anel estreito e para aqueles que se mostram cooperativos em 
realizar higiene diária após a cirurgia. É a técnica indicada nos casos de parafimose. 
RCC 08 Carolina Ferreira 
-Complicações: são as + variadas possíveis. As agudas são sangramento, remoção excessiva de 
pele, amputação peniana, necrose peniana, lesão uretral, infecções, retenção urinária e 
deiscência de sutura. As tardias são fístula uretrocutânea, estenose meatal e pênis embutido. 
PARAFIMOSE 
-Parafimose é uma doença que ocorre quando o prepúcio do pênis ñ 
circuncisado é retraído e permanece atrás da glande, causando 
ingurgitamento vascular e edema da glande distal. É uma emergência 
médica quando identificada agudamente e requer tratamento imediato e 
eficaz p/ impedir a perda da glande distal 
-Epidemiologia: a incidência é desconhecida. Só existem relatos de casos 
isolados na literatura. Ela pode ocorrer em qualquer idade,mas é + 
comum em crianças e idosos 
-Etiologia: a + comum segue a retração do prepúcio de um pênis ñ circuncisado por um 
profissional de saúde durante exame físico, cateterismo ou cistoscopia peniana, que então se 
esquece de recolocar o prepúcio por cima da glande. Os meninos, ou seus pais, devem ter sido 
orientados a retrair o prepúcio c/ fimose fisiológica para realizar a higiene.A coexistência de 
higiene deficiente e surtos recorrentes de infecção bacteriana (balanite) tornam a doença + 
provável. Outras causas de parafimose incluem relação sexual em homem ñ circuncisado c/ 
fimose (abertura estreita do prepúcio), práticas sexuais que causam constrição do prepúcio, 
piercing peniano, infestações parasitárias, líquen escleroso, circuncisão inadequada ou 
hemangiomas do pênis 
-Fisiopatologia: a retração do prepúcio atrás da glande (na presença de prepúcio fimótico) 
causa constrição da glande distal pelo anel fimótico. Isso causa ingurgitamento vascular, pois 
os fluxos linfático e venoso do anel constritor estão prejudicados. Isso resulta em edema 
secundário. As consequências são comprometimento vascular adicional, pois o fluxo arterial 
está prejudicado, e possível isquemia do pênis distal ao anel fimótico. Pode-se observar 
eventual necrose da glande.Em outros casos, a pele da glande se torna espessa e seca, 
causando a forma crônica da parafimose 
-Fatores de risco:ausência de circuncisão, cateterismo urinário, dependência de um cuidador 
p/ higiene diária, prepúcio apertado, fimose, higiene precária, infecção bacteriana e 
parasitária, diabetes, piercing peniano, hemangiomas do pênis, doença vascular periférica e 
circuncisão inadequada 
-Quadro clínico: dor no pênis, faixa constritiva de tecido do prepúcio retraído atrás da glande 
(comum), glande edemaciada, eritema 
Parafimose c/ edema de mucosa e infecção secundária pela perda de fluxo à glande 
Parafimose c/ edema de mucosa e infecção secundária pela perda de fluxo à glande, c/ 5 
dias de evolução 
-História:pacientes adultos geralmente se queixam de dor no pênis. Pacientes pediátricos 
podem se apresentar c/ sintomas obstrutivos de micção (sensação de esvaziamento 
incompleto, esforço à micção e fluxo urinário reduzido). É importante determinar a duração do 
episódio de parafimose, pois a redutibilidade manual pode estar comprometida em pacientes 
c/ evolução prolongada 
RCC 08 Carolina Ferreira 
-Exame físico: a glande está  e congestionada c/ um colar de prepúcio edematoso. Uma faixa 
constritiva de tecido pode ser observada diretamente atrás da cabeça do pênis. O restante da 
haste peniana não apresenta nada digno de nota. A glande e o prepúcio devem ser avaliados 
quanto a sinais precoces de necrose. Uma glande mole, rosada e maleável é tranquilizadora 
quanto à presença de fluxo sanguíneo. Áreas escuras, ou a presença de uma glande ñ 
maleável, são preocupações quanto à presença de necrose precoce. Em crianças, a parafimose 
pode se apresentar como obstrução urinária aguda. 
