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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 TUTORIA 3 – PROBLEMA 2 OBJETIVOS 1- ANALISAR A HIDROCEFALIA, CONSIDERANDO A SUA ETIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO. 2- EXPLICAR A SÍNDROME DA PRESSÃO INTRACRANIANA. 3- DESCREVER AS PRINCIPAIS HÉRNIAS ENCEFÁLICAS. ANALISAR A HIDROCEFALIA, CONSIDERANDO A SUA ETIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO O cérebro é envolvido por um liquido chamado de líquor ou liquido céfalo-raquidiano (LCR), cujas funções básicas são hidratar e proteger. Este liquido está presente também dentro do cérebro em algumas cavidades, que são chamadas de ventrículos. O acúmulo deste liquido dentro destas cavidades com consequente dilatação dos ventrículos é chamado de hidrocefalia. ETIOLOGIA As hidrocefalias podem aparecer na vida intra-uterina (hidrocefalias congênitas) ou podem ser adquiridas ao longo da infância ou fase adulta por uma diversidade de causas. O líquor se acumula nos ventrículos por uma obstrução em alguma via de passagem ocasionando o outro tipo, a (hidrocefalia obstrutiva), ou por um desequilíbrio entre a velocidade de produção do LCR e a capacidade de absorção (hidrocefalia comunicante). Hidrocefalia Comunicante: Hemorragias ou sangramentos intracranianos; Traumatismos cranianos; Infecções (meningite); Idiopática, ou seja, sem causa aparente. Hidrocefalia Obstrutiva são: Congênitas (malformações cerebrais); Tumores; Cistos. Hidrocefalia Congênita: Espinha bífida; Malformações cerebrais; Infecções intrauterina (Rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose) Tumores. Hidrocefalia Adquirida: Prematuridade; Infecciosa (Pós-meningite); Tumores; Pós-traumática. CLASSIFICAÇÃO Obstrutiva: Há um bloqueio no sistema ventricular que impede a circulação do líquido cefalorraquidiano pelo encéfalo e medula espinhal. Comunicante: O LCR circula livremente, a reabsorção na corrente sanguínea pode não ocorre na proporção adequada. FISIOPATOLOGIA O LCR é formado no plexo coroide e circula pelos ventrículos e espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido para a circulação venosa sistêmica pelas granulações aracnoideas. O desequilíbrio entre a entrada e saída do liquor resulta em hidrocefalia. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 O que leva ao desequilíbrio: Absorção prejudicada: meningite, HSA e ventricular. Obstrução do sistema ventricular: malformações congênitas, neurocisticercose, hemorragia ventricular. Superprodução (rara): papiloma do plexo coroide. QUADRO CLÍNICO Bebê/Criança Macrocrania; Sinal de Parinaud; Sinal do Sol Poente: olhos rodados para baixo, olhos arregalados; Ingurgitamento das veias do couro cabeludo; Fontanelas ficam tensas, abaulada e não pulsátil; Irritabilidade, vômitos, sonolência; Atrasos no desenvolvimento; Crises convulsivas. Adulto Rebaixamento do nível de consciência; Cefaleia com piora progressiva; Vômitos; Papiledema; Distúrbios visuais; Letargia; Perda de coordenação ou equilíbrio; Incontinência urinária; Declínio da memória e concentração; Tríade de Cushing: Bradicardia, hipertensão e bradipneia. DIAGNÓSTICO História Clínica Exames de imagem: TC de Crânio, RM do Crânio, USG (Gestação). TRATAMENTO Consiste em reduzir e prevenir danos cerebrais melhorando e corrigindo o fluxo do LCR. Cirúrgico: É tratada majoritariamente através da drenagem ventricular externa ou ventriculoperitoneal, que reduz o volume liquórico de forma efetiva. Outras abordagens: Neuroendoscopia Não cirúrgico: Em casos leves e de progressão lenta, podem ser introduzidos medicamentos que ajudam a reduzir a produção do líquido e a manter a pressão intracraniana em níveis adequados, mas têm a incoveniência de provocar efeitos colaterais adversos. Podem também ser administrados medicações como a Acetazolamida, que irá