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ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI PPA 2- NEUROANATOMIA ➢ ANEURISMA CEREBRAL/HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA É a dilatação anormal da camada média das artérias intracranianas com parede enfraquecida causada pelo aumento da pressão normal do sangue. São divididos em 6 tipos: sacular (são os mais frequentes e estão, geralmente, localizados no polígono de Willis), fusiforme, arterosclerótico, traumático, micótico e neoplásico. * 85% dos aneurismas ocorrem na circulação anterior. Destacam-se, por ordem de frequência, os seguintes locais: artéria carótida interna, artéria comunicante anterior e artéria cerebral anterior. ✓ FATORES/CAUSAS ❖ Congênitos - Hipoplasias (desenvolvimento defeituoso ou incompleto de órgão ou tecido) e agenesias (atrofia de um órgão ou tecido) dos vasos do polígono de Willis (maior stress hemodinâmico em uma área de fraqueza da camada média arterial); - Defeitos na camada média arterial na bifurcação de vasos (bifurcações são os pontos de maior stress hemodinâmico); - Doenças hereditárias (rim policístico, síndrome de Marfam); - Coartação da aorta; - Displasia fibromuscular; ❖ Adquiridos - Tabagismo; - Arterioclerose; - Hipertensão arterial; ✓ CONSEQUÊNCIAS (A ROTO) - HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA (principal); Vasoespasmo (estreitamento de artérias); Ressangramento; Hiponatremia; Hidrocefalia; ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI Meningite séptica; Hematoma intracraniano; ✓ SINTOMAS - Cefaleia súbita (de forte intesidade); - Náuseas; - Vômitos; - Rigidez de nuca; - Déficits neurológicos; - Convulsões; ✓ DIAGNÓSTICOS -Angiografia cerebral (padrão ouro em pacientes com HSA não traumática); -Ressonância magnética; ✓ TRATAMENTOS - Clipagem; É uma técnica cirúrgica aberta, sendo necessária a abertura da calota craniana (craniotomia), manejo cuidadoso do parênquima cerebral para se atingir o aneurisma próximo aos vasos do polígono de Willis (microcirurgia) e exclusão do fluxo ao aneurisma com o posicionamento de clip junto ao colo do mesmo. -Terapia endovascular Realiza-se punção arterial e implantação de introdutor valvulado na artéria femoral comum, o cateter é inserido, sendo navegado até as carótidas internas ou vertebrais na região cervical. Um microcateter é então introduzido pelo cateter e navegado pelas artérias intracranianas até entrar no aneurisma. São, então, depositadas microespirais de platina. As microespirais dentro do aneurisma, induzem a coagulação (embolização) do aneurisma, interrompendo o fluxo de sangue no interior do aneurisma. Por conseguinte, o saco do aneurisma é excluso da circulação. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI ➢ HIPERTENSÃO INTRACRANIANA (HIC) A pressão intracraniana (PIC) é aquela encontrada no interior da caixa craniana e sua variação reflete a relação entre o conteúdo da mesma (cérebro, liquido cefalorraquidiano (LCR) e sangue) e o volume do crânio, que pode ser considerado como constante. A alteração do volume de um desses conteúdos pode causar a HIC. ✓ FATORES/CAUSAS - Obstrução da circulação liquórica em qualquer ponto de sua via e as que causam dificuldade na reabsorção do LCR; - Vasoplegia; - Aumento do volume cereberal (tumores); - Inflamação (abscesso ou granulomas); - Acúmulo de líquido nos espaços intersticial e/ou intracelular (edema cerebral vasogênico, citotóxico, hidrostático ou intersticial); Vasogênico: resulta da quebra da barreira hematoencefálica, o que provoca aumento da permeabilidade do endotélio capilar e permite o