-Diagnóstico: é baseado na história e no exame físico 
-Diagnóstico diferencial: reações alérgicas, picadas de inseto, síndrome de Tourniquet, 
estrangulação por laço de cabelo 
-Tratamento: a conduta na parafimose 
consiste na tentativa de redução manual ou 
incisão dorsal do prepúcio, geralmente sob 
algum grau de anestesia, caso ñ haja sinais 
de necrose do pênis. Se já existem sinais de 
isquemia ou se a redução manual ñ é efetiva, 
o paciente deve ser encaminhado à cirurgia p/ a postectomia 
 (A) Incisão na área de constrição e (B) pele prepucial em posição 
normal após redução 
(A) Parafimose; (B) compressão manual; (C) pressão da glande peniana e 
redução de pele prepucial 
-Prevenção primária: a circuncisão é preventiva p/ o desenvolvimento de parafimose. Além 
disso, é necessário orientar o homem ñ circuncisado ou seus cuidadores de que, depois que o 
prepúcio for retraído, ele deve ser devolvido à posição anterior, por cima da glande. Deve-se 
evitar a retração forçada do prepúcio fimótico. Anéis compressores, etc. devem ser evitados. 
-Prevenção secundária: o uso de práticas sexuais ou de saúde que deixam o prepúcio retraído 
deve ser evitado. Pacientes que tiveram parafimose decorrente de piercing corporal devem ser 
instruídos a ñ recolocar o piercing. Aqueles que tiveram a condição em decorrência de uma 
reação alérgica devem evitar o alérgeno. 
-Complicação: necrose da glande e/ou do prepúcio 
-Prognóstico: após a redução imediata da parafimose, a maioria dos pacientes se recupera 
completamente. O edemaciamento do prepúcio  ao longo dos dias seguintes. Dependendo 
da etiologia, recomenda-se orientação apropriada do paciente e/ou seus cuidadores. Pacientes 
c/ evidência de fimose devem ser aconselhados sobre a conveniência da circuncisão. 
ESCROTO AGUDO 
-A dor escrotal aguda pode ser causada por torção testicular, torção do apêndice testicular ou 
epididimite. O grande desafio é a dificuldade de diferenciar esses diagnósticos, uma vez que os 
achados ñ são exuberantes e o dano espermatogênico secundário à torção de testículo inicia 
c/ 6 horas de evolução. 
RCC 08 Carolina Ferreira 
-Define-se como quadro doloroso súbito c/ 
 de volume da bolsa testicular, 
geralmente unilateral, c/ edema e rubor, 
podendo ser acompanhado por 
manifestações gerais como febre, 
sudorese, náuseas e vômitos. 
-Torção testicular: corresponde à torção 
do cordão espermático sobre o testículo, 
interrompendo seu aporte sanguíneo, o 
que pode levar à necrose. 
-Torção do apêndice testicular: 
corresponde à torção dos restos 
embrionários da regressão dos ductos de 
Muller e Wolff. 
-Epididimite: é o processo inflamatório ou 
infeccioso do epidídimo, que pode 
também afetar o testículo 
(orquite/orquiepididimite). 
-Etiologia: a conduta terapêutica a ser instituída depende do diagnóstico etiológico correto. 
Várias doenças podem se apresentar sob esse diagnóstico sindrômico. 
-Epidemiologia: a torção testicular é responsável por 50-60% dos casos de escroto agudo em 
adolescentes e por 25-30% de todos os casos pediátricos. A torção do apêndice testicular é + 
comum entre 7 e 10 anos, e a distribuição é a mesma entre os 2 lados. A epididimite é causa 
de 20% dos casos em adolescentes e menos de 1% em meninos pré-púberes. 
-Quadro clínico: nos casos de torção testicular, o paciente apresenta-se c/ dor súbita, sendo 
que a indicação do local pode ser precisa. Ñ há relatos de sintomas urinários ou corrimento 
uretral. Quando ocorre a torção do apêndice testicular, usualmente a dor também é súbita, 
mas o paciente localiza a dor em apenas um ponto específico do testículo, que normalmente é 
no seu ápice. Ñ se acompanha de náuseas ou vômitos. Já nos pacientes c/ epididimite, o início 
da dor geralmente é insidioso. Nos adolescentes sexualmente ativos, usualmente há uma 
infecção sexualmente transmissível associada. Nesses casos, são comuns o corrimento uretral 
e sintomas urinários. Quando não há infecção associada, o diagnóstico fica prejudicado. Não 
costuma apresentar-se com náuseas ou vômitos. 
-Exame físico: evidencia-se o testículo elevado em relação ao contralateral, e ausência do 
reflexo cremastérico. O paciente geralmente encontra-se desconfortável e sem posição de 
repouso, podendo apresentar vômitos. Nos pacientes c/ torção do apêndice testicular no 
exame físico, encontramos esse ponto de dor localizado e, na transiluminação, evidencia-se 
uma “mancha azulada”, que corresponde ao apêndice testicular torcido.O exame físico do 
paciente c/ epididimite, no estágio inicial, evidencia uma massa  e macia posterior ao 
testículo. C/ a evolução, torna-se + difícil diferenciar o epidídimo do testículo, ficando, assim, 
muito semelhante à apresentação da torção testicular. 
