Buscar

Necrose e apoptose

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Necrose e Apoptose 
As células geralmente mantém um estado de 
homeostasia, no qual o meio intracelular é 
mantido dentro de uma faixa razoavelmente 
estreita dos parâmetros fisiológicos. Porém, essas 
podem sofrer adaptações, alcançando um novo 
estado constante, a fim de preservar sua 
viabilidade e função. 
Se a capacidade adaptativa é excedida ou se o 
estresse externo é inerentemente nocivo se 
desenvolve a lesão celular. Dentro de certos 
limites, a lesão é reversível e as células retornam a 
um estado basal estável, entretanto, um estresse 
grave, persistente e de inicio rápido resulta em 
uma lesão irreversível. 
As principais respostas adaptativas são: 
hipertrofia, hiperplasia, atrofia e metaplasia. 
Adaptações celulares ao estresse 
As adaptações são alterações reversíveis em 
numero, tamanho, fenótipo, atividade 
metabólica ou das funções celulares em resposta 
às alterações no seu ambiente. 
As adaptações fisiológicas normalmente 
representam respostas celulares à estimulação 
normal pelos hormônios ou mediadores químicos 
endógenos. Já as adaptações patológicas são 
respostas ao estresse que permitem às células 
modularem sua estrutura e função escapando, 
assim, da lesão. 
Hipertrofia: 
Refere-se ao aumento do tamanho das células 
que resulta em aumento do tamanho do órgão. 
Ou seja, não existem células novas, apenas 
células maiores e acontece em células que 
possuem capacidade limitada de se replicar. 
Essa pode ser fisiológica ou patológica. 
Hiperplasia: 
Refere-se ao aumento do número de células, 
devido à proliferação de células diferenciadas e 
substituição por células tronco do tecido. Logo, 
acontece em células capazes de se replicar. A 
hiperplasia pode ser fisiológica ou patológica. 
Em ambas, a proliferação celular é estimulada 
por fatores de crescimento que são produzidos 
por vários tipos celulares. 
Hiperplasia fisiológica: 
- Hiperplasia hormonal; 
- Hiperplasia compensatória: ex- fígado. 
Hiperplasia patológica: é causada por 
estimulação excessiva hormonal ou por fatores 
de crescimento. 
OBS: O processo hiperplásico permanece 
controlado, se os sinais que a iniciam cessam. E é 
justamente isso que diferencia as hiperplasias 
patológicas benignas do câncer, no qual os 
mecanismos de controle do crescimento tornam-
se desregulados ou ineficazes. 
OBS: Podem ocorrer juntas- hipertrofia + 
hiperplasia. 
Atrofia: 
Refere-se à diminuição do tamanho da célula, 
pela perda de substância celular. Embora as 
células atróficas tenham sua função diminuída, 
elas não estão mortas. 
As causas da atrofia incluem a diminuição da 
carga de trabalho, perda da inervação, 
diminuição do suprimento sanguíneo, nutrição 
inadequada, perda da estimulação endócrina e 
o envelhecimento (atrofia senil). 
Os mecanismos da atrofia consistem em uma 
combinação de síntese proteica diminuída e 
degradação proteica aumentada das células. 
- A síntese proteica diminui por causa da redução 
da atividade metabólica (poupa energia); 
- A degradação de proteínas ocorre, 
principalmente, pela via ubiquitina-proteossoma. 
OBS: Em muitas situações, a atrofia é 
acompanhada também pelo aumento da 
autofagia, que resulta no aumento do número de 
vacúolos autofágicos. 
Metaplasia: 
É uma alteração reversível na qual um tipo 
celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é 
substituído por outro tipo celular adulto. Nesse 
tipo de adaptação celular, uma célula sensível é 
substituída por outro tipo mais capaz de suportar 
o ambiente hostil. 
 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Visão geral da lesão celular e morte celular 
Nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, 
as alterações morfológicas e funcionais são 
reversíveis se o estimulo nocivo for removido. 
Com a persistência do dano a lesão torna-se 
irreversível e com o tempo a célula não pode 
mais recuperar e morre. Existem dois tipos de 
morte celular: 
- Necrose: ocorre quando o dano às membranas 
é acentuado, as enzimas extravasam nos 
lisossomos, entram no citoplasma e digerem a 
célula. 
 
- Apoptose: quando a célula é privada de fatores 
de crescimento ou quando o DNA celular ou as 
proteínas são danificados sem reparado, a célula 
se suicida. Ela é caracterizada pela dissolução 
nuclear sem perda da integridade de 
membrana. 
 
