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03 06 Classes de palavras variáveis -verbo

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CLASSES GRAMATICAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como você pode ver, as palavras da língua portuguesa são agrupadas em dez grupos, ou 
melhor dizendo, em dez classes gramaticais. São agrupadas a partir de critérios 
morfológicos, semânticos e sintáticos. 
A primeira classe gramatical que estudaremos é a dos Substantivos. Vamos lá? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma característica típica do substantivo é que a ele podem ser associadas outras palavras 
que modificam, especificam e/ou restringem seu significado. 
 
Todas as paixões juvenis contribuem para nosso amadurecimento emocional. 
 
Substantivos 
Adjetivos 
Pronomes 
Artigos 
Numerais 
Verbos 
Advérbio 
Preposições 
Conjunções 
Interjeições 
Variáveis Invariáveis 
Substantivo 
Semanticamente, é a palavra que 
nomeia tudo o que tem substância, 
tudo o que existe, tudo o que 
imaginamos existir ou tudo o que é 
conceito abstrato. 
Morfologicamente, é uma palavra 
que varia em gênero e número, ou 
seja, pode mudar de forma por meio 
de desinências e de afixos. 
Sintaticamente, ou seja, na oração, 
normalmente é o núcleo dos termos 
sintáticos. 
Palavras associadas ao 
substantivo paixões 
Palavras associadas ao 
substantivo amadurecimento 
Classificação geral dos substantivos 
 
O substantivo, dependendo do aspecto segundo o qual é considerado admite diferentes 
classificações. Veja a seguir: 
 
 
 
 
 
 
Observações: 
 
 
A classificação substantivo concreto não se relaciona ao sentido usual da palavra 
“concreto” (real, físico, visível). Substantivos como Deus, alma, fada, saci, dragão, 
assombração, fantasma etc., embora nomeiem seres que não existem na realidade 
material, podem ser considerados como tendo existência autônoma, própria, por isso 
classificam-se como substantivos concretos. 
Note que cada um dos pares de classificação é independente dos demais. Assim, o 
substantivo livro, por exemplo, tem estas quatro classificações: comum, primitivo, 
simples e concreto. 
 
 
 
 
Quanto à designação 
Comum 
Nomeia todos os seres de uma mesma 
espécie. 
Ex.: livro, computador, rodovia. 
 
Próprio 
Nomeia, individualmente, um 
determinado ser. 
Ex.: Isabel, Uruguai, Pará. 
 
 
Quanto à formação 
Primitivo 
Não se origina de outra palavra. 
Ex.: livro, Isabel, fantasma. 
 
Derivado 
Origina-se de outra palavra. 
Ex.: computador, paraense, livraria. 
 
 
Quanto à forma 
Simples 
Formado por uma única palavra ou 
radical. 
Ex.: livro, fantasma, desligamento. 
 
Composto 
Formado por mais de uma palavra ou 
radical. 
Ex.: lobisomem, sexta-feira, petróleo. 
 
 
Quanto ao tipo de ser nomeado 
Concreto 
Nomeia seres / coisas (reais ou 
imaginários) de existência própria. 
Ex.: livro, fantasma, Deus, Isabel. 
 
Abstrato 
Nomeia ações, sensações, 
sentimentos, conceitos etc. 
Ex.: abraço, dor, medo, beleza. 
 
 
Flexões dos substantivos 
Como visto anteriormente, o substantivo é uma palavra variável, isto é, uma palavra que 
pode ter sua forma alterada para exprimir determinados aspectos gramaticais. 
menina meninos 
Flexão para mudar de gênero: masculino 
> feminino 
Flexão para mudar o número: singular > 
plural 
 
As flexões do substantivo podem indicar, portanto, gênero e número. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gênero dos substantivos 
Os substantivos, considerados na perspectiva do gênero, subdividem-se em dois grupos: 
os de gênero masculino e os de gênero feminino. É masculino todo substantivo ao qual 
podemos antepor o artigo o(s) e é feminino todo substantivo ao qual podemos antepor o 
artigo a(s). 
(o) vendedor (os) problemas (a) música (as) trevas 
 
A flexão masculino-feminino 
 
A maioria dos substantivos forma o feminino por meio de flexão: a desinência -a é 
acrescentada à forma do masculino. Esse acréscimo às vezes exige adaptações na 
terminação do masculino. 
• Vendedor – vendedora 
• Gato – gata 
• Presidente – presidenta 
• Leão – leoa 
 
Existe um pequeno número de substantivos que têm uma palavra específica para o 
masculino e outra para o feminino. Nesses casos, não ocorre, portanto, flexão para formar 
o feminino. 
• Homem – mulher 
• Zangão – abelha 
• Cavaleiro – amazona 
• Cavalheiro – dama 
A flexão não cria uma nova palavra; apenas cria, por meio 
de desinências específicas (-a, para feminino; -s para o 
plural), uma nova forma da mesma palavra. Essa nova 
forma, por não ser outra palavra, não precisa aparecer no 
dicionário. Assim é que, no dicionário, aparece, por 
exemplo, aluno, mas não aluna, nem alunos, porque essas 
formas são apenas flexões de aluno, e não outras palavras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Número dos substantivos 
Número é a flexão do substantivo que exprime a quantidade de seres que ele nomeia. 
Assim: 
• Singular: o substantivo está no singular quando nomeia um único ser (ex.: árvore) 
ou um conjunto de seres considerados como um todo (ex.: cardume). 
• Plural: o substantivo no plural nomeia mais de um ser (ex.: árvores) ou mais de 
um conjunto de seres (ex.: cardumes). 
Plural dos substantivos compostos 
Quando o substantivo composto não tem hífen, sua flexão de plural se faz como se ele 
fosse uma palavra simples. Por exemplo: rodapé > rodapés; girassol > girassóis. 
Quando se trata de compostos que apresentam hífen, o plural se faz, na maioria dos casos, 
de acordo com a seguinte regra geral: 
 
 
 
 
 
• Onça-pintada 
 
 
 
Substantivos uniformes 
Existem substantivos que dispõem de apenas uma forma para o 
masculino e para o feminino; são chamados, por isto, de 
substantivos uniformes. 
O / a gerente; o / a artista (comuns de dois gêneros) 
A testemunha; a criança; o cônjuge (sobrecomuns); 
A cobra macho / a cobra fêmea; o mamão macho / o mamão 
fêmea (epicenos) 
Mudança da significação com a mudança de gênero 
Certos substantivos têm um significado quando empregados no 
masculino e outro quando empregados no feminino. Alguns 
exemplos: o capital (bens materiais) – a capital (cidade); o cabeça 
(chefe, líder) – a cabeça (parte do corpo). 
O plural de um substantivo composto é a reunião 
das formas de plural das palavras que o constituem. 
Plural de onça = onças 
Plural de pintada = pintadas 
Onças-pintadas 
 
• Sempre-viva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: guarda-florestal = guardas-florestais 
 Guarda-roupa = guarda-roupas 
 Salva-vidas = salva-vidas 
 
1. Classifique os substantivos em destaque nas orações abaixo: 
a) Esta é minha flor favorita. 
b) Dom Casmurro é um romance. 
c) A honestidade é essencial nas relações humanas. 
Plural de sempre = não existe 
Plural de viva = vivas 
Sempre-vivas 
Palavra que não tem 
plural, por isso 
mantém-se invariável. 
1. Se os elementos formadores são ligados por preposição (de, 
com, sem...), apenas a primeira palavra vai para o plural. 
Pé de moleque = pés de moleque; água-de-colônia = águas-de-
colônia 
2. Se o segundo elemento indica finalidade/especificação do 
primeiro, pode-se aplicar tanto a regra geral como flexionar 
apenas o primeiro. 
Navio-escola = navios-escolas ou navios-escola (escola indica a 
finalidade do navio) 
3. Compostos em que aparece verbo. 
Verbo + outra palavra – o verbo fica no singular. 
- cata-vento = cata-ventos 
 
Verbos repetidos – plural nos dois ou só no segundo elemento. 
- corre-corre = corres-corres ou corre-corres (plural mais usual) 
 
Verbos de sentidos contrários – os dois continuam no singular 
- o ganha-perde = os ganha-perde 
d) O cardume migrava para a desova. 
e) O ferreiro ensinava-lhe o ofício. 
 
