Buscar

pdfcoffee com_apostila-banco-do-brasil-pdf-free

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 169 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 169 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 169 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTABILIDADE DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E OPERAÇÕES BANCÁRIAS 
 
CONCURSO DE ANALISTA DO BANCO CENTRAL 
 
 
 
JOSÉ AMÉRICO PEREIRA ANTUNES 
JOSÉ ROBERTO NUNES PIRES 
 
ÍNDICE 
 
Ranking de Assuntos 2 
Introdução 4 
CAPÍTULO 1 - REVISÃO DE CONTABILIDADE 20 
 Exercícios 25 
CAPÍTULO 2 - O PLANO DE CONTAS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
– COSIF/DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
26 
 Exercícios 35 
 Normas Básicas 37 
CAPÍTULO 3 - OPERAÇÕES DE CRÉDITO 47 
 Exercícios 55 
 Normas Básicas 57 
CAPÍTULO 4 - TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 62 
 Exercícios 68 
 Normas Básicas 70 
CAPÍTULO 5 - OPERAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ 73 
 Exercícios 78 
 Normas Básicas 79 
CAPÍTULO 6 - DERIVATIVOS 81 
 Exercícios 99 
 Normas Básicas 102 
CAPÍTULO 7 - ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO (Leasing) 106 
 Exercícios 120 
 Normas Básicas 121 
CAPÍTULO 8 - CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS E CONTINGÊNCIAS 124 
 Exercícios 135 
 Normas Básicas 136 
CAPÍTULO 9 - ATIVO PERMANENTE/CONSOLIDAÇÃO/PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
138 
 Exercícios 147 
 Normas Básicas 148 
CAPÍTULO 10: DEPÓSITOS E REPASSES / RELAÇÕES 
INTERFINANCEIRAS E INTERDEPENDÊNCIAS - Normas Básicas 
160 
GABARITO 165 
 
 
 2 
 
 Assunto 
Qtde 
Questões 
% 
Normas Básicas 
Seção 
Item do Programa 
 
Princípios Gerais 
(Capítulo 2) 
13,2 18% 1 
1. Plano contábil das instituições do Sistema Financeiro 
Nacional (COSIF): normas básicas. 
2. Escrituração. 
3. Exercício social. 
4.Elenco de contas. Classificação de contas. Livros de escrituração. 
Regimes de competência. Critérios de avaliação dos ativos e 
de registro dos passivos.Conciliação e análise de contas: 
importância da documentação suporte para a contabilidade. 
9. Contas de compensação. 
16. Princípios fundamentais de contabilidade. 
 
Demonstrações Financeiras 
(Capítulo 2) 
2 3% 22 
10. Demonstrações contábeis: balanço/balancete. 
11.Demonstração de resultados. 
12. Demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR). 
13. Demonstrações das mutações do patrimônio líquido e de lucros ou 
prejuízos acumulados. 
14. Notas explicativas. 15. Relatório da administração. 
 
Operações de Crédito 
(Capítulo 3) 
3,6 5% 6 
7.Constituição de provisões. 
21.Conceito, funções e registro de operações ativas: 
operações de crédito: empréstimo, financiamento, desconto. 
 
 
Cessão de Créditos e Instrumentos 
Financeiros 
(Capítulo 3) 
2 3% 8, 35 
Não há 
 
 
TVMs 
(Capítulo 4) 
6 8% 4, itens 1, 2 e 6 
20. Marcação a mercado. 
21. Conceito, funções e registro de operações ativas: 
títulos e valores mobiliários 
 
Operações Interfinanceiras 
(Capítulo 5) 
5 7% 4, item 3 
21. Conceito, funções e registro de operações ativas: 
operações interfinanceiras de liquidez 
 
Derivativos 
(Capítulo 6) 
18,2 25% 4, itens 4, 5 e 6 
20. Marcação a mercado; 
24. Derivativos: termo, futuro, opção e swap, derivativos de crédito. 
Funções dos derivativos hedge, arbitragem, especulação, captação e 
aplicação. 
 
 
Arrendamento Mercantil 
(Capítulo 7) 
4 5% 7 
21. Conceito, funções e registro de operações ativas: 
arrendamento mercantil 
 
Crédito Tributário 
(Capítulo 8) 
3 4% 9, item 6 
6. Registro do crédito tributário: decorrentes de 
prejuízos fiscais e diferenças temporárias. 
 
Ativo Permanente / Consolidação 
(Capítulo 9) 
4 5% 11, 21 
8. Ativo permanente; 
17. Avaliação de Investimentos. 
18. Consolidação de balanços. 
 
Patrimônio Líquido 
(Capítulo 9) 
4 5% 16 
8. Patrimônio líquido 
 
 3 
 Assunto 
Qtde 
Questões 
% 
Normas Básicas 
Seção 
Item do Programa 
 
Depósitos e Repasses 
(Capítulo 10) 
5 7% 12 
21. Conceito, funções e registro de operações ativas: repasses; 
22. Conceito, funções e registro de operações passivas: 
depósitos à vista, a prazo e de poupança, operações interfinanceiras, 
debêntures, captações externas, repasses. 
 
Outros 
(Capítulo 10) 
0 0% 5 
5. Relações interfinanceiras e interdependências. 
23. Operações de câmbio. 
25. Operações acessórias. 
 
 
Gestão de Riscos 2 3% Não Aplicável 
26. Gestão de riscos no mercado financeiro. 
Risco de mercado. Risco de moedas. 
Risco de taxas de juros. Risco de Preços. 
Risco de crédito. Risco de liquidez. Risco operacional. 
Risco Legal. 
 
Análise de Balanços 2 3% Não Aplicável 
19. Análise de demonstrações contábeis 
voltada para instituições financeiras: 
estrutura patrimonial, liquidez e resultado. 
 