-Examesde imagem: um exame comum de urina geralmente é normal no paciente c/ torção 
testicular, assim como no paciente c/ torção do apêndice testicular; já no paciente c/ 
epididimite c/ causa infecciosa, pode haver numerosos leucócitos. Nesses casos, um cultural 
também pode auxiliar. É muito importante esclarecer o fluxo testicular p/ se diferenciar entre 
torção testicular e epididimite. Existem dois exames capazes de aferir o fluxo testicular: a 
ecografia testicular c/ Doppler a cores e a cintilografia testicular. Quando a realização dos 
exames retardar a cirurgia, ultrapassando o prazo de risco de lesão testicular, eles ñ devem ser 
realizados. Durante a ecografia testicular c/ Doppler a cores, podem ser diferenciados os 2 
tipos de torção. 
-Diagnóstico: preciso e rápido deve ser realizado p/ que o procedimento terapêutico permita 
preservar o órgão. 
RCC 08 Carolina Ferreira 
-Diagnóstico diferencial: é feito a partir de orquite aguda, orquiepididimite aguda, torção do 
cordão espermático, torção dos apêndices testiculares, hérnia inguinoescrotal encarcerada, 
hidrocele e tumor testicular, apesar de esses 2 últimos ñ se classificarem como urgências. 
-Tratamento: quando houver o diagnóstico de torção testicular, pode-se realizar uma manobra 
de distorção manual antes da cirurgia p/ alívio dos sintomas, mesmo assim a cirurgia está 
indicada. Essa manobra consiste em rotar o testículo no sentido medial p/ lateral, quantas 
vezes forem necessárias p/ o alívio dos sintomas. Em casos de dúvidas sobre a causa da dor 
testicular, a exploração testicular está indicada, c/ o intuito de preservar o testículo. A 
exploração testicular é realizada por incisão na rafe escrotal, c/ abordagem inicial do lado 
torcido, realizando-se a destorção e aquecendo-se o testículo c/ compressas mornas. Se, após 
30 minutos, o testículo ñ se recuperar, deve ser realizada a orquiectomia. Quando há 
recuperação, deve-se fixar esse testículo c/ fio ñ absorvível. Independentemente disso, é 
necessária a fixação do testículo contralateral. Nos casos de torção do apêndice testicular, em 
geral o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, e algumas vezes de antibiótico, é suficiente. Em 
casos + avançados, a exploração testicular pode ser indicada p/ diferenciar da torção 
testicular. Em pacientes c/ epididimite, também o uso de analgésicos e anti-inflamatórios é 
suficiente. Nos adolescentes sexualmente ativos ou quando há diagnóstico etiológico, é 
indicado tratar a causa específica. Um suspensório escrotal pode ajudar no alívio dos sintomas. 
Epididimite, orquite orquiepididimite aguda : 
-A epididimite aguda é a causa + comum, no adulto, de escroto agudo, sendo sua etiologia 
possivelmente viral, bacteriana e idiopática. Comumente, seu quadro clínico é de início 
insidioso, uni e, + raramente, bilateral, com sinais flogísticos,  de volume do conteúdo da 
bolsa testicular, sendo o epidídimo doloroso e espesso. Frequentemente, após 24 horas, existe 
participação do testículo, causando o que se denomina orquiepididimite. 
-A inflamação aguda do testículo: isolada, é pouco frequente, sendo a orquite pós-parotidite 
(caxumba), de etiologia viral, a mais habitual. Atinge os adultos jovens em até 30% dos casos. 
Comumente, os sintomas aparecem de maneira insidiosa, 7 dias após a parotidite, unilateral 
em cerca de 70%. A evolução é autolimitada, podendo levar a atrofia testicular em cerca de 
50% e, quando atinge os testículos bilaterais, a esterilidade (10%). 
-A orquiepididimite aguda é o processo inflamatório + comum da bolsa testicular, podendo 
ser evolução da epididimite, e é comumente de etiologia bacteriana, sendo, em pacientes c/ 
menos de 40 anos, Chlamydia e Neisseria gonorrhoeae as bactérias + comuns e, acima de 40 
anos, as Gram negativas, sendo a via de contaminação + comum a retrógrada (uretra 
prostática). 
-Diagnóstico: é feito pela história clínica, pelo exame físico e pelos exames laboratoriais e de 
imagem, como hemograma, urinálise + cultura e US c/ Doppler 
-Diagnóstico diferencial: torção de cordão espermático e hérnia encarcerada. 