Assinale a alternativa que possui um 
substantivo comum, simples, concreto e primitivo: 
a) casebre 
b) girassol 
c) Helena 
d) honestidade 
e) menina 
 
Relacione as colunas de acordo com a classificação dos substantivos em destaque: 
I. Substantivo abstrato 
II. Substantivo concreto 
( ) Minha aliança de casamentoé de ouro. 
( ) O crescimento econômico depende de uma nova aliança comercial. 
 
A palavra livro é um substantivo 
a) próprio, concreto, primitivo e simples. 
b) comum, abstrato, derivado e composto. 
c) comum, abstrato, primitivo e simples. 
d) comum, concreto, primitivo e simples. 
 
As palavras TIETÊ e PESCA são, respectivamente, substantivos: 
a) próprio e concreto. 
b) comum e próprio. 
c) concreto e próprio. 
d) comum e abstrato. 
e) próprio e abstrato. 
 
6. Retire do texto 3 substantivos comuns e 3 substantivos próprios. 
O anúncio do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2016 surpreendeu muitas 
pessoas. No dia 13 de outubro, a Academia Sueca anunciou que o astro norte-americano 
da música pop, Bob Dylan, era o premiado. 
A escolha foi recebida com pouca receptividade por alguns e com alegria e 
reconhecimento por muitos. Estes consideram que a escolha inusitada reflete um avanço 
na forma de entender a arte literária. 
As manifestações negativas giram justamente pelo fato de Dylan ser músico e, apesar de 
poeta, não ser escritor de ofício. 
A Academia Sueca, a responsável pela seleção do escritor, declarou que a escolha levou 
em conta a criação de novas expressões poéticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adjetivo 
Semanticamente, o adjetivo é um 
caracterizador, um modificador de 
sentido. 
Morfologicamente, normalmente o 
adjetivo varia em gênero, número e 
grau. 
Sintaticamente, o adjetivo exerce 
duas funções na frase: adjunto 
adnominal ou predicativo (do sujeito 
ou do objeto). 
As classes gramaticais modificadas por um adjetivo são o substantivo 
(normalmente), o pronome, o numeral, qualquer palavra de valor substantivo 
(verbo no infinitivo, por exemplo) e até uma oração substantiva. Veja: 
i. Rocha Lima e Celso Cunha eram excelentes. 
ii. Eles eram excelentes. 
iii. Os dois eram excelentes. 
iv. Acho excelente resolver exercícios de Português. 
Reveja esta reprodução do quadro Guernica: 
 
 
 
Nesse texto, as palavras instigante, surpreendente, revolucionário e político são 
empregadas para atribuir características ao substantivo “quadro”; a palavra espanhol, por 
sua vez, caracteriza o substantivo “pintor”. Essas cinco palavras funcionam, nesse texto, 
como adjetivos. 
O adjetivo é um recurso essencial para dar expressividade ao texto quando se descreve 
uma pessoa, um objeto ou uma paisagem. Releia o trecho a seguir e observe como a 
escolha dos adjetivos contribui decisivamente para criar a impressionante imagem da 
personagem, uma mulher louca, durante um incêndio. 
 
 
 
 
 
 
Instigante, surpreendente, revolucionário, político. Assim é Guernica, quadro em que o pintor espanhol 
Pablo Picasso expõe e denuncia os horrores da guerra. 
[...] a Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava 
horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia 
que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante 
como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. 
[...] 
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço 
Trigueiro: da cor do trigo 
maduro; amarelado tendendo 
ao marrom. 
Se tomarmos as palavras japonês e doente isoladamente, como 
classifica-las? Tanto podem ser substantivos como adjetivos. Só 
poderemos classificá-las partindo da função que exercem num 
determinado contexto. Por exemplo, em o japonês doente temos 
japonês designando um ser (portanto, um substantivo) e doente 
modificando esse substantivo (portanto, um adjetivo). A situação 
se inverte quando falamos o doente japonês; agora doente é um 
substantivo e japonês é um adjetivo. 
 
Formação dos adjetivos 
Da mesma forma que os substantivos, os adjetivos também podem ser classificados em 
simples / compostos e primitivos / derivados. Tomemos o exemplo: 
O povo brasileiro não é triste, apesar da situação socioeconômica do país. 
Temos três adjetivos: brasileiro, triste, socioeconômica. Levando em consideração 
apenas o radical, brasileiro e triste apresentam apenas um radical (são, portanto, 
simples), enquanto socioeconômica apresenta dois radicais (é, pois, composto). Por 
outro lado, triste não deriva de nenhuma outra palavra (é, portanto, primitivo); já o 
adjetivo brasileiro deriva do substantivo Brasil (é, pois, derivado). Dessa forma, temos: 
a) adjetivo simples – formado por um só radical: triste, brasileiro, alegre, bonita etc.; 
b) adjetivo composto – formado por mais de um radical: socioeconômica, latino-
americano etc.; 
c) adjetivo primitivo – é aquele que não deriva de um substantivo ou de um verbo: claro, 
grande, livre, leve, triste etc.; 
d) adjetivo derivado – é aquele que deriva de um substantivo ou de um verbo. Na 
formação de adjetivos derivados, é fundamental o papel desempenhado pelos sufixos, 
como nos casos de: brasileiro (Brasil + eiro, sufixo que indica origem), escolar 
(escoa(a) + ar, sufixo que indica relação, pertinência), tolerante (toler(ar) + ante, sufixo 
que indica qualidade, estado). 
 
Adjetivo pátrio 
O adjetivo pátrio, ou seja, aquele que se refere a países, estados, cidades etc. A maioria 
desses adjetivos forma-se pelo acréscimo de um sufixo (que indica origem, procedência) 
ao substantivo que denomina localidade, como ocorre no adjetivo brasileiro. 
Acre – acreano 
Bahia – baiano 
Campinas – campinense ou campineiro 
Goiás – goiano 
Equador – equatoriano 
Irã – iraniano 
 
 
 
 
Locução adjetiva 
Compare os destaques nestas frases: 
 
 
Em 1, o substantivo “quadro” é 
caracterizado pelo adjetivo 
impressionista. Em 2, ao 
substantivo “quadro” associa-se a 
expressão do Impressionismo, que, 
por desempenhar o mesmo papel que 
o adjetivo – caracterizar o 
substantivo -, classifica-se como 
locução adjetiva. 
Em Gramática, chama-se locução à reunião de duas ou mais palavras com valor de uma 
só. Locução adjetiva é, portanto, a reunião de duas ou mais palavras equivalentes a um 
único adjetivo. 
Geralmente, as locuções adjetivas são formadas por uma preposição e um substantivo, 
como nos exemplos: 
Dente de cão = canino Água de chuva = pluvial 
Ou por uma preposição e um advérbio, como nos exemplos a seguir: 
Pneus de trás = traseiros jornal de ontem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palácio dos Doges em Veneza (1881), obra-prima do 
pintor impressionista francês Pierre-Auguste Renoir 
(1841-1919) 
1. Este é um quadro 
impressionista. 
 