 4 
INTRODUÇÃO: 
CONCEITOS INICIAIS RELACIONADOS AO MERCADO FINANCEIRO E À DINÂMICA 
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
A INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
Para se entender o funcionamento de uma INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, é fundamental entender, 
primariamente, o seu negócio básico, a INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA. Sim, porque de forma 
análoga às empresas comerciais, as instituições financeiras são intermediários. A diferença básica é 
que, enquanto as empresas comerciais fazem intermediação de mercadorias, as instituições financeiras 
fazem intermediação de disponibilidade de recursos financeiros. Por basearem seu negócio na 
intermediação financeira, as instituições financeiras também são chamadas de INTERMEDIÁRIOS 
FINANCEIROS. 
As INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS têm um papel fundamental no MERCADO FINANCEIRO. Mas 
o que é intermediação financeira e por que o mercado financeiro demanda a existência dos 
intermediários financeiros? A resposta a essas perguntas vem do entendimento dos principais conceitos 
e da dinâmica do mercado financeiro. 
Em qualquer economia, os agentes podem encontrar-se em duas situações distintas, no que tange à 
disponibilidade de recursos financeiros em um determinado momento. Esqueçamos, por enquanto, as 
instituições financeiras: 
(a) AGENTES ECONÔMICOS SUPERAVITÁRIOS (também chamados de APLICADORES, 
INVESTIDORES ou, mais vulgarmente, DOADORES): São agentes econômicos que, em dado 
momento, possuem recursos financeiros disponíveis e disposição para aplicar tais recursos por um 
determinado prazo, auferindo renda por essa aplicação. Podem encontrar-se nessa situação entidades 
como FAMÍLIAS, EMPRESAS ou GOVERNOS. Tradicionalmente, uma classe especial de 
investidores é referida na literatura, os chamados INVESTIDORES INSTITUCIONAIS. São assim 
chamados quaisquer entidades que, por característica inerente à sua principal atividade, agreguem 
grande quantidade de recursos financeiros (poupança), os quais são carreados para o mercado 
financeiro. Exemplos típicos são as entidades de previdência privada (conhecidas como fundos de 
pensão). Também são exemplos dessa classe, os fundos de investimento, as companhias seguradoras e 
as companhias de capitalização. 
(b) AGENTES ECONÔMICOS DEFICITÁRIOS (também referidos como TOMADORES ou 
DEVEDORES): São agentes econômicos que, em dado momento, necessitam captar recursos 
financeiros de terceiros por um determinado prazo, a fim de financiar, no presente, consumo, 
investimento ou capital de giro para os quais, ou não possuem recursos financeiros disponíveis, ou, por 
uma decisão financeira (alavancagem, por exemplo), optem por utilizar-se de recursos de terceiros. 
Podem enquadrar-se nessa situação também FAMÍLIAS, EMPRESAS ou GOVERNOS. 
É a existência dessas duas situações que geram a oferta e a demanda, condições básicas para a 
formação de qualquer mercado. No caso, o objeto da oferta e da demanda é a DISPONIBILIDADE DE 
 5 
RECURSOS FINANCEIROS POR UM DETERMINADO PRAZO. Os agentes econômicos 
superavitários são os OFERTANTES enquanto os DEFICITÁRIOS são os DEMANDANTES. Como 
em qualquer mercado, isso tem um preço. Esse preço é o que chamamos de JUROS ou, de uma forma 
mais abrangente, de ENCARGOS FINANCEIROS. Assim, um aplicador opta por disponibilizar 
recursos financeiros a um tomador por um determinado prazo com o intuito de auferir RENDA, 
decorrente desses JUROS ou ENCARGOS FINANCEIROS. O seguinte esquema ilustra a base do 
mercado financeiro:As transações do mercado financeiro são formalizadas através de INSTRUMENTOS FINANCEIROS, 
ou seja, CONTRATOS que vinculam os agentes envolvidos e detalham os aspectos relativos aos 
prazos, encargos financeiros e demais condições, como garantias, por exemplo. Alguns desses 
contratos podem transformar-se em TÍTULOS, por um processo chamado SECURITIZAÇÃO que 
visa, sobretudo, facilitar a troca de agentes envolvidos, permitindo o surgimento de um MERCADO 
SECUNDÁRIO, o que dá LIQUIDEZ às posições, aumentando a dinâmica do mercado. Por ora, 
restrinjamos nossas atenções ao chamado MERCADO PRIMÁRIO, deixando os conceitos de 
securitização e demais conceitos relacionados ao mercado secundário para detalhamento mais adiante. 
Mas no mercado financeiro, como nos demais mercados, o fluxo entre ofertantes e demandantes não é 
tão simples e direto. No caso das mercadorias, normalmente os fatores que levam à necessidade de 
intermediários no fluxo entre os produtores (ofertantes) e os consumidores (demandantes) estão 
normalmente relacionados a questões de logística, especialização e compatibilização de quantidades 
(varejo/atacado). No caso do mercado financeiro há fatores mais complexos que geram a necessidade 
de intermediários no fluxo de recursos financeiros dos agentes econômicos superavitários para os 
deficitários. Examinemos esses fatores, basicamente intuitivos, que podem ser resumidos nos seguintes 
itens, que detalharemos adiante: (a) CONFIANÇA, (b) ESPECIALIZAÇÃO, (c) 
COMPATIBILIZAÇÃO DE PRAZOS e; (d) COMPATIBILIZAÇÃO DE VALORES. 
(a) CONFIANÇA: Costuma-se brincar que a parte mais sensível do ser humano é o “bolso”, ou 
seja, nenhuma perda dói mais que a perda de dinheiro. Exageros à parte, é intuitivo que nenhum ser 
humano racional aplicaria seu dinheiro sem uma formalização adequada ou tendo como contraparte um 
 $+ $- 
 $ 
JUROS ou ENCARGOS 
FINANCEIROS 
 6 
tomador no qual não confie que os recursos retornarão. Isso não elimina o RISCO, conceito sobre o 
qual discorreremos mais adiante, mas é fato que os investidores racionais buscam, em suas decisões, 
maximizar o retorno associado ao risco de seu investimento. Em um SISTEMA FINANCEIRO 
REGULAMENTADO, ou seja, onde exista uma estrutura regulatória governamental para as transações 
do mercado financeiro, essa questão da confiança torna-se mais complexa. Imaginemos o Brasil: Como 
detalharemos em tópico específico, no sistema financeiro brasileiro, que chamaremos de SISTEMA 
FINANCEIRO NACIONAL, não é livre aos agentes econômicos a emissão de instrumentos 
financeiros para captar recursos diretamente dos investidores. No mercado privado, apenas as 
COMPANHIAS ABERTAS ou SOCIEDADES ANÔNIMAS DE CAPITAL ABERTO, além do 
próprio governo podem fazê-lo. Assim, aos demais agentes econômicos, a captação de recursos 
financeiros depende necessariamente dos intermediários financeiros. Esse fator, portanto, é uma 
restrição mais relacionada aos TOMADORES. 
(b) ESPECIALIZAÇÃO: A aplicação de dinheiro no mercado financeiro demanda conhecimento e 
análises relativas aos riscos e perspectivas de retorno esperado associadas às alternativas disponíveis. 
Nem sempre os pequenos investidores têm conhecimento adequado ou acesso às informações 
necessárias para uma tomada de decisão acerca de onde investir seu dinheiro. Pode até não compensar, 
dependendo do volume de recursos disponíveis para aplicar, a “perda de tempo” com coleta de 
informações e análises para tal. Assim, pequenos investidores tendem a “delegar” a aplicação de seu 
dinheiro a intermediários financeiros. 
(c) COMPATIBILIZAÇÃO DE PRAZOS: Ainda que fatores como confiança e especialização 
sejam superados, para que haja uma transação no mercado financeiro, há a necessidade de que as 
expectativas de prazo dos agentes sejam “casadas”. Por exemplo, suponha que uma pessoa necessite de 
R$ 100 mil reais para a compra de um apartamento, tendo condição de retornar esse valor em 15 anos. 
Sem intermediários financeiros, essa pessoa precisaria encontrar um outro agente econômico com esse 
dinheiro disponível por esse prazo, além de disposição para uma aplicação tão longa e sem liquidez. 
(d) COMPATIBILIZAÇÃO DE VALORES: De forma semelhante aos PRAZOS, é requisito para 
as transações que as expectativas de valores sejam “casadas” entre os agentes. Poupanças individuais 
são normalmente ínfimas se comparadas às demandas de projetos de grande porte, como hidrelétricas, 
por exemplo. Projetos desse porte só teriam como ser financiados com a existência de intermediários 
que tenham a capacidade de agregar poupanças individuais. 
Assim, podemos dizer que os INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS têm como função básica na 
economia a criação de instrumentos que facilitem o fluxo de recursos entre os AGENTES 
ECONÔMICOS SUPERAVITÁRIOS (ofertantes) e os DEFICITÁRIOS (demandantes). Ou seja, são 
basicamente ALOCADORES DE RECURSOS. 
Como intermediários, tal qual ocorre com as empresas comerciais, as INSTITUIÇÕES 
FINANCEIRAS “compram” e “vendem” algo, fazendo seu resultado justamente pela diferença de 
“preço” que pagam aos seus “fornecedores” e o que cobram dos seus “clientes”. Fazendo a analogia 
 7 
com as empresas comerciais, a “mercadoria” das IFs é a DISPONIBILIDADE DE RECURSOS 
FINANCEIROS POR UM DETERMINADO PRAZO. O “preço” corresponde aos JUROS e demais 
ENCARGOS FINANCEIROS cobrados dos seus “clientes”, no caso, os TOMADORES ou AGENTES 
ECONÔMICOS DEFICITÁRIOS ou pagos aos seus “fornecedores” no caso, os APLICADORES ou 
AGENTES SUPERAVITÁRIOS ou DEPOSITANTES. A “margem” das IFs é chamada de 
“SPREAD”. Ou seja, chamamos de “SPREAD BANCÁRIO” ou, simplesmente, “SPREAD” a 
diferença entre os juros ou encargos cobrados dos TOMADORES e aqueles pagos aos 
DEPOSITANTES. É a base da formação do RESULTADO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA, 
análogo ao lucro bruto na Demonstração do Resultado das empresas comerciais. 
A INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA consiste, portanto, na CAPTAÇÃO DE RECURSOS por um 
determinado prazo e a um determinado custo (juros e demais encargos) junto aos agentes econômicos 
superavitários e a APLICAÇÃO DE tais RECURSOS por um determinado prazo ao custo de captação, 
acrescido do “SPREAD”, em operações contratadas com os agentes econômicos superavitários. Os 
INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS, para tal, têm à sua disposição, INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS de CAPTAÇÃO e de APLICAÇÃO de recursos, que podem ser chamados, 
respectivamente, OPERAÇÕES PASSIVAS e OPERAÇÕES ATIVAS. A maior parte dos 
instrumentos financeiros permitidos aos INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS para a sua atividade fim 
não são permitidos aos demais agentes econômicos não caracterizados como INSTITUIÇÕES 
FINANCEIRAS. Por exemplo, somente INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS podem captar recursos via 
DEPÓSITOS (à vista, à prazo, de poupança, etc.) e aplicar recursos via OPERAÇÕES DE CRÉDITO 
(empréstimos, desconto de títulos e financiamentos). 
As OPERAÇÕES PASSIVAS geram despesas para as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, em função 
dos JUROS e demais ENCARGOS FINANCEIROS pagos aos seus DEPOSITANTES, despesas essas 
denominadas DESPESAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA. Por outro lado, as OPERAÇÕES 
ATIVAS geram receitas para as instituições financeiras, decorrentes dos JUROS e demais 
ENCARGOS FINANCEIROS cobrados dos seus TOMADORES, receitas essas denominadas de 
RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA. O confronto das RECEITAS e DESPESAS da 
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA forma o RESULTADO BRUTO DA INTERMEDIAÇÃO 
FINANCEIRA, linha da DRE que podemos dizer que equivale ao LUCRO BRUTO das 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. Como dissemos antes, existe o “SPREAD”, ou seja, as 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS cobram juros e demais encargos financeiros dos seus tomadores 
superiores aos pagos aos seus depositantes. Porém, a simples existência de “SPREAD” não garante um 
RESULTADO BRUTO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA POSITIVO. Isso porque tal resultado 
é ainda impactado pelos riscos inerentes às operaçõesativas como, por exemplo, o RISCO DE 
CRÉDITO, cujo reflexo contábil é dado pela constituição de PROVISÃO PARA RISCO DE 
CRÉDITO ou PCLD (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa). 
 8 
Para o entendimento da Contabilidade das Instituições Financeiras, é importante analisar o FATO 
GERADOR das DESPESAS e RECEITAS da INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA. O que são as 
OPERAÇÕES PASSIVAS e ATIVAS? Nada mais do que INSTRUMENTOS FINANCEIROS, ou 
seja, por tais operações as Instituições Financeiras, respectivamente, CAPTAM e APLICAM recursos 
financeiros por um determinado prazo. Suas despesas e receitas são decorrentes dos juros e encargos 
financeiros pagos ou cobrados de seus depositantes ou tomadores. Tais juros e encargos financeiros são 
função do VALOR dos INSTRUMENTOS FINANCEIROS, das TAXAS e INDEXADORES e do 
PRAZO. O FATO GERADOR, para fins de apropriação dessas despesas e receitas ao resultado, 
segundo o chamado REGIME DE COMPETÊNCIA, é a FLUÊNCIA DO PRAZO. 
É importante uma reflexão rudimentar sobre como as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS definem o 
PREÇO de suas OPERAÇÕES ATIVAS, ou seja, os fatores que consideram para a definição dos 
JUROS e DEMAIS ENCARGOS a serem cobrados de seus tomadores. Como vimos, esse preço será, 
basicamente, o custo de captação mais o “SPREAD”. Mas o que deve ser considerado para a definição 
do “SPREAD”? Primeiramente, deve ser suficiente para cobrir os custos administrativos (salários, luz, 
aluguéis, depreciação de seus equipamentos, etc.) e tributários. Mas não só isso. A atividade das 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS implica necessariamente na assunção de RISCOS FINANCEIROS, 
os quais afetam significativamente o seu resultado. Assim, é fundamental que as instituições 
financeiras sejam capazes de estimar tais riscos e que tais estimativas sejam embutidas no “SPREAD”. 
Em outras palavras, é fundamental que as instituições financeiras tenham um eficiente 
GERENCIAMENTO DE RISCOS. Os RISCOS FINANCEIROS serão discutidos em tópico 
específico, mais adiante. 
SINKEY JR.
1
 coloca com clareza 6 funções básicas de um sistema financeiro, como ALOCADOR DE 
RECURSOS, que podem ser relacionadas aos fatores que justificam a sua existência no mercado 
financeiro (confiança, especialização, compatibilização de prazos e valores), citados anteriormente: 
1. Provêem e operacionalizam um SISTEMA DE PAGAMENTOS, que permite as diversas 
transações na economia; 
2. COMPATIBILIZAM PRAZOS e VALORES; 
3. TRANSFEREM RECURSOS ECONÔMICOS através do tempo, espaço e dos diferentes 
setores da economia; 
4. ACUMULAM, PROCESSAM e DISSEMINAM INFORMAÇÕES para fins de tomada de 
decisão dos agentes econômicos; 
5. Provêem meios para GERENCIAMENTO e CONTROLE de RISCOS e INCERTEZAS; 
6. Proveem meios para reduzir o problema da ASSIMETRIA DE INFORMAÇÕES inerente 
aos negócios financeiros. 
 