-Tratamento: recomendam-se medidas gerais, que visem à melhora dos sintomas, como 
repouso relativo, gelo, suspensão escrotal, analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos 
adequados (ciprofloxacino por 10 a 14 dias), direcionadas ao diagnóstico etiológico específico. 
Convém lembrar que a melhora pode ser lenta, mesmo c/ tratamento adequado, e que o 
restabelecimento completo pode levar até 1 mês. 
-Complicações: abscesso escrotal e infarto testicular; consequentemente, ocorre infertilidade 
em níveis de 42%, quando bilateral, e 23%, quando unilateral. 
Orquiepididimite aguda (aspecto de bolsa testicular) 
 
RCC 08 Carolina Ferreira 
Orquiepididimite aguda (aspecto de testículo e epidídimo) 
Torção de cordão espermático: 
-Em um quadro de escroto agudo, deve ser levantada a hipótese de torção de cordão 
espermático, até que se prove o contrário, principalmente em crianças e adolescentes. 
-Tipos de torções: 
1. Extravaginais: ocorrem em testículos ñ descidos, exclusivas no período intrauterino ou em 
recém-nascidos, quando as fixações da túnica vaginal e do gubernáculo ao músculo dartos 
são frouxas. Correspondem a 10% de todas as torções; 
2. Intravaginais: ocorrem em qualquer idade, c/ pico de incidência na puberdade, por uma 
anomalia de fixação do testículo, que permite que ele e o epidídimo flutuem livremente 
dentro da túnica vaginal, tal qual um “badalo de sino”. São defeitos anatômicos 
congênitos. Correspondem a cerca de 88 a 90% dos casos 
Escroto agudo: torção em adolescente, c/  de volume de bolsa testicular à 
direita 
Torção de cordão espermático 
-Quadro clínico: a dor é de início súbito, de grande intensidade, e pode estar acompanhada de 
náuseas e vômitos, sem relação c/ traumas e exercícios físicos. O sintoma predominante é a 
dor, em + de 90% dos casos, de início abrupto e intenso, referida ao longo do cordão 
espermático e/ou no baixo abdome, podendo ser acompanhada de náuseas e vômitos. Em RN, 
o quadro consiste em de volume do testículo, c/ bom estado geral 
-Exame fisico:o epidídimo pode mostrar-se anteriorizado, porém, caso esteja em sua posição 
normal, ñ afasta a hipótese de torção, pois pode estar torcido 360 °. Outro sinal que chama a 
atenção ao exame físico é a elevação do testículo na bolsa (redux testis), em cerca de 1 terço 
dos pacientes. Edema, eritema, dor à palpação e endurecimento são achados comuns, que 
podem confundir o diagnóstico. P/ diferenciar torção de cordão de orquiepididimite, 2 sinais 
são importantes a serem analisados: o sinal de Angell (paciente em pé e testículo contralateral 
horizontalizado) e o sinal de Prehn (piora ou manutenção da dor c/ a elevação do testículo na 
torção testicular e melhora da dor na orquiepididimite – sinal positivo). 
RCC 08 Carolina Ferreira 
-Diagnóstico: deve ser feito de maneira precisa e rápida, p/ um tratamento cirúrgico na 
tentativa de salvar o testículo, pois o tempo de isquemia pode alterar a viabilidade deste. A 
torção pode ser de 90 a 180 °, acreditando-se que, quanto > o nº de torção, pior o prognóstico. 
O tempo de isquemia e comprometimento testicular é de 80% de viabilidade nas primeiras 5 
horas e 20% de viabilidade após 10 horas. Alterações no leucograma e febre são raras. 
-Exames de imagem: o exame que fecha o diagnóstico da torção do testículo é a US do escroto 
c/ Doppler colorido, ela aponta a anatomia do cordão e o fluxo sanguíneo, que, nos casos de 
torção, está reduzido ou ausente. A cintilografia escrotal c/ o tecnécio-99m demonstra, 
também c/ precisão, a irrigação dos testículos,porém demanda + tempo e ñ está disponível na 
maioria dos serviços de urgência. O diagnóstico por imagem indicado, que não deve atrasar o 
tratamento cirúrgico, é a US de bolsa testicular com Doppler, que demonstra a ausência de 
vascularização. 