inibir a produção do líquor, porém, essa medida não é efetivo a longo prazo. EXPLICAR A SÍNDROME DA PRESSÃO INTRACRANIANA INTRODUÇÃO A hipertensão intracraniana (HIC) é uma emergência médica e deve ser reconhecida e tratada o mais rapidamente possível. A elevação da pressão intracraniana (PIC) é uma complicação potencialmente devastadora da injúria neurológica primária. Ela pode estar associada a várias etiologias diferentes e frequentemente complica o trauma cranioencefálico, tumores do sistema nervoso central, hidrocefalia, encefalopatia hepática, hemorragia ou infarto cerebral. O sucesso na abordagem da HIC requer o seu rápido reconhecimento, o uso correto da monitoração invasiva, o tratamento de redução da pressão intracraniana e a correção da causa subjacente. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 O aumento da pressão intracraniana pode causar injúria no parênquima cerebral através de dois mecanismos principais: Diminuição da pressão de perfusão cerebral (PPC) e do fluxo sangüíneo cerebral (FSC), causando isquemia e necrose tecidual; e Herniação do tecido cerebral, acarretando injúria mecânica direta e isquemia ou hemorragia por distorção vascular. FISIOLOGIA A pressão intracraniana (PIC) é normalmente menor que 10-15 mmHg em adultos e hipertensão intracraniana com potencial efeito deletério está presente quando a pressão for ≥ 20 mmHg. Elevações ocasionais e transitórias da PIC, acompanhadas de tosse, espirro ou manobras de Valsalva, são normalmente estabilizadas por mecanismos homeostáticos. Em adultos, o compartimento intracraniano é protegido pelo crânio, uma estrutura rígida com um volume interno fixo de 1400 a 1700 ml. Sob condições normais, o conteúdo intracraniano inclui (em volume): Parênquima cerebral – 80-85% Líquido cerebroespinhal (líqüor) – 5 a 10% Sangue – 8 a 12 % Entretanto, volumes patológicos, como lesões com “efeito de massa”, por exemplo, abscessos ou hematomas, podem estar presentes dentro do compartimento intracraniano. Desde que o volume total do compartimento intracraniano não pode mudar, o aumento no volume de um dos componentes ou a presença de um componente patológico, necessita ser compensado pelo deslocamento de outra estrutura ou a PIC aumentará. Então, a PIC é uma função do volume e da complacência de cada um dos componentes intracranianos. Esta relação foi reconhecida há mais de 150 anos e é denominada de doutrina de Monro-Kellie. QUADRO CLÍNICO As manifestações clínicas da HIC podem ser divididas em gerais, focais e as síndromes de herniação. SINTOMAS GERAIS DE HIC Cefaleia, provavelmente mediada por fibras dolorosas do trigêmeo na dura-máter e nos vasos sanguíneos, Vômitos Diminuição global do nível de consciência, por pressão na substância reticular mesencefálica. Papiledema (por diminuição no transporte axonal do nervo óptico e congestão venosa), Paralisia de nervos cranianos (principalmente do VI par), Tríade de cushing (hipertensão arterial, bradicardia e depressão respiratória). A presença dessa tríade exige uma intervenção urgente, porque geralmente significa compressão grave do tronco cerebral. Os sinais focais (ou de localização) da HIC podem ser causados pelos efeitos locais de lesões com efeito massa ou pelas síndromes de herniação. As herniações ocorrem quando um gradiente de pressão se desenvolve entre duas regiões intracranianas. As localizações anatômicas mais comumente afetadas pelas hérnias encefálicas incluem as regiões: Subfalcina; Transtentorial Uncal; PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Transtentorial Central; Transtentorial Tonsilar. O não controle imediato de uma HIC pode acarretar herniações progressivas e deterioração rostro-caudal, com sequela neurológica grave ou morte do paciente. DESCREVER AS PRINCIPAIS HÉRNIAS ENCEFÁLICAS
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