1
 SINKEY JR., Joseph F. Commercial Bank Financial Management. 5.ed. New Jersey: Prentice Hall, 1998, p. 5 
 9 
ORIGEM HISTÓRICA DOS BANCOS 
Uma pequena retrospectiva histórica ajuda a entender um pouco o negócio das Instituições Financeiras, 
ou simplesmente BANCOS. A origem dos bancos remonta à antiguidade, pois na Babilônia já existiam 
pessoas que emprestavam, tomavam emprestado e guardavam dinheiro de outros. Tendo certo caráter 
sagrado, o dinheiro era confiado aos sacerdotes nos templos. Mas, segundo estudiosos de arqueologia, 
foram os fenícios os primeiros a realizar operações bancárias. Os romanos deram o nome hoje 
universal à instituição: "BANCO" vem do italiano, significando a mesa que os cambistas utilizavam 
para suas operações monetárias. Na época a principal ocupação dos bancos era a troca de moedas, mas 
também aceitavam depósitos e faziam empréstimos. A expressão "bancarrota" derivou do fato de que, 
quando o negócio não prosperava, era costume quebrar a mesa. 
Foi a busca de lucro que determinou o desenvolvimento do sistema bancário, e este processo pode ser 
melhor ilustrado pela história dos ourives medievais. Embora a atividade específica dos ourives fosse a 
de trabalhar os metais preciosos, eles também exerciam a função de recebê-los para que fossem 
guardados. Prestavam este serviço aos viajantes, mercadores e elites da época em troca de uma 
pequena taxa de serviço. Quando as pessoas depositavam jóias, por exemplo, naturalmente lhes eram 
devolvidos os mesmos objetos; mas quando os depósitos eram na forma de barras e moedas de ouro, 
não havia necessidade de receber o mesmo objeto de volta, conquanto que o objeto reposto tivesse o 
mesmo valor. Após algum tempo o ourives percebe que uma quantia considerável permanecia em 
estoque, pois as retiradas dos clientes não ocorriam de uma só vez, além do que sempre haviam novos 
depósitos. Assim, toma a decisão de emprestar uma parcela do estoque de ouro: o ourives emprestaria 
ouro e receberia em troca o valor correspondente em notas promissórias nas quais eram especificados a 
taxa de juros e o período de resgate das mesmas. Neste momento, sua atividade deixa de ser a de uma 
simples casa de penhores para transformar-se na de um banco comercial, como o conhecemos hoje. 
Na Idade Média, em muitos locais, era considerada ilegal a atividade dos que emprestavam dinheiro 
cobrando juros. Como a Igreja desaprovava esta prática, os cristãos abstinham-se de exercê-la, fato 
que, segundo alguns autores, explica a preponderância de judeus no ramo. 
A partir do século VI, já estando formadas grandes fortunas comerciais, surgem os primeiros 
banqueiros, que vão substituir os cambistas como fonte de crédito. Em vez de se limitarem a emprestar 
dinheiro, os banqueiros italianos passarão a aceitar depósitos, descontar títulos e manter 
correspondentes em outras praças. Esses empreendimentos eram principalmente familiares até meados 
do século XV, e apenas com a evolução da contabilidade, é que surgiram verdadeiras empresas 
bancárias. A própria queda do feudalismo e da monarquia é associada, por alguns autores, ao 
enriquecimento dos banqueiros. Através da aquisição de terras - por compra ou recebendo-as como 
pagamento de dívidas dos senhores feudais - eles se tornaram uma classe poderosa, influindo na 
mudança do regime monárquico para o regime republicano. 
 10 
OS INSTRUMENTOS FINANCEIROS 
A partir de agora, discutiremos alguns conceitos importantes acerca dos INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS que, como vimos, representam a base do negócio das INSTITUIÇÕES 
FINANCEIRAS e são, em última análise, a formalização de todas as transações do mercado financeiro. 
Todo INSTRUMENTO FINANCEIRO é um CONTRATO, ou seja, um acordo entre partes que gera 
direitos e obrigações, no caso, de natureza financeira ou patrimonial. A parte detentora dos direitos é o 
que chamamos de INVESTIDOR ou APLICADOR 
Os INSTRUMENTOS FINANCEIROS, tanto os de utilização exclusiva de INSTITUIÇÕES 
FINANCEIRAS (depósitos, operações de crédito, etc.) quanto os disponíveis aos agentes econômicos 
em geral (debêntures, ações, títulos públicos, etc.) podem ser classificados quanto ao tipo de 
remuneração, primariamente, como instrumentos de RENDA FIXA ou de RENDA VARIÁVEL. 
Caracterizam-se como de RENDA FIXA os instrumentos com PRAZO DETERMINADO de 
vencimento e REMUNERAÇÃO CONTRATUALMENTE ESTABELECIDA. Como exemplos de 
INSTRUMENTOS FINANCEIROS DE RENDA FIXA temos os depósitos, as operações de crédito, os 
títulos públicos, as debêntures, etc. Já os INSTRUMENTOS FINANCEIROS DE RENDA 
VARIÁVEL caracterizam-se pelo PRAZO INDETERMINADO e pela REMUNERAÇÃO 
VARIÁVEL, ou seja, não estabelecida entre as partes, sendo exemplo clássico, as ações. Obviamente, 
a não existência de uma remuneração contratualmente estabelecida não significa que os aplicadores em 
instrumentos de renda variável não esperem obter renda com os mesmos. Só que tal renda é função do 
RESULTADO do emissor, ou seja, quem aplica em um instrumento dessa natureza torna-se SÓCIO do 
emissor. É exatamenteo caso das ações. 
Ajuda a entender a diferenciação relacionando esses conceitos aos conceitos contábeis de PASSIVO e 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO, considerando a ótica do agente tomador. Os instrumentos de RENDA 
FIXA são contabilizados no PASSIVO do tomador, enquanto os de RENDA VARIÁVEL no 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 
Os INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA ainda são classificados em PRÉ-FIXADOS ou PÓS-
FIXADOS. São PRÉ aqueles onde, a qualquer momento, é possível saber o montante em REAIS no 
vencimento, ou seja, não possuem qualquer indexador, taxa pós-fixada ou referência em moeda 
estrangeira. Por exemplo, um instrumento que estabeleça como remuneração simplesmente uma taxa 
de 10% a.a.. No caso dos títulos públicos federais, são exemplos de instrumentos PRÉ as LTN’s 
(Letras do Tesouro Nacional), que caracterizam-se como títulos que prometem pagar ao detentor R$ 
1.000,00 no vencimento. Por outro lado, são PÓS aqueles que possuem algum tipo de indexador, taxa 
pós-fixada ou referência em moeda estrangeira. 
Outra diferenciação importante em relação aos INSTRUMENTOS FINANCEIROS diz respeito à 
existência ou não de MERCADO SECUNDÁRIO. Chamamos de MERCADO PRIMÁRIO o momento 
em que surge o instrumento financeiro. Como todo instrumento financeiro é, por característica, um 
contrato que gera DIREITOS e OBRIGAÇÕES, a transação de MERCADO PRIMÁRIO ocorre 
 11 
quando surge essa relação. Por outro lado, as transações de MERCADO SECUNDÁRIO ocorrem 
quando o detentor de algum DIREITO decorrente de um INSTRUMENTO FINANCEIRO vende esse 
direito a outro investidor. Normalmente, há MERCADO SECUNDÁRIO para aqueles instrumentos 
financeiros onde o CONTRATO é representado originalmente por um TÍTULO ou, em alguns casos, 
transformado em tal num momento posterior ao contrato, processo esse chamado de 
SECURITIZAÇÃO. Como será visto ao longo do curso, a diferenciação dos INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS quanto à existência ou não de MERCADO SECUNDÁRIO é condição fundamental 
para a definição dos CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO, no caso de operações ativas. Quando não há 
MERCADO SECUNDÁRIO, caso típico das OPERAÇÕES DE CRÉDITO, prevalece o CUSTO 
HISTÓRICO ACRESCIDO DAS RENDAS APROPRIADAS PRO RATA TEMPORIS EM RAZÃO 
DA FLUÊNCIA DO PRAZO, não fazendo sentido ajustes a valor de mercado, ou MARCAÇÃO A 
MERCADO. Para esses, o ajuste é apenas a constituição de PROVISÃO PARA RISCO DE CRÉDITO 
(ou PCLD – Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa), o reflexo contábil do RISCO DE 
CRÉDITO. Operações passivas não sofrem ajustes, via de regra, sendo avaliadas pelo CUSTO 
HISTÓRICO ACRESCIDO DAS DESPESAS APROPRIADAS PRO RATA TEMPORIS EM RAZÃO 
DA FLUÊNCIA DO PRAZO. 
Nos referiremos muitas vezes ao CUSTO HISTÓRICO ACRESCIDO DAS RENDAS ou DESPESAS 
APROPRIADAS PRO RATA TEMPORIS EM RAZÃO DA FLUÊNCIA DO PRAZO, SEGUNDO O 
REGIME DE COMPETÊNCIA como VALOR DA CURVA, em referência à curva de juros e demais 
encargos financeiros histórica. Essa será sempre a base da avaliação contábil de qualquer instrumento 
financeiro, seja ele ativo ou passivo, independentemente da existência ou não de mercado secundário. 
Em cima dessa base de valor é que são efetuados ajustes, dependendo do caso. 
Avançando um pouco mais os conceitos, a evolução dos mercados financeiros produziu ainda os 
chamados INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVATIVOS, que se caracterizam por ter seu preço 
DERIVADO de algum outro preço de ativo (ações ou mercadorias, por exemplo), taxa (DI, SELIC, 
US$, por exemplo) ou índices (IBOVESPA, por exemplo). São derivativos clássicos os TERMOS, 
FUTUROS, OPÇÕES e SWAP´s. Os agentes econômicos recorrem a esses instrumentos por diferentes 
motivações, como para proteger-se de riscos (HEDGE), para aproveitar distorções temporárias de 
preços em diferentes segmentos do mercado financeiro (ARBITRAGEM) ou mesmo para simples 
ESPECULAÇÃO. 
Os DERIVATIVOS implicam, na maior parte das vezes, em uma exposição ao risco muito superior ao 
que é refletido no Balanço Patrimonial. Por isso, são chamados de OPERAÇÕES FORA DE 
BALANÇO (OFF-BALANCE SHEET). Outras operações comuns à atividade das Instituições 
Financeiras possuem característica de “FORA DE BALANÇO”, como as GARANTIAS PRESTADAS 
(FIANÇA, por exemplo). Como veremos ao longo do curso, é fundamental o exame das operações 
“FORA DE BALANÇO” para a avaliação da situação de uma Instituição Financeira. 
 12 
Assim, as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS baseiam seu negócio em INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS ATIVOS ou OPERAÇÕES ATIVAS e INSTRUMENTOS FINANCEIROS 
PASSIVOS ou OPERAÇÕES PASSIVAS. O Balanço Patrimonial das Instituições Financeiras no 
Brasil tem a seguinte configuração genérica: 
 