OBS: Enquanto a necrose sempre constitui um 
processo patológico, a apoptose auxilia em 
muitas funções normais. 
 
Causas da lesão celular 
Privação de oxigênio: 
A hipóxia pode ser diferenciada da isquemia, 
pois essa é a perda do suprimento sanguíneo em 
um tecido devido ao impedimento do fluxo 
arterial ou à redução da drenagem venosa. Já a 
isquemia é a causa mais comum de hipóxia. 
Agentes químicos: 
Enorme número de substâncias químicas podem 
lesar as células. 
Agentes infecciosos 
Reações imunológicas 
Fatores genéticos: 
Esses causam lesões devido a deficiência de 
proteínas funcionais, como defeitos enzimáticos. 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Desequilíbrios nutricionais 
Agentes físicos: 
A exemplo do trauma, temperatura, radiação, 
choque elétrico e as alterações bruscas na 
pressão atmosférica. 
Envelhecimento: 
A senescência celular leva a alterações nas 
habilidades replicativas e de reparo das células e 
tecidos e isso gera a diminuição na capacidade 
de responder ao dano. 
Morfologia da lesão celular e tecidual 
Embora não existam correlações morfológicas ou 
bioquímicas definitivas da irreversibilidade, dois 
fenômenos caracterizam consistentemente essa: 
a incapacidade de reverter à disfunção 
mitocondrial e distúrbios na função da 
membrana. 
Lesão reversível 
As duas principais características morfológicas da 
lesão celular reversível são: tumefação celular, a 
qual é resultado da falência das bombas de íons 
e degeneração gordurosa, a qual ocorre na 
lesão hipóxica e em varias formas de lesão 
metabólica ou toxica e se manifesta através do 
surgimento de vacúolos lipídicos. 
As alterações intracelulares associadas à lesão 
reversível incluem: 
- Alterações na membrana plasmática; 
- Alterações mitocondriais; 
- Dilatação do RE com destacamento dos 
ribossomos e dissociação dos polissomos; 
- Alterações nucleares com condensação da 
cromatina. 
Necrose 
É o tipo de morte celular que está associado à 
perda da integridade da membrana e 
extravasamento dos conteúdos celulares, 
culminando na dissolução das células. Os 
conteúdos celulares que escapam sempre 
iniciam uma reação de inflamação, no intuito de 
eliminar as células mortas e iniciar o processo de 
reparo. 
OBS: As células necróticas exibem aumento da 
eosinofilia (coloração rosa). 
Padrões de necrose tecidual 
Necrose de coagulação: é a forma de necrose 
tecidual na qual a arquitetura básica dos tecidos 
mortos é preservada por, pelo menos, alguns 
dias. Essa é características de infartos sem todos 
os órgãos solido, exceto cérebro. 
Necrose liquefativa: é observada em infecções 
bacterianas focais ou, ocasionalmente, nas 
infecções fúngicas porque os micróbios 
estimulam o acúmulo de células inflamatórias e 
as enzimas dos leucócitos a digerirem o tecido. 
 
Necrose gangrenosa: é aplicado a um membro 
que tenha perdido seu suprimento sanguíneo e 
que sofreu necrose de coagulação, envolvendo 
várias camadas de tecido. 
Necrose caseosa é encontrada mais 
frequentemente em focos de infecção 
tuberculosa. Esse termo é semelhante a queijo. 
Diferentemente da necrose de coagulação, a 
arquitetura do tecido é completamente 
obliterada e os contornos celulares não podem 
ser distinguidos. 
 
 
4 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Necrose gordurosa: refere-se a áreas focais de 
destruição gordurosa. Geralmente ocorre 
quando as enzimas pancreáticas destroem os 
adipócitos digerindo os ésteres de triglicerídeos. 
Os ácidos graxos liberados se combinam como 
cálcio, produzindo áreas brancas gredosas 
macroscopicamente visíveis. 
 