US c/ Doppler de torção de cordão c/ ausência de vascularização à esquerda 
-Tratamento: o objetivo é a revascularização do testículo pelo destorcimento do cordão 
espermático. Como cerca de 2 terços das torções ocorrem de lateral p/ medial, a tentativa de 
destorcer manualmente pode ser feita de maneira inversa, sempre visando manter a vitalidade 
do testículo. A correção cirúrgica está indicada mesmo quando, manualmente, consegue-se 
destorcê-lo, e é feita sempre a orquipexia bilateral, pois o defeito anatômico que permitiu a 
torção de um lado, em geral, existe bilateralmente. A orquiectomia pode ser realizada em 
caso de comprometimento da vitalidade do(s) testículo(s). 
Torção testicular(apêndice testiculares): 
-A torção testicular é uma emergência urológica resultante da torção do testículo no cordão 
espermático, causando uma constrição no suprimento vascular e isquemia tempo dependente 
e/ou necrose do tecido testicular 
-Os apêndices testiculares são estruturas 
remanescentes do desenvolvimento embriológico. A 
extremidade 
cranial do ducto 
mülleriano 
persiste como 
appendix testis. 
-São 4 os 
apêndices 
testiculares: appendix testis (apêndice testicular), 
appendix epididymis (apêndice epididimário), 
paradidimys (paradídimo – órgão de Giraldès) e vasa 
berrans (ducto aberrante – órgão de Haller), sendo o 
appendix testis o + comumente encontrado e torcido. 
-Epidemiologia: tem uma distribuição bimodal, sendo 
que a torção extravaginal afeta neonatos no período 
perinatal, e a torção intravaginal afeta homens de 
qualquer idade, mas ocorre c/ + frequência em 
adolescentes. Geralmente ñ é uma doença que afeta os 
idosos 
-Etiologia:a deformidade em badalo de sino é o defeito anatômico + comum associado ao 
desenvolvimento da torção testicular intravaginal. Outras etiologias incluem trauma. A 
etiologia exata da torção extravaginal é desconhecida e ñ se identifica um defeito anatômico 
RCC 08 Carolina Ferreira 
-Fisiopatologia: normalmente, o testículo passa pelo canal inguinal coberto por uma camada 
de peritônio. Essa camada, a túnica vaginal, prende-se naturalmente à parede posterior, na 
parte inferior e na região superior do testículo. Se as 2 fixações da túnica vaginal ocorrerem na 
parte superior do testículo, a deformidade se desenvolverá em badalo de sino, o que  a 
probabilidade de torção porque o testículo se move livremente dentro da túnica. Quando 
ocorre a torção, o tempo p/ destorção determinará a extensão da viabilidade testicular. A 
morte das células germinativas testiculares ocorre secundariamente ao suprimento de 
oxigênio reduzido, depleção da energia celular e formação de um metabólito tóxico. Os 
mecanismos p/ lesão por reperfusão/isquemia que pode afetar os 2 testículos foram 
sugeridos, incluindo mecanismos inflamatórios e/ou formação de radicais livres de oxigênio. 
Nº de rotações, que pode variar de 180° a 720°,e a duração da isquemia determinam o grau de 
viabilidade do tecido. Se o tratamento for iniciado até 4 a 6 horas após o início dos sintomas, 
os testículos provavelmente permanecerão viáveis. Se os testículos continuarem torcidos por + 
de 10 a 12 horas, provavelmente haverá isquemia e dano irreversível ao testículo. Após 12 
horas, muito provavelmente terá ocorrido necrose. 
-Classificação: 
• Torção intravaginal: é o tipo + comum de torção testicular. Ela ocorre por causa de uma 
fixação anormalmente alta da túnica vaginal ao cordão espermático, que permite a rotação do 
testículo dentro da bolsa. Durante o desenvolvimento anatômico normal, o testículo passa pelo 
canal inguinal coberto por uma camada de peritônio. Essa camada, a túnica vaginal, prende-se 
à parede escrotal posterior, na parte inferior posterior do testículo e na região testicular 
superior. Se as 2 fixações da túnica vaginal ocorrerem na parte superior do testículo, se formará 
a deformidade em badalo de sino, o que a probabilidade de torção porque o testículo se 
move livremente dentro da túnica. 
• Torção extravaginal: é uma entidade rara. Ela ocorre durante o período perinatal quando o 
testículo desce e gira em torno do cordão espermático antes de fixar-se à parede escrotal 
posterior. 
• Mesórquio longo: o mesórquio é uma faixa densa de tecido conjuntivo que fixa os dúctulos 
eferentes do epidídimo à parede posterolateral dos testículos. Quando alongado, pode permitir 
que os testículos se torçam, e o epidídimo permaneça fixo 
-Diagnóstico: se dá pela clínica de dor, que pode ser de leve a forte intensidade, também de 
instalação súbita, comumente no polo superior do testículo, acompanhada ou ñ de edema e 
hiperemia da bolsa. A US é o exame indicado, e, feito o diagnóstico, o tratamento pode ser 
conservador, c/ analgésicos e anti-inflamatórios. 