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA – ESTRUTURA GENÉRICA DO BALANÇO 
1 – ATIVO CIRCULANTE E 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
4 – PASSIVO CIRCULANTE E 
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
2 - ATIVO PERMANENTE 
5 – RESULTADO DE EXERCÍCIOS 
FUTUROS 
 6 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
OPERAÇÕES PRINCIPAIS X OPERAÇÕES ACESSÓRIAS DAS INSTITUIÇÕES 
FINANCEIRAS 
A arquitetura do Sistema Financeiro Nacional (SFN), estabelecida pela Lei 4.595/64, é inspirada no 
modelo norte americano de especialização das instituições, que previa a existência de instituições 
financeiras especializadas em determinados nichos. Por exemplo, Bancos Comerciais, são aqueles que 
baseiam sua atividade em operações de curto e médio prazos. Bancos de Investimento são aqueles que 
fazem operações de médio e longo prazos, com tendência ao atacado. SCFI’s (ou “Financeiras”) são as 
que operam com Crédito Direto ao Consumidor, etc.. 
Entretanto, alguns fatos, como o surgimento dos bancos múltiplos, além da evolução do próprio 
mercado levou a uma situação de grande concentração. Hoje, em lugar de pequenas instituições 
especializadas em determinados nichos da intermediação financeira, temos grandes conglomerados 
financeiros que, além de operar em todos os segmentos da intermediação financeira, expandiram suas 
atividades para diversos negócios, não exatamente enquadráveis como intermediação financeira 
propriamente dita, mas com evidente sinergia, tais como: 
- Administração e Gestão de Recursos de Terceiros; 
- Cobrança; 
- Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários; 
- Research – Pesquisa em Mercado Financeiro; 
- Administração de Cartões de Crédito; 
- Seguros e Capitalização; 
- Previdência; 
Algumas dessas atividades são conduzidas por empresas específicas ligadas às Instituições Financeiras. 
Outras, como a Administração de Recursos de Terceiros e a Cobrança (prestações de serviços) são 
normalmente conduzidas pelas próprias instituições, porém o resultado auferido com tais atividades 
 13 
não integra o resultado bruto da intermediação financeira, sendo classificados em linhas de outras 
receitas/despesas operacionais como receitas de prestação de serviços. 
A Administração de Recursos de Terceiros (normalmente, via Fundos de Investimento) gera muitas 
vezes confusão com outras operações que integram a atividade de Intermediação Financeira, 
propriamente dita. Os Fundos de Investimentos são entidades com personalidade jurídica (CNPJ) e 
patrimônio próprios, independentes de seu administrador. 
FUNDOS DE INVESTIMENTO – Estrutura Genérica do Balanço 
ATIVO PASSIVO 
Aplicações vinculadas ao regulamento do 
Fundo 
Não são autorizados a captar depósitos 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Dividido em COTAS, adquiridas pelos 
quotistas, no momento da aplicação no fundo. 
 
OS RISCOS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
A atividade de INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA implica em RISCOS para as Instituições 
Financeiras, sendo o GERENCIAMENTO DE RISCOS um dos principais pilares da atividade 
bancária. A literatura da área não apresenta uma terminologia totalmente uniforme para referir-se a tais 
riscos. O nosso objetivo, nesse estágio, é apresentar da forma mais genérica e simples os conceitos de 
tais riscos, os quais serão aprofundados ao longo do curso. Falaremos sobre RISCO DE CRÉDITO, 
RISCO DE MERCADO, RISCO DE LIQUIDEZ e RISCOOPERACIONAL. Alguns desses riscos 
como o de crédito e o de mercado, referem-se diretamente aos INSTRUMENTOS FINANCEIROS. Os 
demais são decorrentes da atividade dos Intermediários Financeiros como um todo, nem sempre sendo 
associáveis a um instrumento financeiro em particular. 
O RISCO DE CRÉDITO é o principal e, por isso mesmo, o mais intuitivo da atividade bancária. 
Podemos conceituá-lo como o risco de perda decorrente do inadimplemento da contraparte de algum 
instrumento financeiro no cumprimento de alguma obrigação prevista no mesmo. O risco de crédito é 
inerente a todo instrumento financeiro, visto que decorre da sua própria definição, ou seja, do fato de 
tratar-se de um contrato onde são previstos direitos e obrigações. É função tanto do risco do devedor, 
ou seja, do RISCO DA CONTRAPARTE, como de características da operação, ou seja, do RISCO DA 
OPERAÇÃO. 
Embora inerente a todo instrumento financeiro, em alguns casos, de tão ínfimo, é considerado RISCO 
NULO como, por exemplo, nos direitos contra o Banco Central ou o Governo Federal onde as 
Instituições Financeiras estão localizadas, situação onde se enquadram, no Brasil, os TÍTULOS 
PÚBLICOS FEDERAIS. 
O GERENCIAMENTO DO RISCO DE CRÉDITO vem sofrendo ultimamente uma extraordinária 
evolução passando, cada vez mais, de arte a ciência, com o desenvolvimento de sofisticados modelos 
que se utilizam, muitas vezes, de complexas ferramentas estatísticas. Com isso, as Instituições 
 14 
Financeiras são capazes de mensurar com uma precisão cada vez maior o risco de crédito ao qual estão 
expostas. Exigências normativas recentes no Brasil e no mundo, tais como a Resolução CMN 2.682/99 
e o modelo IRB de Basiléia II vêm obrigando as Instituições Financeiras a formalizar suas ferramentas, 
a fim de que as mesmas sejam passíveis de verificação acerca de sua consistência pelos órgãos 
reguladores (supervisão bancária), auditores independentes e outros entes externos (tais como agências 
classificadoras de rating). A história mostra diversos casos de quebras de Instituições Financeiras em 
função do mau gerenciamento do risco de crédito tendo alguns exemplos relevantes no Brasil, 
sobretudo após a estabilização decorrente do Plano Real, como foram os casos dos Bancos Nacional e 
Econômico e, mais recentemente, do Banco Santos. 
Como já foi dito antes, o RISCO DE CRÉDITO é refletido na contabilidade através da constituição da 
PROVISÃO PARA RISCO DE CRÉDITO ou PCLD. 
O RISCO DE MERCADO refere-se à possibilidade de perdas em função da variação em alguma 
condição de mercado, tais como, preços de ativos, taxas de juros, taxas de câmbio. Principalmente com 
o advento dos Instrumentos Financeiros Derivativos, as instituições dispõem de instrumentos capazes 
de mitigar, ou até mesmo de eliminar, a exposição ao Risco de Mercado (“HEDGE”). No entanto, 
dependendo da política ou do plano de negócios da instituição, pode ser desejável um certo grau de 
exposição às diversas “faces” do Risco de Mercado, desde que adequadamente gerenciado. Isso porque 
a exposição, se por um lado gera possibilidade de perda, também gera possibilidade de ganhos. Por 
exemplo, uma Instituição que possua ações de determinada empresa em seu ativo, sem característica de 
investimento permanente e sem nenhum tipo de hedge (uma venda a termo, por exemplo) está exposta 
ao risco de sofrer uma perda se o valor de mercado dessa ação cair. Mas também pode lucrar se o 
preço dessa ação subir. Outro exemplo, diz respeito à EXPOSIÇÃO CAMBIAL. Instituições que 
contratam operações ativas ou passivas indexadas a alguma moeda estrangeira, embora disponham de 
instrumentos de hedge (tais como swaps) cambiais, podem optar por manter algum nível de 
descasamento com o intuito de poder auferir algum tipo de lucro, no caso de valorização da moeda na 
qual esteja comprada. 
O RISCO DE MERCADO será objeto de discussão mais aprofundada em Contabilidade de Instituições 
Financeiras II, quando se falar em TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS e INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS DERIVATIVOS. Seu reflexo contábil é a MARCAÇÃO A MERCADO de TÍTULOS 
E VALORES MOBILIÁRIOS e de INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVATIVOS, introduzida 
respectivamente pelas Circulares do BACEN 3.068 e 3.082. 
O RISCO DE LIQUIDEZ tem duas “faces” distintas. A primeira, muito relacionada ao risco de 
mercado, diz respeito à possibilidade de que um agente precise vender um ativo numa velocidade 
maior do que a oferecida pelo respectivo mercado. Apenas para ilustrar, podemos citar a seguinte 
situação: Suponha que você seja o proprietário de um apartamento na Lagoa, cujo valor de mercado 
seja de R$ 1 milhão. Para conseguir esse valor de mercado, provavelmente, esse apartamento precisaria 
permanecer à venda por, pelo menos, um mês. Se você precisar vendê-lo em uma semana, é provável 
 15 
até que consiga, mas muito provavelmente terá que se contentar com um deságio em cima do suposto 
valor de mercado, vendendo, por exemplo, por R$ 800 mil. 
No entanto, a “face” mais relevante do RISCO DE LIQUIDEZ decorre dos descasamentos de prazos 
inerentes à intermediação financeira. As instituições estimam seus fluxos de caixa diários, estimando 
variáveis como saques, novos depósitos, retorno de operações de crédito, etc.. Com base nessas 
estimativas, mantém em caixa e outras disponibilidades o mínimo possível visto que, via de regra, não 
obtém rendas em cima de valores disponíveis. Eventuais deficiências de caixa podem ser cobertas 
recorrendo ao Banco Central (operações de REDESCONTO) ou a outras instituições do sistema 
(OPERAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ). No entanto, deficiências muito severas de 
caixa num determinado dia podem quebrar uma Instituição Financeira, visto que são obrigadas a 
honrar seus depósitos, não sendo a elas permitido qualquer tipo de postergação no pagamento de suas 
obrigações. 
Relacionado ao RISCO DE LIQUIDEZ, cabe mencionar também o RISCO DE REPUTAÇÃO ou de 
IMAGEM. Qualquer evento que, de alguma forma, leve os depositantes a perderem a confiança em 
alguma instituição específica ou ao sistema como um todo pode levar a uma corrida de saques. É fato 
que nenhuma Instituição Financeira do mundo, por mais forte e sólida que seja, tem a capacidade de 
resistir a uma severa corrida de saques. Em outras palavras, se todos acharem que um banco vai 
quebrar, ele quebra... É um exemplo de “profecia auto-realizável”. 
Por fim, o RISCO OPERACIONAL, cada vez mais merecedor de atenção dos supervisores bancários 
no mundo, bem como dos responsáveis pelo gerenciamento de riscos das Instituições. Uma das faces 
desse risco relaciona-se à dependência, cada vez mais intensa, de recursos de Tecnologia da 
Informação (TI). Falando de uma forma mais simples, imaginem que houvesse uma pane generalizada 
nos sistemas ou nas comunicações de uma grande Instituição. Não é difícil de concluir que seria 
impossível o seu funcionamento durante essa pane, o que certamente acarretaria prejuízos que, em 
última instância, poderiam levá-la à quebra. Outra “face” de riscos operacionais relaciona-se ao RISCO 
DE FRAUDES como, por exemplo, o risco de efetuar um pagamento indevido. 
Pode ainda ser considerado, em algumas terminologias, como um “desdobramento” do risco 
operacional, o RISCO LEGAL, que consiste no risco de que a instituição sofra perda em função de 
questões legais em suas operações. 
A ALAVANCAGEM VERSUS O RISCO – O PAPEL DO CAPITAL E A 
REGULAMENTAÇÃO PRUDENCIAL (“Acordo de Basiléia”) 
Como visto até o momento, a atividade de INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA baseia-se na utilização 
de RECURSOS DE TERCEIROS. Na terminologia de FINANÇAS, isso é chamado de 
ALAVANCAGEM e aumenta o retorno esperado do capital investido pelos proprietários. A idéia é 
simples e vale para qualquer empresa: se há em sua atividade opções de investimentos com retorno 
esperado superior ao custo de opções de financiamento via capital de terceiros às quais a empresa tenhaacesso, o retorno desses investimentos tende a ser capaz de pagar o custo do passivo, sobrando um 
 16 
lucro para o proprietário. Ou seja, a ALAVANCAGEM possibilita a MAXIMIZAÇÃO DO 
RETORNO ESPERADO DO ACIONISTA. Quando se fala em “tende a ser capaz” é porque o retorno 
de qualquer investimento está sujeito a RISCO, ou seja, pode apenas ser ESTIMADO, por isso, 
falamos em RETORNO ESPERADO. Por outro lado, o custo da utilização do capital de terceiros é 
certo. Em outras palavras, a ALAVANCAGEM se, por um lado, maximiza o retorno esperado do 
proprietário, por outro, aumenta o risco da empresa, não só para o proprietário, mas como para os seus 
diversos credores. 
A atividade de INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (ou ATIVIDADE BANCÁRIA) demanda, 
provavelmente mais que qualquer outra atividade econômica, regulamentação e supervisão 
governamental. Isso ocorre justamente por conta da alavancagem, ou seja, pelo fato de que as 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS obtém funding (ou origem de recursos) para suas aplicações, através 
de captação junto a terceiros, os DEPOSITANTES. Uma parcela significativa dos ativos dos 
diferentes agentes econômicos está, direta ou indiretamente, DEPOSITADA nas Instituições 
Financeiras. Dessa forma, problemas no Sistema Financeiro (entendido como o conjunto das 
Instituições Financeiras) podem gerar uma reação em cadeia causando perdas significativas para 
diversos agentes econômicos. É para evitar problemas desse tipo que os países devem montar uma 
estrutura de SUPERVISÃO BANCÁRIA, capaz de monitorar e fiscalizar as atividades das Instituições 
Financeiras, criando mecanismos que protejam os depositantes dos riscos inerentes à atividade 
bancária. 
Como já foi explicado anteriormente, o RISCO é inerente a todo instrumento financeiro e, 
conseqüentemente, à atividade bancária. A GESTÃO DE RISCOS é, basicamente, o 
MONITORAMENTO e a MENSURAÇÃO desses riscos. Através das diferentes ferramentas de gestão 
de riscos, as Instituições Financeiras mensuram suas estimativas de PERDAS ESPERADAS (EL-
Expected Loss). Tais perdas esperadas são consideradas na formação do PREÇO de seus produtos. Por 
exemplo, a inadimplência esperada em uma determinada carteira de crédito é considerada na definição 
dos encargos financeiros que serão cobrados do tomador. Por serem consideradas nesse preço, do 
ponto de vista contábil, essas expectativas influenciam as RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO 
FINANCEIRA. Seguindo a lógica do regime de competência, tais estimativas de perdas devem ser 
reconhecidas tempestivamente como despesas, a fim de ajustar o impacto que as mesmas têm sobre as 
receitas. São exemplos de ajustes contábeis dessa natureza, que serão estudados ao longo do curso, a 
constituição de PCLD (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa) sobre as OPERAÇÕES DE 
CRÉDITO e a Mtm (Ajuste a Valor de Mercado) de Títulos e Valores Mobiliários e dos Instrumentos 
Financeiros Derivativos. 
Como são consideradas na formação do PREÇO e na contabilidade, a ocorrência de perdas nas 
operações das Instituições Financeiras dentro dos níveis estimados, ou seja, nos níveis das EL, não 
causam prejuízo às mesmas ou, mais precisamente, não afetam a expectativa de lucro das Instituições 
Financeiras e, dessa forma, não afetam os depositantes. Mas, por se tratarem de estimativas, é sempre 
 17 
possível que tais perdas ultrapassem os níveis de EL, seja por má estimativa (problemas na gestão de 
riscos), ou em função de problemas conjunturais da economia, não passíveis de previsão por ocasião da 
formação dos preços. Quando o nível de perdas supera as PERDAS ESPERADAS, têm-se as chamadas 
PERDAS NÃO ESPERADAS (UL-Unexpected Loss). Essas perdas sim, tendem a causar redução no 
lucro esperado das Instituições Financeiras, ou até mesmo prejuízo às mesmas. Dependendo da 
magnitude, podem afetar e causar prejuízos aos depositantes. O gráfico seguinte ilustra as definições de 
EL e UL: 
 