Necrose fibrinoide: é uma forma especial de 
necrose, geralmente observada nas reações 
imunes, nas quais complexos de antígenos e 
anticorpos são depositados nas paredes das 
artérias. 
Mecanismos da lesão celular 
Os princípios gerais das formas de lesão celular: 
- A resposta celular ao estimulo nocivo depende 
do tipo de lesão, da duração e da sua 
gravidade. 
- As consequências de um estímulo nocivo 
dependem do tipo, status, adaptabilidade e 
fenótipo genético da célula lesada. 
- A lesão celular resulta de alterações 
bioquímicas e funcionais em um ou mais dos 
vários componentes celulares essenciais: 
mitocôndrias e sua habilidade de gerar ATP e 
ERRO em condições patológicas; desequilíbrio na 
homeostase do cálcio, danos às membranas 
celulares (plasmática e lisossômica) e danos ao 
DNA e ao dobramento das proteínas. 
- As múltiplas alterações bioquímicas podem ser 
disparadas por qualquer lesão nociva. 
Principais mecanismos de lesão celular: 
Depleção de ATP: as principais causas de 
depleção de ATP são a redução do suprimento 
de oxigênio e nutrientes, dano mitocondrial e as 
ações de algumas toxinas. Essa depleção tem 
efeitos em muitos sistemas celulares: 
- A atividade da bomba de sódio na membrana 
plasmática dependente de ATP é reduzida, 
resultando em acumulo intracelular de sódio e 
efluxo de potássio. O ganho final de soluto é 
acompanhado de ganho de água, causando 
tumefação celular e dilatação do RE. 
- Ocorre aumento compensatório na glicólise 
anaeróbica, na tentativa de manter as fontes de 
energia. Como consequência, as reservas de 
glicogênio intracelular são rapidamente 
exauridas e o ácido lático se acumula, levando a 
diminuição do ph intracelular e a diminuição da 
atividade de muitas enzimas. 
- Falência na bomba de cálcio levando ao 
influxo de cálcio. 
- Rompimento estrutural do aparelho de síntese 
proteica, manifestado como desprendimento dos 
ribossomos do RER e dissociação dos polissomos. 
 
Danos e Disfunções mitocondriais: resultam em 
graves anormalidades bioquímicas: falha na 
fosforilação oxidativa levando a depleção de 
ATP, culminando em necrose da celular; 
fosforilação oxidativa anormal formando 
espécies reativas de oxigênio; forma-se um canal 
de alta condutância na membrana mitocondrial, 
o chamado poro de transição de 
permeabilidade mitocondrial, o que leva a perda 
do potencial da membrana da mitocôndria e 
alteração do PH; as mitocôndrias contêm várias 
proteínas que quando liberadas para o 
 
5 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
citoplasma informam à célula que há uma lesão 
interna e ativam a via da apoptose. 
 
 
Influxo de cálcio: isquemia e certas toxinas 
causam aumento da concentração do cálcio no 
citosol, inicialmente por causa da liberação do 
cálcio armazenado intracelularmente e mais 
tarde o cálcio resultante do influxo aumentado 
através da membrana plasmática. Esse aumento 
do cálcio no citosol ativa várias enzimas, as quais 
incluem fosfolipase (causa danos à membrana), 
proteases (clivam proteínas de membrana e do 
citoesqueleto), endonucleases (responsáveis pela 
fragmentação da cromatina e do DNA) e as 
trifosfatases de adenosina (ATPASE). O aumento 
do cálcio também resulta na indução da 
apoptose através da ativação direta das 
caspases e pelo aumento da permeabilidade 
mitocondrial. 
Acúmulo de radicais livres derivados do oxigênio 
(estresse oxidativo): os radicais livres iniciam 
reações autocatalicas, além de reagir com 
outras substâncias, como ácidos nucleicos, 
proteínas e lipídios celulares. Existem diferentes 
tipos de espécies reativas do oxigênio (ERO) 
produzidos por duas vias principais: 
- Normalmente as ERO são produzidas em 
pequenas quantidades em todas as células, 
durantes as reações de oxidação a redução, 
que ocorrem durante a respiração e geração de 
energia mitocondrial. Nesse processo, o oxigênio 
molecular é reduzido para gerar agua. 
Entretanto, essa reação é imperfeita e pequenas 
quantidades de intermediários tóxicos altamente 
reativos são gerados, incluindo o superóxido, 
convertido em superóxido de hidrogênio. 
- As ERO são produzidas pelos leucócitos, 
principalmente neutrófilos e macrófagos, como 
uma arma de destruição de micróbios e outras 
substancias durante a inflamação e defesa do 
hospedeiro. As ERO são geradas nos fagossomas 
em um processo conhecido como surto 
respiratório ou oxidativo. Nesse processo, uma 
enzima da membrana catalisa a geração de 
H2O2 e esse é convertido a um composto 
hipoclorito altamente reativo. é convertido a um 
composto hipoclorito altamente reativo. 
 