-Prevenção primária: pacientes c/ uma história de criptorquidia devem ser encaminhados p/ 
correção. Um paciente c/ episódios de dor testicular intermitente que remite 
espontaneamente pode ter torção intermitente, que está associada a torção testicular 
subsequente e, por isso, esses pacientes devem ser encaminhados p/ uma avaliação urológica 
em tempo adequado. 
-Rastreamento: o exame de todos os neonatos do sexo masculino deve incluir um exame 
testicular p/ excluir criptorquidia e qualquer outra anormalidade da genitália, como a entidade 
rara de torção extravaginal. Em caso de criptorquidia, o lactente corre alto risco de apresentar 
torção. Dor abdominal regular ou inguinal de início súbito pode indicar a presença de torção, 
exigindo avaliação e intervenção urológica de urgência. 
-Prevenção secundária: durante a exploração, o testículo contralateral é fixo na parede 
posterior p/ evitar a torção testicular bilateral assíncrona. A torção recorrente pode 
desenvolver-se muitos anos depois em pacientes c/ uma história prévia de fixação testicular, 
independentemente do uso de suturas absorvíveis ou ñ absorvíveis.É importante um nível 
elevado de suspeita p/ esses pacientes p/ evitar o dano testicular. 
CRIPTORQUIDIA/DISTOPIA TESTICULAR 
-A criptorquidia, ou testículo ñ descido, ocorre quando um ou ambos os testículos ñ estão 
presentes na porção dependente do saco escrotal 
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-Distopia testicular é o posicionamento congênito do testículo fora do escroto, por falha de 
sua migração a partir de seu local de origem embrionário abdominal até a bolsa testicular, 
existem os termos “criptorquidia” ou “criptorquidismo”, e os testículos são denominados 
distópicos, criptórquidos ou criptorquídicos. 
-Epidemiologia: a prevalência de criptorquidia em neonatos a termo é de 2% a 8% em todo o 
mundo. Esse índice  p/ 1% a 2% após os 1º meses de vida, pois a criptorquidia congênita 
pode remitir espontaneamente c/ o pico neonatal de testosterona aos 3 meses. 2/3 dos casos 
são unilaterais; os casos restantes são bilaterais. O lado direito é + afetado 
-Etiologia: é desconhecida. No entanto, vários fatores etiológicos foram sugeridos: 
• Hormonal: os pacientes podem apresentar anormalidades nas vias/sinalização da testosterona, 
substância inibidora mülleriana, hormônio 3 semelhante à insulina ou seu receptor LGR8, fator de 
crescimento epidérmico e/ou estrogênios 
• Toxinas ambientais ou maternas: organoclorados, estrogênios ambientais, ésteres de ftalatos e pesticidas 
foram associados ao do risco de criptorquidia 
• Consumo materno de bebidas alcoólicas, de analgésicos e tabagismo foram associados a um do risco 
• Diabetes gestacional e/ou a obesidade estão relacionados c/ o desenvolvimentode criptorquidia 
• Genético: até 23% dos casos foram associados a agrupamento hereditário, o que sugere uma mutação 
genética subjacente como etiologia nestes pacientes. Mutações específicas incluem as que envolvem o 
fator 3 semelhante à insulina e seu receptor, LGR8, e as repetições CAG/ GGC nos genes do receptor de 
androgênio. 
• Mecânicos: problemas c/ o desenvolvimento do gubernáculo ou fibras do músculo cremastérico, um 
conduto peritoniovaginal patente ou pressão intra-abdominal prejudicada 
• Neuromuscular: anormalidades do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina do nervo genitofemoral 
ou do núcleo cremastérico foram postuladas como causadoras de criptorquidia. 
-Fisiopatologia: acredita-se que a fisiopatologia subjacente seja a migração incompleta do 
testículo durante a embriogênese da posição retroperitoneal original próxima aos rins até sua 
posição final no escroto. Isso ocorre em ambas as fases androgênio-dependente e 
androgênioindependente.De forma menos comum, a etiologia subjacente pode ser um 
testículo ausente ou um testículo gravemente atrófico (pequeno caroço), geralmente 
considerado secundário à malformação ou resultado de torção testicular 
-Classificação: os testículos podem ser classificados, ainda, em: 
• Testículo ñ descido, palpável, idade acima de 6 meses: 
▪ Testículo retrátil: pode ser puxado p/ dentro do escroto e permanecer aí após a 
liberação da tração 
▪ Testículo c/ criptorquidia: ñ pode ser puxado p/ dentro do escroto ou retorna 
rapidamente p/ a posição superior após ser puxado p/ dentro do escroto 
• Testículo unilateralmente ñ palpável: ñ é possível localizar o testículo, apesar do exame físico 
completo. 