 
Mas, em que nível as perdas não esperadas deixam de ser, simplesmente, causadoras de prejuízos aos 
acionistas das instituições financeiras e passam a oferecer riscos aos depositantes? Isso ocorre a partir 
do momento em que a magnitude de tais perdas consuma o CAPITAL PRÓPRIO (o Patrimônio 
Líquido) das Instituições Financeiras. Em outras palavras, o CAPITAL pode ser entendido como um 
colchão, devendo ser capaz de absorver PERDAS NÃO ESPERADAS, antes que essas atinjam os 
depositantes da Instituição. Logo, a EXIGÊNCIA DE NÍVEIS MÍNIMOS DE CAPITAL para as 
Instituições Financeiras é um eficiente instrumento da SUPERVISÃO BANCÁRIA para a consecução 
de seu objetivo maior, ou seja, a proteção dos depositantes. 
Essa percepção foi o centro da discussão entre representantes da supervisão bancária dos países do G-
10 (países ricos, grupo do qual o Brasil não faz parte), que culminou em 1988 com o que ficou 
conhecido com “Acordo da Basiléia” (em referência à cidade da Basiléia, na Suíça, onde está situado o 
Comitê de Supervisão Bancária). O desafio para a definição de capital é a seguinte questão, 
aparentemente dicotômica: Quanto maior a exigência de capital (ou seja, a redução do potencial de 
alavancagem), mais seguro tende a ser o Sistema Financeiro, para seus depositantes. Por outro lado, a 
exigência demasiada de capital, justamente por reduzir o potencial de alavancagem, tende a reduzir o 
retorno esperado do negócio Intermediação Financeira. Logo, as Instituições Financeiras tendem a 
compensar isso cobrando encargos mais altos de seus tomadores. Ou seja, a exigência de capital em 
níveis demasiados tem um impacto desastroso, pois atrapalha a função básica dos Intermediários 
Financeiros na economia: facilitar o fluxo de recursos financeiros entre os agentes econômicos 
superavitários e os deficitários. Em resumo: Por um lado, exigir capital de menos torna o sistema 
financeiro frágil, expondo os depositantes, e conseqüentemente, toda a economia de um país, a riscos 
 18 
não desejáveis. Por outro, exigir capital demais tende a prejudicar a função básica dos Intermediários 
Financeiros na economia, impactando inclusive as taxas de juros, efeito não menos desejável, além de 
reduzir o retorno esperado dos banqueiros. 
Apresentação da DELOITTE sobre Basiléia II na 10
a
 Semana de Contabilidade do Bacen 
 
Desafios da alocação de capital 
• Pouco Capital: 
– Impossibilidade de lidar com a volatilidade (“risco”) dos negócios. 
– Possibilidade de falência no caso de eventos graves. 
– Classificação baixa das agências de rating. 
– Clientes procuram por segurança. 
• Muito Capital: 
– Utilização ineficiente do capital. 
– Baixo retorno do capital para investidores. 
– Possibilidade de se arriscar em um negócio indesejável para justificar os 
níveis de capital. 
– Saída/Perda de capital: 
 
• Instituições públicas: fraca performance de ações. 
• Instituições privadas: investidores irão querer vender ações da instituição ou 
mudar sua administração. 
 