extravasamento de componentes do plasma (água e proteínas) para o espaço intersticial. A partir do local da lesão, o líquido do edema espalha-se pela substância branca adjacente. Citotóxico: é o acúmulo de líquido no espaço intracelular, caracterizado por um aumento do volume intracelular e redução do volume extracelular. O mecanismo ultra- estrutural do edema celular é a alteração da membrana celular. Hidrostático: ocorre no espaço intersticial por aumento da pressão venosa; Intersticial: verifica-se nas regiões periventriculares, pela transdudação transependimária de LCR, em pacientes com hidrocefalia e HIC. Ou seja, é passagem de líquor através do epêndima para o interstício. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI - Obesidade, problemas hormonais, policitemia vera, anemia por deficiência de ferro,insuficiência renal crônica e lúpus (mais comum em mulheres- Hipertensão intracraniana idiopática). ✓ CONSEQUENCIAS - HERNIAÇÕES DO TECIDO CEREBRAL (causados por lesões expansivas supratentoriais); ✓ SINAIS/SINTOMAS - Vômito a jato (devido ao aumento da pressão e à irritação do assoalho do quarto ventrículo); - Cefaléia súbita (ocorre pelo aumento da pressão e por distensão da dura-máter, dos vasos e dos nervos cranianos, que são estruturas que têm terminações nervosas sensitivas); - Papiledema (lesão do nervo óptico); - Tríade de Cushing: Hipertensão arterial, bradicardia e bradipnéia (compressão grave do tronco cerebral). ✓ DIAGNOSTICOS - Valorizar o quadro clínico constituído por cefaleia súbita, vômitos e papiledema; - Tomografia Computadorizada (TC); -Ressonância Nuclear Magnética (RNM); -Doppler transcraniano; ✓ TRATAMENTOS - Craniectomia descompressiva; - Tratamento das alterações metabólicas; - Drenagem de LCR; - Drenagem de hematoma; -Ressecção de tumor. ➢ TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) ✓ FATORES/CAUSAS - Acidentes de trânsito; - Arma de fogo; - Arma branca; ✓ CONSEQUENCIAS/APRESENTAÇÕES CLÍNICAS LESÃO PRIMÁRIA: ocorrem segundo a biomecânica que determina o trauma, no momento do impacto. Causa lesões por atingir o parênquima cerebral ou outras estruturas encefálicas mais superficiais, é comum nos traumas por objetos perfurantes, mas há traumas que não ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI causam feridas abertas = esses são pela aceleração ou desaceleração e o conteúdo encefálico sofre um impacto pela caixa craniana por possuírem densidades diferentes. EX: fraturas, aceleração e desaceleração rotatórias (base do lobo frontal e polo temporal anterior), compressão direta, lesões por contragolpe localizado no polo oposto ao impacto, etc. LESÃO SECUNDÁRIA: ocorrem segundo alterações estruturais encefálicas decorrentes da lesão primária e alterações decorrentes do traumatismo. Fatores como: hipóxia, hipercapnia, distúrbios hidroeletrolíticos, hipotensão arterial, entre outros, podem somar-se com desequilíbrios metabólicos, hemodinâmicos e processos inflamatórios que advém como consequências do trauma causam a lesão cerebral. EX: hematomas intracranianos (epidural e subdural) e hipertensão intracraniana. ✓ SINAIS/SINTOMAS Vai depender de quais estruturas do SNC foram acometidas, podendo haver: - Alteração da consciência; - Transtorno da função neuromuscular; - Transtorno neurossensorial; - Transtorno da linguagem; - Alterações da personalidade, emoção; - Transtornos visuais – diplopia, nistagmo, perda parcial/total da visão; - Alteração da função autonômica; - Posturas anormais. ✓ EXAME NEUROLÓGICO Escala de coma de Glasgow OBS: o trauma grave indica intubação orotraqueal. Decorticação=3, descerebração=2. OBS: avaliar se o paciente fez uso de álcool, drogas, sedação e apresenta-Se hipoglicemico >> pois podem resultar num falso resultado na escala de coma. Exame de escolha: TOMOGRAFIA DE CRÂNIO COMPUTADORIZADA SINAIS DE FRATURAS DE OSSOS DA BASE DO CRÂNIO>> GUAXINIM, equimose periorbitária (esquerda na imagem) e BEATTLE, equimose retroauricular (direita na imagem). Evidenciamum trauma de alto impacto. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI TIPOS HEMATOMA EPIDURAL Se forma entra a dura-máter e o crânio. ✓ FISIOPATOLOGIA: Geralmente por impacto e com isso tem o rompimento de alguma estrutura vascular (geralmente ramos da art. Meníngea média) e por consequência sangramento. O formato do hematoma é que a medida que o sangue se acumula, vai descolando a dura-máter do crânio e formando um hematoma de caráter bem característico de formato biconvexo. ✓ QUADRO CLÍNICO: dor de cabeça intensa de imediato ou várias horas após a lesão; confusão progressiva e sonolenta; alguns perdem a consciência e recupera-se em seguida e passam por um período de função mental íntegra (intervalo lúcido), antes que o estado de consciência comece a deteriorar-se de novo. ✓ DIAGNÓSTICO: TC (região hiperdensa). ✓ TRATAMENTO: cirurgia para drenagem, craniotomia. HEMATOMA SUBDURAL Localiza-se abaixo da dura-máter. Advém de um trauma com cinética maior que o hematoma epidural (com + lesões associadas). Podem apresentar-se: Aguda: os sintomas se desenvolvem dentro de minutos ou poucas horas após a lesão. Subagudos: os sintomas se desenvolvem ao longo de várias horas ou dias. Crônica: os sintomas surgem gradualmente e podem levar semanas, meses ou anos. ✓ FISIOPATOLOGIA: Geralmente ocorre por um sangramento das veias. ✓ QUADRO CLÍNICO: dor de cabeça persistente, sonolência, confusão, alterações da memória, paralisia no lado do corpo oposto ao hematoma e dificuldades da fala ou da linguagem. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI ✓ DIAGNÓSTICO: TC (região hiperdensa), no crônico = área hipodensa. ✓ TRATAMENTO: cirurgia para drenagem, craniotomia. >> hematoma subdural crônico (acumulo de líquor) HERNIAÇÃO Quando a PIC aumenta, o cérebro tenta escapar pelos espaços que se encontra >> herniação, também causada pelo efeito de massas de lesões intracranianas. Qualquer lesão, incluindo hemorragia, tumor, edema vasogênico ou citotóxico, trauma ou infecção, pode causar herniação. No entanto, hemorragia intracerebral espontânea e traumatismo cranioencefálico (TCE) são causas comuns de herniação no contexto agudo, frequentemente associando trauma e hemorragia. 1. HERNIA DE UNCUS Ocorre quando há um aumento de volume da região supratentorial – região para- hipocampal (hipertensão intracraniana) uni ou bilateralmente, forçando o cérebro para baixo através da incisura da tenda do cerebelo, causa um sulco deixado pela borda livre da renda e pode comprimir o mesencéfalo. ✓ QUADRO CLÍNICO: compressão do nervo oculomotor (tendo a midríase unilateral), distorção do mesencéfalo (hemorragias de duret), compressão da artéria cerebral posterior (que circunda o mesencéfalo e resulta num infarto hemorrágico = infartos calcarinos, e alterações do campo visual), manifestações de lesão do trato piramidal do tipo reação de descerebração. ✓ DIAGNÓSTICO: TC ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI ✓ TRATAMENTO: hemicraniectomia descompressiva ou remoção da lesão que provoca efeito de massa. 