O dano causado pelos radicais livres é 
determinado por suas taxas de produção e 
remoção. Evolutivamente as células 
desenvolveram múltiplos mecanismos para 
remoção dos radicais livres, de modo a minimizar 
as lesões. 
- A taxa de decomposição espontânea do 
superóxido é aumentada significativamente pela 
ação das superóxido dismutases (SODS); 
- As glutationa peroxidases (GSH) protegem as 
células da lesão oxidativa; 
- Catalase direciona a decomposição do 
peroxido de hidrogênio; 
- Antioxidantes endógenos ou exógenos podem 
bloquear a formação de radicais livres ou 
removê-los. 
As espécies reativas de oxigênio causam lesão 
através de três principais reações: 
- Peroxidação lipídica das membranas: ataque as 
ligações duplas de lipídios; 
 
6 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
- Ligação cruzada e outras alterações das 
proteínas; 
- Lesões do DNA. 
Defeitos na permeabilidade da membrana: o 
aumento da permeabilidade da membrana, 
levando a lesão da membrana é uma 
característica consistente da maioria das formas 
de lesão celular que culmina em necrose. Os 
mecanismos são: 
- Diminuição da síntese de fosfolipídios devido à 
diminuição de ATP; 
- Aumento da degradação dos fosfolipídios; 
- ERO; 
- Alterações do citoesqueleto; 
- Produtos de degradação de lipídios: possuem 
efeito detergente sobre as membranas, além de 
se inserirem na bicamada lipídica ou trocarem a 
posição com os fosfolipídios, alterando a 
permeabilidade. 
Os sítios mais importantes da membrana, durante 
a lesão celular são as mitocondriais, plasmáticas 
e lisossômicas. 
Danos ao DNA e às proteínas: as células possuem 
uma forma de reparar as lesões do DNA, porem 
se o dano for muito grave a célula inicia seu 
processo e morre por apoptose. Uma reação 
semelhante é iniciada quando proteínas são 
impropriamente dobradas. 
Correlações clinopatológicas: exemplos de lesão 
celular e necrose 
Lesão isquêmica e hipóxia: 
Isquemia ou redução do fluxo sanguíneo para o 
tecido é a forma mais comum de lesão celular 
aguda. Ao contrario da hipóxia, na qual a 
produção de energia anaeróbica continua, a 
isquemia causa redução do fluxo sanguíneo e de 
substratos para a glicólise, logo, a isquemia lesa 
os tecidos mais rapidamente que a hipóxia. 
A alteração mais importante nas células 
hipóxicas que leva a lesão celular é a redução 
da geração de ATP intracelular, como 
consequência do suprimento reduzido de 
oxigênio. 
Lesão de isquemia-reperfusão: 
A restauração do fluxo sanguíneo pode resultar 
em restauração das células se elas foram lesadas 
de modo reversível. No entanto, em certas 
circunstâncias, a restauração do fluxo sanguíneo 
para tecidos isquêmicos, mas não mortos, resulta 
em morte das células que não estavam 
irreversivelmente lesadas. Essa tão conhecida 
lesão isquemia-reperfusão. Vários mecanismos 
podem ser responsáveis pela exacerbação da 
lesão celular resultante da reperfusão dentro dos 
tecidos isquêmicos: 
- Uma nova lesão pode ser iniciada durante a 
reoxigenação, devido à formação de ERO; 
- Inflamação. 
Lesão química (tóxica): 
As substancia químicas induzem lesão celular 
pode um dos dois mecanismos gerais: 
- Atuam diretamentepela combinação com um 
componente molecular critico ou com uma 
organela celular; 
- Muitas outras substâncias químicas não são 
biologicamente ativas, mas devem ser primeiro 
convertidos a metabolitos tóxicos reativos, que 
então agem sobre as células-alvo. 
Apoptose 
É uma via de morte celular, induzida por um 
programa de suicídio estritamente regulado no 
qual as células destinadas a morrer ativam 
enzimas que degradam seu próprio DNA e as 
proteínas nucleares e citoplasmáticas. A 
membrana plasmática da celular apoptótica 
permanece intacta, mas é alterada de tal 
maneira que a célula e seus fragmentos tornam-
se alvos atraentes para fagócitos. Rapidamente, 
as células mortas e seus fragmentos são 
removidos e por isso não induz a uma reação 
inflamatória. 
Causas da apoptose: 
Em condições fisiológicas funciona para eliminar 
as células que não são mais necessárias e para 
manter nos tecidos um numero constante das 
varias populações celulares: 
- Destruição programada de células durante a 
embriogênese; 
 