 
Solução? Exigir capital das Instituições Financeiras em níveis ótimos. Muito se evoluiu desde o 
Acordo de 1988. O Acordo de 1988 foi algo simples e embrionário. Considerou-se apenas o Risco de 
Crédito, desprezando os demais riscos. Os ativos foram divididos entre três categorias de risco: risco 
nulo, risco reduzido/calculado e risco normal. Na categoria de risco nulo, enquadravam-se os direitos 
contra o governo central do país onde a Instituição Financeira possua sede ou contra o governo central 
de países ricos (países da OECD). Na categoria de risco normal, enquadravam-se quaisquer créditos 
contra o setor privado. Na categoria intermediária, enquadravam-se créditos contra outros governos 
nacionais ou avalizados por governos nacionais. Os ativos classificados como de risco normal, 
deveriam ser ponderados em 100%. Os ativos de risco reduzido, em percentuais que variavam entre 
10%, 20% ou 50%. Os de risco nulo, ponderados em 0%, ou seja, desconsiderados. Aplicando-se essespercentuais de ponderação sobre os saldos contábeis das rubricas representativas desses ativos, chega-
se a um APR – Ativo Ponderado pelo Risco. O capital deve ser um percentual desse APR. À época, 
estabeleceu-se um capital mínimo de 8% do APR. Ou seja, para cada $ 1,00 de PL, a Instituição 
Financeira poderia se alavancar em $ 12,50 (1 / 0,08) em ativos ponderados em 100%. Isso é a mesma 
 19 
coisa que dizer que, para cada $ 1,00 de PL, a Instituição Financeira poderia captar até $ 11,50 de 
depositantes, considerando que tais recursos sejam aplicados em ativos ponderados a 100%. 
O “Comitê da Basiléia” não tem poder legal sobre nenhum país. Ou seja, o “Acordo da Basiléia” é 
apenas o que o nome diz, uma convergência, um consenso internacional sobre normas prudenciais para 
um sistema financeiro mais seguro. Os países adotam seus princípios apenas se quiserem. Em resumo, 
o Acordo, por si só, não tem o chamado enforcement. Mas porque aderir aos princípios? Simples. A 
solidez do sistema financeiro de um país é, certamente, um dos principais fatores avaliados por um 
investidor antes de decidir investir naquele país. Se os 10 países economicamente mais importantes do 
mundo chegam a um consenso sobre regras prudenciais mínimas que assegurem um sistema financeiro 
sólido, aderir e comprovar que tais regras são seguidas é uma importante sinalização aos investidores 
para se inserir numa economia globalizada. Nessa linha, o Brasil veio a aderir aos princípios de 
“Basiléia” em 1994, tendo como marco a Resolução CMN 2.099. E de forma mais conservadora. Aqui, 
exigiu-se capital mínimo de 11%, o que reduzia o potencial de alavancagem para 9 vezes o PL (1 / 
0,11), contra os 12,5 do “Acordo de Basiléia”. 
A abordagem de 1988 era claramente simplória e, justamente por isso, alvo de críticas. Alguns autores 
a definiam como “política de tamanho único” por não diferenciar os créditos contra o setor privado, 
independentemente do risco do tomador e das características das operações. Outras críticas focavam no 
fato de que somente era considerado o risco de crédito. 
Desde o passo inicial dado pelo Acordo de Capital de 1988, muito se evoluiu. Posteriormente, foram 
incorporados os riscos de mercado e de liquidez. O passo mais importante foi a divulgação, em junho 
de 2004, conhecido como “Basiléia II”. Na busca de um nível de exigência de capital ótimo, o cerne de 
“Basiléia II”, muito mais complexo que o Acordo de 1988, foca na possibilidade de, alternativamente a 
abordagens padronizadas, utilizar modelagens internas das Instituições Financeiras para determinação 
dos níveis mínimos de capital. Para tal, a estrutura de “Basiléia II” foi dividida em três pilares: pilar I – 
exigências de capital mínimo, pilar II – processo de revisão do órgão supervisor e pilar III – disciplina 
de mercado. É ressaltada a importância dos pilares II e III como complementares ao pilar I. 
A idéia básica é que os bancos avaliem sua adequação de capital da forma mais sensível ao risco 
possível, inclusive com a adoção de modelos internos (pilar I). Para que essa avaliação seja eficaz, é 
necessário que a mesma seja revisada pelas autoridades de supervisão (pilar II) e que o mercado 
também tenha condições de avaliar as estimativas das instituições e, conseqüentemente, o nível de 
capital, mediante uma estrutura de divulgação que dê transparência a essas estimativas (pilar III). 
 20 
CAPÍTULO 1. REVISÃO DE CONTABILIDADE 
O propósito deste tópico é apresentar aos alunos os elementos básicos de contabilidade necessários ao 
desenvolvimento do curso. Não é nosso objetivo esgotar o assunto, mas tão somente comentá-los de 
maneira sintética. 
Finalidade da Contabilidade 
A finalidade da contabilidade é capturar os eventos econômicos e traduzi-los para uma linguagem 
universal. Sejam complexos, sejam triviais, esses eventos serão processados e reduzidos a suas partes 
elementares, permitindo que qualquer usuário minimamente preparado seja capaz de acessá-los e 
compreender sua substância econômica. 
E como isto é feito? 
Contas e Plano de Contas 
Por meio de elementos contábeis denominados contas ou rubricas contábeis. Tais elementos serão 
sensibilizados quantitativamente quando os eventos econômicos forem processados contabilmente. 
Dessa forma, é fundamental que uma entidade possua tantas contas quantas forem necessárias para 
expressar seu universo de possibilidades de eventos econômicos. A esse conjunto de contas, denomina-
se Plano de Contas. O Plano de Contas, portanto, é o conjunto de contas, diretrizes e normas que 
disciplinam o uso das contas contábeis e uniformizam seus registros; o Plano de Contas descreve a 
função e o uso de cada conta da empresa, estruturando e organizando a contabilidade. 
Voltando às contas, estas se agrupam em três tipos distintos, a saber: 
- Contas Patrimoniais: 
o Ativo: bens e direitos; 
o Passivo: obrigações ou recursos de terceiros; 
o Patrimônio Líquido: resíduo do confronto entre ativos e passivos. Recursos dos sócios. 
- Resultado: 
o Receita: pode ser a consequência de um aumento do ativo ou de uma redução do 
passivo; 
o Despesa: Pode ser a consequência de uma redução do ativo ou de aumento do passivo. 
- Compensação: utilizam-se Contas de Compensação para registro de quaisquer atos administrativos 
que possam transformar-se em direito, ganho, obrigação, risco ou ônus efetivos, decorrentes de 
acontecimentos futuros, previstos ou fortuitos. 
o Ativa; 
o Passiva. 
Dinâmica das contas 
A sensibilização das contas é feita por meio de um mecanismo denominado lançamento. O lançamento 
obedece ao método das partidas dobradas, cujo premissa é a de que a todo débito corresponde um 
crédito de igual valor. Isto significa que o lançamento se manifesta por meio de débitos e créditos e 
 21 
ambos devem ser iguais. No entanto, para compreendermos melhor a dinâmica das contas e o 
lançamento contábil é fundamental conhecermos a natureza das contas. 
A convenção adotada define duas naturezas opostas para as contas: devedoras e credoras. Dessa forma, 
cada tipo de conta terá uma determinada natureza e sua sensibilização por meio do lançamento ocorrerá 
da seguinte maneira: lançamentos da mesma natureza da conta aumentam seu saldo, enquanto 
lançamentos de natureza oposta reduzem o saldo da conta. 
O quadro abaixo apresenta os tipos de contas, sua natureza e dinâmica de funcionamento: 
 
Demonstrações Contábeis 
O passo seguinte é organizar as contas para apresentação. Há várias maneiras de organizá-las, e cada 
uma dessa maneiras corresponde a um determinado ponto de vista sobre a situação econômico-
financeira da entidade. A maneira mais simples de arranjar as contas para apresentação é o balancete de 
verificação, o qual consiste em listar todas as contas de uma entidade, ordenadas segundo o grupo 
patrimonial ou de resultado a que pertençam, apresentando seus respectivos saldos. O propósito do 
balancete de verificação é checar a consistência dos lançamentos realizados no período, ou seja, a 
igualdade entre o total de saldos devedores e credores, autorizando o uso das contas na preparação das 
demais demonstrações contábeis. A figura abaixo apresenta um exemplo de balancete de verificação. 
Ex. Balancete de Verificação do Banco do Brasil – junho/2009 (Em R$ milhões) 
 22 
 
O balaço patrimonial é a demonstração contábil que se presta a apresentar o saldo das contas 
patrimoniais no encerramento do período, ou seja, apresenta todos os bens e direitos da empresa 
(ativos), assim como as obrigações (passivos) e o patrimônio líquido, em determinada data. A figura 
abaixo apresenta um exemplo de balanço patrimonial. 
Ex. Balanço patrimonial do Banco do Brasil – junho/2009 (Em R$ milhões) 
 
A demonstração de resultado do exercício (DRE) é a demonstração que detalha o resultado da 
entidade, confrontando as receitas e despesas. O produto da DRE é o lucro ou o prejuízo do exercício. 
A figuraabaixo apresenta um exemplo de DRE. 
Ex. Demonstração de Resultado do Exercício do Banco do Brasil – dezembro/2008 (Em R$ milhões) 
 23 
 
Eventos Econômicos e Reflexos Contábeis 
Listamos a seguir alguns exemplos de eventos econômicos próprios de instituições financeiras e suas 
manifestações contábeis. 
a) Um cliente efetua um depósito em sua conta-corrente, no valor de $100, em dinheiro. 
Lançamento: D – ACRLP – Disponibilidades $100 
 C – PCELP – Depósitos à vista $100 
 
b) A Instituição Financeira compra um Título Público Federal, no valor de $100, utilizando 
recursos de sua reserva bancária. 
Lançamento: D – ACRLP – Títulos e Valores Mobiliários $100 
 C – ACRLP – Disponibilidades $100 
 
c) Um cliente solicita a aplicação de $100 dos recursos disponíveis em sua conta-corrente em um 
CDB (Certificado de Depósito Bancário) da Instituição: 
Lançamento: D – PCELP – Depósitos à vista $100 
 C – PCELP – Depósitos a Prazo $100 
 
d) A Instituição concede um financiamento de $100, liberando os recursos na conta do fornecedor 
do cliente, em outra Instituição Financeira: 
Lançamento: D – ACRLP – Operações de Crédito $100 
 C – ACRLP – Disponibilidades $100 
 
e) A Instituição apropria rendas de $50, em razão da fluência do prazo, de um empréstimo 
concedido: 
Lançamento: D – ACRLP – Operações de Crédito $50 
 C – RESULTADO – Rendas de Oper de Crédito $50 
 
f) Seguindo as regras do COSIF, a Instituição constitui Provisão para Créditos de Liquidação 
Duvidosa no montante das perdas estimadas para sua carteira de crédito, no valor de $20: 
 24 
Lançamento: D – RESULTADO – Despesas de Provisão $20 
 C – ACRLP – Provisão p/ Operações de Crédito $20 
 
g) Seguindo as regras do COSIF, a Instituição apropria despesas de $10 referentes à sua captação 
de Poupança, em razão da fluência do prazo: 
Lançamento: D – RESULTADO – Despesas de Dep Poupança $10 
 C – PCELP – Depósitos de Poupança $10 
 
h) A Instituição concede um empréstimo de $100 a um cliente, liberando os recursos na conta-
corrente que o mesmo mantém na própria Instituição: 
Lançamento: D – ACRLP – Operações de Crédito $100 
 C – PCELP – Depósitos à vista $100 
 
i) Os acionistas da Instituição integralizam aumento de capital de $100 com recursos que 
estavam disponíveis em suas contas-correntes na própria Instituição: 
Lançamento: D – PCELP – Depósitos à vista $100 
 C – PL – Capital Social $100 
 
j) Um cliente saca $100 de sua conta-corrente: 
Lançamento: D – PCELP – Depósitos à vista $100 
 C – ACRLP – Disponibilidades $100 
 
l) A Instituição compra por $1000 um imóvel para instalação de uma agência sua, pagando o 
antigo proprietário através de um depósito em conta-corrente na própria Instituição: 
Lançamento: D – AP– Imobilizado de Uso $1000 
 C – PCELP – Depósitos à vista $1000 
 
m) A Instituição investe em uma empresa, adquirindo $100 em debêntures da mesma, com 
recursos de sua reserva bancária: 
Lançamento: D – ACRLP – Títulos e Valores Mobiliários $100 
 C – ACRLP – Reservas Livres $100 
 
n) Um cliente saca $100 de sua caderneta de poupança: 
Lançamento: D – PCELP – Depósitos de poupança $100 
 C – ACRLP – Disponibilidades $100 
 
 25 
Exercícios: 
 
1 - (BACEN2006) No momento em que um banco concede 
empréstimo a um cliente, os grupos de contas dos seus 
demonstrativos financeiros terão os seguintes impactos: 
(a) diminuição do Passivo e diminuição do Ativo. 
(b) aumento do Ativo e aumento do Patrimônio Líquido (via 
resultado). 
(c) aumento do Ativo e aumento do Passivo. 
(d) aumento da Receita e diminuição de Despesas, porém o 
resultado é positivo. 
(e) diminuição do Passivo e aumento do Patrimônio Líquido. 
 