2. HERNIAÇÃO TONSILAR Resulta do aumento do volume do conteúdo intracraniano, o que força o cerebelo e o tronco para baixo, na direção do FORAME MAGNO. As amigdalas, a porção do cerebelo mais próxima do bulbo, insinuam-se pelo forame magno causando compressão bulbar e eventualmente parada respiratória. ✓ QUADRO CLÍNICO: reflexo de Cushing, o qual consiste em respiração irregular, bradicardia e hipertensão. ✓ DIAGNÓSTICO: TC ✓ TRATAMENTO: descompressão de emergência. 3. MALFORMAÇÃO DE ARNOLD-CHIARI Alteração genética, que pelo formato do crânio fica de forma reduzida à fossa posterior ocorrendo uma herniação = parte do cerebelo vai para baixo do forame magno, comprimindo a medula. ✓ QUADRO CLÍNICO: cervicalgia, parestesia nas mãos/pés, alterações de sensibilidade e equilíbrio. ✓ DIAGNÓSTICO: ressonância de encéfalo transição crânio-cervical. ✓ TRATAMENTO: Craniectomia de fossa posterior (para descompressão), duroplastia (abertura da dura-máter). DUAS CLASSIFICAÇÕES ATUAIS: A malformação de Chiari tipo 1,5: Que inclui herniação tonsilar, como no Chiari tipo I, e alongamento e descida caudal do tronco ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI como no Chiari tipo II, denotando uma malformação anatomicamente situada entre os tipos I e II. A malformação de Chiari tipo 0 ocorre quando há siringohidromielia associada a achados mínimos ou ausentes de herniação do rombencéfalo. O tratamento destes pacientes (excluindo outras causas de siringomielia) é realizado com descompressão da fossa posterior com dramática melhora clínica e radiológica. 4. HERNIA DE CÍNGULO/SUBFALCINA Resulta do aumento do volume de um dos hemisférios cerebrais ou compressão por uma lesão expansiva (como um hematoma traumático). O hemisfério é empurrado para o lado oposto sendo parcialmente contido pela FOICE DO CEREBRO. A porção mais próxima do corpo caloso, que inclui o giro do cíngulo, sofre herniação e pode comprimir a artéria cerebral anterior. O corpo caloso é comprimido para baixo e pode haver o comprometimento de uma ou de ambas artérias pericalosas, com infarto em seus territórios, resultando em paresia de um ou de ambos os membros inferiores. ✓ DIAGNÓSTICO: TC ✓ TRATAMENTO: cirurgia descompressiva. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI ➢ PARKINSON É uma doença neurodegenerativa e lentamente progressiva, especificamente dos neurônios dopaminérgicos da substancia negra compacta, com consequente redução na produção de dopamina. ✓ FISIOPATOLOGIA: caracterizada pela presença de disfunções monoaminérgicas múltiplas, incluindo déficits dos sistemas dopaminérgicos, colinérgicos, serotoninérgicos e noradrenérgicos. O sistema dopaminérgico junto com os neurônios de melanina sofre despigmentação. Associado a essa despigmentação tem se a depleção do neurotransmissor dopamina que resulta da degeneração de neurônios dopaminérgicos da substância negra que se projetam para o estriado, onde são críticos para o controle do processamento da informação pelos gânglios da base, reduzindo a atividade das áreas motoras do córtex cerebral, desencadeando a diminuição dos movimentos voluntários. À medida que a doença progride e os neurônios se degeneram, eles desenvolvem corpos citoplasmáticos inclusos, que são os chamados corpos de Lewys, sendo estes corpos de inclusão citoplasmática dos eosinófilos, existentes na substância negra do mesencéfalo, os quais se aglomeram em grande quantidade. ✓ QUADRO CLÍNICO: Tremores; acinesia ou bradicinesia (lentidão e diminuição dos movimentos voluntários); rigidez (enrijecimento dos músculos, principalmente no nível das articulações); instabilidade postural (dificuldades relacionadas ao equilíbrio, com quedas frequentes). ✓ DIAGNÓSTICO: consiste na avaliação neurológica que leva em consideração 3 de 4 sinais: presença de tremores, rigidez nas pernas, braços e tronco, lentidão e diminuição dos movimentos e instabilidade de postura. A ULTRASSONOGRAFIA TRANSCRANIANA pode auxiliar, evidenciando a mudança de dor da substancia negra do mesencéfalo. ✓ TRATAMENTO: Farmacológico: levodopa, agonistas dopaminpergicos, anticolinérgicos; Não farmacológico: equipe multidisciplinar com fisioterapia, fonoaudiólogo, etc; Cirúrgico: estimulação cerebral profunda, cirurgia ablativa. 