2. Este é um quadro do 
Impressionismo. 
É bom atentar para o fato de que nem toda locução adjetiva possui um 
adjetivo correspondente, como em: 
Mulher sem graça herói sem nenhum caráter 
Em que as locuções destacadas são evidentemente adjetivas, apesar de não 
possuírem um adjetivo equivalente: 
Sem graça não é o mesmo que desgraçada! 
Sem nenhum caráter não é o mesmo que descaracterizado! 
A posição do adjetivo em relação ao substantivo 
A posição usual do adjetivo é depois do substantivo, formado sequências do tipo 
substantivo + adjetivo. Nessas sequências, o adjetivo exprime, de maneira direta e 
objetiva, a característica do substantivo. Por exemplo: 
 
Sob o sol claro de abril, duas pombas brancas admiram a beleza do dia. 
Muitas vezes, no entanto, o falante, para enfatizar o adjetivo e/ou atribuir a ele um valor 
mais pessoal, mais subjetivo, inverte a ordem normal, criando sequências do tipo adjetivo 
+ substantivo. Veja o exemplo a seguir: 
 
Em sua curta vida, o delirante explorador viveu fantásticas aventuras. 
Agora considere o folheto 
publicitário ao lado, que 
divulgava o lançamento de 
um prédio de apartamentos. 
Observe que o adjetivo 
nova muda de sentido: 
anteposto ao substantivo – 
nova casa – significa 
“outra, diferente da casa 
atual”; posposto ao 
substantivo – casa nova – 
significa “recém-
construída, que nunca foi 
habitada”. 
Essa alteração de sentido do adjetivo, provocada pela mudançade sua posição em relação 
ao substantivo, pode ocorrer também com outras palavras dessa classe gramatical. Veja 
outros exemplos: 
• Falso médico: indivíduo que, sem ser médico, pratica a medicina. 
Médico falso: indivíduo formado em medicina e que não é sincero; é fingido. 
• Mau aluno: aluno desinteressado; que não se dedica ao estudo. 
Aluno mau: aluno perverso, cruel, maldoso. 
• Velho amigo: amigo de há muito tempo; de longa data. 
Amigo velho: amigo de idade avançada. 
 
Flexões do adjetivo 
Gênero 
O adjetivo concorda em gênero com o substantivo por ele modificado, podendo, portanto, 
ser flexionado em masculino e feminino. Entretanto, é necessário reconhecer, 
inicialmente, dois tipos de adjetivos: 
a) uniformes: apresentam uma única forma para o masculino como para o feminino. 
Compreendem a quase totalidade dos adjetivos terminados em a, e, m, l, z e dos 
paroxítonos terminados em s: democrata, hipócrita, fluminense, rio-grandense, 
jovem, ágil, pueril, amável, infeliz, simples etc.; 
Venha para sua nova 
casa nova 
✓ Construção em 
fase final 
✓ Totalmente 
financiado 
✓ Mude em 
dezembro 
✓ Lazer completo 
✓ Segurança 24 
horas. 
b) biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. Nesse 
caso, a formação do feminino geralmente segue as mesmas regras que o substantivo: 
 
o jogador brasileiro – a jogadora brasileira o rapaz burguês – a moça burguesa 
 
Número 
O adjetivo também concorda em número com o substantivo por ele modificado, 
flexionando-se em singular e plural. Segue, de modo geral, as mesmas regras que o 
substantivo: 
A menina bonita – as meninas bonitas o lutador chinês – os lutadores chineses 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plural dos adjetivos compostos 
No plural de um adjetivo composto, somente o último adjetivo 
formador – o da direita – vai para o plural. Se o último elemento 
formador não for adjetivo, o composto é invariável. Veja os 
exemplos a seguir: 
 
• Tratado anglo-franco-italiano = tratados anglo-franco-italianos 
 
 
 
 
Agora, vamos considerar os adjetivos compostos “verde-claro” e 
“verde-musgo” e observar, nos exemplos abaixo, a diferença que 
eles apresentam na flexão de plural. 
 
• Tapete verde-claro = tapetes verde-claros 
 
• Tapete verde-musgo = tapetes verde-musgo 
 
Por que “verde-claro” tem plural, mas “verde-musgo” é invariável? 
Observe que claro é adjetivo (ex.: dia claro), por isso, conforme a 
regra geral, no adjetivo composto esse elemento vai para o plural: 
“verde-claros”. Por outro lado, musgo não é adjetivo (e sim 
substantivo), por isso, conforme a regra, não vai para o plural e, 
consequentemente, o adjetivo composto fica invariável. 
adjetivo 
Adjetivo composto 
no plural 
1. Os adjetivos azul-marinho e azul-celeste são invariáveis. = camisas azul-
marinho; bandeiras azul-celeste 
2. O adjetivo surdo-mudo tem plural nos dois elementos, e não apenas no último 
(conforme determina a regra geral). = crianças surdas-mudas 
3. As expressões adjetivas formadas por cor + de + substantivo são invariáveis, 
inclusive quando o segmento “cor de” fica subentendido. = paredes cor de terra 
Grau dos adjetivos 
Dizer que um adjetivo varia em grau significa dizer que, em algumas construções, ele terá 
seu valor intensificado – normalmente por um advérbio ou por um sufixo. Existem duas 
situações em que o adjetivo pode variar em grau: em uma estrutura de comparação ou 
em uma de superlativação. 
Compare os empregos do adjetivo “interessante” nestes dois enunciados: 
 
Nessas duas frases, o adjetivo não só caracteriza o substantivo “documentário” como 
também expressa a intensidade dessa característica. Comparando os exemplos, é fácil 
observar que, em cada caso, a intensificação do adjetivo se faz por meio de diferentes 
mecanismos gramaticais. Assim: 
Em 1 – ao adjetivo “interessante” associa-se a palavra intensificadora “mais”: mais 
interessante. 
Em 2 – ao adjetivo “interessante” associa-se o sufixo intensificador -íssimo: 
interessantíssimo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. O documentário a que assistimos hoje foi mais interessante que o filme de ontem. 
 
2. A TV Escola apresentou outro documentário interessantíssimo. 
Comparativo 
De superioridade 
Este verão está mais quente que chuvoso. 
O documentário foi mais interessante que o 
filme. 
De igualdade 
Este verão está tão quente quanto chuvoso. 
O documentário foi tão interessante quanto 
o filme. 
De inferioridade 
Este verão está menos quente que chuvoso. 
O documentário foi menos interessante que 
o filme. 
Estabelece uma 
relação de 
comparação entre 
duas características de 
um mesmo ser, ou 
compara uma 
determinada 
característica 
atribuída a dois seres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Superlativo 
Indica que uma característica é atribuída em máxima (ou 
mínima) intensidade ao substantivo. Subdivide-se, como 
mostra o quadro em absoluto e relativo. 
Absoluto Relativo 
Indica que a característica é 
atribuída a um ser 
isoladamente e, dependendo da 
forma como se apresenta, pode 
ser analítico ou sintético. 
- analítico: palavra 
intensificadora + adjetivo 
A TV Escola apresenta 
documentários muito 
interessantes. 
- sintético: adjetivo + sufixo 
intensificador 
A TV Escola apresenta 
documentários 
interessantíssimos. 
A característica é atribuída a um 
ser, relacionando-a a outros 
seres que também apresentam tal 
característica. Pode ser de 
superioridade ou comparação. 
- superioridade: o mais 
[adjetivo] de 
Aquela região era a mais rica do 
estado. 
- inferioridade: o menos 
[adjetivo] de 
Ele é o menos irresponsável da 
turma. 
 Na variedade padrão do idioma, o adjetivo não 
admite aumentativo nem diminutivo. Na linguagem 
popular, no entanto, é comum os falantes empregarem 
adjetivos com sufixos aumentativos ou diminutivos 
para obter determinados efeitos de sentido. Veja 
alguns exemplos: 
- O atacante de nosso time é muito lento, pesadão. 
- O namorado dela é bem bonitão, hein?! 
- O carro é velho, mas até que é bonzinho. 
- Paula não viajou porque o bebê dela está doentinho. 
Exercícios 
1. Sobre os adjetivos, é correto afirmar: 
a) Classe de palavras que se caracteriza por delimitar o substantivo, atribuindo-lhe 
qualidades, estados, aparência etc. 
b) Classe de palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do 
advérbio. 
c) Classe de palavra que vem antes do substantivo, indicando se ele é determinado ou 
indeterminado. 
d) Classe de palavra invariável que exprime estados emocionais. 
e) Conjuntos de verbos que, em uma determinada frase, desempenham valor de um único 
verbo. 
 