2 - (BACEN2006) –. No momento em que há um aumento do 
nível de depósito compulsório que um banco mantém no 
Banco Central, o seu balanço patrimonial sofrerá as 
seguintes mudanças: 
(A) aumento de uma conta do Passivo e diminuição de outra 
conta do Passivo, sendo que o valor do Passivo Total fica 
inalterado. 
(B) aumento de uma conta do Ativo e diminuição de outra conta 
do Ativo, ficando o valor do Ativo Total inalterado. 
(C) aumento do Ativo e aumento do Passivo. 
(D) diminuição do Ativo e diminuição do Passivo. 
(E) aumento do Passivo e diminuição do Patrimônio Líquido. 
 
3. Assinale Certo ou Errado: 
( ) Operações passivas são aquelas efetuadas pelas instituições 
financeiras mediante a captação de recursos junto aos agentes 
econômicos superavitários (poupadores). 
( ) As instituições financeiras não devem seguir os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade, visto que têm obrigação de 
adotar o COSIF; 
 
4. (BC – 2006) - O Banco BHK registra a contrapartida das 
contas de provisão em contas de: 
a) Reservas. 
b) Ativo. 
c) Receita. 
d) Passivo. 
e) Despesa. 
 
5. No momento em que um banco capta recursos via 
depósito a prazo, os grupos de contas dos seus 
demonstrativos financeiros terão os seguintes impactos: 
a) aumento da Receita e diminuição de Despesas, porém o 
resultado é negativo. 
b) aumento do Ativo e aumento do Patrimônio LIquido. 
c) diminuição do Passivo e diminuição do Ativo. 
d) aumento do Ativo e aumento do Passivo. 
e) diminuição do Passivo e aumento do Patrimônio Líquido. 
 
6 - No momento em que há uma diminuição do nível de 
depósito compulsório que um banco mantém no Banco 
Central, o balanço patrimonial desse banco sofrerá as 
seguintes mudanças: 
a) aumento de uma conta do Passivo e diminuição de outra conta 
do Passivo, ficando o valor do Passivo Total inalterado. 
b) aumento de uma conta do Ativo e diminuição de outra conta 
do Ativo, ficando o valor do Ativo Total inalterado. 
c) aumento de uma conta do Ativo e aumento de uma conta do 
Passivo. 
d) diminuição de uma conta do Ativo e diminuição de uma conta 
do Passivo. 
e) aumento de uma conta do Passivo e diminuição de uma conta 
do Patrimônio LIquido. 
 
7 - No momento em que um banco reduz a provisão sobre 
sua carteira de operações de crédito, os demonstrativos 
financeiros desse banco terão os seguintes impactos: 
a) diminuição da Receita e aumento de Despesas, porém o 
resultado é negativo. 
b) aumento do Passivo e diminuição do Ativo (via reversão 
de provisão). 
c) aumento do Ativo e aumento do Patrimônio Liquido (via 
resultado). 
d) aumento do Passivo e diminuição do Patrimônio Líquido 
(via resultado). 
e) diminuição do Ativo e aumento do Passivo. 
 
8 - No momento em que um banco melhora a 
classificação de crédito de um empréstimo concedido de 
C para B (dentro da escala do Banco Central de AA – H), 
os demonstrativos financeiros desse banco terão os 
seguintes impactos: 
a) diminuição da Receita e aumento de Despesas, porém o 
resultado é negativo. 
b) aumento do Passivo e diminuição do Ativo (via reversão 
de provisão). 
c) aumento do Ativo e aumento do Patrimônio Liquido (via 
resultado). 
d) aumento do Passivo e diminuição do Patrimônio Líquido 
(via resultado). 
e) diminuição do Ativo e aumento do Passivo. 
 
 
 
 26 
CAPÍTULO 2. O PLANO DE CONTAS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS – COSIF / 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
O Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional, Cosif, tem como objetivo “uniformizar 
os registros contábeis dos atos e fatos administrativos praticados, racionalizar a utilização de contas, 
estabelecer regras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de dados, possibilitar o 
acompanhamento do sistema financeiro, bem como a análise, a avaliação do desempenho e o controle, de 
modo que as demonstrações financeiras elaboradas, expressem, com fidedignidade e clareza, a real 
situação econômico-financeira da instituição e conglomerados financeiros”. 
Cabe ressaltar que a possibilidade de acompanhar o sistema financeiro, avaliar o desempenho e elaborar 
análises comparativassomente é possível diante do fato que as normas e procedimentos, bem como o uso 
das demonstrações financeiras padronizadas é de uso obrigatório para todas as instituições que estão sob a 
égide do Banco Central do Brasil. 
O Cosif está dividido em três capítulos: Normas Básicas, Elenco de Contas e Documentos. O capítulo 1 
(Normas Básicas) descreve os procedimentos contábeis específicos que devem ser observados pelas 
instituições, destacando-se as principais considerações sobre cada grupo de contas do balanço. 
O capítulo Normas Básicas divide-se em: 
1. Princípios Gerais; 
2. Incorporação, Fusão e Cisão; 
3. Disponibilidades; 
4. Operações Interfinanceiras de Liquidez, Operações com Títulos e Valores Mobiliários e Derivativos; 
5. Relações Interfinanceiras e Interdependências; 
6. Operações de Crédito; 
7. Operações de Arrendamento Mercantil; 
8. Operações de Cessão de Direitos Creditórios; 
9. Outros Créditos; 
10. Outros Valores e Bens; 
11. Ativo Permanente; 
12. Recursos de Depósitos, Aceites Cambiais, Letras Imobiliárias e Hipotecárias, Debêntures, 
Empréstimos e Repasses; 
13. Recebimentos de Tributos, Encargos Sociais e Outros; 
14. Outras Obrigações; 
15. Resultados de Exercícios Futuros; 
16. Patrimônio Líquido; 
17. Receitas e Despesas; 
18. Contas de Compensação; 
19. Estatística Econômico-Financeira; 
20. Levantamento de Balancetes e de Balanços, Apuração e Distribuição de Resultados; 
 27 
21. Consolidação Operacional das Demonstrações Financeiras; 
22. Elaboração e Publicação das Demonstrações Financeiras; 
23. Documentação; 
24. Agências de Bancos Brasileiros no Exterior; 
25. Fundos de Investimentos; 
26. Consórcios; 
27. Formatação de Registros em Meio Magnético; 
28. Câmbio; 
29. Empresas em Liquidação Extrajudicial; 
30. Cooperativas de Crédito; 
31. Sociedades de Crédito ao Microempreendedor; 
32. Consolidado Econômico-Financeiro – CONEF; 
33. Informações Financeiras Trimestrais IFT; e 
34. Auditoria; 
35. Instrumentos Financeiros. 
No entanto, para uma melhor alocação do tempo de estudo, consulte a tabela no início da apostila para 
verificar quais as seções do normas básicas são mais solicitadas no concurso, pois a maior parte delas não 
costuma ser exigida. 
Escrituração 
O Cosif estabelece que “a escrituração deve ser completa, mantendo-se em registros permanentes todos os 
atos e fatos administrativos que modifiquem ou venham a modificar, imediatamente ou não, sua 
composição patrimonial”. 
Logo, efetuar apenas o registro contábil não constitui elemento suficiente e nem comprobatório, já que a 
escrituração deverá ser fundamentada em comprovantes hábeis para a perfeita validade dos atos e fatos 
administrativos. 
A par das disposições legais e das exigências regulamentares específicas atinentes à escrituração, 
observam-se, ainda, os princípios fundamentais de contabilidade, cabendo à instituição: 
a) adotar métodos e critérios uniformes no tempo, sendo que as modificações relevantes devem 
ser evidenciadas em notas explicativas, quantificando os efeitos nas demonstrações financeiras, quando 
aplicável; 
b) registrar as receitas e despesas no período em que elas ocorrem e não na data do efetivo 
ingresso ou desembolso, em respeito ao regime de competência; 
c) fazer a apropriação mensal das rendas, inclusive mora, receitas, ganhos, lucros, despesas, 
perdas e prejuízos, independentemente da apuração de resultado a cada seis meses; 
d) apurar os resultados em períodos fixos de tempo, observando os períodos de 1º de janeiro a 30 
de junho e 1º de julho a 31 de dezembro, sendo que para fins de publicação observam-se outros critérios, 
dentre eles o prazo de 1º de janeiro a 31 de dezembro; 
 28 
e) proceder às devidas conciliações dos títulos contábeis com os respectivos controles analíticos e 
mantê-las atualizadas, conforme determinado nas seções próprias deste Plano, devendo a respectiva 
documentação ser arquivada por, pelo menos, um ano. 
A forma de classificação contábil de quaisquer bens, direitos e obrigações não altera, de forma alguma, as 
suas características para efeitos fiscais e tributários, que se regem por regulamentação própria. 
O COSIF tem por objetivo uniformizar os registros contábeis dos atos e fatos administrativos praticados, 
racionalizar a utilização de contas, estabelecer regras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e 
divulgação de dados, possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, bem como a análise, a 
avaliação do desempenho e o controle, de modo que as demonstrações financeiras elaboradas, expressem, 
com fidedignidade e clareza, a real situação econômico-financeira da instituição e conglomerados 
financeiros. 
As normas e procedimentos, bem como as demonstrações financeiras padronizadas previstas no COSIF, 
são de uso obrigatório para: Bancos comerciais; Bancos de desenvolvimento; Caixas econômicas; 
Bancos de investimentos; Sociedades de crédito, financiamento e investimento; Sociedade de crédito 
imobiliário e associações de poupança e empréstimo; Sociedade de arrendamento mercantil; 
Sociedade corretoras de títulos e valores mobiliários; Cooperativas de crédito; Administradoras de 
consórcios; Bancos múltiplos; Fundos de investimentos; Agências de fomento ou desenvolvimento; 
Instituições em liquidação extrajudicial; Companhias hipotecárias; Sociedades de crédito ao micro 
empreendedor. 
No entanto, costuma ser mais útil no concurso saber quais as entidades que não são reguladas pelo Banco 
Central e que, portanto, não estão obrigadas a utilizar o Cosif. São elas: sociedades de fomento mercantil 
(factorings), administradoras de cartão de crédito, fundos de pensão (entidades abertas e fechadas de 
previdência privada); seguradoras ou sociedades de capitalização e Planos de saúde. 
Exercício social 
O exercício social tem duração de um ano e a data de seu término, 31 de dezembro, deve ser fixada no 
estatuto ou contrato social. 
Distribuição das Rubricas: 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ATIVOS E DE REGISTRO DOS PASSIVOS 
Operações com Taxas Prefixadas: 
 29 
a) as operações ativas e passivas contratadas com rendas e encargos prefixados contabilizam-se pelo valor 
presente, registrando-se as rendas e os encargos a apropriar em subtítulo de uso interno do próprio título 
ou subtítulo contábil utilizado para registrar a operação; 
b) as rendas e os encargos dessas operações são apropriados mensalmente, a crédito ou a débito das 
contas efetivas de receitas ou despesas, conforme o caso, em razão da fluência de seus prazos, admitindo-
se a apropriação em períodos inferiores a um mês; 
c) as rendas e os encargos proporcionais aos dias decorridos no mês da contratação da operação devem 
ser apropriados dentro do próprio mês, "pro rata temporis", considerando-se o número de dias corridos; 
d) a apropriação das rendas e dos encargos mensais dessas operações faz-se mediante a utilização do 
método exponencial, admitindo-se a apropriação segundo o método linear naquelas contratadas com 
cláusula de juros simples. 
 30 
Exemplo de apropriação de renda em operações prefixadas: 
 