7 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
- Involução de tecidos hormônios-dependentes 
sob privação de hormônio; 
- Perda celular em populações celulares 
proliferativas; 
- Morte de células que já tenham cumprido seu 
papel; 
- Eliminação de linfócitos autorreativos 
potencialmente nocivos; 
- Morte celular induzida por linfócitos T citotóxicos. 
A apoptose em condições patológicas elimina 
células que estão geneticamente alteradas ou 
lesadas de modo irreparável. 
Mecanismos da apoptose: 
A apoptose resulta da ativação de enzimas 
chamadas caspases. Duas vias distintas 
convertem para a ativação dessas. 
- Via mitocondrial (intrínseca): as mitocôndrias 
contem uma serie de proteínas que são capazes 
de induzir a apoptose. A escolha entre 
sobrevivência e morte celular é determinada 
pela permeabilidade da mitocôndria. Quando as 
células são privadas de fatores de crescimento 
ou outros sinais de sobrevivência ou são expostas 
a agentes que lesem o DNA ou acumulam 
quantidades inapropriadas de proteínas 
anormalmente dobradas, um grupo de sensores 
é ativado. Esses sensores são membros da família 
BCL2, as chamadas proteínas BH3. Essa por sua 
vez, ativa dois membros pró-apoptóticos das 
famílias chamadas BAX e BAK, que se dimerizam 
e se inserem dentro da membrana mitocondrial, 
formando canais através dos quais o citocromos 
C e outras proteínas extravasam para o citosol. 
Além disso, esses sensores também inibem 
moléculas antiapoptóticas BCL2 E BCL XL, 
aumentando o extravasamento de proteínas. O 
citocromos C, em conjunto com cofatores, ativa 
a caspase 9. O resultado final é a ativação da 
cascata de caspases, levando a fragmentação 
nuclear. 
 
- Via receptor de morte da apoptose (extrínseca): 
muitas células expressam moléculas de superfície, 
chamadas de receptores de morte, que 
disparam a apoptose. A maioria dessas 
moléculas são receptores membros da família do 
fator de necrose tumoral (TNF). Os receptores de 
morte prototípicos são do tipo TNF1 e FAZ (CD95). 
O ligante de FAZ (FAS-L) é uma proteína expressa 
principalmente nos linfócitos T ativados. Quando 
essas células T reconhecem os alvos que 
expressam FAZ, as moléculas FAZ são ligadas em 
reações cruzadas pelo FAS-L e proteínas de 
ligação adaptadoras via domínio de morte. 
Essas por sua vez, recrutam e ativam a caspase 8, 
a qual pode clivar a ativar um membro pró-
apoptótico da família BCL2, chamado de BID, 
portanto dentro da via mitocondrial. As proteínas 
celulares, notadamente um antagonista de 
caspase chamado de FLIP, bloqueia a cascata 
de ativação das caspases dos receptores de 
morte. 
Ativação e função das caspases: 
As vias mitocondrial e de receptor de morte 
levam à ativação de caspases desencadeantes, 
caspases 9 e 8, respectivamente. As formas ativas 
dessas enzimas são produzidas e clivam outra 
serie de caspases chamadas de executoras. 
Essas ativadas clivam numerosos alvos, 
 
