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Exame Físico Pediátrico Específico- HC3

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Ayalle Thamara l Medicina l Habilidades Clínicas
Pel� � Muc�s�
Pel�
- avaliação da coloração e textura da pele
- descrever as lesões e suas localizações
- lesões permanentes: medi-las nos seus dois maiores eixos (necessita de
acompanhamento)
- a luz do dia ou amarela são preferíveis
obs: grande parte dos recém-nascidos desenvolvem icterícia no segundo ou terceiro dia de
vida, que persiste por cerca de uma semana (icterícia fisiológica)
Classificação de Kramer
Muc�a�
- Mucosa conjuntival e oral: registrar alterações de coloração e umidade, presença de
ulcerações, fissuras e outras lesões.
- se muco
Fâner�
- quantidade, distribuição, características e alterações do pelos e unhas, considerando
padrões normais para cada idade;
Tecid� Subcutâne�
- semiotécnica: pinçamento de uma prega abdominal ou da coxa, observar o volume e
o turgor ( resistência firme e elástica a compressão)
- pesquisar a presença e localização de edemas, classificando sua intensidade (Sinal
de Cacifo)
Sinal de Cacifo
O objetivo do exame é identificar a presença de algum edema na
região
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- Semiotécnica: digitocompressão local por meio dos dedos das mãos (indicador e
polegar), fazendo movimento de pinça ou contra a estrutura, formando uma
depressão na pele.
- negativo para o edema: quando pressionada por alguns segundos, a superfície
examinada deve voltar ao normal em menos de 15 segundos.
- positivo para edema: se a área pressionada permanecer alterada por mais de 15
segundos, sem voltar ao normal.
❖ Classificação em grau
Grau I – a depressão ocasionada pela pressão dos dedos desaparece quase que
instantaneamente.
Grau II – em 15 segundos a depressão desaparece.
Grau III – a depressão demora cerca de 1 minuto para desaparecer completamente.
Grau IV – a pelo retorna ao normal entre 2 e 5 minutos.
OBS: quanto maior o grau do edema, mais inchaço o paciente apresenta.
Classificação em cruzes
Cabeç�
- registrar formato e simetria do crânio e da face
- alterações do tamanho da cabeça são evidenciadas pela medida do perímetro
cefálico
Formas da cabeça
Normal: É um pouco alargada , sendo o comprimento cerca de ⅓ maior que
a largura.
Pignocefalia: achatamento de um dos lados.
O formato assemelha-se a um paralelogramo
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Braquicefalia: a largura é maior em relação ao comprimento
A região posterior da cabeça é chata ao invés de ser arredondada.
Escafocefalia: a cabeça é longa e estreita
Fontanela�
- anterior (bregma): mede cerca 4-6 cm do
diâmetro fronto-parietal; fecha entre 4-26 meses.
- posterior (lambda): mede cerca de 1-2 cm
e costuma fechar por volta dos 2 meses de idade.
obs: a pressão intracraniana se reflete no grau de
tensão e plenitude da fontanela anterior
Olh�
- avaliar presença e aspecto de secreção, lacrimejamento, fotofobia, nistagmo
anisocoria, exoftalmia ou enoftalmia, hipertelorismo, cor da esclerótica, estrabismo
ou outras alterações;
❖ recém-nascido: avaliar aspecto e simetria dos olhos, estrabismo ou opacidade do
olho. Avaliar presença de visão através da observação de reflexos visuais,
constrição visual direta e consensual à luz, pestanejamento em resposta a luz
brilhante;
❖ pré-escolar: avaliar estrabismo, acuidade visual utilizando o teste do E ou cartaz
com figuras
❖ escolar e adolescentes: realizar teste de acuidade visual utilizando quadros
apropriados para idade (letras ou figuras)
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A visão do bêbê
O�id�
- Observar forma, alterações, implantações da orelha e angulação do pavilhão
auditivo
OBS: a porção superior do pavilhão auditivo se implanta ao nível ou acima de uma linha que
cruza os cantos interno e externo dos olhos.
- avaliar o aspecto do conduto auditivo externo quanto à presença de hiperemia,
descamação ,lesões, corpo estranho, etc
- quanto a membrana timpânica , observar perda de transparência, hiperemia,
abaulamento ou retrações, bolhas, presença de secreção, ruptura, etc
❖ Avaliação da acuidade Auditiva
- lactentes: pestanejamento dos olhos, susto ou direcionamento da cabeça em
resposta a um estímulo sonoro.