 31 
Operações com Taxas Pós-fixadas ou Flutuantes: 
a) as operações ativas e passivas contratadas com rendas e encargos pós-fixados ou flutuantes 
contabilizam-se pelo valor do principal, a débito ou a crédito das contas que as registram. Essas mesmas 
contas acolhem os juros e os ajustes mensais decorrentes das variações da unidade de correção ou dos 
encargos contratados, no caso de taxas flutuantes; 
b) as rendas e os encargos dessas operações são apropriados mensalmente, a crédito ou a débito das 
contas efetivas de receitas ou despesas, conforme o caso, em razão da fluência de seus prazos, admitindo-
se a apropriação em períodos inferiores a um mês; 
c) as rendas e os encargos proporcionais aos dias decorridos no mês da contratação da operação devem 
ser apropriados dentro do próprio mês, "pro rata temporis", considerando-seo número de dias corridos; 
d) a apropriação das rendas e dos encargos mensais dessas operações faz-se mediante a utilização do 
método exponencial, admitindo-se a apropriação segundo o método linear naquelas contratadas com 
cláusula de juros simples, segundo o indexador utilizado para correção do mês seguinte em relação ao 
mês corrente, "pro rata temporis" no caso de operações com taxas pós-fixadas, ou com observância às 
taxas contratadas, no caso de operações com encargos flutuantes; 
e) as operações ativas e passivas contratadas com cláusula de reajuste segundo a variação da Unidade 
Padrão de Capital (UPC), atualizam-se mensalmente, "pro rata temporis", com base na variação da OTN. 
Caso ocorram liquidações no transcorrer do trimestre, a instituição deve proceder aos estornos 
pertinentes. 
 32 
Exemplo de apropriação de renda em operações pós-fixadas: 
 
 
 33 
Operações com Correção Cambial: 
a) as operações ativas e passivas contratadas com cláusula de reajuste cambial contabilizam-se pelo seu 
contravalor em moeda nacional, principal da operação, a débito ou a crédito das contas que as registrem. 
Essas mesmas contas acolhem, mensalmente, os ajustes decorrentes de variações cambiais, calculados 
com base na taxa de compra ou de venda da moeda estrangeira, de acordo com as disposições contratuais, 
fixada por este Órgão, para fins de balancetes e balanços, bem como os juros do período; 
b) as rendas e os encargos dessas operações, inclusive o Imposto de Renda, são apropriados mensalmente, 
a crédito ou a débito das contas efetivas de receitas ou despesas, conforme o caso, em razão da fluência de 
seus prazos, admitindo-se a apropriação em períodos inferiores a um mês; 
c) as rendas e os encargos proporcionais aos dias decorridos no mês da contratação da operação devem 
ser apropriados dentro do próprio mês, "pro rata temporis", considerando-se o número de dias corridos; 
d) a apropriação das rendas e dos encargos mensais dessas operações faz-se mediante a utilização do 
método exponencial, admitindo-se a apropriação segundo o método linear naquelas contratadas com 
cláusula de juros simples. 
Operações do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) - além das disposições previstas nos três itens 
anteriores, as receitas e despesas incidentes sobre os saldos dos contratos contabilizam-se em períodos 
mensais, cabendo: 
a) considerar o cálculo "pro rata" dia, com base no vencimento mensal das parcelas; 
b) aplicar o índice de atualização previsto regulamentarmente; 
c) destacar as receitas e despesas decorrentes dessas atualizações em títulos específicos, até que sejam 
incorporados à nova representação dos direitos e obrigações a que se referirem. 
Informações Adicionais 
As rendas e despesas a apropriar, decorrentes, respectivamente, de operações ativas e passivas com 
remuneração prefixada, devem ser registradas em subtítulo de uso interno do próprio título ou subtítulo 
contábil utilizado para registrar a operação. 
No cálculo de encargos de operações ativas e passivas, para efeito do regime de competência, deve ser 
incluído o dia do vencimento e excluído o dia da operação. A apropriação contábil de receitas e despesas 
decorrentes das operações ativas e passivas deve ser realizada pro rata temporis, considerando-se o 
número de dias corridos. 
Para fins de ajuste de operações ativas e passivas contratadas com cláusula de variação monetária, 
entende-se como "dia do aniversário" aquele correspondente ao dia do vencimento, em qualquer mês, do 
título ou obrigação. Nos casos em que o dia da liberação for menor ou maior do que o "dia do 
aniversário", deve ser efetuado o cálculo complementar referente ao número de dias compreendido entre o 
"dia do aniversário" e o da liberação, complementando ou reduzindo a apropriação efetuada no primeiro 
mês. 
 34 
Para efeito de elaboração de balancetes mensais e balanços, as receitas e despesas devem ser 
computadas até o último dia do mês ou semestre civil, independentemente de ser dia útil ou não, 
data que prevalecerá no preenchimento das demonstrações financeiras. 
 35 
Exercícios: 
1- (BACEN2002) Conforme destacado no Plano Contábil das 
Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF), as 
normas ali consubstanciadas têm por objetivo, exceto: 
a) uniformizar os registros contábeis dos atos e fatos 
administrativos praticados. 
b) racionalizar a utilização de contas. 
c) possibilitar a fiscalização por parte da Secretaria da Receita 
Federal. 
d) possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, bem 
como a análise, a avaliação do desempenho e o controle. 
e) estabelecer regras, critérios e procedimentos necessários à 
obtenção e divulgação de dados. 
 
2- (BACEN2002) As normas e procedimentos, bem como as 
demonstrações financeiras padronizadas previstas no 
COSIF, são de uso obrigatório para as seguintes entidades, 
exceto: 
a) sociedades de crédito imobiliário. 
b) sociedades corretoras de câmbio. 
c) sociedades de arrendamento mercantil. 
d) companhias hipotecárias. 
e) sociedades de fomento mercantil. 
 
3- (BACEN2002) Abaixo são apresentadas assertivas 
relacionadas aos procedimentos específicos previstos no 
COSIF, relativos à escrituração. Assinale a opção que 
contém a afirmativa incorreta. 
a) Adotar métodos e critérios uniformes no tempo, sendo que as 
modificações relevantes devem ser evidenciadas em notas 
explicativas, quantificando os efeitos nas demonstrações 
financeiras, quando aplicável. 
b) Apurar os resultados em períodos fixos de tempo, observando 
os períodos de 1º de janeiro a 31 de março, de 1º de abril a 30 de 
junho, de 1º de julho a 30 de setembro, e de 1º de outubro a 31 
de dezembro. 
c) Fazer a apropriação mensal das rendas, inclusive mora, 
receitas, ganhos, lucros, despesas, perdas e prejuízos, 
independentemente da apuração de resultado a cada seis meses. 
d) Registrar as receitas e despesas no período em que elas 
ocorrem e não na data do efetivo ingresso ou desembolso, em 
respeito ao regime de competência. 
e) Proceder às devidas conciliações dos títulos contábeis com os 
respectivos controles analíticos e mantê-las atualizadas, devendo 
a respectiva documentação ser arquivada por, pelo menos, um 
ano. 
 
4- (BACEN2002) Relativamente aos critérios para avaliação 
e apropriação contábil nas operações com taxas prefixadas, 
avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as 
verdadeiras e com F as falsas, em seguida, marque a opção 
correta. 
( ) As rendas e os encargos dessas operações são apropriados 
mensalmente, a crédito ou a débito das contas efetivas de 
receitas ou despesas, conforme o caso, em razão da fluência de 
seus prazos, admitindo-se a apropriação em períodos inferiores a 
um mês. 
( ) As rendas e os encargos proporcionais aos dias decorridos no 
mês da contratação da operação devem ser apropriados dentro 
do próprio mês, pro rata temporis, considerando-se o número de 
dias corridos. 
( ) A apropriação das rendas e dos encargos mensais dessas 
operações faz-se mediante a utilização do método exponencial, 
admitindo-se a apropriação segundo o método linear naquelas 
contratadas com cláusula de juros simples. 
a) F, V, V; b) V, V, F; c) V, F, F; d) V, V ,V; e) F, F, V 
 
5- (BACEN2002) Relativamente aos critérios que devem 
ser observados para avaliação e apropriação contábil das 
operações com taxas pós-fixadas ou flutuantes, assinale o 
acerto das afirmações adiante e marque com V as 
verdadeiras e com F as falsas, em seguida, marque a 
opção correta. 
( ) As operações ativas e passivas contratadas com rendas e 
encargos pós-fixados ou flutuantes contabilizam-se pelo 
valor do principal, a débito ou a crédito das contas que as 
registram. Essas mesmas contas acolhem os juros e os ajustes 
mensais decorrentes das variações da unidade de correção ou 
dos encargos contratados, no caso de taxas flutuantes. 
( ) As rendas e os encargos proporcionais

Continue navegando