2. Assinale a alternativa correta em relação à classificação dos adjetivos destacados nas 
frases: 
I. Carolina comprou para a mãe um vestido amarelo-claro. 
II. Ele estava feliz porque foi aprovado no vestibular. 
III. A torcida ficou feliz pela conquista do título. 
IV. O mineiro Carlos Drummond de Andrade é considerado um dos maiores 
poetas brasileiros. 
V. A menina bonita colocou um laço de fita no cabelo e foi para a escola. 
a) biforme, pátrio, derivado, primitivo e composto. 
b) primitivo, composto, biforme, pátrio e derivado. 
c) composto, primitivo, primitivo, pátrio e biforme. 
d) composto, derivado, primitivo, pátrio e biforme. 
 
3. Assinale a sequência correta em relação aos tipos de adjetivos e suas definições: 
I. Adjetivos formados por apenas um radical. 
II. Adjetivos formados por dois ou mais radicais. 
III. Adjetivos que não são derivados de outra palavra em língua portuguesa. 
IV. Adjetivos formados a partir de outros substantivos ou verbos. 
V. Adjetivos que se referem à origem ou nacionalidade do substantivo. 
( ) pátrios 
( ) primitivos 
( ) compostos 
( ) derivados 
( ) simples 
a) II, III, V, IV e I 
b)V, IV, III, III e I 
c) I, III, IV, II e V 
d) V, III, II, IV e I 
 
4. Assinale a oração em que o termo cego(s) é um adjetivo: 
a) Os cegos, habitantes de um mundo esquemático, sabem onde ir... 
b) O cego de Ipanema representava naquele momento todas as alegorias da noite escura 
da alma… 
c) Todos os cálculos do cego se desfaziam na turbulência do álcool. 
d) Naquele instante era só um cego pobre. 
e) ... da Terra que é um globo cego girando no caos. 
 
5. Relacione as colunas de acordo com a classificação dos adjetivos: 
I. adjetivo composto 
II. adjetivo derivado 
III. adjetivo pátrio 
a) carioca 
b) rosa claro 
c) azulado 
d) socioeconômico 
e) facial 
 
6. Assinale a alternativa correta em relação à classificação dos adjetivos destacados nas frases: 
I. Comprei um vestido verde-água. 
II. Todos ficaram tristes pela derrota do time. 
III. João ficou alegre após a aprovação. 
IV. O baiano Caetano Veloso é considerado um dos maiores cantores da 
música brasileira. 
V. Aquele jogador é muito alto. 
a) biforme, pátrio, derivado, primitivo e composto. 
b) primitivo, composto, biforme, pátrio e derivado. 
c) composto, primitivo, primitivo, pátrio e biforme. 
d) composto, derivado, primitivo, pátrio e biforme. 
 
7. Há situações em que o adjetivo muda de sentido, caso seja colocado antes ou depois 
do substantivo. Observe: 
 
Lá se vão os pobres meninos 
Pelas ruas da cidade. 
Meninos pobres, 
pelas ruas da cidade rica. 
 
Qual é o significado da primeira e da segunda ocorrência da palavra “pobres” no trecho 
acima? 
a) humildes/modestos 
b) mendigos/sem recursos 
c) dignos de pena/improdutivos 
d) dignos de compaixão/desprovidos de recursos 
e) ingênuos/sem posses 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos que o substantivo pires é uniforme, isto é, apresenta uma única forma tanto para 
o singular como para o plural; por designar um objeto, seu gênero é mera convenção. A 
palavra que nos indica o número e o gênero do substantivo pires é o artigo. Desse modo, 
temos: 
- O pires (o artigo indica que o substantivo é masculino e que está no singular); 
- Os pires (o artigo indica que o substantivo é masculino e que está no plural). 
Se tomamos como exemplo o substantivo dentista, comum de dois gêneros, verificamos 
que o artigo nos indica a flexão de gênero: 
O dentista – a dentista 
Por outro lado, perceba a diferença entre as duas frases abaixo: 
Paulo pegou o carro. Paulo comprou um carro. 
Na primeira frase, está implícita a ideia de que o receptor da mensagem sabe qual carro 
Paulo pegou, isto é, trata-se de um carro determinado. Na segunda frase, está claro que 
Paulo pegou um carro qualquer, não-específico, ou seja, um carro indeterminado. 
Assim, podemos encontrar dois tipos de artigo: 
Artigo 
Semanticamente, o artigo não tem 
valores embutidos em si, mas, 
quando se liga a um substantivo num 
determinado contexto, passa a 
desempenhar inúmeros papéis 
discursivos: individualizar ou 
generalizar, indicar conhecimento ou 
desconhecimento, apreciação ou 
depreciação, determinação ou 
indeterminação, intimidade, 
aproximação numérica, 
intensificação, proximidade, etc. 
Morfologicamente, é uma classe 
variável em gênero e número. 
Sintaticamente, o artigo é um termo 
que funciona sempre como adjunto 
adnominal. 
a) artigo definido: indica um substantivo específico, determinado. Dependendo da flexão 
de gênero e de número, assume as formas o, a, os, as: 
“A professora me repreendia: 
‘Quem não estuda não come merenda’ 
Mas lá em casa meu pai me acudia: 
‘Não há aquele que com fome aprenda’.” 
 
Observe as possíveis variações de gênero e de número no primeiro verso: 
O professor me repreendia. 
As professoras me repreendiam. 
Os professores me repreendiam. 
 
b) artigo indefinido: indica um ser / uma coisa qualquer dentre outros da mesma espécie. 
Dependendo da flexão de gênero e de número, assume as formas um, uma, uns, umas. 
Retomando o exemplo anterior, teremos: 
Uma professora me repreendia. 
Um professor me repreendia. 
Umas professoras me repreendiam. 
Uns professores me repreendiam. 
 
 
 
 
Além das formas simples apresentadas (o, a os, as, um, uma, uns, umas), os artigos 
apresentam formas combinadas com preposições. O artigo definido combina-se com as 
preposições a, de, em, por, originando, por exemplo, as formas ao, do, nas, pelos, etc. 
Quando o artigo definido (a, as) aparece combinado com a preposição a, temos um caso 
que merece destaque especial: a essa fusão de duas vogais idênticas, graficamente 
representada por um a com acento grave (à, às), dá-se o nome de crase. 
Eles lançaram um alerta à nação. (à = preposição a + artigo definido feminino singular 
a) 
 Um dado interessante é que o artigo tomado isoladamente, fora de 
qualquer contexto, nada significa. Anteposto a qualquer palavra 
transforma-a em substantivo: o amar, o sim, o louco, o longe etc. 
Nos exemplos acima, temos um verbo, dois advérbios e um 
adjetivo que foram substantivados. Esses são os casos mais comuns 
de derivação imprópria. 
O artigo indefinido combina-se com as preposições em e de, originando, por exemplo, as 
formas num, numas, duns etc. 
“Cena de sangue num bar da Avenida São João.” (P. Vanzolini) 
 
 
 
 
 