- crianças maiores: sussurrar ordens a uma distância de aproximadamente 2,4m.
OBS: a avaliação da acuidade pode ser realizada pelo pediatra, porém sempre terá caráter
de triagem.
- lactentes necessitam de contenção adequada e são examinados deitados;
- crianças maiores devem ser contidas no colo
➢ a criança até 1 ano o lobo da orelha deve ser tracionado para baixo
➢ entre 1-5 anos , tracionar o canal para cima e para trás
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❖ Sinais de alerta de perda auditiva (nas diferentes faixas etárias)
- não atende a voz materna
- não ri
- não movimenta a cabeça em direção a fonte sonora
- choro descontrolado
- parada do balbucio
- não acorda com sons intensos
- alteração do sistema fonêmico
- desatenção
- necessidade de aumentar o volume do rádio e televisão
- criança que não adquire linguagem
Nar�
- Observar presença e aspecto de secreção (hialina, sero-mucosa, purulenta,
sanguinolenta)
- inspeção e palpação: observar desvio de septo nasal ou outras deformidades;
Para olhar profundamente , utilizar espéculo com orifício calibrado preso ao otoscópio,
observando a coloração da mucosa, condições dos cornetos, calibre da via aérea,
secreção.
obs: a porção interna anterior do nariz pode ser visualizada facilmente com iluminação,
empurrando sua ponta para cima
Boc� � Faring�
➢ inspeção dos dentes, gengiva, face interna das bochechas, língua e abóbada
palatina;
➢ dentes: avaliar oclusão dentária, defeitos de alinhamento, presença de cáries, tártaro
e placa bacteriana;
➢ aspecto da língua: alterações fisiológicas (língua geográfica), ou que surgiram
patologias ( língua em morango ou escarlatina); observar inserção do freio da língua.
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➢ Não haverá dificuldade na amamentação se a língua puder ser projetada até a crista
alveolar do dente .
Pescoç�
- avaliar se há cistos, torcicolo congênito ou anormalidades da tireóide ( palpação da
glândula de modo sistemático a partir da idade escolar )
- linfonodos: inspeção e palpação de gânglios cervicais, submandibulares e
retroauriculares ( determinar tamanho, consistência, dor, mobilidade e aderência).
OBS: Para avaliar a presença de rigidez na nuca, é necessário flexionar a cabeça da
criança ou pedir que ela encoste o queixo ao peito.
Tóra�
Gera�
- observar a forma, simetria, sinais de raquitismo
- observar as mamas e realizar exame das mamas nas adolescentes ( priorizando o
pudor)
❖ inspeção estática
- tórax chato: normal; diâmetro látero-lateral > que o Ântero-posterior
- tonel: enfisematoso; diâmetro ântero-posterior > que o latero-lateral.
- cariniforme: esterno proeminente ( pode ser de forma congÊnita ou
raquitismo)
- infundibuliforme: depressão da parte inferior do esterno e região epigástrica (
em geral de natureza congênita ou raquitismo); pode comprometer a
ventilação
- observar presença de tiragem, tipo respiratório, ritmo, expansibilidade torácica e uso
dos músculos acessórios.
❖ palpação
- Pesquisa de frêmito tóraco-vocal; pedir pra criança contar 1,2,3, 33 ou 44 ou
durante o choro.
- frequência respiratório em crianças, e adolescentes de acordo com a idade:
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❖ percussão:
- percutir face lateral, anterior e posterior do tórax;
❖ ausculta:
- se a criança chora moderadamente, pode auxiliar na ausculta, pois o choro
equivale a voz e a inspiração profunda auxilia a ausculta do murmúrio vesicular. (
procurar alterações dos sons respiratórios e sua localização)
★ Sinais de desconforto Respiratório: tiragem ( intercostal, supraesternal,
subesternal, supraclavicular ), uso da musculatura acessória e batimento da asa do
nariz.
Pulmã�
- O sistema respiratório da criança apresenta particularidades que a tornam
especialmente suscetível ao desenvolvimento de problemas respiratórios ( língua
maior, mandíbulamenor, diafragma horizontal, maior frequência respiratória, maior
suscetibilidade à fadiga, respiração nasal, entre outros).
- peculiaridades: percussão hiper sonante , ausculta com sons mais altos e rudes,
rara supressão completa do murmúrio vesicular e elevada frequência de sibilos e
roncos
Coraçã�
❖ inspeção
- ver pulso apical ( ao nível do 4º espaço intercostal até os sete anos).