1 – Herniação subfalcina; 2 – Herniação do uncus; 3 – Herniação das tonsilas cerebelares (pelo forame magno); 4 – Herniação transcraniana. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINAFIPGUANAMBI ➢ TUMOR MENINGEO- MENINGIOMA Lesões extra-axiais de crescimento lento, usualmente benigno, originado de células provenientes da aracnoide. CLASSIFICAÇÃO: Grau 1 >> meningioma com pequena chance de recorrência e lenta velocidade de crescimento. Grau 2 (atípico) >> lesões com maior risco de recorrência e/ou maior velocidade de crescimento. Grau 3 (anaplásico) >> lesões com alto potencial de recorrência e rápida velocidade de crescimento. ✓ QUADRO CLÍNICO: DEPENDE DA LOCALIZAÇÃO. Podendo ser cefaléia e sintomas focais associados a localização. No meningioma parasagital (o + comum): crises convulsivas e alterações sensitivas/motoras. Na convexidade: alterações psicoafetivas, crises convulsivas, alterações motoras, sensitivas ou da fala. No tubérculo da sela: alterações visuais, alterações endocrinológicas. Na asa do esfenóide: alterações visuais, diplopia, alterações do humor. Na goteira olfatória: alteração do olfato, alterações psicoafetivas. Nos ventrículos laterais: hidrocefalia. Na tenda do cerebelo: hidrocefalia, crises convulsivas, alterações visuais. ✓ DIAGNÓSTICO: Ressonância magnética (o melhor), TC com contraste. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI IMAGEM ESQUERDA: meningioma de convexidade (TC); IMAGEM DIREITA: meningioma da asa esfenóide (RM). ✓ TRATAMENTO: depende da localização, não há tratamento único: é individual. No geral: ressecção cirúrgica. ➢ ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) ✓ FATORES DE RISCO • HAS • DIABETES • FUMO • FIBRILAÇÃO ATRIAL – causa trombos ✓ ANATOMIA VASCULAR ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI - Infarto lacunar - Criotogênico ✓ CLASSIFICAÇÃO DO AVE ISQUÊMICO - Aterosclerótico* - Cardioembólico HEMORRÁGICO - Intrapariquematoso - Subaracnóideo AVE ISQUÊMICO Tem início súbito com déficit neurológico persistente. Geralmente a isquemia é devido a oclusão das artérias causando um infarto do parênquima encefálico. A aterosclerose de artérias é umas das principais etiologias, já que sobre a placa de gordura trombos podem ser formados e posteriormente se soltarem, causando a isquemia. SÍNDROMES VASCULARES ISQUÊMICAS ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA Acomete face externa dos lobos frontal, parietal e parte do temporal, além do lobo da insúla, núcleo estriado e parte da cápsula interna e causa: - HEMIPARESIA - HEMIANESTESIA - AFASIA - HIPETENSÃO INTRACRANIANA - PARALISIA FACIAL ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR Acomete face interna do lobo frontal e parietal, parte do núcleo caudado e lentiforme, além do hipotálamo, causando: - HEMIPLEGIA (crural) - HEMIANESTESIA - ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR Acomete lobo occipital, face interna do temporal, mesencéfalo e tálamo, causando: - HEMIANOPSIA - ALEXIA sem grafia - SÍNDROMES TALÂMICAS - HIPOACUSIA - Pode desenvolver AFASIA, HEMIANESTESIA e HEMIPLEGIA ARTÉRIAS VERTEBROBASILARES Causa: - Síndrome de Wallenberg - Síndrome de Dejerine - Síndrome do enclausuramento ✓ DIAGNÓSTICO Faz TC de crânio e avalia região hiperdensa ✓ TRATAMENTO - Controle de glicemia (hemodinâmica cerebral) ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI - Entra com antigoagulante e antiplaquetário - Se HIC elevada: entrar com craniotomia (CUISADOS INTENSIVOS) - Controle da PA AVE HEMORRÁGICO INTRAPAREQUIMATOSO Geralmente ligado a ruptura de aneurismas, que podem acometer núcleos da base, tálamo, cerebelo e ponte. Portadores de Alzheimer tem uma maior predisposição para angiopatia amiloide = deposição de proteína amiloide nas artérias cerebrais, causando ruptura dos vasos. Pode evoluir com aumento da PIC devido acúmulo de sangue no parênquima cerebral. As hemorragias podem causar hemoventrículo e aumentar ainda mais a PIC • HEMORRAGIA NÚCLEOS DA BASE - HEMIPLEGIA FASCIOBRAQUIOCRURAL contralateral (compromete cápsula interna) - DESVIO DO OLHAR CONJUGADO contralateral (compromete lobo frontal) • HEMORRAGIA TALÂMICA -HEMIPLEGIA FASCIOBRAQUIOCRURAL contralateral + HEMIANESTESIA - ANISOCORIA (compromete mesencéfalo) - AFASIA TALÂMICA (compromete tálamo esquerdo) • HEMORRAGIA CEREBELAR - VERTIGEM, NÁUSEAS e ATAXIA CEREBELAR - HIDROCEFALIA OBSTRUTIVA (compressão do IV ventrículo) - APNEIA SÚBITA (amigdalas pode comprimir o bulbo e causar herniação) • HEMORRAGIA PONTINA - QUADRIPLEGIA SÚBITA, COMA e PUPILAS PUNTIFORMES - Pode apresentar: HIPERPNEIA, HIPERIDROSE e perda dos reflexos oculocefálicos e oculovestibular + descerebração. ✓ DIAGNÓSTICO Área hiperdensa (hematoma) + zona hipodensa (edema). Pode ter presença de hemoventrículo e deslocamento das estruturas da linha média mais que 3mm podendo causar COMA ✓ TRATAMENTO - Se a PA tiver entre 150-220 mmHg deve TRATADA - Administrar drogas NÃO vasodilatadoras para manter a PA abaixo de 140mmHg – evita expansão do hematoma ✓ PROGNÓSTICO ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI - Hematoma > 30 cm3 - Presença de hemoventrículo - GLASGOW < 12 - > 80 anos - Hematoma infratentorial - Se uso prévio de anticoagulante SUBARACNOIDE Geralmente acontece por rompimento de aneurisma nas artérias do polígono de Willis. O polígono se localiza na frente do mesencéfalo e sobre a cisterna quadrigeminal, quando acontece a rotura dos vasos o sangue inunda a cisterna e o espaço subaracnoide. O acúmulo de sangue no espaço subaracnoide pode causar edema cerebral e meningite química, o vasoespasmo (contato do sangue com a túnica adventícia) também pode surgir após o 4º dia e causar sérios déficits neurológicos. ✓ QUADRO CLÍNICO - CEFALEIA SÚBITA e de FORTE INTENSIDADE - SÍNCOPE - RIGIDEZ DE NUCA OBS: Aneurisma de comunicante posterior gera: anisocoria (comprime oculomotor), diplopia, estrabismo divergente e vasoespasmo ✓ DIAGNÓSTICO Se a TC não diagnosticar tem que fazer exame liquórico (mostra sangue nas primeiras 12hrs). O exame de imagem vai mostrar linha hiperdensa circundando o mesencéfalo em formato de coração. ✓ TRATAMENTO • ARTERIOGRAFIA CEREBRAL DE QUATRO VASOS (localizar a lesão) + IMPLANTE DE FIOS DE PLATINA (induz trombose no interior do aneurisma) • Se o tratamento endovascular não der certo, tem que fazer CLIPAGEM CIRÚRGICA DO ANEURISMA e para isso é necessário realizar craniotomia + retração do parênquima cerebral (pode causar complicações) • Deve-se associar a COMPRESSÃO PNEUMÁTICA INTERMITENTE dos MMII para evitar trombos e associar a heparina • Manter PA entre 140-150 (manter hemodinâmica cerebral) • PA > 150 mmHg eleva risco de ressangramento ✓ PROGNÓSTICO ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI Avalia sangue