 
Exercícios 
1. Das orações ora retratadas, explique a diferença de sentido existente entre elas, 
no que se refere ao artigo que acompanha o substantivo: 
Eu acompanhei a garota até sua casa. 
Encontrei uma garota por onde eu passava. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
2. Classifique as orações de acordo com o código representado: 
A – artigo definido 
B – artigo indefinido 
a) Uns alunos chegaram mais cedo à escola ( ). 
b) O bem sempre vencerá o mal ( ). 
c) Preciso de uma explicação para o fato ( ). 
d) Chegaram as encomendas ( ). 
e) Nesta loja vendem-se uns artigos importados ( ). 
3. As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, 
em Oliveira, eram elas as esquadrinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as 
maledicências, as tecedeiras de todas as intrigas. E na desditosa cidade, não existia nódoa, 
pecha, bule rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um 
canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes 
de azeviche sujo não descortinassem e que sua solta língua, entre os dentes ralos, não 
comentasse com malícia estridente. 
(Eça de Queirós, A ilustre Casa de Ramires) 
No texto, o emprego de artigos definidos e a omissão de artigos indefinidos têm como 
efeito, respectivamente: 
a) atribuir às personagens traços negativos de caráter; apontar Oliveira como cidade onde 
tudo acontece. 
Não se contrai preposição com qualquer artigo antes de 
sujeito de verbo no infinitivo: 
- Em alguns programas televisivos, já se falou muito do 
futebol um dia ser suplantado pelo MMA. (inadequado) 
- Em alguns programas televisivos, já se falou muito de o 
futebol um dia ser suplantado pelo MMA. (adequado) 
b) acentuar a exclusividade do comportamento típico das personagens; marcar a 
generalidade das situações que são objeto de seus comentários. 
c) definir a conduta das duas irmãs como criticável; colocá-las como responsáveis pela 
maioria dos acontecimentos na cidade. 
d) particularizar a maneira de ser das manas Lousadas; situá-las numa cidade onde são 
famosas pela 
maledicência. 
e) associar as ações das duas irmãs; enfatizar seu livre acesso a qualquer ambiente na 
cidade. 
4. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente: artigo indefinido feminino 
no plural, artigo definido feminino no singular, artigo indefinido masculino no 
singular, artigo definidofeminino no plural. 
a) As meninas mais bonitas da rua são uma tal de Gabriele, uma menina loira que mora 
uns três quilômetros daqui e a Luciene, uma morena que mora em uma casa cinza. 
b) Hoje fizemos a reunião de pais e entregamos as provas bimestrais e uns informativos 
sobre a semana pedagógica, na qual faremos uma gincana. 
c) Há um mercado a 200 m daqui, caso as senhoras queiram comprar uns pães de queijo 
para receber o padre. 
d) Sei que umas pessoas desaprovarão a minha atitude, mas sei também que um ou outro 
ficará do meu lado até que as coisas se resolvam. 
e) Os armários da cozinha sofreram apenas uns arranhões, mas as cadeiras de uma das 
salas de jantar ficaram bastante danificadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Flexão 
Gênero 
a) Os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de duzentos apresentam flexão 
de gênero: 
Um homem e duas mulheres formam o elenco da peça. 
Ele comprou duzentos gramas de mortadela. 
Ele comprou duzentas rosquinhas. 
b) Os numerais ordinais variam em gênero: 
Domingo foi disputada a décima primeira rodada do campeonato. 
Você é a segunda pessoa a perguntar isso! 
Numeral 
Semanticamente, o numeral indica, 
essencialmente, quantidade absoluta 
(cardinal), quantidade fracionária 
(fracionário), quantidade 
multiplicativa (multiplicativo) e 
ordem, sequência, posição (ordinal), 
de coisas e pessoas. 
Morfologicamente, é uma classe 
variável em gênero e número. É um 
determinante que acompanha o 
substantivo ou o substitui. 
Sintaticamente, o numeral é um 
termo que funciona como adjunto 
adnominal quando acompanha um 
substantivo; quando substitui o 
substantivo, tem função substantiva 
(ou seja, funciona como núcleo do 
sujeito, predicativo do sujeito, objeto 
direto, indireto, complemento 
nominal, agente da passiva, adjunto 
adverbial e aposto) 
Ele é o segundo aluno a perguntar isso! 
c) Os numerais multiplicativos, quando usados com o valor de substantivo, são 
invariáveis; quando usados com valor de adjetivo, apresentam flexão de gênero: 
A dívida é o triplo da sua. (neste caso, valor de substantivo) 
Ele fez duas apostas triplas na loteria esportiva. (tripla = valor de adjetivo) 
d) Os numerais fracionários concordam com os cardinais que indicam o número das 
partes; o fracionário meio concorda com o substantivo por ele modificado: 
Um terço da sala está presente; evidentemente, duas terças partes estão ausentes. 
Meio-dia. 
Meia hora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Número 
a) Os cardinais milhão, bilhão, trilhão etc. variam em número: 
Somos cento e trinta milhões de brasileiros. 
A população da China já passou de um bilhão. 
b) Os ordinais variam em número: 
Os primeiros a chegar ganharão vários prêmios. 
As terceiras colocadas, em cada grupo, serão rebaixadas. 
c) Os multiplicativos são invariáveis quando usados com o valor se substantivo; 
apresentam flexão de número quando usados como adjetivos: 
As nossas dívidas são o triplo da sua. (triplo: valor de substantivo) 
Ele fez uma aposta tripla na loteria. (tripla: valor de adjetivo) 
Meio-dia e meio ou meio-dia e meia? 
É muito comum se ouvir a expressão meio-dia e meio como 
equivalendo a 12h 30 min. No entanto, ela é inadequada. 
É necessário lembrar, em primeiro lugar, que o numeral fracionário 
meio concorda em gênero com a palavra da qual ele é uma fração. 
Por exemplo: 
Cinco metros e meio (cinco metros e mais meio metro) 
Três léguas e meia (três léguas mais meia légua) 
 
Portanto, o correto é meio-dia e meia, uma vez que está 
subentendida a palavra hora, ou seja, meio-dia (12h) mais meia 
hora (30min). 
Ele fez três apostas triplas na loteria. (triplas: valor de adjetivo) 
d) Os fracionários variam em número, concordando com os cardinais que indicam o 
número das partes: 
Se um quarto de salame custa R$20,00, dois quartos não podem custar R$50,00. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidado com os numerais que se tornam verdadeiros substantivos (processo 
de derivação imprópria). Isso se dá quando se denominam os números, de 
modo que eles não indicam quantidade ou ordem no contexto: 
– O número sete é ímpar. 
– O numeral primeiro e o numeral segundo são ordinais. 
– O vinte e quatro no jogo do bicho é veado, sendo associado 
pejorativamente, por isso, a homossexuais. 
– A professora escreveu dois oitos no quadro, no entanto deveria escrever 
três oitos. 
 
Agora, há certo numeral que pode gerar confusão: um(a). Podemos confundir 
tal numeral com artigo indefinido ou com pronome indefinido. Ou melhor, 
podíamos. 
Artigo indefinido: a forma um deve ser artigo indefinido: 
– Se for omissível: “Morreu um grande poeta araçatubense.”, que, omitido o 
artigo, se reduz a: “Morreu grande poeta araçatubense.”. 
– Se alternar com o artigo definido: “Um homem prevenido vale por dez.” 
equivale a “O homem prevenido vale por dez.”. 
Pronome Indefinido: a forma um será pronome indefinido: 
– Se ocorrer em paralelo com pronome indefinido: “Um filho estuda 
Direito, o outro Medicina.”. 
Numeral: a forma um será numeral: 
– Se ocorrer em paralelo com outro numeral: “Escapou um preso, e dois 
foram mortos.”. 
– Se responder à pergunta “quanto”: “Quantos filhos você tem?” “Um 
filho.”. 
– Se vier articulado com “somente, apenas, só” ou “sequer”: “Tenho 
somente um amigo.”, 
“Nunca perdeu sequer uma discussão.”. 
– Quando um puder ser expandido por somente ou qualquer outro 
sinônimo. “Existe um 
Deus no céu.” = “Existe somente um Deus no céu.” 
– Se posposto a um substantivo, tiver o valor de ordinal: “Abra o livro na 
página um.” 
(isto é, na primeira página). Nesse caso, fica invariável; não se deve dizer na 
página uma 
ou vinte e uma. 
– Nas expressões “um(a) dos(as) que”, um(a) é numeral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação dos pronomes 
Dependendo do papel que desempenham na estrutura do enunciado, os pronomes 
subdividem-se em seis grupos: 
1. pronomes pessoais 
2. pronomes possessivos 
3. pronomes demonstrativos 
4. pronomes indefinidos 
5. pronomes relativos 
6. pronomes interrogativos 
 
Pronomes pessoais 
Um discurso – ato linguístico de comunicação – realiza-se por meio de relações que se 
estabelecem entre um emissor, um receptor e o assunto (alguém ou alguma coisa a que 
o emissor se refere). Esses três componentes denominam-se, pela ordem: 1ª pessoa, 2ª 
pessoa e 3ª pessoa do discurso. 
Vamos observar este diálogo entre o garotinho Calvin e Susie, sua colega de escola. 
Pronomes 
Semanticamente, pode apresentar 
inúmeros sentidos, a depender do 
contexto: posse, indefinição, 
generalização, questionamento, 
apontamento, aproximação, 
afetividade, ironia, depreciação etc. 
Morfologicamente e 
discursivamente, o pronome é uma 
classe de palavras normalmente 
variável em gênero e número e que se 
refere a elementos dentro e fora do 
discurso. É um determinante quando 
acompanha o substantivo. 
Sintaticamente, funciona como 
adjunto adnominal, quando 
acompanha o substantivo; quando o 
substitui, tem função substantiva 
(funciona como núcleo do sujeito, 
predicativo do sujeito, objeto direto, 
objeto indireto etc). 
 