• Testículos bilateralmente ñ palpáveis: associado a um pênis normal; e associado a um 
micropênis ou hipospádia: encaminhar imediatamente p/ uma investigação de distúrbio do 
desenvolvimento sexual (DDS). 
1. Palpáveis: de 80 a 90%, podendo ser intracanaliculares, extracanaliculares, ectópicos 
(acima do saco de Denis-Browne, períneo, região pré-pubiana, raiz peniana, hemiescroto 
contralateral), retráteis, deslizantes, reascendidos; 
2. Não palpáveis: de 10 a 20%, podendo ser intra-abdominais, atróficos ou ausentes 
(evanescente, agenesia). 
-Rastreamento do neonato: o exame de testículo também deve ser realizado em todos os 
meninos neonatos. Testículo(s) ñ descido(s) pode(m) ser observado(s) em até 8% dos neonatos 
nascidos a termo e existe uma incidência ainda > em bebês prematuros. A presença ou 
ausência, o tamanho e a posição de cada testículo devem ser observados. Um paciente c/ 
testículo ñ palpável em 1 ou ambos os lados, em conjunto c/ hipospádia, deve ser 
encaminhado imediatamente p/ avaliação de um possível distúrbio de diferenciação sexual. 
-Rastreamento contínuo: devem ser realizados exames dos testículos em cada exame de 
rastreamento dos bebês e depois anualmente. O encaminhamento a um cirurgião 
especializado adequado deve ser feito se a descida testicular ñ tiver ocorrido aos 6 meses 
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(corrigidos p/ a IG). Os testículos provavelmente ñ descerão depois disso. O risco relativo de 
câncer de testículo significativamente entre aqueles que passam por orquiopexia após a 
puberdade. 
-Criptorquidia adquirida: pode ocorrer em pacientes c/ posição testicular normal previamente 
documentada. Esses pacientes posteriormente apresentam testículos ascendentes p/ a porção 
superior do escroto ou do canal inguinal. Meninos c/ testículos descidos nos 1º meses de vida 
podem apresentar > risco. Os testículos retráteis estão localizados em uma posição 
supraescrotal, mas podem ser puxados, de forma indolor, p/ o escroto e permanecer aí mesmo 
após a liberação da tração. Essa é considerada uma variante de posição normal devido ao 
reflexo cremastérico, e esses pacientes geralmente ñ são submetidos a tratamento, mas 
devem ser acompanhados 
-História: é geralmente observada em exame físico de rotina, mas o paciente e/ou os pais 
devem ser questionados sobre a história de testículos palpáveis em exames prévios, presença 
dos testículos nos momentos em que o paciente está relaxado, como quando está no banho 
(pode indicar reflexo cremastérico excessivo ou testículos retráteis) e cirurgia inguinal prévia 
(criptorquidia iatrogênica). Pode haver história familiar 
-Exame físico: deve ser realizado em posição supina. O paciente deve estar aquecido e o + 
relaxado possível. A presença ou ausência dos testículos, e a posição e o tamanho de cada 
testículo, deve ser observada, bem como a presença de um escroto assimétrico ou hipoplásico 
e qualquer cicatriz cirúrgica na região inguinal ou escrotal. 
 Um testículo retrátil é um testículo localizado em uma posição supraescrotal mas que pode ser 
puxado p/ baixo, de forma indolor, p/ o escroto, e permanecer aí mesmo após a liberação da 
tração. Essa é considerada uma variante de posição normal, e esses pacientes geralmente ñ são 
submetidos a tratamento, mas devem ser acompanhados p/ detectar criptorquidia adquirida 
e/ou volume testicular reduzido, o que poderia exigir o tratamento imediato. 
 Um testículo c/ criptorquidia palpável ñ pode ser puxado p/ dentro do escroto ou retorna 
rapidamente p/ a posição superior após ser puxado p/ dentro do escroto 
-Diagnóstico: a palpação em decúbito horizontal e na posição ortostática permite a 
identificação do testículo distópico em 90%. A laparoscopia é padrão-ouro p/ o diagnóstico de 
alterações do descenso testicular quando ñ se consegue palpar ou identificar c/ segurança, por 
métodos de imagem, o testículo a ser tratado. Sua acurácia na localização do testículo ñ 
palpado aproxima-se de 100%. Pode ser realizada avaliação cromossômica (testículo 
impalpável bilateral + hipospádia). A avaliação hormonal alternativa compreende FSH basal, 
testosterona, MIS (substância inibidora das estruturas müllerianas) e dosagem de inibina B. 