8 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
culminando na ativação de nucleases, que 
degradam nucleoproteínas e DNA. 
Remoção das células apoptóticas: 
As células apoptóticas atraem os fagócitos 
produzindo sinais de “coma-me”. Em células 
saudáveis, a fosfatidilserina está presente no 
folheto interno da membrana plasmática, mas 
nas células apoptóticas esse fosfolipídio se move 
para fora, onde é reconhecido pelos 
macrófagos. 
Exemplos de apoptose: 
- Privação de fator de crescimento 
- Lesão de DNA: quando o DNA é lesado, a 
proteína P53 se acumula nas células. Primeiro, ela 
interrompe o ciclo celular para conceder tempo 
para o reparo, entretanto, se o dano for grande, 
a p43 desencadeia a apoptose por estimulação 
dos sensores que ativam BAX E BAK e por 
aumento da síntese de membros pró-apoptótico 
da família BCL2. 
- Acúmulo de proteínas anormalmente dobradas: 
estresse do RE: durante a síntese normal de 
proteínas, as chaperonas, no RE, controlam o 
dobramento de proteínas e os polipeptídios mal 
dobrados são ubiquitinados e direcionados a 
proteólise. Entretanto, se proteínas não dobradas 
ou anormalmente dobradas se acumulam no RE 
devido a mutações ou perturbações ambientais, 
induzem uma resposta celular protetora, 
chamada de resposta de proteína não dobrada. 
Essa resposta ativa as vias de sinalização que 
aumentam a produção de chaperonas e 
retardam a translação da proteína, reduzindo, 
assim, os níveis de proteínas mal dobradas na 
célula. Em circunstância nas quais o acúmulo de 
proteínas mal dobradas ultrapassa essas 
adaptações, o resultado é o estresse do RE, que 
ativa caspases que levam à apoptose. 
- Apoptose de linfócitos autorreativo; 
- Apoptose mediada por linfócito T citotóxico: 
essas células reconhecem antígenos estranhos e 
os grânulos dos LTC contendo proteases 
chamadas de granzimas penetram nas células-
alvo. Essas por sua vez, clivam as proteínas nos 
resíduos de aspartato ativando as caspases. 
Autofagia 
Refere-se à digestão lisossômica dos próprios 
componentes da célula. Constitui mecanismo de 
sobrevivência, em períodos de privação de 
nutrientes. Nesse processo, as organelas 
intracelulares e partes do citosol são 
primeiramente sequestradas do citoplasma em 
um vacúolo autofágico. Esse se funde com os 
lisossomos para formar autofagolisossoma, que 
digere os componentes celulares através das 
enzimas lisossômicas. 
Acúmulos intracelulares 
Existem quatro vias principais de acumulações 
intracelulares: 
- Remoção inadequada de uma substância 
normal; 
- Acúmulo de uma substância endógena 
anormal resultante de defeitos; 
- Deficiência em degradar um metabolito; 
- Depósito e acúmulo de uma substância 
exógena anormal. 
Degeneração gordurosa (esteatose): 
Refere-se a qualquer acúmulo anormal de 
triglicerídeos dentro das células do parênquima. 
Proteínas: 
Pode ocorrer porque os excessos são 
apresentados às células ou porque as células 
sintetizam quantidades excessivas. 
Colesterol e ésteres de colesterol 
Glicogênio 
Pigmentos: 
Os pigmentos são substancias coloridas 
exógenas. 
Calcificação patológica 
É um processo comum que implica o deposito de 
sais de cálcio, em combinação com pequenas 
quantidades de ferro, magnésio e outros minerais. 
Quando esse depósito ocorre em tecidos mortos 
ou que estão morrendo é chamado de 
calcificação distrófica (níveis normais de cálcio) 
Ao contrario, o deposito de cálcio em tecidos 
normais é chamada de calcificação metastática 
(hipercalcemia). 
 
9 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Calcificação distrófica: 
É encontrada em áreas de necrose de qualquer 
tipo. 
Calcificação metastática: 
Pode ocorrer em tecidos normais sempre que há 
hipercalcemia, sendo essa causada por 4 
principais motivos: aumento da secreção do 
paratormônio, devido a tumores primários das 
paratireoides ou à produção de proteínas 
relacionada ao paratormônio;destruição óssea; 
distúrbios relacionados à vitamina D e 
insuficiência renal, na qual a retenção de fosfato 
leva ao hipoparatireoidismo secundário. 
Envelhecimento celular 
O envelhecimento celular é o resultado do 
declínio progressivo do tempo de vida e da 
capacidade funcional das células. Acredita-se 
que vários mecanismos são responsáveis pelo 
envelhecimento celular: 
- Lesão do DNA; 
- Diminuição da replicação celular: é 
senescência replicativas, o qual envolve o 
encurtamento progressivo dos telômeros, o que 
resulta finalmente em parada do ciclo celular. 
(Os telomeros são sequencias repetidos curtos do 
DNA presentes nas extremidades lineares dos 
cromossomos importantes para garantir a 
replicação completa. O comprimento dos 
telômeros é mantido pela adição de 
nucleotídeos, mediada pela enzima telomerase). 
 
(As células cancerosas conseguem retomar a 
atividade da telomerase e isso gera um aumento 
novamente da replicação, porém agora de 
forma exacerbada). 
(As células germinativas e tronco possuem uma 
grande capacidade de divisões celulares, 
enquanto as somáticas perdem essa 
capacidade no decorrer do tempo). 
- Deficiência da homeostasia proteica

Continue navegando