Vamos identificar, no primeiro quadrinho, as três pessoas do discurso: 
 
Agora observe, nas duas falas, estes pronomes empregados pelos dois interlocutores: 
• Na fala de Calvin: 
Você > representa Susie (2ª pessoa). 
• Na fala de Susie: 
Eu > representa a própria Susie (1ª pessoa). 
[n]ele > representa “o trabalho” (3ª pessoa) 
Você > representa Calvin (2ª pessoa) 
 
Os pronomes você, eu e ele são exemplos de pronomes pessoais. 
 
 
 
 
As três pessoas do discurso podem ocorrer no singular ou no plural e, dependendo do 
enunciado, elas são representadas por diferentes formas de pronomes pessoais. Vejamos: 
1ª pessoa 
Do singularEu, me, mim, comigo 
Do plural Nós, nos, conosco 
 
2ª pessoa 
Do singular 
Tu, te, ti, contigo 
Você, o/a, se, si, consigo, lhe 
Do plural 
Vós, vos, convosco 
Vocês, os/as, se, si, consigo, lhe 
 
“Oi, Susie! Você escreveu o seu trabalho?” 
Emissor: Calvin > 1ª pessoa 
Receptor: Susie > 2ª pessoa 
Assunto: o trabalho > 3ª pessoa 
“É, eu levei a tarde toda nele. E você?” 
Emissor: Susie > 1ª pessoa 
Receptor: Calvin > 2ª pessoa 
Assunto: o trabalho > 3ª pessoa 
WATTERSON, Bill. Os dez anos de Calvin e Haroldo. São Paulo: Best News, 1996 
Pronomes pessoais são pronomes que, num ato 
de comunicação, representam as três pessoas 
do discurso. 
3ª pessoa 
Do singular Ele/ela, o/a, se, si, consigo, lhe 
Do plural Eles/elas, os/as, se, si, consigo, lhes 
 
Subdivisão dos pronomes pessoais 
Uma palavra, quando participa da estrutura de uma oração, além de integrar uma 
determinada classe gramatical (substantivo, adjetivo, pronome etc.), exerce também outra 
função, chamada de função sintática. A função sintática de uma palavra depende das 
associações que ela estabelece com as demais palavras com as quais se combina para 
formar a oração. 
Os pronomes pessoais, dependendo de como são empregados nas orações, podem 
exercer a função sintática de sujeito ou de complemento. Essa dupla possibilidade de 
função leva a uma subdivisão desses pronomes em pronomes pessoais do caso reto e 
pronomes pessoais do caso oblíquo. Assim: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se o pronome pessoal 
exerce a função de sujeito 
Pronome do caso reto 
Se o pronome pessoal 
exerce a função de 
complemento 
Pronome do caso oblíquo 
1. Oração – qualquer frase ou parte de 
frase construída em torno de um verbo. 
2. Sujeito – termo (palavra ou 
expressão) com o qual o verbo 
estabelece relação de concordância. 
Exemplos: 
Dois aviões cruzaram o céu. 
À noite, caiu um temporal. 
3. Complemento – o termo que, na 
oração, completa o sentido de um verbo 
ou de um nome. Exemplos: 
Dois aviões cruzaram o céu. 
Eles confiam em nós. 
 
Veja nestes exemplos: 
Nós concordamos com ele. 
Nós = pronome reto (porque é o sujeito) 
Ele = pronome oblíquo (não é sujeito; é complemento) 
 
Ele trouxe o livro para nós. 
Ele = pronome reto (porque é o sujeito) 
Nós = pronome oblíquo (não é sujeito; é complemento) 
 
Note, pelos exemplos, que a classificação de uma forma pronominal como pronome reto 
ou pronome oblíquo não é fixa; ela depende da função sintática que o pronome exerce no 
enunciado. 
O quadro a seguir apresenta, para consulta, as diferentes formas de pronomes pessoais e 
as funções – sujeito ou complemento – que elas exercem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Principais empregos dos pronomes pessoais 
Emprego das formas eu e mim, tu e ti: 
1. Fernanda trouxe a moto para mim. 
 
2. a) Fernanda trouxe a moto para eu vender. 
b) Fernanda trouxe a moto para mim vender. (o mim não exerce função de sujeito). 
 
Observe que, nessa última frase, a forma oblíqua mim está desempenhando o papel de 
sujeito de vender. De acordo com a norma padrão, nisso não deve ocorrer. 
3. Para mim, vender a moto será muito fácil. 
Nesse exemplo, o pronome mim não é sujeito de vender. O que ocorre é que essa frase 
está invertida; sua ordem normal seria: 
Vender a moto será muito fácil para mim. 
 
4. a) Algumas discussões acontecem entre mim e ti/você/ela/ela. 
b) Algumas discussões acontecem entre eu e tu/ti/você/ele/ela. (o certo seria “entre mim 
e ti/você/ela/ele...”) 
As formas eu e tu estão fora de sua função específica (a de sujeito), sendo uma construção 
que não é aceita pela norma padrão. 
 
Emprego das formas ele(s)/ela(s) e o(s)/a(s) 
Você nunca concordou com elas. 
Ontem de manhã, convidei-as para a festa. 
Ontem de manhã, convidei elas para a festa. (Ontem de manhã, convidei-as para a festa 
ou Ontem de manhã, eu as convidei para a festa). 
 
Uniformidade de tratamento 
Na variedade padrão da língua, para indicar, mais de uma vez, uma determinada pessoa 
gramatical, é necessário manter a uniformidade gramatical, ou seja, devem-se empregar 
de maneira uniforme os pronomes referentes a essa pessoa. Assim, por exemplo: 
• Tu > te > ti > contigo 
• Você > o/a > lhe > se > si > consigo 
Observe, nestes enunciados, a ocorrência da uniformidade de tratamento: 
- Se te encontrarmos lá, falaremos contigo. (tratamento uniforme = tu) 
- Você é minha amiga, por isso sempre a apoiarei. (tratamento uniforme = você) 
 
Diferentemente do que acontece na variedade padrão, na língua coloquial – e também na 
língua culta menos formal – os falantes usualmente misturam as formas de tratamento. 
Veja neste exemplo: 
- Você é minha amiga, por isso sempre te apoiarei. 
 
Pronomes demonstrativos 
 
Observe que, no primeiro quadrinho, Jon emprega “aquele rato”, para indicar que o rato 
está longe do próprio Jon (1ª pessoa do discurso) e também longe de Garfield, que é o 
ouvinte (2ª pessoa do discurso). 
Agora observe os destaques neste trecho de diálogo entre dois colegas de escola: 
- Serginho, tá sabendo que a prova de Química foi adiada?! 
 
- Uau! Ainda bem, Lu! Quem disse isso? 
 
Nesse caso, a palavra isso foi empregada para retomar elementos textuais que fazem parte 
da fala de um dos interlocutores, ou seja, elementos que fazem parte do próprio discurso. 
Considere mais esta frase: 
 
 
 
 
Note que, ao empregar esta, o emissor localiza no tempo atual a época a que ele se refere. 
As três palavras analisadas nos textos anteriores – aquele, isso e esta – são exemplos de 
pronomes demonstrativos. 
 