❖ palpação:
- palpar o ictus; observar a presença de frêmitos;
❖ ausculta
- as bulhas são mais facilmente audíveis do que em adulto
- B1 é mais forte que B2 no ÁPICE
- Mais de 70% das crianças normais podem apresentar sopros sistólicos inocentes,
sem evidências de cardiopatias.
Boc� � Faring�
- Lactentes: a faringe é visualizada facilmente durante o choro.
- Acima de 1 ano: o exame apresenta dificuldade, sendo necessário contenção; o
abaixador de língua deve ser segurado como uma caneta, próximo à ponta que vai
ser introduzido e o dedo mínimo do examinador deve estar em firme contato com a
face da criança de modo a neutralizar os movimentos da cabeça;
- observar tamanho e aspecto das amígdalas, hiperemia, petéquias e gota pós-nasal.
Abdôme�
❖ inspeção:
- observar alterações globais de forma e volume , abaulamentos localizados;
- durante o choro pode-se também perceber se há hérnias umbilicais , ventrais
ou diástases dos retos
❖ palpação:
- geral, superficial e profunda, do fígado e baço.
- No lactente geralmente é possível palpar o fígado, a ponta do baço e ,às
vezes , os rins e globo vesical quando distendido
- avaliar dor abdominal e sua localização, defesa ou rigidez da parede
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- avaliar visceromegalias ou massas;
❖ percussão
- pode-se delimitar o tamanho do fígado, confirmar presença de ascite
(macicez móvel), ou hipertimpanismo ( distensão de alças);
❖ ausculta:
- deve ser realizada antes da palpação e percussão, pelo fato dessas técnicas
interferirem no resultado.
- Os ruídos hidroaéreos estão aumentados nas gastroenterites ou na
obstrução mecânica do delgado e diminuídos no íleo paralítico.
- sopros abdominais também podem ser detectados
Genitáli� � Ret�
- menin�: observar presença de fimose e
testículos na bolsa escrotal
● reflexos cremastéricos hiperativos
podem dar origem a uma criptorquidia aparente.
● observar se há presença de hidrocele,
hipospádia ou hipogonadismo
Alterações da localização do óstio externo da uretra
- menina�: ver orificio naginal, presença de secreção vaginal e sinéquia de pequenos
lábios;
● enquadrar a criança em um dos 5 estágios de desenvolvimentos sexuais
segundo os critérios de Tanner
● OBS: o RN pode apresentar secreção mucóide ou às vezes sanguinolenta
nos primeiros dias de vida, devido a influência estrogênica materna.
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Extremidade�
Gera�:
- Observar deformidades, hemiatrofia, valgismo/varismo; paralisias, edema,
alterações da temperatura, postura, assimetria, alterações da marcha
Puls�
- verificar os pulsos radiais, femorais e pediosos;
Articulaçã�
- articulação do quadril: no RN realizar a manobra de Ortolani ( consiste em posicionar
a criança com as coxas flexionadas em ângulo reto e realizar manobras de abdução;
suspeita-se de luxação quando há limitação da abdução, assimetria ou percepção
tátil da fuga da cabeça do fêmur do acetábulo
- nos lactentes comparar a simetria de abdução, das pregas glúteas e das fossas
poplíteas
se positivos: colocar Ortolani presente
- OBS: nas articulações observar sinais inflamatórios, alterações da mobilidade,
nódulos;
Mã� � pé�:
- dedos extranumerários, baqueteamento digital linha simiesca, clinodactilia,
sindactilia; examinar os pés sob o ponto de vista estático e dinâmico (observar a
marcha); fazer manipulação passiva para auxiliar a flexibilidade dos pés.
Colun� vertebra�
- examinar rigidez, postura, mobilidade, curvaturas;
- registrar presença de espinha bífida , fosseta ou cisto pilonidal, tufos de pelos,
hipersensibilidade.
- se há escoliose pode-se achar deformidade costal e proeminência da musculatura
lombar em um dos lados, que se acentua com a inclinação do corpo para frente.
● lembrar que a escoliose pode ser causada por uma desigualdade do
comprimento das pernas.
Avaliaçã� Psiquiátric� Básic�
- deve ser feita durante o exame físico, assim como durante a anamnese;
A avaliação dos itens poderá dar um perfil psiquiátrico da criança, acrescida da história
relatada pelo responsável.
- atividade frente ao ambiente e ao examinador
- temperamento
- desenvolvimento perceptivo
- nível intelectual
- comportamento emocional
- expressão facial

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