Tipos de distopia testicular, (A) testículo abdominal; (B) testículo puboescrotal; (C) testículo 
femoral; (D) testículo perineal. 
 Nos casos de difícil identificação testicular, deve-se suspeitar de testículo intra-abdominal ou anorquia, 
em que o teste c/ gonadotrofina coriônica (< 5 anos, 2.500 UI; > 5 anos, 5.000 UI) por 3 dias consecutivos 
deve provocar elevação nos níveis de testosterona sérica acima de 20 ng/100 mL. 
-Exames de imagem: USG, TC, RM e flebografia também são utilizadas no diagnóstico, mas ñ 
são essenciais. 
-Diagnóstico diferencial: distúrbio do desenvolvimento sexual(DDS) 
RCC 08 Carolina Ferreira 
-Tratamento: deve ser iniciado aos 6 meses de vida, pois após essa data raramente os 
testículos descem à bolsa escrotal. O tratamento deve visar descer o testículo até a bolsa 
escrotal até 12 a 18 meses de vida. Exames histológicos evidenciam perda de células de Leydig 
se o descenso for realizado após essa idade. Se o testículo for palpável, recomenda-se a 
orquidopexia entre 6 e 12 meses, podendo ser realizada por via inguinal ou escrotal. Se o 
testículo ñ for palpável, mesmo após anestesia, deve-se indicar laparoscopia, sendo os 
achados: 40%, vasos espermáticos entrando no canal inguinal; 40%, testículo intra-abdominal, 
10%, testículo retrátil; e 10%, vasos espermáticos acabando em fundo cego. Se o testículo 
estiver a + de 2 cm do canal interno, opta-se pela cirurgia de Fowler-Stephens em 2 tempos. 
 O tratamento hormonal p/ descenso testicular não é recomendado pelo guideline da European 
Association of Urology (2016 – nível de evidência 4, grau de recomendação C). 
Criptorquidia 
-Complicações: a atrofia testicular é uma 
complicação cirúrgica. A relação de alterações 
do descenso testicular c/ neoplasia é de 10 a 
20%. Quanto à espermatogênese, acredita-se 
que as alterações funcionais sejam reversíveis,desde que a correção da anomalia se dê até o 2º 
ano de vida. Há, ainda, risco de torção testicular 
. 
FASCITE NECROSANTE/SÍNDROME DE FOURNIER 
-A síndrome ou gangrena de Fournier é uma doença polimicrobiana (Gram negativas e 
positivas, e anaeróbias) da genitália/períneo altamente progressiva e que, se ñ combatida 
severamente, pode levar à morte. Ela se espalha pelas fáscias locais, ocorrendo endarterite 
obliterante de vasos da superfície corpórea, levando à necrose da pele e do subcutâneo 
-Epidemiologia: acomete + homens que mulheres, 10:1, c/ + frequência após os 50 anos e c/ 
prevalência de 1:7.500 a 1:750.000. Pode levar à sepse em algumas horas. 
-Fatores de risco: são diabetes (20 a 70% dos casos), etilismo, trauma local, HIV, neoplasia 
maligna ou doenças renais ou hepáticas (todos fatores que cursam c/ imunodepressão). 
-Diagnóstico: é clínico e os exames laboratoriais são sugestivos de quadro infeccioso sistêmico. 
-Tratamento: deve ser agressivo e instituído c/ urgência, c/ reposição volêmica agressiva c/ ou 
sem drogas vasoativas, antibioticoterapia de amplo espectro (que cubra todas as 3 classes de 
bactérias), e também tratamento cirúrgico, com debridamento da área necrosada e drenagem 
dos tecidos infectados/abscedidos.A oxigenoterapia hiperbárica deve, se possível, ser 
instituída em conjunto, pois auxilia no combate à infecção e na cicatrização local 
 São contraindicações ao procedimento: pneumotórax, uso de doxorrubicina ou cisplatina. 
Você sabe diferenciar uma emergência urológica de uma urgência? Qual é a importância desta 
diferenciação? Como em qualquer cenário na Medicina, as emergências são quadros + graves, que 
necessitam de tratamento imediato, sendo que a demora em estabelecer a conduta correta está 
interferindo na vitalidade de algum órgão (por exemplo, o testículo em uma torção testicular) ou até 
mesmo causando um risco iminente de morte (choque séptico de foco urinário em um paciente c/ 
pielonefrite obstrutiva). Por outro lado, as urgências são casos em que o paciente necessita de uma 
assistência médica em até 24 horas (por exemplo, cólica ureteral refratária).

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