 
 
 
 
 
Por conta das profundas mudanças que vêm ocorrendo na economia, esta 
época, por muitos anos, será tema de acalorados debates entre os defensores 
e os críticos da globalização. 
Pronomes demonstrativos são pronomes que têm por função: 
- situar a posição de um ser / uma coisa no espaço, relativamente ao emissor (1ª 
pessoa do discurso) 
- posicionar, no próprio discurso, elementos textuais já referidos ou que serão 
referidos mais adiante. 
- situar, no tempo, um fato ou uma informação. 
 
 
Dependendo das características do elemento a ser indicado, o demonstrativo assume uma 
determinada forma. Veja o quadro a seguir: 
Formas variáveis Formas invariáveis 
Este, esta, estes, estas Isto 
Esse, essa, esses, essas Isso 
Aquele, aquela, aqueles, aquelas Aquilo 
 
Emprego dos pronomes demonstrativos 
Este, esta, estes, estas, isto 
1. No espaço 2. No texto 3. No tempo 
Indicam o que está 
próximo da 1ª pessoa do 
discurso (quem 
fala/escreve) 
Referem-se, geralmente, a 
algo que irá ser 
dito/escrito. 
Indicam tempo atual, 
presente (em relação ao 
momento da fala). 
 
Nos exemplos a seguir, observe as correspondências com os números (1,2,3) dos 
quadros acima: 
1. Esta cicatriz que tenho na perna é dos tempos em que eu jogava futebol. 
2. O grande sentido da vida é este: ser feliz. 
3. Faz tempo que espero por este dia; hoje vou fazer um passeio pelo maravilhoso rio 
Araguaia. 
 
Esse, essa, esses, essas, isso 
1. No espaço 2. No texto 3. No tempo 
Indicam o que está 
próximo da 2ª pessoa do 
discurso (quem ouve/lê) 
Referem-se, geralmente, a 
algo que já foi 
dito/escrito. 
Marcam um tempo 
anterior próximo ou 
posterior (em relação ao 
momento da fala). 
 
Nos exemplos a seguir, observe as correspondências com os números (1,2,3) dos 
quadros acima: 
1. Quanto custou esse relógio que você está usando? 
2. Dinheiro e fama. Nada mais que isso parece dar sentido à vida dela. 
3. Segundo pesquisas, esse fim de ano será muito bom para o comércio. 
Ele retornou do exterior nesse sábado e já voltou a trabalhar. 
 
 
 
 
 
 
 
Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo 
1. No espaço 2. No texto 3. No tempo 
Indicam o que está longe 
da 1ª pessoa e também da 
2ª pessoa do discurso. 
Indicam um elemento 
referido anteriormente a 
outro.Indicam tempo distante, 
bem anterior ou posterior 
ao momento da fala. 
 
Nos exemplos a seguir, observe as correspondências com os números (1,2,3) dos 
quadros acima: 
1. Visto aqui do avião, aquele rio é um risco na floresta. 
2. César e Raul são artistas. Aquele é ator; este é músico. 
César e Raul são artistas. Este é músico; aquele é ator. 
 
Observação: 
 
Note, nesses exemplos, que, em referência a dois elementos já citados, usa-se 
aquele/aquela/aquilo para o citado em primeiro lugar e este/esta/isto para o citado em 
segundo lugar. 
 
3. Meu avô mudou-se para cá ainda menino. Naquela época, aqui só havia fazendas de 
café. 
 
Os demonstrativos e a coesão textual 
Os pronomes demonstrativos são fundamentais para a coesão textual, uma vez que um de 
seus papéis é justamente fazer referência a elementos do próprio texto. 
Quando os demonstrativos são empregados para indicar elementos do texto, a referência 
pode ocorrer por retomada (anáfora) ou por antecipação (catáfora). Assim, esses 
pronomes subdividem-se em dois grupos: 
 
 
 
Exemplos: 
- “Seu” Gilberto foi nosso professor de História. Esse, sim, era um mestre! 
- Muitas vezes lhe ocorria esta ideia: largar tudo e ir viver numa praia. 
- Nunca mais fizemos viagens como aquelas de nossa juventude. 
 
 
 
 
 
 
Demonstrativos anafóricos 
Referem-se a elementos textuais 
(pessoa, coisa, ideia, fato etc.) criados 
no texto antes do demonstrativo. 
Demonstrativos catafóricos 
Referem-se a elementos 
textuais posicionados depois 
do próprio demonstrativo. 
Pronomes indefinidos 
Leia o diálogo entre os dois personagens 
deste cartum: 
Nas falas dos personagens ocorrem 
expressões nas quais os substantivos 
ganham sentido vago, genérico. Observe: 
- No segundo quadrinho: “algumas horas” – 
não é possível saber com exatidão quantas 
horas faltam para o meteoro chocar-se com 
a Terra. 
- No terceiro quadrinho: “toda vida” – 
expressão não permite identificar de que 
vida se trata; a palavra “toda” associada ao 
substantivo “vida” atribui a ele um sentido 
amplo, indefinido. 
- No terceiro quadrinho: “qualquer ocasião” 
– a palavra “qualquer” torna indefinido 
(geral) o sentido da palavra “ocasião”. 
Nas três expressões analisadas, as palavras “algumas”, “toda” e “qualquer” são exemplos 
de pronomes indefinidos. 
 
 
Variáveis Invariáveis Locuções pronominais 
Algum(uns), alguma(s), 
certo(s), certa(s), 
nenhum(uns), nenhuma(s), 
todo(s), toda(s), qualquer, 
quaisquer, outro(s), 
outra(s), bastante(s), 
muito(s), muita(s), 
um(uns), uma(s), pouco(s), 
pouca(s). 
Alguém, cada, ninguém, 
algo, tudo, mais, outrem, 
demais, nada, menos. 
Cada um 
Qualquer um 
Todo aquele que 
Um ou outro 
Quem quer que 
 
Obs.: 
Todo, todos, 
Toda, todas 
No plural, exprimem ideia de totalidade. 
No singular e sem determinante, significam qualquer/cada. 
No singular e com determinante, são adjetivos e significam inteiro(a); 
no singular (depois do substantivo), também têm esse mesmo sentido. 
Exemplos: 
- Dificilmente os alunos acertam todas as questões da prova. 
- Se toda cidade tivesse uma biblioteca seria ótimo. 
- Em junho, toda a cidade se prepara para a festa. 
- Em junho, a cidade toda se prepara para a festa. 
 
 
 
 
Pronomes relativos 
Considere as duas orações abaixo, a respeito 
de uma importante pintora brasileira e de seu 
trabalho mais conhecido. 
 
 
 
 
Note que a oração 2 repete o nome 
(substantivo) Tarsila do Amaral, já citado na 
oração 1. 
Vimos que é possível evitar a repetição de um 
nome substituindo-o por um pronome. Se, no 
caso dessas orações, quisermos fazer a 
substituição e manter separadas as orações, 
usaremos um pronome pessoal. Assim: 
 
• Poucos conhecem a obra de Tarsila do Amaral. Ela pintou o Abaporu. 
 
 
Se, no entanto, quisermos reunir as duas orações em uma única frase, empregaremos 
outro tipo de pronome. Veja: 
 
• Poucos conhecem a obra de Tarsila do Amaral, que pintou o Abaporu. 
 
 
Pronome indefinido é um tipo de pronome que se emprega para fazer uma 
referência vaga, geral e indeterminada à 3ª pessoa do discurso (ser, coisa ou ideia a 
respeito de quem/que se fala). 
 