na imagem* Realiza avaliação clínica ➢ MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA (MAV) É uma comunicação de uma artéria com uma veia (fístula) e entre elas há um emaranhado de vasos que são malformados. Essas fístulas fazem com que a pressão das artérias passe direto para a veia e, consequentemente, fica dilatada (podendo romper por não suportar a pressão, causando hemorragia). ✓ QUADRO CLÍNICO: clinicamente silenciosa e os sintomas dependem da localização; podendo apresentar uma dor de cabeça crônica, convulsão, hemorragia ou déficits neurológicos. Clinicamente, podem se manifestar como dores de cabeça (cefaléia), crises convulsivas (ataques epilépticos) ou perda de força em um dos lados do corpo.Alguns pacientes podem apresentar sintomas conforme o local do cérebro onde as MAVs se localizam, como por exemplo, perda de visão, nas MAVs próximas às áreas da visão, ou déficit motor, nas MAVs próximas às áreas motoras do cérebro. OBS: Quando se tem um aneurisma dentro da mav, a chance de sangramento aumenta. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI ✓ DIAGNÓSTICO: ANGIOGRAFIA (+ importante). ✓ TRATAMENTO: Varia da localização, podendo ser= radiocirurgia, cirurgia aberta, embolização. Classificação de Spetzler-Martin: leva em consideração o tamanho, eloquência, drenagem venosa (superficial ou profunda). Graduação de 1 a 5, 1-3 >> indicação cirúrgica. ➢ MENINGITE É um processo inflamatório das meninges. Pode ser causado por diversos agentes infecciosos ou não infecciosos (medicamentos e neoplasias). ✓ SINTOMAS: Febre, cefaléia, rigidez do pescoço, fotofobia, náuseas, vômito, etc. ✓ DIAGNÓSTICO: Coleta de mostra de sangue e líquor. ✓ TRATAMENTO: Antibacterianos ou antifúngicos. Em caso de meningite viral o paciente é monitorado quanto aos sinais de maior gravidade e se recupera espontaneamente. ✓ SINAIS: • Brudzinski= flexão involuntária da perna sobre a coxa e desta sobre a bacia, ao se tentar fletir a cabeça do paciente. • Kernig= resposta em flexão da articulação do joelho, quando a coxa é colocada em certo grau de flexão (90º), relativamente ao tronco. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI • Lasegué= paciente em decúbito dorsal e membros inferiores estendidos, examinador faz flexão passiva da coxa sobre a bacia. Positivo: dor na face posterior no membro examinado. ➢ HIDROCEFALIA A hidrocefalia consiste no acúmulo de quantidades excessivas de líquor e aumento da pressão intracraniana que provocam o alargamento do ventrículo cerebral e compressão do tecido nervoso com consequências muito graves. Normalmente, ocorre durante a vida fetal em decorrências de anomalias congênitas do sistema ventricular. ANA CAROLINA S. I. CAIRES GABRIELA M. D. FARIAS PATRICIA S. RIBEIRO MEDICINA FIPGUANAMBI • Hidrocefalias comunicantes: Resultado do aumento na produção ou deficiência na absorção do líquor (drenagem). • Hidrocefalias não comunicantes: São muito mais frequentes e resultam de obstruções no trajeto do líquor. Ex: Síndrome de Parinaud (tumor de pineal). • Hidrocefalia de pressão normal: é a condição na qual os ventrículos encontram-se aumentados sem que haja bloqueio estrutural à circulação do líquor. ✓ SINTOMAS: transtorno de marcha, incontinência urinária e declínio cognitivo (hidrocefalia pressão normal). ‘’Olhos de sol poente’’ e aumento da calota craniana. ✓ TRATAMENTO: Drenagem do líquor, ligando um dos ventrículos na cavidade peritoneal (DVP - procedimentos cirúrgicos). Ou, caso seja uma hidrocefalia não comunicante, a drenagem é feita para o meio externo (DVE).
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