 
1. Poucos conhecem a obra de Tarsila do 
Amaral. 
2. Tarsila do Amaral pintou o Abaporu. 
Abaporu (1928), quadro de Tarsila do 
Amaral (1886-1973). 
Pronome pessoal 
1ª oração 2ª oração 
Nessa frase, o substantivo Tarsila do Amaral aparece explicitamente apenas na primeira 
oração; na segunda ele passou a ser representado pela palavra que. Essa palavra é, nessa 
frase, um pronome relativo. 
 
 
 
Veja, no quadro, as palavras que podem funcionar como relativos: 
Variáveis Invariáveis 
o/a qual; os/as quais 
cujo(s), cuja(s) 
quanto(s), quanta(s) 
Que 
Quem 
Onde, aonde 
 
Principais características e empregos dos pronomes relativos 
I. O duplo papel dos relativos 
Os pronomes relativos caracterizam-se pelo duplo papel que, simultaneamente, 
desempenham na estrutura dos enunciados: 
a) substituem um termo antecedente; 
b) iniciam sempre uma nova oração. 
 
Exemplos: 
 
Muitos imigrantes sonhavam com o regresso ao país onde haviam nascido. 
 
 
 
Meu amigo, que sempre faz turismo no exterior, pouco conhece do próprio Brasil. 
 
 
 
Note que, neste exemplo, a segunda oração se encaixa entre duas partes da primeira. 
 
II. A presença/ausência de preposição antes dos relativos 
Pronome relativo é o pronome que retoma um substantivo (ou outro pronome) já 
citado numa oração, substituindo-o no início da oração seguinte. 
 
 
1ª oração 2ª oração 
Pronome relativo 
Pronome relativo 
2ª oração 
1ª oração 
Em certos enunciados, dependendo da estrutura da oração em que aparece o pronome 
relativo, pode ser que, antes dele, seja necessário introduzir uma preposição (de, em, 
contra, sobre, a etc.). Veja estes exemplos: 
 
O pai foi a única pessoa em quem ele sempre confiou. 
 
 
 
A única coisa com a qual tínhamos preocupação eram os recursos para a obra. 
 
 
A presença da preposição precedendo o pronome relativo é, no entanto, uma característica 
exclusiva da variedade padrão do idioma; na variedade coloquial, os falantes nunca a 
empregam na construção dos enunciados. Compare: 
• Nesta rua ficava a casa que morei vários anos. = variedade coloquial 
 
 
 
• Nesta rua ficava a casa em que morei vários anos. = variedade padrão 
 
 
 
III. Os pronomes relativos que e quem 
A forma que é o relativo de uso mais amplo e pode ter, como antecedente, palavras que 
nomeiam pessoas ou coisas. Exemplos: 
 
Conheço o aluno que ganhou o prêmio. 
 
Os romanos criaram edificações que até hoje impressionam. 
 
 
 
Pronome relativo 
Preposição exigida pelo verbo confiar (confiar em alguém). 
Pronome relativo 
Preposição exigida pelo substantivo preocupação (ter preocupação com algo/alguém). 
Não aparece a preposição exigida pelo verbo morar. 
Preposição exigida pelo verbo morar (morar em algum lugar). 
O relativo quem é usado exclusivamente para retomar antecedentes que designam 
pessoas (ou seres personificados). Exemplos: 
 
O funcionário a quem entreguei o documento não foi aquele. 
 
 
O jaguar, a quem os povos andinos temiam, era considerado um deus. 
 
 
IV. Os pronomes relativos cujo(s) e cuja(s) 
Esses relativos são empregados entre dois substantivos, estabelecendo entre eles uma 
ideia de posse. Observe o exemplo a seguir: 
 
O Iguaçu é um rio cujas cataratas dão um espetáculo de impressionante beleza. 
 
 
Esta é uma doença contra cujos males os médicos lutam. 
 
 
V. Os empregos relativos onde e aonde 
Essas duas formas, que na variedade padrão da língua só podem ser empregadas para 
indicar lugar, têm empregos diferentes. Assim: 
 
 
Exemplos: 
 
A polícia isolou a região onde havia garimpos ilegais. 
 
Nesse exemplo, em vez de onde, também poderíamos usar em que ou na qual. 
 
A cidade aondevocê irá nas próximas férias fica no litoral? 
Nesse exemplo, em vez de aonde, também poderíamos usar a que ou à qual. 
pessoa 
ser personificado 
Observe: rio cujas cataratas = cataratas do rio 
Observe: doença contra cujos males = contra os males da doença 
Onde – indica “lugar em que” Aonde – indica “lugar a que” 
Em que 
Exercícios: 
1. Preencha as lacunas com os pronomes demonstrativos adequados: 
a) _________ pontinhos lá no céu não são estrelas, são satélites artificiais. (esses – estes 
– aqueles) 
b) O que estou dizendo é verdade mesmo. Vi tudo com _______ olhos! (esses – estes – 
aqueles) 
c) Sinto um arrepio quando ela me fita com ________ lindos olhos azuis. (esses – estes – 
aqueles) 
d) Meus amigos, _________ momento, ao me despedir de vocês, quero agradecer o apoio 
que me deram. (neste – nesses – naquele) 
e) Nossa! Você está ridículo com __________ terno xadrez! (esse – este – aquele) 
 
O trecho a seguir é o início de uma crônica do escritos Moacyr Scliar. Leia-o 
PARA ELE, O FIM DO ANO era sempre uma época dura, difícil de suportar. Sofria 
daquele tipo de tristeza mórbida que acomete algumas pessoas nos festejos de Natal e de 
Ano Novo. No seu caso havia uma razão óbvia para isso: aos 70 anos, solteirão, sem 
parentes, sem amigos, não tinha com quem celebrar, ninguém o convidava para festa 
alguma. O jeito era tomar um porre, e era o que fazia, mas o resultado era melancólico: 
além da solidão, tinha de suportar a ressaca. 
2. Relativamente aos valores semânticos e aos mecanismos de referência e coesão 
estabelecidos pelos pronomes nesse trecho, assinale a afirmação incorreta: 
a) “ele”, empregado no início da crônica, não tem um referente explícito, o que generaliza 
(torna mais vaga) a caracterização do personagem. 
b) Em “daquele tipo de tristeza” o demonstrativo evidencia que o cronista se refere a um 
tipo de tristeza que já é do conhecimento de mundo do leitor. 
c) “isso” é um anafórico que retoma a ideia expressa em “ser acometido pela tristeza 
mórbida nos festejos de Natal e Ano Novo”. 
d) Nas expressões “algumas pessoas” e “festa alguma” o indefinido tem, nos dois casos, 
valor de negação. 
e) Em “e era o que fazia”, o o funciona como demonstrativo anafórico e tem como 
referente a expressão “tomar um porre”. 
 
3. A colocação do pronome oblíquo está incorreta em: 
a) Para não aborrecê-lo, tive de sair. 
b) Quando sentiu-se em dificuldade, pediu ajuda. 
c) Não me submeterei aos seus caprichos. 
d) Ele me olhou algum tempo comovido. 
e) Não a vi quando entrou. 
 
4. Encontramos pronome indefinido em: 
a) "Muitas horas depois, ela ainda permanecia esperando o resultado." 
b) "Foram amargos aqueles minutos, desde que resolveu abandoná-las." 
c) "A nós, provavelmente, enganariam, pois nossa participação foi ativa." 
d) "Havia necessidade de que tais ideias ficassem sepultadas." 
e) "Sabíamos o que você deveria dizer-lhe ao chegar da festa." 
 
5. Assinale a alternativa onde o pronome pessoal está empregado corretamente: 
a) Este é um problema para mim resolver. 
b) Entre eu e tu não há mais nada. 
c) A questão deve ser resolvida por eu e você. 
d) Para mim, viajar de avião é um suplício. 
e) Quando voltei a si, não sabia onde me encontrava. 
 
6. Assinale a alternativa onde o pronome pessoal está empregado corretamente: 
a) Este é um problema para mim resolver. 
b) Entre eu e tu não há mais nada. 
c) A questão deve ser resolvida por eu e você. 
d) Para mim, viajar de avião é um suplício. 
e) Quando voltei a si, não sabia onde me encontrava.

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